segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

MANIFESTAÇÃO.



MANIFESTAÇÃO.

Significado de Manifestação
“Ação de tornar público; ato de expressar um pensamento, ideia, ponto de vista etc.; revelação: manifestação do pensamento”.

"Não estou com medo de quem vai pra rua, presidente. Não tenho medo de quem vai pra rua. Eu tenho medo daquele que fica em silêncio, porque na hora que ele for pra rua, ninguém vai segurar ninguém mais"!...

4. NORMAS DO CONGRESSO (assembleia regional paulista)
Atitudes e comportamento: o Congresso Escoteiro Regional é um local de encontro, intercâmbio e amizade, o marco de valores propostos na Lei e Promessa Escoteira. Caso não sejam respeitadas as normas abaixo ou as instruções apresentadas pelo Comitê Organizador, será feita uma análise da infração cometida e, conforme o caso, tomadas as medidas cabíveis podendo, inclusive, culminar na exclusão do participante do evento. (de um boletim sobre a Assembleia Regional).

O Brasil mudou? Dizem que sim, o povo agora é mais livre e pode se manifestar em qualquer lugar. Seria um ato de liberdade democrática? Seria uma maneira de alguém dizer que não está satisfeito com o que acontece? O Brasil aprendeu e praticou este ato democrático em praticamente todos os estados. Cada organização que se sentiu prejudicada fez seu ato, sua passeata sua manifestação.

E eis que uma escoteirinha toma as dores de muitos outros jovens e resolve se manifestar. A cidadela escoteira fica em polvorosa. Pipocam aqui e ali divergências. Cada um ao seu modo se manifesta a favor ou contra. A Liderança da Associação não disse nada, mas enviou nas entrelinhas recados a todos os dirigentes onde ela poderia se manifestar. A Escoteirinha ficou na vanguarda da sua ideia e foi abundantemente pressionada. Todos tinham um motivo para serem contra. Argumentos mil surgiram em todas as áreas. Em nenhum momento recebeu um telefonema de uma alta autoridade para conversarem. Recebeu sim como diz o Ex Presidente Lula. O sub do sub e do sub. Sabemos por experiência própria que conversar com ela não era para ouvir e dizer que ela poderia ter razão, seria mais uma maneira para subjugar suas ideias e dizer que a Associação é correta, tem estatutos, tem isto tem aquilo, e não pode ser contrariada. E finalmente o Velho apelo sentimental – “
Seria danoso para o nosso movimento”. Nunca foi assim abertamente ainda mais por ser uma menininha que nem nasceu e se rebela. A palavra de ordem manifestação correu Brasil. Divergências entre lideres Escoteiros em todo o país. A liderança só sabia dizer palavras de ordem tais como – Manipulação, nunca antes isto aconteceu. A lei escoteira foi torpedeada por ela. Nossos lideres fazem o melhor por nós e ela ainda não sabe disto. Metáforas e mais metáforas como muitas outras que irão aparecer.

O pior é que a Escoteirinha foi duramente criticada por ser um bode expiatório de adultos insatisfeitos, que há manipulavam para atingir objetivos obscuros. Quais seriam estes objetivos? Assumir o poder? As armas companheiros! Vamos nos organizar nas montanhas! A Associação não aceita ser contrariada. O mote de vá a Assembleia correu em plagas diversas. O Presidente da Associação Regional em seu Boletim do evento deixou claro seu descontentamento caso se aproveitem para fazer suas manifestações ali o pior pode acontecer. E ela? A escoteirinha? O que seria dela em um plenário totalmente hostil?  A deixariam expor suas dúvidas, suas ideias ou iriam contrapor as normas que são inflexíveis? Pois na liderança ninguém deu razão. Aqueles que hoje acham que está havendo manipulação, que isto não trará benefícios nenhum a Associação a deixariam expor sua maneira simples de pensar?

Dizer que uma manifestação em uma escadaria de um símbolo da cidade, portando faixas e cartazes, nenhum deles arbitrários teria um fim trágico para o nome Escotismo, me parece ideias estapafúrdias como a dizer que a Associação é onipotente, e que seu caminho é maravilhoso em busca da felicidade geral de seus associados. Isento em falar sobre o que ela a escoteirinha pretende. Discutir suas reclamações é perder tempo, pois isto já ficou bastante claro com os prós e contras.

Nunca ela teria condições de se manifestar em uma atividade onde poucos lhe dariam voz que dirá voto. A maioria já se manifestou contra e com gritos, ameaças tentaram de toda as maneiras calarem sua voz. O Presidente Regional foi enfático em suas normas. Cuidado com o que falarem e ou se apresentarem durante o evento. Serão tomadas medidas cabíveis e disciplinares.

Nada mais a dizer. 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ora, ora, Geração sem memória?



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Ora, ora, Geração sem memória?

                      Sem ofensas é claro. Tenho certeza que entenderam onde quero chegar. Sei que à medida que alguns forem lendo irão aparecer diversos “Politicamente Corretos” a defenderem a nossa associação. Já publiquei em um dos meus blogs um artigo mais extenso sobre o tema. Mas porque me preocupo? Não devia. Não sou mais um participante ativo, não tenho mais direitos dizem alguns.  Afinal se todos ou quase todos estão satisfeitos com as mudanças para que insistir? Como dizem por aí “já dei o que tinha de dar ao escotismo”.  E vejam bem, estes Cavalheiros Escoteiros, os eternos defensores da lei e da ordem, defendem a ferro e fogo sem mostrar os resultados destas mudanças. Sempre dizendo – Aguarde, o caminho é longo. Vamos percorrer sabendo onde pisar. Dez anos, vinte, trinta, quarenta anos se passaram. Que caminho danadamente difícil. Estou esperando que me mostrem os resultados. E quais são? Perguntam-me. Um escotismo forte, unido, democrático com uma boa participação ativa de todos os membros sócios da Associação. Grupos Escoteiros estruturados, com todas as sessões completas, maciça procura de jovens para participarem do escotismo, grande apoio da comunidade, políticos ex-escoteiros defendendo o nosso crescimento nos procurando e não o contrário. Grandes empresas engajadas no projeto Escoteiro e o impossível: Autoridades educacionais reconhecendo o valor do movimento Escoteiro. – Pelo amor de Deus! Não vendemos biscoitos e não somos um movimento infantil sem utilidade como dizem muitos!
  
                      São poucos os velhos escoteiros que ainda dão seu testemunho e poucos muito poucos vem à tona para tentar alterar ou mostrar que os rumos tomados estão conduzindo a um caminho sem volta. A maioria dos que discordam, preferem sair, encostar as chuteiras. Conheço vários. O escotismo com sua disciplina, suas leis, sua promessa nos envolve a tal ponto que temos receio de discordar. Aceitamos com submissão tudo que nos chega às mãos pelos nossos dirigentes, instrutores e chefes. Os nossos costumes, crenças e tradições do passado, não mais estão sendo relatados de uma geração para outra. Ainda bem que mantemos uma série de compromissos que nos traz a alegria de saber que ainda somos um movimento oriundo das ideias e valores de Baden Powell. Até quando não sei. Infelizmente alguns já dizem e o chamam de ultrapassado e cada um ao seu modo analisa suas crenças dentro de uma metodologia moderna. Um dia desses um desses novos formadores me disse que Baden Powell é oriundo de uma Inglaterra colonialista e sua formação militar pode ser considerada retrógrada hoje em dia. O que esperar dos seus alunos em cursos no futuro sobre nosso passado?

                    Não sei se existirá mais retorno. Agora é pegar o trem da história e ver até onde ele vai chegar. Neste trem acho que não serei passageiro. Não tenho mais todo o “tempo do mundo”. Até acredito na juventude Escoteira que está dentro dele tentando mudar a história que eles não fizeram, outros fizeram por eles. Existem ainda os audazes formadores de opinião. Chega a ponto de a gente dar um suspiro e pensar – O que aconteceu? Antes orgulho de um uniforme. Bem postado. Garbo. Respeito. Hoje? Qualquer coisa serve. Inventaram a nova vestimenta. Não perguntaram se queríamos. Decidiram como seria e os preços. Decidiram também acabar com o Azul Mescla. Eles decidem e não perguntam. Antes tinham o traje e diziam que era para os meninos pobres. Alardeiam aos quatro ventos que estamos crescendo. Falam em 84.000. Fico pensando dos países que iniciaram o escotismo em 1910 onde estamos nesta escala. Se 84.000 é muito então não somos nada. Hoje não existe a preocupação de facilitar as taxas cobradas. Taxas de cursos, de Acampamentos Nacionais e Regionais, sem comentar o registro que alguns estados insistem em ter uma parte. Mas eu insisto, eu insisto e vou insistir sempre. Onde estão os resultados?

                  Em um artigo li que a psicóloga norte-americana Hara E. Mannara escreveu criticando a forma frouxa como os pais daquele país estão criando os filhos, formando uma geração de cidadãos apáticos, indiferentes, alienados, e sem compromissos com nada. No Brasil, palestras e artigos acadêmicos também vêm alertando para os efeitos da educação chamada por alguns de “pós-moderna”. Educadores mais ‘à direita’ criticam os pais por criarem uma geração sem compromisso com os valores do lar, da família, da tradição cultural local e do país. Outros não poupam críticas aos efeitos da educação geradora de pessoas individualistas, consumistas, sem gosto pela leitura, sem atitude crítica, desinteressada para transformar o mundo. Poderia me aprofundar por aí, mas coloquem o escotismo nestas palavras. Será isto o que desejamos? O nosso futuro?

                  Não vou me alongar neste tema. Geração sem memória é fruto de um pequeno passado, onde os valores que acreditávamos estão aos poucos desaparecendo. Em cursos inculcaram nas mentes dos escotistas estas mudanças, a maneira de ser e de se apresentar.  No passado tínhamos nosso orgulho de só nós termos uma organização cujas nomenclaturas ninguém tinha. Era um orgulho pessoal de ser chamado de chefe (tão combatido hoje), de termos um Chefe de Grupo, afinal ele não é a figura máxima no grupo? De termos um Comissário Distrital, um Comissário Regional e um Escoteiro Chefe. Ninguém tinha. E a Equipe de Adestramento? Um orgulho em pertencer a ela. Quem é você? Sou um Adestrador. Hoje os sábios mudaram tudo. Sempre tem explicação para tudo. - Fica melhor assim disseram. Agora seremos mais conhecidos. Conhecidos? Acabaram com os nomes das classes que eram orgulho de todos que um dia tiveram uma. Uma tradição que se perdeu. A primeira estrela e a segunda no Boné do Lobo, a Segunda Classe, a Primeira Classe, as eficiências e especialidades. Os nomes mudaram. Tudo moderno agora. Por quê? Porque não mantiveram tudo e alteraram seus conteúdos dentro dos princípios modernos que acreditavam? Precisavam dar um “choque de gestão” em tudo? E a flor de lis também? Isto resolveu ou vai resolver o abandono, a falta de interesse, esta evasão enorme que assola nosso movimento?


                   Geração sem memória. Não, não me entendam como desmemoriados. Nada disto. Apenas com uma nova concepção Escoteira onde a memória do passado não mais existe no presente. Dizem por aí os dirigentes, diretores e escotistas que participam do poder que vai dar certo. Seremos grandes.  Quem viver verá. Não duvido, vai ser um novo escotismo. Diferente do que planejou Baden Powell. Aqueles que desconhecem suas ideias irão aplaudir e eles não estarão errados. Eles são a nova geração que desponta como um escotismo que irão adorar. E a do fundador um dia ficará no passado perdido do tempo. No entender de muitos é aceitar ou largar. Ou então: - “(pegar seu violão e sair por aí cantando a canção do adeus)”. – DURMA-SE COM UM BARULHO DESSES!


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A Legião dos Esquecidos.


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
A Legião dos Esquecidos.

            Estou à procura deles. Alguém sabe onde estão? Porque os procuro em todos os lugares e não consigo encontrá-los? Agora são outros? Não tem rostos? Não tem nomes? Desapareceram no tempo? Deixaram de ser alguém como nós? Foram esquecidos na memória e ninguém mais lembrou que eles um dia foram como nós? Saudades. Muitas saudades. Difícil não relembrar os momentos vividos um dia. Se eles foram bons ou maus não importa, o que importa na verdade é a essência que ficou e marcou. A Organização peca. Eu sei que ela não é consciente e nem viva. Eu sei que ela é inanimada. Não aproxima de ninguém. Se hoje eles não estão mais ao lado dela para ela sim, eles se tornaram uma Legião de Esquecidos.

            E foram tantos e tantos. Os jovens que um dia pensaram em ficar para toda a vida. Os entraves aconteceram e eles se foram. E aqueles que deram o que tinham e não tinham pela organização? Eles fizeram parte da história e a organização esqueceu. Eles sempre diziam que não era para ela e sim para colher flores colorida nos jardins da juventude. Ah! Foram pessoas que passaram e se foram. Tiveram seus momentos e de repente viraram lembranças. Ações que foram geradas no calor de um ideal e hoje, delas os acontecimentos se acabaram. Mas a organização é implacável. Tem as suas convicções e dela não abre mão. Ela vive o sonho de seus devaneios de altivez de pensar que eles aqueles que são a Legião dos esquecidos não tem mais serventia para ela. Afinal eles não saíram por livre e espontânea vontade? Será mesmo? Quantos se foram sem dizer adeus? Ela sabe que tem sempre uma Legião dos presentes que dá força para ela continuar. Quem sabe um dia eles irão para outras plagas e ficaram também no limbo da Legião dos esquecidos.

            A organização não lembra que eles um dia foram presentes sacrificaram o que podiam e não tinham acreditando que ela, a organização estaria sempre ao seu lado. Não foi assim. Nunca foi. Já disse a organização nunca se interessou por eles. Interessa sim pelos vivos presentes nas fileiras do altar que jazem nos escaninhos da organização. Ela se sente bem com a fila que se forma, da reverência que se faz, do sim e o não sem discordar. Ela gosta disto. Sua disciplina é ferrenha. Para ela todos os momentos que eles viveram intensamente acabaram se transformando em memórias tristes que ela faz questão de apagar e esquecer. Pergunta-se a organização o porquê ela não os procurou? O porquê ela não mandou pelo menos uma carta, pequena, simples, sem afetação, com poucas palavras escritas – Obrigado! Você me fez feliz um dia. Quando quiser as portas estarão abertas! Mas Não. Nem isto ela fez e sabemos que ela nunca o fará.

           Para ela, esta Legião dos Esquecidos não existe mais. Não trazem dividendos. São ignorados, não existe gesto de nobreza, não importa o que eles fizeram, sacrificaram os seus que viviam ao seu redor, fez-se dos seus proventos uma doação sem volta. Se ele ficou sem dormir para domar o vento e não importa. O que ele fez para que o vento soprasse com carinho aqueles que estavam ali a dormir sob as estrelas foi esquecido. Ele deu tudo que tinha e nunca foi agraciado, pois ele pensou que seu trabalho era acima da burocracia. Um dia ele achou melhor partir. Tentou ao seu modo achar o caminho a seguir. Ele não acreditava que todos os momentos vividos intensamente acabariam se transformando em apenas memórias tristes ou quem sabe alegres. Para ele agora não vale a pena lutar. Lutar por um ideal. Não o da organização e sim daquele que criou o espirito aventureiro, que pensou que o amor, que a força de um ideal nunca seria esquecido. Pensou que ali estava o verdadeiro caminho do sucesso para formação de caráter. Esta sim foi sua paga quando ali estava sem um retorno da organização que só sabia exigir e não dar nada em troca. Ah! Ela não, mas os jovens foram marcados para sempre em seu coração.

            São tantos, são milhares, estão por aí espalhados nesta terra imensa, que Cabral nos deixou. Eles hoje vivem com suas memórias ainda vivas de um passado. Uma poetiza sintetizou tudo sobre eles. O tempo. O tempo passa tão rápido. O tempo deixa para trás, os momentos vividos. Os bons e os sofridos, mas que jamais são esquecidos. Não há volta, não existe convite de retorno. A Organização não se presta para isto. Ela não importa de quem chega e de quem se foi. Claro, já foi dito e falado, ela não é consciente e nem viva e por isto segue seu caminho sem volta. Não haverá medalhas, não haverá um agradecimento, não existe nos escaninhos de seu ser qualquer menção a ser lembrada dos que se foram. Para ela eles são a Legião dos Esquecidos.

             Ah! Organização. Não precisava ser assim. Esta legião dos esquecidos podia voltar. Tantas coisas a ajudar. Quem sabe um sorriso furtivo ajudaria? Quem sabe uma palavra de carinho? Porque não apagar esta insensatez, esta frieza e pensar que dar as mãos seria melhor? Sei que não. Não adianta remar sua própria canoa. As águas revoltas e os turbilhões da vida levaram a canoa e ela se foi para sempre. A organização esqueceu-se dos remos, agora ela tem quem rema para ela, sempre será assim, com rumos definidos que não comportam em suas fileiras esta Legião dos Esquecidos. E eu fico aqui matutando, e copiando Estefani Moury, que dizia, - E eu continuo olhando as estrelas e lembrando-se do seu sorriso, dos momentos com você vividos que nunca mais voltarão! 

“Estou atrás do que fica atrás do pensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo. Gênero não me pega mais. Além do mais, a vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora. Entender é sempre limitado. As coisas não precisam mais fazer sentido. Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada. Porque no fundo a gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro”.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

E quem precisa dos pais dos Escoteiros?


Conversa ao pé do fogo.
E quem precisa dos pais dos Escoteiros?

                Muitos escotistas comentam comigo sobre as dificuldades encontradas quando procuram os pais para colaborarem em diversas situações no Grupo Escoteiro. Claro, sabemos que vários grupos não têm este problema, portanto nos dirigimos àqueles que nos lêem e gostariam de algumas sugestões a respeito. Os demais eu sei que já fazem assim ou até melhore que estas sugestões. Vejam alguns dos comentários recebidos:

               - Alguns jovens participam com idealismo, mas nunca vi seus pais e quando peço uma reunião com eles, poucos aparecem. - Em época das Assembleias de Grupo e principalmente quando da eleição da diretoria é uma luta para que alguém se ofereça para ajudar, e isto nos poucos que comparecem. - Para qualquer atividade que for necessário uma taxa, isto sem falar na mensalidade, a maioria (os pais) não colaboram e não ajudam em nada. Quando algum Escotista pretende participar de alguma atividade ou cursos para aprimorarem seus conhecimentos, sempre arcam com todas as despesas de transporte e taxas, com isto muitos desistem de prosseguirem na trilha escoteira. - Enfim, sem eles ficamos sem condições de manter o Grupo Escoteiro, e até o registro anual é prejudicado. Ou fica sem fazer ou se registra poucos membros do Grupo.

              É, é uma situação constrangedora. Claro tudo isto não existiria se na entrada do jovem, algumas providencias tivessem sido tomadas. Já vi chefes pagando do próprio bolso taxas para seus Escoteiros, comprando material de campo e muitas vezes deixando seus familiares prejudicados. Depois que eles se acostumaram com este estado de coisas existem poucas as soluções para consertar. Como disse o Chico Xavier não podemos voltar atrás no tempo, mas podemos fazer um novo começo. Vejam alguns exemplos de vários grupos escoteiros que são exigentes na admissão do jovem. Eles são taxativos. Sabem que quem entra no grupo são os pais. A família. Os filhos vem juntos.

               - Em hipótese nenhuma se abre mão para uma inscrição sem os pais. Não importa se ele é amigo do fulano ou sicrano. A ficha de inscrição só deve ser preenchida na presença do responsável e muitos grupos o Diretor Técnico se encarrega disto. Não se abre mão em hipótese alguma para uma admissão. Abriu para uma abriu para todos. Neste dia os pais devem vir acompanhados dos filhos interessados. Eles ficaram a par do que é o escotismo (pai, mãe e filhos) – Eles devem passar por um cursinho ou algumas horas aprendendo o que é escotismo. Este cursinho é feito uma vez por mês. Pais que não participarem não tem a inscrição assegurada. Só após eles são convidados para em um dia posterior a participarem de uma reunião onde serão apresentados ao grupo. Sempre após o cerimonial. Eles os pais e os filhos ficam fora da ferradura), Os pais e os filhos são apresentados a todo o grupo e os filhos ao Chefe da sessão que irão participar.

               - Os chefes da sessão em que foi destinado o jovem ou a jovem já estarão ao par, pois foram informados pelo diretor técnico. Eles discutirão na tropa ou alcateia qual matilha ou patrulha eles irão ficar. Claro que a recepção ao jovem deve ter um destaque especial. Gritos, Grande Uivo (claro que eles não participam e só assistem). Neste primeiro dia os pais são convidados a permanecerem na sede enquanto os filhos estão em atividade. Aproveita-se para uma conversa amigável e quem sabe uma mesinha com café, biscoitos podem ser servidos. É nesta hora que se entrega o programa do grupo (o programa geral, o de sessão é entregue ao jovem ou a jovem pela patrulha). Ficar sabendo em que eles podem ajudar principalmente na preparação de especialidades. É importante que pelo menos uma vez por mês um dos chefes ou membros da diretoria ligue para sua casa para dar um boa noite e dizer que o grupo se sente honrado com a presença da família.

                 O mais importante é que a falta de duas ou três atividades marcadas nenhum deles comparecerem, e após contato telefônico sem resultados é bom ligar e dizer que ficaram triste com sua ausência. Sejam taxativos, lembre-os da conversa no primeiro dia.  Se persistir alguns chefes costumam ir pessoalmente outros mandam por escrito lamentando a ausência, pois as normas são claras para os faltosos. Os filhos infelizmente não poderão mais participar até que a família prestigie as atividades do grupo. Claro, vocês podem dizer que isto é muito radical, mas é bom lembrar que somos um movimento voluntário, sem fins lucrativos e nosso intuito é colaborar com os pais, a escola e a igreja. Nós também somos voluntários, estamos ali ajudando aos pais e eles precisam saber que são eles quem deve agradecer e não o contrário.

                   É importante que o Grupo Escoteiro mantenha algumas atividades para os pais em seu programa, a fim de motivá-los e sempre acontece que muitos deles passam a se interessar mais pelo movimento, oferecendo seu tempo para colaborar como escotistas. Existem exemplos diversos do interesse dos pais pela chefia e há casos de se ter um grande número de chefes advindo dos pais. Isto muitas vezes resolve de vez a falta de adultos tão reclamados por muitos.
Algumas atividades sugeridas:

                 Uma vez por ano, com ajuda de alguns pais, escolher um local onde todos possam passar um dia inteiro, em confraternização (se possível um sítio fora da cidade, que tenha instalações necessárias para os participantes). Nesta confraternização executar um programa nos moldes escoteiros, formando patrulhas de pais junto com os filhos, competições entre elas, com grito próprio, cerimonial de bandeira e encerramento com fogo de conselho (lampião) e a Cadeia da Fraternidade.

                Nas atividades de Alcatéia, sempre ver com a chefia quantos pais serão necessários e convidar aqueles que se propuseram a isto. Comissões internas para em conjunto com a Comissão Executiva (diretoria) desenvolver tarefas tais como: Arrecadação de fundos compras para acampamentos – transporte para atividades de seções – instrutores de especialidades e outras de comum acordo com o Conselho de Chefes e Diretores do Grupo Escoteiro.

                  Alguns grupos costumam se organizar quinzenalmente, com revezamento em uma noite de confraternização na casa de um pai previamente sorteado. Cada família deve levar salgados e doces. Claros que eles ficam para a limpeza, pois o anfitrião cedeu sua casa e não pode arcar sozinho com a limpeza. Bebidas também são de responsabilidades dos pais. Já conheci casos onde os casais aproveitavam para um Karaokê divertido, baile informal etc. Sem caráter de obrigação é uma forma de arregimentar os pais em um ambiente escoteiro onde se conversa temas de interesse de todos.


                 Lembramos que o grupo é uma grande família. Os pais participam dela também. Uma perfeita sincronização com o Conselho de Chefes mensal deve haver para que a troca de ideias, sugestões e outros, poderão tirar duvidas e aprimorar mais e mais o aproveitamento dos pais. Espero ter colaborado, mas se quiserem mesmo ter os resultados esperados, mãos a obra. Um poeta já dizia: Quem quer anda, quem não quer manda! E não deixe para amanhã o que pode fazer hoje!