terça-feira, 27 de março de 2012

NADA A DECLARAR!


NADA A DECLARAR!

A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança.

Quem dizia isto? Acho que poucos se lembram. O ministro Armando Falcão foi quem cunhou a frase que ficou célebre. E hoje eu estou plagiando, pois não tenho nada a declarar. (mais tarde ele escreveu um livro – Tudo a Declarar, mas não declarou nada. Risos). Declarar o que? Desculpem, acho que tenho muito a declarar. Estou lendo o inicio de uns artigos que postei em meus blogs e pensando.

“Castas” – existem mesmo no escotismo? – Castas em sociologia, são sistemas tradicionais, hereditários ou sociais etc. e etc. É um artigo longo. Comparei esse sistema com a maneira com que funciona a direção no nosso escotismo. Sei que muitos não concordam, mas a uma luta desigual para atingir esse privilegio.

Democracia Escoteira um artigo – Sempre falo nisto. Também muitos discordam, chegam mesmo a me dizer que devia ver como foi conduzida na maior lisura tal e tal reunião ou Congresso. Nossos dirigentes são como nossos pais, (apenas um exemplo) sempre estamos ali agradecendo o que eles fazem em nosso beneficio. Um chocolate para adoçar a boca. Não perguntam o que queremos, apenas decidem e como somos obedientes e disciplinados, aceitamos sem discutir.

A Ilusão dos Iludidos – Quando escrevi esse artigo foi interessante. Na época disse que era um tema polemico. Muitos discordaram. Sempre aqueles que dizem - Devemos preocupar com os jovens, deixar de lado os que querem dominar. Que eles se entendam. “Eu estou fora”. Isto até soa como subversão para mim. Afinal de que valeu meus 64 anos atuando no escotismo? Tenho que ficar “na minha” e bater palmas para os que dirigem? Afinal não os escolhi. E estão sempre lá se reelegendo ou mesmo indicando quem deve assumir em seus lugares. É difícil pensar que alguém se preocupa. Lembra-me um adágio do Velho cego conduzindo outro cego e ambos caíram em um buraco.

O Escoteiro que luta só foi outro artigo – Sei que tem muito com eu. Uns poucos dizem o que pensam outros nada dizem. Alguns sempre a me mostrar que estou errado, que não é assim, e tem cada um com palavras lindas que quando olho suas fotos me parecem ver auréolas brilhantes sobre suas cabeças (risos). Queria ser assim. E aqueles que dizem – "Chefe" Escoteiro, esqueça isso, vá procurar um grupo, veja o sorriso da meninada! Nestes dou risada. Afinal várias centenas de jovens cresceram no escotismo que colaborei. E quantos milhares de sorrisos. Tenho resultados. Muitos.

São tantos e tantos artigos. Palavras ao vento. Existe uma aceitação que me amedronta. Não vejo ninguém se preocupando com a estrondosa rotatividade dos jovens no escotismo. Nem estão nem aí com as mudanças, se estão ou não acabando com as tradições. Não enxergam este número sazonal de vai e vem em registros na UEB. Uns defendendo que estamos crescendo (?). Não existem consultas e quando existem são para uma minoria. Não existem uma maneira mesmo que razoável em acreditar em democracia.

Um diz que foi julgado em uma Comissão de Ética e não sabia. Não fora informado. Graças a Deus que foi absolvido. Não é preocupante isso? Afinal quantos estão sendo julgados nessas comissões? Sem direito de defesa? Mas eles batem palmas. Dão-se por satisfeitos. (quem sabe eu estou lá sendo julgado e condenado?). E assim segue uma liderança que sempre é escolhida por eles mesmos e nunca será substituída. A capitania hereditária existe no escotismo nacional. Talvez em algumas delas um ou outro perca o poder. Mas quem o adquiriu sabe, vai lutar até as últimas consequências para ficar lá.

E se alguém como eu levantar a voz, centenas dirão – Cala-te "Chefe" Escoteiro! Não sabes que o Escoteiro é obediente e disciplinado? Não sabes que eles podem te processar? Já pensou? Você não poder falar mais nada? Não sabe que na nossa promessa dissemos que devermos servir a União ados Escoteiros do Brasil? E lá vamos todos a continuar como seguidores. Poucos levantarão a voz. Mas eu não. Agora vou dar um tempo. Estou escrevendo muito. Contos, histórias, todas vendo os meninos e meninas com a mente sã. Vivendo a plenitude do que é o sonho de todos os jovens escoteiros.

E amigos, podem pisar no meu “calo”. Vou ficar quieto por algum tempo. Vou assistir de “camarote” e rir de mim mesmo com essas bravatas que estou lendo. – Foi tudo lindo! Uma democracia perfeita! Tudo muito bem estruturado. Direitos iguais! Risos. Mas os mesmos da corte foram reconduzidos. E viva a democracia Escoteira! Antes que esqueça – Foi distribuído lá uma profusão de medalhas! Risos.

Sem ofender, pois tenho o maior respeito por todos os Escotista do Brasil e do mundo, sempre quando vejo os ânimos calmos, elogios aos dirigentes, entrega de medalhas em profusões a quem pertence ou se uniu a corte, me lembro de uns provérbios interessantes, que aqui transcrevo sem endereço fixo:

A bom entendedor meia palavra basta. 
A corda sempre arrebenta pelo lado mais fraco. 
Anda em capa de letrado muito asno disfarçado. 
As paredes têm ouvidos. 
Briga o mar com a praia, quem paga é o caranguejo. 
Cada cabeça, cada sentença. 
Cada leitão em sua teta. 
Cada louco com sua mania. 
Cada macaco no seu galho. 
Água e conselho só se dão a quem pede. 
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. 
Águas passadas não movem moinhos. 
Nada como um dia depois do outro. 
De grão em grão a galinha enche o papo. 
Em boca o seguro morreu de velho e a prudência foi ao enterro (funeral) 
Em boca fechada não entra mosca
 Para bom entendedor meia palavra basta 
Ri melhor quem ri por último. 
Ri-se o roto do esfarrapado e o sujo do mal lavado. 
Quando a barriga está cheia, toda goiaba tem bicho. 
Quando a esmola é demais, o santo desconfia. 
Quando o dinheiro fala tudo cala. 
Quando o pobre come frango, um dos dois está doente. 
É nos tempos maus que se conhecem os bons amigos. 
É preciso ver para crer. 

Bem chega por hoje, que cada um faça bom proveito. Risos e risos

"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
 (Luther King)


sábado, 24 de março de 2012

As três portas do sucesso – Parte I - II e III


As três portas do sucesso – Parte I

A Alcatéia, a Tropa Escoteira e a tropa Sênior.

Deveriam ser quatro. Porque não incluí a última ficarei devendo. O Clã Pioneiro. Claro tem validade. Muita mesmo. Entretanto neste artigo não é primordial na aplicação do método Escoteiro que vou explanar aqui. Sua importância não se discute. É fundamental. Mas não cabe agora comentar. Por quê? Um artigo sobre os pioneiros pretendo escrever proximamente. Afinal fui um deles. Outra época, mas fui por dois anos e meio.

Muitos podem discordar e até aceito. Mas a porta principal do movimento Escoteiro é a tropa Escoteira. Ela é o coração do Grupo Escoteiro. Com o passar dos anos as idades sucessivas para as sessões escoteiras foram alteradas, sempre pensando no desenvolvimento do rapaz. As idades que na maneira de ver dos dirigentes deveriam receber formação Escoteira foram alteradas através dos tempos conforme se pensa da maturidade nos dias de hoje.

E os Lobinhos? Não são importantes? Claro que são. Mas vejamos – BP vendo que os “pequenos” também queriam participar deu uma oportunidade a eles. Como não podiam ainda viver a vida aventureira do Escoteiro, surgiu os lobinhos com a fenomenal ideia da Mística da Jângal. Assim como os escoteiros, naquela época tudo era muito simples. Nada como o tal mundo sociológico e pedagógico de hoje. Risos.

Sempre houve uma preocupação com a tropa Escoteira. Sem desmerecer, ela é um baluarte em qualquer Grupo Escoteiro. É comum termos alcateias sempre cheias. Mas as tropas não são fáceis de manter. Tanto que nem sempre os lobos advindos da alcatéia permanecem muito tempo na tropa. Existem é claro aqueles abnegados e também existem boas tropas que sabem receber e manter o lobo em seu meio por mais tempo. Mas isso é exceção e não a regra.

Se olharmos com atenção, os seniores/guias tem sempre o menor número das sessões escoteiras. Por quê? Porque todos os jovens que passam para esta tropa abandonam em menos de um ano? Em minhas andanças por este Brasil afora, vi poucas tropas seniores/guias com mais de duas patrulhas. Advindos todos da Tropa Escoteira só encontrei uma meia dúzia com quatro patrulhas. Se não fosse as moças acredito mesmo que ter duas seria uma exceção e não a regra. Será um tema interessante para discutir.

Portanto a Tropa Escoteira era e ainda é o sustentáculo da permanência dos jovens dentro da vida Escoteira. Se ela for realmente uma tropa onde se pratica um bom escotismo, é claro que muitos desses jovens ao passar para a idade da Rota Sênior irão pelo menos “engordar” mais as patrulhas que lá estão. Mas não podemos e esquecer que, se eles aprenderam a opinar, a sugerir, a fazer seus próprios programas e ali forem tolhidos pelos chefes, não irão ficar por muito tempo.

Acredito, portanto, que as três partes do sucesso do escotismo são: A Alcatéia, A tropa Escoteira e a Tropa Sênior. Agora temos que pensar que sem uma boa tropa Escoteira dificilmente o Grupo Escoteiro irá ter o sucesso esperado no seu crescimento quantitativo e qualitativo. Pretendo dissecar o assunto com mais clareza em artigos futuros. É para ela que sempre se volta o pensamento quando se organiza um grupo e é ela quem dará o caminho para o sucesso a todas as demais que irão se materializar ali.

Para não alongar, no próximo artigo irei dar minhas opiniões sobre a tropa Escoteira em especial. As três partes do sucesso da Tropa está presente nesta sessão de outra forma. Podem ser reconhecidas como O Monitor a Patrulha e a Corte de Honra.  Aqueles que por um motivo ou outro não concordam com o meu raciocínio, aceito de bom grado. Insisto e torno a insistir que somos amadores. Se não nos virem assim nunca iremos fazer o escotismo como queria Baden Powell (BP).

E torno a afirmar que nosso movimento é de fim de semana e não semanal. Quando todos nós nos imbuirmos que nosso voluntariado deve ser exercido de maneira simples, então tenho a certeza que vamos ter sucesso em nossa jornada.

As três portas do sucesso – Parte II

A Tropa Escoteira

Quem viu o vídeo de Ian Hislops, sobre a vida de Baden Powell (BP) (Escotismo para Rapazes segundo Ian Hislops – Ficheiro único (pt-pt) no You Tube poderá ter uma ideia mais clara do que significa escotismo tradicional, ou seja, na minha modesta opinião escotismo em sua forma simples, atingindo de maneira clara seus objetivos. Sempre acreditei que isso que o jovem procura quando adentra no escotismo.

As ideias e as práticas com o passar dos anos foram sendo alteradas. BP nos deixou um legado. Muitos hoje em nome dele dizem que se estivesse vivo estaria mudando também. Será? (quantos gostam de falar por ele). Quando ele escreveu em forma de fascículos o Escotismo para Rapazes, estava assentado as bases do movimento Escoteiro. Os jovens aos milhares começaram a fazer o escotismo na sua forma original. Claro precisavam de um rumo. Se isso não acontecesse não seria benéfico para uma organização que se avizinhava.

E foi aí que surgiu à organização. Homens querendo dar um rumo a historia do escotismo. Lembramos que conforme Aldous Huxley em seu livro Admirável mundo Novo ele dizia: Uma organização não é consciente nem viva. Seu valor é instrumental e derivado. Não é boa em si, é boa apenas na medida em que promoveu o bem dos indivíduos que são parte do todo. Dar primazia as organizações as pessoas é subordinar os fins ao meio. A organização precisava mostrar a que veio.

Se pudéssemos ver o passar da história veríamos que a cada década um pouco do escotismo original mudava. Agora acrescentavam suas ideias no método escoteiro na forma como começou. Chegamos a tal ponto que hoje os pedagogos entre outros acreditam piamente que o passado deve ser enterrado. O escotismo na sua nova fórmula atual não permite a simplicidade. Os cursos de formação a cada ano vão dando novo sabor ao aprendizado. Ainda lembro que quando comecei a labutar na seara do adestramento, os manuais mimeografados eram ainda em língua inglesa. Não era a pureza na sua forma original, mas se aproximava muito.

Seria interessante ver que na “época de ouro” se podemos chamar assim, o aumento quantitativo foi surpreendente. Analisar o que aconteceu em muitos países seria difícil, mas em alguns deles o escotismo chegou a multiplicar-se anualmente. Porque os jovens gostavam tanto? Todos irão responder que era pela maneira nova e simples que se apresentava aos rapazes, dando oportunidade a todos que ali ingressassem em ser heróis, a fazer o que sempre liam nos quadrinhos. A busca da aventura, das atividades mateiras, enfim o sonho de toda criança.

E o tempo foi passando. Em nosso país ele não cresceu tanto. Poderia analisar aqui talvez os motivos. Mas fica para um futuro próximo. É bom lembrar que tudo já foi absorvido e aplicado de maneira constante e sistemática. Isto se tornou um hábito de comportamento. Esta a maneira com que os ditadores fazem para mudar a mentalidade dos seus povos. Não quero dizer que no escotismo tenhamos ditadores, não.  Mas os dirigentes a cada ano passaram a pensar pelos jovens. Passaram a dizer o que é bom ou ruim para eles.

O escotismo na sua forma original passou a ser considerado ultrapassado e ineficaz. Não deram condições de ver o outro lado. Quem sabe se tivessemos seguido outro caminho ele poderia ser mais bem aceito pelos jovens do que é hoje. As mudanças foram feitas. O advento da internet, da TV avançada, do celular da ultima geração. Ou então a velha crença de que os jovens estão crescendo mentalmente acima de suas idades. Penso que isso deu espaço para que o desejo da aventura fossem substituídos por outros valores. A debandada foi natural. Muitos ADULTOS falando em nome dos jovens.

As três portas do sucesso – Parte III

A Tropa Escoteira

Tentaram colocar os jovens para opinar. Como? Já havia um hábito de comportamento entre eles. Aprenderam com a nova terminologia. Agora só se sabia fazer o que faziam. Não tiveram nenhuma possibilidade de fazer o que BP pensou nos primórdios escoteiros. Não funciona agora! – Dizem. Se alguns de voces prestarem atenção no que falam alguns jovens que publicam em sites de relacionamentos, se vê que o desejo da aventura está ainda arraigado em seus pensamentos. Já viu algum deles dizerem que adoram as provas escoteiras para pesquisa na internet?

É como dizem. Temos que mudar para viver bem no meio sociológico e pedagógico de hoje. Os jovens querem mudar. Estão pensando diferente. Vamos dar a eles o que eles querem. Será mesmo? Sempre adultos falando em nome dos jovens. Sei que tem muitas tropas espalhadas pelo rincão brasileiro que ainda vivem um pouco da originalidade. Não se preocupam com as mudanças. Fazem ou dizem que fazem o escotismo tradicional.

Lembro-me bem que nosso "Chefe" Escoteiro era uma pessoa esplendida. Não ficava ali a apitar, fazer sinais manuais e inventar atividades sociológicas e pedagógicas. Cada um de nos tinha em suas casas o Guia do Escoteiro. (escrito pelo Almirante Benjamim Sodré em 1925). A cada página uma descoberta, uma aventura, um desejo de fazer o que estava escrito. Sei que hoje isso não é possível. Mas se pudesse se tivesse condições iria fazer uma tropa nesses moldes. Convidar oito rapazes. Entregar a cada um deles o Guia do Escoteiro e perguntar um mês depois – E aí? Vamos fazer nossa Patrulha? E tenho certeza que quase todos iriam topar.

Seria é claro algum novo. Deixar que eles fossem responsáveis pelo seu adestramento, sua formação. Mas podem me dizer, é isso que fazemos hoje. Não é não, irei responder. Poucos sabem fazer o Sistema de Patrulhas. Poucos deixam que os monitores façam sua Patrulha andar. Sempre o adulto com seu novo manual na mão a dizer – Vamos treinar isso e aquilo. (vejam meu artigo o Sistema de Patrulhas para não ficar repetitivo).

Seria bom que muitos dos leitores revissem suas estratégias. Sei que poucos procuram estudar melhor a falta de motivação de novos para terem suas tropas completas. É como se fosse uma obrigação semanal ir à reunião e voltar para casa. Mas acredito que muitos devem se perguntar – O que estou fazendo aqui? Formar cidadãos honestos? Mas como se a cada ano sempre tenho escoteiros novos?

Uma pena que poucos grupos tem em suas fileiras as bases escoteiras completas. Sessões em que as vagas são poucas. Mas que lutam para criar outras dando maior poder de participação àqueles que ainda não conhecem o escotismo e agora se motivaram. O vídeo de Ian Hislops nos mostra que aquele escotismo nos seus primórdios ainda persistem em muitas mentes de jovens pela nossa nação hoje e claro pelo mundo.

Melhor seria que nossos audazes dirigentes mudassem nosso nome ou mudassem nosso método. Aprender a fazer fazendo está complicado. Muitas interpretações. Cursos de formação para isso e aquilo. Bastava que dissessem, vamos ver as tropas Escoteiras em ação? Liberdade de pensamento, democracia nas patrulhas, respeito as suas ideias e isso seria o começo de uma nova era.

E para terminar, nada melhor que o que Kipling, que não era Escoteiro escreveu:
   “ Quem ao crepúsculo já sentiu o cheiro da fumaça de lenha, quem já ouviu o crepitar do lenho ardendo, quem é rápido em entender os ruídos da noite;... deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido...”.


terça-feira, 20 de março de 2012

O SISTEMA DE PATRULHAS I


Três artigos sobre o sistema de Patrulhas.
Aguardem o terceiro

O SISTEMA DE PATRULHAS I
                                                                   
“Cada Tropa Escoteira é formada pôr duas ou mais Patrulhas de seis a oito rapazes. O principal objetivo do Sistema de Patrulhas é dar responsabilidade real a tantos rapazes quantos seja possível. Isto faz com que cada rapaz sinta que tem pessoalmente, alguma responsabilidade pelo bem de sua Patrulha. E leva cada Patrulha a ver sua responsabilidade definida para o bem da tropa. Através do Sistema de Patrulhas os escoteiros aprendem que tem uma considerável participação em tudo que a sua tropa faz”.
Baden Powell

- Se estou entendendo - falou um dos jovens chefes - O senhor esta afirmando que o sistema só funciona com liberdade - Deixar que eles façam desde que devidamente instruídos, preparados e adestrados. Mas e as outras atividades em conjunto?

- Nunca deixaram de existir! - “falou o ““ Velho” Escoteiro - Vocês devem medir a disponibilidade de tempo para que possam guiar a Tropa. - Repito - G U I A R! - Não dirigir. Para isto é necessário algumas reuniões nos dias de semana. Com o tempo os próprios monitores vão procurá-los em suas casas, desde que autorizados para isto e é claro que devem ser autorizados. A amizade que vai uni-los é a mais importante na Direção da Tropa.

- Deve haver diversas atividades em que todos estarão presentes. Seja na sede ou no campo. O que se está insistindo aqui é que os monitores é que dirigem, adestram, ensinam e acompanham o crescimento dos escoteiros da patrulha. Estes, democraticamente fazem do monitor o seu porta-voz. Foram eles que os escolheram e o elegeram.

- Este é o motivo da insistência de termos rapazes advindos do movimento liderando tropas Escoteiras. É claro que nem sempre isso é possível e assim o voluntário terá que ser bem adestrado e se possível fazer algum tipo de estágio em outras tropas que aplicam corretamente o Sistema de Patrulhas. Por experiência eu sei que um adulto que não passou pôr esta fase, nunca vai acreditar ou só acredita pela metade na responsabilidade da patrulha em dirigir a si mesma.

Ele vai fazer uma projeção totalmente errônea do Sistema de Patrulha, sempre baseada em sua experiência, que pode ser da sua vida passada ou da sua atividade profissional. Mas se bem orientado, bem adestrado, tenho a certeza que ele vai ser um excelente Escotista completou. - Tudo vai fluir facilmente se observarem os princípios do método escoteiro. Uma boa patrulha vai bem se a democracia é posta em pratica sempre.

Para isso a Patrulha deve ter livre arbítrio para participar, sugerir e votar. Algumas tropas tem um conselho de monitores cuja função é de assessorar assuntos ou temas que possam ser resolvidos sem a necessidade da Corte de Honra. Principalmente a discussão de programas de tropa ou mesmo de atividades extra sede. O “Velho“ não demonstrava sinais de cansaço e entre uma ou outra conversa e uma cachimbada, aumentava o volume de sua velha vitrola, cujo disco de um trio famoso em sua época, repicava velhas e saudosas canções escoteiras.

Lá fora, uma lua cheia e “rechonchuda” brilhava no céu, e pela janela, apesar das luzes acesas, invadia sem permissão parte da Sala Grande. O Sistema de Patrulhas em principio parecia ter sido absorvido pôr todos, mas à medida que discutíamos detalhes, mais e mais chegávamos à conclusão que pouco sabíamos. E era tão simples! - Chefe - monitor - escoteiro - escoteiro - monitor - chefe! - Simples mesmo.

- Vocês não devem esquecer - falou o "Velho" Escoteiro - O Sistema de Patrulhas é um trabalho em Equipe. Através dele vamos dar aos jovens noções de civilidade, harmonia, compreensão, democracia, honra, fraternidade e formação da personalidade sem impor determinações que não condizem com a formação do caráter. Trabalhamos com o todo, mas visando a unidade, lembrem-se que colaboramos e não substituímos os pais na formação do jovem na escola e a igreja e família. Não sei se me fiz entender bem! - completou o “Velho”.

- O Programa Escoteiro já é conhecido de vocês e basta aplicá-lo. O inicio é simples e para isto a tropa pode ajudar e bem. Em uma conversa ao pé do fogo, em um acampamento de monitores ou em uma reunião de tropa, tracem algumas metas e deixe que cada um use da palavra para alterar o que achar conveniente. Peçam aos monitores para irem anotando. Quinze a vinte minutos no máximo. Maior tempo é cansativo e não vai ser produtivo. Depois, nesta mesma reunião ou numa próxima, sugiram uma Reunião de Patrulha, para discutir novamente os tópicos e o seu desenvolvimento.

- Lembrem-se que ali devem ter dados concretos, pois eles é que vão dizer as metas a serem cumpridas, tanto no programa da tropa como no adestramento progressivo de cada um. É importante que cada jovem tenha uma copia da ficha modelo 120(não sei se existe outra) para anotar e acompanhar como está indo o seu adestramento progressivo e todas as vezes que for alterada o monitor apresenta ao chefe da Tropa para atualização de uma segunda via e devolvida. A “Corte de Honra“ define sempre as etapas onde se exige parte da Lei e Promessa.

- Claro que uma só reunião não será o bastante. Talvez mais. Cada tropa tem suas necessidades. Mas em três reuniões, seja de patrulha, Conselho de Monitores e Corte de Honra, acredito que terão um programa sadio e pronto para ser desenvolvido. Isto acaba com “detalhes” de programa semanal, mensal e trimestral. Falo assim, pois tenho visto dezenas de amadores falando sem nexo sobre o Sistema de Patrulhas e o pior, nunca passaram pôr isto. Falam na teoria e na prática não se vê os resultados.

- Lembre-se, o importante é deixar boa parte do programa na mão dos jovens. E vai funcionar. Disso tenho certeza. Compete a cada um acompanhar e se necessário alterar de comum acordo com os monitores e sempre levando em consideração a disponibilidade da chefia. A cada passo deve-se verificar o resultado. Este é que deve ser cobrado a todo instante. Afinal, qualquer programa pode sofrer uma correção de rumo e se for o caso, discuta novamente com eles. Se passarem um ano fazendo assim e conseguirem manter pelo menos 65% dos jovens na tropa com etapas sendo vencidas estão no caminho certo.

 É um percentual baixo para uma boa tropa, mas acredito que a media em nosso país não passa de 25%! - Tudo isto tem de vir acompanhado da parte mais importante que é a Lei e a Promessa. Façam seus escoteiros decorarem-na. Eles tem de saber na ponta da língua o que é e o que significa. A cada segundo não deixe de repetir para você e para eles uma Lei.

E para finalizar, toda experiência é valida se depois de anos verificarem que deu certo ou não. Muitos chefes não acreditam nisso, pois aprenderam infelizmente com outros que não tiveram esta experiência ou mesmo em muitos casos nem passaram em tropas bem formadas no sistema de Patrulha. Acredito que os resultados só serão visto a longo prazo.

Os raios do luar não respeitava a rua pôr onde passávamos. Deserta e calma, sentíamos o orvalho a cair e o aroma gostoso completava nossa caminhada no começo daquela manhã. Acredito ter valido a pena ir para casa aquela hora. Nós três, cada um contando cada um suas façanhas do passado, algumas vezes cantando as velhas canções escoteiras. Graças ao “Velho” sentíamos orgulho em participar do Movimento Escoteiro.

Leiam a seguir – O SISTEMA DE PATRULHAS II


O SISTEMA DE PATRULHAS II (CONTINUAÇÃO)


Eu sou parte de uma equipe. Então, quando venço, não sou eu apenas quem vence. De certa forma termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas!

O Sistema de Patrulhas parte II (continuação)


Eu gosto do tema. Gosto de debater, discutir e tentar mostrar a mim mesmo até onde tenho razão. Lendo sobre o que significa razão vi que seria a capacidade da mente humana chegar a conclusões a partir de suposições ou premissas. A razão seria por assim dizer associada à natureza humana, e que é único e definidor do ser humano. Ela permite identificar e operar conceitos em abstração, resolver problemas e encontrar coerência ou contradição entre eles.

Vejamos. Existe uma gama imensa de escotistas e dirigentes, sejam os que estão atuando em tropas, seja como assessores ou mesmo os Formadores que tem grandes conhecimentos do Sistema de Patrulhas. Estes últimos podem ver o tema de uma maneira ampla, já que possuem vasta experiência além de material didático de primeira qualidade. Se não é assim pelo menos deveria ser. Mas porque falhamos tanto no Sistema de Patrulhas? Porque ele ainda não foi absorvido completamente por toda a comunidade Escoteira que lida com tropas?

Bons programas, técnicas escoteiras, crescimento individual nada mais são na minha modesta opinião que um bom Sistema de Patrulhas aplicado corretamente. Outro dia li um artigo, onde um Escotista conhecedor do ramo discorreu sobre a falta de motivação dos jovens, tentando mostrar que tudo isso era proveniente de bons programas, agradáveis, chamativos enfim tudo aquilo que sabemos ser a pura verdade. Alerta o Escotista que os chefes deviam se preocupar muito com seus programas, procurando ler e conhecer melhor a literatura Escoteira, participar mais de cursos de formação e claro, ter um bom “estoque” de fichas de jogos atrativos.

Continua o "Chefe" Escoteiro que um bom Escotista é aquele quem mantem sua tropa dentro de padrões pelo menos razoáveis, dando a eles não só a alegria de continuar participando, mas encorajando-os a trazerem seus amigos às lides escoteiras. Se os chefes conseguirem fazer programas tecnicamente agradáveis os jovens terão mais motivos em continuar. Sim, para ele a chave do sucesso será a confecção de bons programas.

Nada contra. Muito antes pelo contrario. Risos. Mas digam-me, como conseguir tudo isso? Afinal sempre fomos amadores, sem muito tempo livre, dedicando com alguma dificuldade nos fins de semana. Sempre corrido na área profissional familiar, social e ainda colaborar dentro de um Grupo Escoteiro. Vi por diversas vezes escotistas em reunião, seja na sede ou em casa de um deles, se “matando” para fazer bons programas. Na época assim como hoje tinham a preocupação de fazer programas pensando crescimento individual de cada um jovem participante.

Ufa! Que luta. Pensava comigo, se isso é o certo, porque os dirigentes não deixam pronto programas para um, dois ou três anos já escritos e testados em forma de manuais? Não seria melhor? Você pega o manual vai para a sede e ali está: - Duas horas, bandeira, oração, inspeção. Duas e quinze jogo ativo. Duas e quarenta... E assim até o final. Como dizem – Maneiro! Assim até eu! Risos. Claro que não. Não é o caminho. Mas então qual é o caminho? Não é certo? Por quê? Não seria meio caminho andado? Afinal se os entendidos sabem como deve ser uma boa reunião de tropa, que vai prender os rapazes e moças seria bem mais fácil entregar para eles um material perfeito nos seus objetivos.

Se isso fosse feito será que a evasão que assola de maneira impiedosa as tropas escoteiras não só no Brasil, mas em muitas nações que praticam o escotismo, não iria diminuir? Porque não o fizeram até hoje? Claro sabem que não é benéfico. Não é assim que deve ser feito. Mas como então? Não sei hoje, mas no passado, o Questionário parte III da Insígnia da Madeira era sucinto neste tema. Se você colocava uma resposta fora do contexto era devolvido. Vi casos que um Escotista teve que refazer onze vezes as respostas.

Mas o que está acontecendo então para que muitos me questionem que não sabiam que o Sistema de Patrulhas era assim (vide Sistema de Patrulhas I). Achavam que não era possível realizar programas e desenvolver com os rapazes e moças a maneira como descrevi. Um pelo menos apresentou uma dezena de razões. Fiquei pensando que aprenderam infelizmente com alguém que nunca dirigiu tropas nestes moldes. Sem criticas. Desculpe. Mas ninguém é sã consciência pode ensinar um tema se não fez e sentiu os resultados. Resultados que demoram anos para aparecer.

Há alguns meses tive a oportunidade de dialogar com rapazes e moças no MSN no Orkut e até através do meu e-mail o que eles achavam de opinar e sugerir sobre as reuniões ou deixar por conta dos chefes o programa. Sabe o que responderam? Gostamos da surpresa do programa. Não interferimos. Eles sabem mais que nos! Beleza! Acabaram com o método Escoteiro. Esses jovens não tiveram a oportunidade de aprender que eles são os responsáveis pelo seu crescimento. Eles nunca iram guiar, pois são guiados. Mas aí vem a pergunta: - Quanto tempo vai durar essa surpresa?

Sempre disse aos chefes que antes de tudo, procurem se informar melhor o que fazem os jovens em seus bairros. Se eles tem programas escritos, a curto médio e longo prazo (risos) se algum adulto ajuda ou se os pais tem participação ativa. Não tem. Conheço turmas de bairro que estão juntos há muitos anos, sem ninguém abandonar a turma e todas as noites estão lá. Firmes. No escotismo não. A Patrulha é formada e ela não passa de uma massa de manobra de adultos que acreditam estar fazendo o certo. Criticar? Nunca. Eles aprenderam assim.

É difícil, eu sei como é. Já vi vários chefes que quando chega à sexta feira começam a se perguntar: O que farei amanhã? O trabalho me absorveu tanto na semana que nem tive tempo de preparar alguma coisa. E no sábado o “coitado” lá está com um programa improvisado, tentando agradar e vendo a maioria dos seus jovens faltando. Será que eles voltam na próxima? Mas não era para ser assim era? Afinal ele fez muitos cursos e aprendeu que os jovens só permanecem enquanto os programas forem melhores que os seus em seus bairros. Nada como uma boa “pelada” com a turma, ou bom filme a ser visto com as amigas ex-escoteiras.

Mas vá dizer para eles, os chefes – Olhem, o Sistema de Patrulha é o caminho. É a salvação. Trabalhar com monitores. Dar vida a tropa. Ouvir mais do que falar, prometer menos. Chega de promessas não cumpridas. Saia da sua estreita rotina meu amigo. (isso foi BP quem disse).  Claro vai ser difícil agora. Você os ensinou a pescar na poça d’agua da rua e até eles verem que ali não tem peixe vai demorar. Mas nunca é tarde para começar. Ficha modelo 120 para todos. Que eles juntos com seus monitores sejam o responsáveis pelo seu adestramento. Que a Patrulha participe. Que A reunião de Patrulha aconteça em todas as reuniões. Façam de seus monitores os responsáveis pela Patrulha.

Mas já falei muito sobre isso. No meu ultimo artigo sobre o Sistema de Patrulhas fui enfático. E quem sabe com esse complemento ajudo em alguma coisa? Procurem ver a realidade. Somos amadores. Como amadores somos bons e como profissionais somos uma negação. Veja a coisa com simplicidade. Você não tem todo tempo do mundo. É preciso ver que o escotismo é um movimento de fim de semana e não semanal. Quando os jovens participarem ativamente dos programas que eles próprios criaram, vai ver que seu tempo será maior, que a evasão vai diminuir e que o crescimento deles com as provas de classe serão o que sempre você esperou.

Acrescento que você vai intervir sim no programa. Vai dar um colorido especial sem tirar o excencial que eles fizeram. Mesmo que achar que não é um bom programa. Será bem mais fácil do que fazê-lo por completo. E lembre-se sempre se eles fizeram o programa É PARA ELES E NÃO PARA VOCE! Eu mesmo acredito que não fizeram ainda um manual de programas de reuniões de tropa porque sabem que esta não é a finalidade. Não existem duas tropas iguais. Cada uma tem sua característica, seu estilo e suas necessidades. Desenvolver para que a maioria consiga suas etapas, conseguir o Liz de Ouro ou o Escoteiro da Pátria. Não será fácil, mas não é impossível. Chega de ter um ou dois que conseguiram e os outros não. 

Eu teria mais mil coisas para escrever aqui. Difícil falar tudo que sei. Afinal foram dezenas e dezenas de anos fazendo e dando certo. Quem sabe um programa só para fazer uma grande pioneirias por patrulha. Um programa para ensinar aos monitores como montar um campo de Patrulha, um programa para fazer um fogo espelho, fogo do lenhador, e tantos fogos que irão servir como o inicio de grandes atividades. Um programa gostoso lá no campo sem essa de dez minutos para isso e quinze para aquilo. Esqueçam o relógio. Eles nos seus programas em seus bairros nunca se preocuparam com isso. (a não ser a hora de retornar conforme instruções dos seus pais – risos).

E deixe a coisa andar. Caminhar. E o Caminho para o Sucesso tenho certeza será o caminho de sua tropa. Se isso for feito tenho certeza que estará no caminho certo e em poucos anos vais ver que agora é bem mais fácil fazer o escotismo andar! Com suas próprias pernas! E viva Caio Vianna Martins. Dê tempo ao tempo. Se você nunca fez assim vai demorar um pouco para que o Sistema de Patrulhas engrene. E não se preocupe com jogos. Vá lendo um e outro livro sobre o tema. Anote. Quando "Chefe" Escoteiro andava sempre com uma caderneta (risos, hoje os tais celulares de mil e uma utilidade) anotando quando tinha uma boa ideia.

Consiga o seu sucesso. Consiga o sucesso da sua tropa. E então irá dormir tranquilo depois da reunião. Do acampamento. É isto aí meu caro "Chefe" Escoteiro e minha cara "Chefe" Escoteira. E lembre-se, é você e só você pode fazer com que dê certo. O caminho para o sucesso é seu. Use-o como achar melhor!

Enquanto estiver em uma equipe, siga o exemplo de seus dedos e lembre-se de que eles não fariam nada sozinhos.

domingo, 18 de março de 2012

A Patrulha de Monitores


A patrulha dos Monitores

Todos nós, que fomos ou somos Escotistas de tropa escoteira, seja masculina ou feminina, temos um carinho especial pelos nossos monitores. Claro eles são a razão do sucesso da tropa. Eles são diferentes, mais adestrados, mais experientes. Muitas vezes estão mais próximos a nós. Afinal é com eles que falamos no desenvolvimento na tropa, dos jogos, dos avisos, dos acampamentos enfim, são eles os nossos olhos e ouvidos junto aos demais escoteiros.

Isso não cabe nenhuma dúvida. E são mesmos os responsáveis diretos para o adestramento da sua patrulha e claro com a ajuda dos subs. Todos os chefes que assim agem sabem das vantagens de ter bons monitores e isso faz com que o crescimento progressivo não perca solução de continuidade. O monitor e o sub estão mais próximos, podem colaborar nas etapas e fazer com cada um de sua Patrulha conquiste as etapas com mais facilidade.

O Escotista e os assistentes de uma tropa escoteira tem sempre um bom relacionamento com eles e considera a Patrulha de Monitores a maneira ideal do desenvolvimento da sua tropa. Essa patrulha é formada por todos os monitores e submonitores. Nesta patrulha o chefe e o monitor dos seus monitores. É uma patrulha organizada somente para o adestramento e formação dos monitores. Costumam ter (sem caráter de obrigação) a mesma organização de uma patrulha na tropa. Nome, grito, Bastão totem, materiais de campo e sede, livro de ata, e divisão de encargos na patrulha. O Chefe deve ter a preocupação de que o companheirismo é a única forma do crescimento individual e coletivo.

Quando temos uma patrulha de monitores funcionando (devem-se incluir os submonitores) ativa e com tradições o desenvolvimento da tropa sempre será o adiante do esperado. É nesta hora que o chefe tem pleno potencial de desenvolver suas aptidões, e inclusive tendo a oportunidade de aprender juntamente com eles uma série de técnicas escoteiras que poderão ser úteis no adestramento de todos os patrulheiros.

As reuniões desta patrulha devem ser mensais ou em caso de necessidade a qualquer momento. Lembramos que não é uma Corte de Honra nem Conselho de Monitores. Nunca deve coincidir com as reuniões normais da Tropa Escoteira e atividades afins. Uma boa programação anual deve ser feita, contendo datas, atividades ao ar livre, aventureiras e com fins e objetivos determinados, mas sem prejudicar o tempo deles já que existe uma programação da tropa que eles se dedicam mais.

Quando Escotista de tropa costumava dizer quando em reuniões com eles, chamadas durante as reuniões para avisos, conhecimentos gerais, não importando o numero, dávamos o grito de patrulha e sempre todos diziam – Patrulha Esquilo em reunião!

Atividades sociais devem ser incrementadas. Uma ida a um cinema, um passeio em um parque, a outros grupos escoteiros, visita a museus e lugares históricos. Tudo isto além de conhecimentos adquiridos, vai mostrar a comunidade que somos um movimento de jovens responsáveis. O marketing nesse caso é benéfico não só ao movimento como também o fator cidadania. É importante que todos saibam de suas responsabilidades, pois estão sendo vistos por centenas de pessoas que irão ter agora uma melhor ideia do que é o escotismo. A uniformização é parte importante da ação. Todos devem estar bem uniformizados inclusive o Escotista presente.

Os assistentes também participam como irmãos mais velhos na patrulha. Podem e devem substituir o chefe da tropa. A divisão do trabalho facilita a todos. É necessário que devam dar a maior liberdade possível aos monitores e subs, sem interferir na programação a não ser para prováveis tomadas de rumo dentro de um programa pré-determinado.

Pensem e imaginem uma atividade de domingo, passeando pela cidade com fins objetivos, vendo a perplexidade e admiração dos transeuntes e ou fim de semana, em um local próximo, com boas condições de treinamento e adestramento de barracas, uso de material de sapa, cordas, acrescentando isto com uma pitada de treinamento de pistas, nós, sinalização (semáforas e Morse).

Seria realizado em um fim de semana ou um dia inteiro esta atividade; Daria sem sombra de dúvida um conhecimento maior das etapas de classe, sem falar no companheirismo e confraternização entre eles. Ficará, portanto muito mais fácil eles os monitores adestrarem suas patrulhas, pois sempre estarão à frente no conhecimento técnico e teórico que foi passado pelo chefe escoteiro.

 Prevejam também como seria um acampamento só de monitores, com um ótimo programa a ser desenvolvido, principalmente de pioneiras, cozinha e atividades aventureiras. Poder ensinar a eles os pontos importantes que devem ser observados em um acampamento, a inspeção matinal, os cerimoniais de bandeira, conservação da natureza, fossas, pioneirias básicas, uso da lona, toldos e tantos outros que serão criados pelo Escotista encarregado da atividade. Com isso a tropa dará um salto quantitativo e qualitativo na sua formação e desenvolvimento. 

O mais importante de tudo é o zelo realizado pelo Escotista para que não haja solução de continuidade. O chefe e os assistentes são responsáveis para o prosseguimento e das atividades afins, aprendendo a conhecer os lideres da patrulha, seus anseios. Muito importante é mostrar a eles a responsabilidade de seus comandados dentro e fora da sede. Boletins escolares, deveres para com Deus, obediência aos pais, Lei Escoteira são objetivos que não devem ser esquecidos.

É com esta patrulha especial que os escotistas iram ver o crescimento de suas tropas. Escoteira ou sênior/guias. A programação é extensa. Não vamos especificar aqui todos os itens importantes para um programa agradável e ao mesmo tempo aventureiro com a Patrulha de Monitores. Acredito que todos os escotistas participantes sabem bem das necessidades de todos.

Ao se pensar nas responsabilidades do Escotista dentro desta premissa e o tempo a ser absorvido, lembramos que temos assistentes, e a distribuição de tarefas é parte importante no desenvolvimento da programação.

Se ainda não tem, formem logo sua patrulha de monitores. Vão ver o ânimo que eles terão. Uma amizade maior que irão adquirir. Não posso acreditar em uma tropa e no seu desenvolvimento sem ter bons monitores na liderança. Claro, será um trabalho árduo constante.

Bons monitores, boas tropas, boas tropas sucesso garantido na formação escoteira!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Qualidade ou quantidade? Eis a questão!



Qualidade ou quantidade? Eis a questão!

Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.

Sempre sou surpreendido aqui e ali, por ver notícias ou mesmo alguns escotistas que iniciando uma sessão Escoteira ou mesmo um Grupo Escoteiro tem a única preocupação da quantidade. Vejo também até distritos, regiões que em menos de um ano duplicou seu efetivo de forma assustadora. Isso é bom? Não é o que digo sempre, aumentar nosso efetivo nacional?

O tema que pretendo lançar aqui é o inicio de um Grupo Escoteiro ou de uma sessão com grande numero de pessoas. Tenho como exemplo uma construção de qualquer coisa. Um prédio, uma casa, um veículo etc. Tudo demanda tempo. Se quiseres fazer bem feito faça por etapas. Nada a ver com a linha de montagem que Henry Ford desenvolveu em 1863 para produção em série. Sua linha de montagem ficou famosa e até hoje é copiada por todos.

Estamos lidando com seres humanos. Formação de personalidades, diretrizes de conduta, normas de comportamento e tantas outras noções de civilidade que fazem parte do método Escoteiro. Em todos os cursos que participei assim me foi ensinado. Começar com poucos. Se hoje falam diferente não sei. Assim como aprendi, também executei com êxito. Em nenhum caso tentei fazer escotismo em massa para satisfazer egos de amigos ou políticos que assim o desejavam.

Os exemplos não partem somente dos novos grupos cujos dirigentes ainda estão em fase de aprendizado. Partem também de regiões e distritos que de forma ambígua não dão o suporte necessário. Se formos ver em escala por todo o território nacional estamos assistindo a esta corrida que pode até dar certo, mas vai levar o dobro de tempo se ao contrário a maneira correta fosse realizada.

Outro dia conversei com escotistas bem formados, alguns Insígnias de Madeira, que organizando um grupo novo, fizeram inscrições em massa e o mesmo com a promessa. Ora, se isso acontece com quem deveria saber como agir certo, quiçá com aqueles que não foram orientados para isso. O futuro para muitos que começaram assim não será promissor. Acredito mesmo que alguns já estão sofrendo a perda de jovens porque não começaram da maneira correta.

E qual é a maneira correta? Começar com poucos. Na Alcatéia pelo menos oito jovens que poderão ou não ser os futuros primos e segundos. Na tropa a insistência é maior. Também o número máximo de oito jovens que serão os futuros monitores e subs. Estes serão bem formados (adestrados) para quando as patrulhas forem formadas poderão estar devidamente preparados para levar sua patrulha ao caminho do sucesso esperado.

Seniores, guias, pioneiros e pioneiras? Eu não começaria tão cedo. Se você tem jovens nesta idade advindos da própria tropa, a possibilidade de sucesso é grande. Isto não acontece com a formação usando somente novos sem o suporte de antigos. Portanto só iniciaria quando tivessem elementos em condições de começar advindos da própria tropa. Agora eu pergunto. Porque a pressa? Porque querer em pouco tempo ter todas as sessões? Alguns me dizem que não podem deixar que aqueles que querem fazer escotismo não podem ficar de fora.

Bem, quando temos uma quantidade boa de adultos, e principalmente escotistas bem formados até que se pode pensar no assunto. Eu não o faria, mas admito que tenha outros mais preparados do que eu e podem levar a bom termo a nova tropa ou grupo. Sei que poderão dar vários exemplos bem sucedidos. Concordo, mas ao contrário poderia eu mesmo dar outros tantos ou talvez muito mais de exemplos que não deram certo.

Claro que é lindo e espetacular além extremamente agradável ver cinquenta, cem ou mais jovens, como digo brincado – “Durinhos” fazendo uma promessa em massa satisfazendo o ego da população, dos políticos e dos pais que agora irão acreditar que os seus filhos, a comunidade irão receber os benefícios que tantos esperavam. Mas a decepção poderá vir muito rápido. Acredito no crescimento paulatino e na minha modesta opinião é uma forma correta e não uma forma impensada da massa sobrepondo o indivíduo.

Por outro lado, nosso método tão bem idealizado por Baden Powell (BP), nos mostra a força do sistema com uma promessa com poucos. Orgulho de quem a fez, sabendo de sua importância e não em ser mais um junto a tantos outros que levantaram a mão e repetiram uma promessa que pode não ter marcado na memoria a sua importância.

Se isso fosse feito, garanto (experiência pessoal) que a fila de espera teria uma enorme importância. Todos saberiam que a entrada em um Grupo Escoteiro não é tão simples, e quando houver uma chamada o interessado irá dar grande valor a sua entrada no Grupo Escoteiro. Infelizmente vejo hoje, membros adultos escoteiros postando aqui e em outros sites, que as inscrições estão abertas. Abertas? Tem época para isso? Ou é um engodo para tentar arregimentar jovens que por um motivo ou outro são convidados para substituir os que se foram ou uma forma de querer voltar a ser grande. Não é uma maneira feliz de arregimentar.

Uma vez, em um passado remoto, em uma cidade do interior, um religioso me procurou interessado em ter uma tropa Escoteira em sua paróquia. Na época colaborava com um grupo Escoteiro em um bairro próximo. Pedi que escolhesse oito jovens. Seriam os futuros monitores. No entanto o religioso se entusiasmou. Quando lá cheguei no horário determinado, vi em um pátio coberto mais de quinhentos jovens. Quase cai de costas! Mas essa é outra historia. Megalomania de um que não satisfez em começar por baixo.

Sei que tem grupos escoteiros que deram certo. Ótimo. Mas acredito que é minoria. Sei também que muitos hoje lutam com sacrificios enormes da evasão dos jovens, falta de adultos responsáveis, desentendimentos entre chefia, um líder que assumiu e não passa o bastão a outro. Outros que na posição de líder sabe liderar, mas nunca aceitou ser liderado. Isto é uma reação em cadeia. Os exemplos estão aí para quem quiser analisar nos últimos cem anos.

Talvez esse seja um dos nossos motivos do crescimento pífio que sempre tivemos. Não sei. “Doutores” assim como eu terão sempre diversas explicações. Acompanho o escotismo com visão de adulto deste 1961. (entre com sete anos em 1947). Fui aprendendo a cada ano e vendo o porquê não temos um comparativo com outras nações com escotismo grande e forte em qualidade e quantidade.

Infelizmente eu sei que também não vou mudar nada. Não tenho autoridade para isso. Falei por falar. Sugeri por sugerir. O amanhã terá a mesma brisa, o vento irá soprar de novo e ele pode ser um vento sul ou um vento vindo do norte. As flores irão desabrochar. Os pássaros irão cantar nas serras distantes. O sol vai nascer e se por. As estrelas brilhantes no céu sempre serão acompanhadas de uma lua fulgurante.

Não sei quem disse que palavra são apenas palavras! Que elas tem apenas e tão somente o valor que cada um lhes quiser dar. As pessoas definem-se pelas suas reais atitudes e não pelas suas possíveis intenções. Não sei quanto tempo ainda irei aqui dizer o que penso. Não importa. Se amanhã tiver de prestar contas dos meus atos irei prestar com alegria por ter dito o que pensava. O que fiz no passado deu certo. Graças a Deus! O que sempre acreditei como deveria ser tenho orgulho de tê-lo feito.

“Se ficarmos só nas intenções, não vamos a lugar nenhum!” Ou como se costuma dizer: - Palavras leva-as o vento. Mas há palavras ditas que marcam uma vida! Portanto, COMECE COM POUCOS!

Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos.