domingo, 31 de março de 2019

Conversas ao Pé do fogo. Meus tempos, minhas saudades. (- “Os versos são de Cassimiro de Abreu – Meus oito anos!”).




Conversas ao Pé do fogo.
Meus tempos, minhas saudades.
(- “Os versos são de Cassimiro de Abreu – Meus oito anos!”).

Prologo: - Oh! Que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais! O céu bordado d’estrelas, a terra de aromas cheia, as ondas beijando o mar! Oh! Dias da minha infância! Oh! Meu céu de primavera! Que doce à vida não era nessa risonha manhã! Em vez das mágoas de agora, eu tinha nessas delicias de minha mãe as caricias e beijos da minha irmã!

- Onde andam? Onde andam as patrulhas com suas bandeiras nas montanhas verdejantes deste meu belo país? Correndo saltitantes pelos caminhos do mundo? Onde anda aquele bastão, nas mãos de um escoteiro procurando trilhas para novos rumos a seguir? Onde andam aqueles belos campos de patrulhas, cozinheiros de mão cheia fazendo quitutes para os sorrisos e bem estar dos seus patrulheiros? Onde anda o trinado dos talheres, dos pratos de esmalte, sendo batidos dolentes com os escoteiros sorridentes esperando o seu jantar?

- Aonde anda o orgulho de ser mais um, de poder ajudar, participar e crescer nas sendas da educação escoteira? Não vejo mais um cordão Vermelho e Branco, um Dourado, uma Correia de Mateiro, será que foram extintos? Onde estão os Lis de Ouro, os Escoteiros da Pátria? São pequenos pingos a cair na cascata da ilusão? Meninos valentes, bandeiras ao vento cantando o Rataplã! Onde estão? Só vejo na sede, só vejo na cidade, quanta maldade fazendo deles meninos sem estrelas, sem estradas, sem caminhos ou trilhas do porvir.

- Saudades de uma inspeção, do lava mão, da faca e do facão, da colher perdida, da toalha sumida, quantas coisas não vejo mais... Aonde anda o chapelão, a botina Vulcabrás? Onde anda a liberdade de ir e vir, descobrindo novos campos, moitas de bambus, folhas secas para dormir... Onde anda o sonho escoteiro, de um belo fogo de conselho, debaixo de um céu de estrelas, algumas cantantes ao brilhar. Só vejo chefes, recebendo condecorações, comendas e medalhões. Lá estão eles em cursos, em fraternos abraços, Insígnias e tantos mais. E os meninos?

- Chefe Vado um deles me diz, são lindos, parecem meus filhos a escoteirar sob as asas das mães e dos pais. Estamos aqui junto deles, fazendo escotismo aprendendo o que nem sabíamos. Hoje descobrimos como fazer ajudar e vencer! E eu, maroto e saudoso meto a viola no saco e saio por aí sem poder cantar: - E os meninos? Aprendem a caminhar com as próprias pernas? E suas condecorações, seus distintivos? Para eles nenhuma saudação, nenhuma palma um parabéns uma foto de esguelha pelo menos para mostrar que são viventes? E fico pensando onde foi à primavera, que doce à vida não era naquelas risonhas manhãs.

- Como dizia Casimiro de Abreu: - Eu ia bem satisfeito, de camisa aberta o peito, pés descalços e braços nus. Correndo pelas campinas, a roda das cachoeiras, atrás das asas ligeiras das borboletas azuis! Naqueles tempos ditosos eu ia colher pitangas, trepava a tirar mangas, brincava a beira do mar... Oh! Que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, naquelas tardes fagueiras, a sombra das bananeiras debaixo dos laranjais!

sábado, 30 de março de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. O bastão Totem do Monitor.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O bastão Totem do Monitor.

- Estar com o bastão totem da Patrulha é ter um sentimento de satisfação e valorização. Um orgulho danado em conduzir e gritar bem alto o lema e o Grito da Patrulha. Observem os monitores, gritam mais alto, vibram com ufania, exaltam a gloria de pertencer aquela Patrulha. É uma honra monitorar uma Patrulha e sentir-se digno de levar seu símbolo máximo. O Bastão Totem. É notável o papel do Monitor. Dizem que uma Patrulha será sempre o que for o seu Monitor. Não duvidemos, pois seja quem for ele sente a força a luta pela gloria e melhor ainda quando os seus escoteiros aprenderem a segui-lo como seu líder.

- Baden Powell certa vez disse que se não fosse o Chefe Mundial dos Escoteiros, e se o permitissem escolher um posto no movimento escolheria ser um Monitor de Patrulha. Não importa se for um Águia, um leão, uma onça, tigre ou elefante. Mesmo que seja um Esquilo o orgulho de levar o seu bastão totem é muito grande. Uma vez tive a honra de ser um Chefe de Campo Sênior em um acampamento Regional. Nossa! Vibrava quando me reunia com os monitores, eram 36. Isto mesmo trinta e seis patrulhas. 1967? Acho que sim.

- Tim Tom um sênior do meu tempo dizia nunca ter esquecido uma Patrulha cujo grito virou símbolo do Campo Sênior em Um acampamento Regional de Patrulhas. Disse-me que eram do Grupo Escoteiro São José do Rio de Janeiro. Grito longo, todos terminavam o seu e corriam para pegar no bastão do Monitor para junto terminar o grito que era bem longo: - “Somos do setenta, Grupo São José! Somos a Patrulha, a Patrulha que é... Baden-Powell, Patrulha boa, melhor não há, vem cá prá ver, prá acreditar! Existe Patrulha melhor? Talvez sim, talvez não, quem sabe... Só Deus!

- Tim Tom dizia que até hoje lembra aquele bastão totem da Patrulha Baden-Powell e se derretia todo em lágrimas de lembrança. Quase cento e sessenta seniores. Amigos irmãos, e tudo graças a um grito graças a um Bastão Totem. Tim Tom hoje na minha idade sempre me contava que quando menino sonhava em carregar o bastão totem da Patrulha Lontra. Enorme, ele franzino, o bastão tinha quase um metro e sessenta e cinco, duas polegada, ponteira de aço, um totem enorme bordado espetacularmente pela mãe do Rael. Chefe... Que saudades... Onde ele anda? Quantos de nós ainda se recorda do símbolo da Patrulha?

- Contava Tim Tom: - Chefe quando escoteiro o Monitor mais antigo era nomeado o Guia da Tropa. O Chefe podia faltar e ele estava lá. Amigo de todos, exigente é claro, pose de chefão, mas um exemplo para os demais monitores. Foi extinto. Algum “çabio” dirigente não gostou. E o seu bastão totem? Um e setenta de altura, duas e meia polegada, só a ponteira de aço acho que pesava quase meio quilo. Não sei, pois era menino e sonhava carregá-lo em uma jornada. – Tim Tom! Tome, dois quilômetros e não o arraste, ele não é poste nem carreta. Mostre seu orgulho! Será que os monitores de hoje tem costume de arrastar e bastão?

Kkkkkk! Ria Tim Tom. Chefe ele era pesado e suando lá ia eu levando sem reclamar. Adoro ouvir o Tim Tom. Até hoje gosto de ver a pose dos monitores com seu Bastão Totem. Lidam com ele como se fizesse parte do seu corpo. Alguns enfeitam, outros pintam e conheci vários que contava a história da Patrulha através de palhetas de couro fino. Havia até um que tinha as estrelas de metal mostrando o tempo de existência da Patrulha.

- Nunca fui Monitor de Patrulha. Fui sub Monitor por cinco meses. Passei para os seniores. Lá não fui eleito e daí? O Monitor sempre deixava a gente carregar. Outro espirito, outra vivência experiência para dar e vender. Adoro ver os monitores em ação com seu bastão a frente, gritando incentivando, mostrando que os demais devem seguir o bastão Totem e não ele.

- Como dizia o Fundador do Escotismo Robert Baden-Powell o Monitor é Responsável pela sua patrulha, pois ele responde por ela onde quer se seja, quer em reuniões, quer em atividades, quer em jogos. Por isso o Monitor é responsável pelo espírito da sua patrulha, e, portanto deve ser o Monitor que o deve incutir nos seus irmãos escoteiros. O Monitor é também responsável pelo seu Grupo, pois a ele cabe um papel fundamental na discussão da vida do grupo a que pertence. E seu bastão representa o que é sua Patrulha.

- Hoje é sábado, dia de reunião, lá estarão os lobos, os escoteiros, os seniores e os pioneiros. Sim amigos, hoje tem reunião, muita alegria muitos jogos muita ação!

sexta-feira, 29 de março de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Ditadura ou democracia?



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Ditadura ou democracia?

                                       Desde 2009 quando entrei nas redes sociais, prometi a mim mesmo escrever e comentar somente sobre Escotismo. Para os demais assuntos do Brasil e do mundo havia uma dezena de bons articulistas e eles davam conta do recado. Vez ou outra tiro da cartola alguma sátira dos nossos homens do poder, mas, por favor, sempre sem ofensas. Os tempos passaram e eu não passei com o tempo. Fiquei com a mesma metáfora, sem arredar pé do meu amado Escotismo. Claro, muitas vezes me debruço sobre o Escotismo praticado pela Escoteiros do Brasil. Cada um aceita como quer, mas o que fazem hoje não é minha praia e o meu escotismo.

                                      Não entro em polêmicas, discussões aqui e nem em outro lugar. Não vou dizer que meu pai dizia que Política e Religião não se discutem. Eu fico fora do eixo e não me meto a “besta” para polemizar com sumidades que conhecem o nosso passado nosso presente e até já imaginam nosso futuro. Refiro-me as últimas eleições. Não votei no nosso Presidente. Aliás, devido à dificuldade de locomoção nem fui lá, a idade me permite esta excentricidade. Um militar aposentado foi eleito. Seus eleitores o defendem com unhas e dentes. Tomara que eles tenham razão.

                                      Discutem no calor do tema o que ele diz ou faz. Sei não, ainda o acho meio imaturo nas redes do poder. Mas olhe meus caros eleitores, torço por ele e se ele acertar será bom para mim, para você e para o Brasil. Só não concordo quando dizem que na Época dos militares dirigindo o país era melhor, que não tinha nada do que dizem. Tortura, perseguição e tantas “cositas más”. Se fizeram algum de bom não vou polemizar. Afinal a imprensa estava amordaçada e não sabíamos do que acontecia no porão do poder. Mas não acho que tenha tantos santos daquela época como dizem. Claro em toda organização seja civil ou militar tem gente fina gente boa.

                                     Em 1964 casado, estava de folga do meu trabalho (Usina Siderúrgicas de Minas Gerais – Usiminas) quando “estourou” a revolta dos militares chamada de Revolução de 64. Os estudiosos podem contar melhor cada passo dado pelos generais. Tentei voltar e não consegui. Só quatro dias depois o Trem da Vitoria Minas Voltou a circular. Ao descer na estação de Coronel Fabriciano, Tomé um Assistente Sênior e Motorista de Taxi me avisou que tomasse cuidado. Estava sendo procurado pela policia por ser comunista.

                                     Nossa! Eu? Um pacato chefinho escoteiro entrando nos seus 24 anos, imberbe, apolítico e amante do escotismo de Baden-Powell? Ao chegar a Melo Viana um distrito de Coronel Fabriciano, o pároco me avistou e veio me avisar que o Grupo Escoteiro Tapajós do qual eu e o Chefe Carlos fomos os fundadores, estava fechado e sem poder reabrir suas portas. Um velho conhecido que tentou colocar seu filho e queria que ele entrasse logo como Monitor (risos) “dedurou” como comunistas e até deu a prova: - Lenço vermelho e branco!

                                     Vado, disse o pároco, levaram o Chefe Carlos (meu irmão meu amigo, por ele daria minha vida) e está preso no DOPS em Belo Horizonte. Não sabia o que fazer. Um silencio de ouro imperava entre os demais chefes. Cada um se afastou do Grupo e claro não tínhamos permissão para abrir. Voltei ao Trabalho em um dos Altos Fornos da usina. Um mês depois voltei às lides escoteiras. Graças a Deus não fomos impedidos. Um mês e meio e o Chefe Carlos voltou de BH.

                                      Com lágrima nos olhos me mostrou sua mão com duas unhas arrancadas a alicate, e contou o que sofreu durante os dias presos. Vado! Queriam que eu confessasse quem eram os comunistas escoteiros! Poucos meninos voltaram ao Grupo. Quatro meses depois fui demitido. Motivo? Até hoje não sei. O Chefe Carlos meu irmão e meu amigo voltou para sua cidade (Juiz de Fora) onde fizera um escotismo no Grupo Aimorés um dos melhores de Minas Gerais, sendo agraciado como Escoteiro da Pátria do qual tinha muito orgulho. Sei que alguns meses depois uma carreta no trevo de Juiz de Fora passou por cima do seu Karmann-guia.

                                       Conheci outros que também foram presos. O trem da Vitória Minas passava lotado de presos rumo a Belo Horizonte e depois ao DOPS. São muitas histórias para contar. Eu quase fui preso e por quê? Era comunista? Um dedo duro disse a todos que formávamos meninos para guerrilha. Acreditaram nele? E os que morreram por isso? Até hoje me pergunto onde foi parar o “OURO PARA O BEM DO BRASIL”. Minha mãe doou sua aliança e um anel. Qual o valor arrecadado nunca soube. Se fizeram estradas, se fizeram a Ponte Rio Niterói, se abriram uma Transamazônica (até hoje inacabada) não comento. Não é minha praia.

                                       O novo Presidente tem toda a possibilidade de percorrer um Caminho para o Sucesso. Tem uma equipe salvo alguns de primeira qualidade. Mas ele ainda age como amador em certos casos. Dizer que nada houve no período em que os militares ficaram no poder é um engodo. Nem mesmo tivemos a possibilidade de ter naquela época uma “Lava Jato”, pois tudo que acontecia com aqueles que estavam no poder a imprensa era proibida de noticiar. Só sei que fiquei em filas homéricas para tentar um emprego e da Usiminas fui parar no Porto de Tubarão em Vitória. Como consegui esse emprego um ano depois? Como foi essa passagem? Outra história, outra fase que me orgulho de ter sido e ser escoteiro.

                                     Se a tal revolução foi democrática ou se fizeram uma ditadura não sei. Só sei que fui muito prejudicado profissionalmente e perdi um amigo que para mim era um irmão. Um Escoteiro da Pátria não merecia o que fizeram com ele. Não bato palmas nem saúdo aquela época. Dizer que era melhor também não posso afirmar. Difícil comparar com os dias de hoje onde a democracia dizem está ai para mudar e às vezes nem sei se está mudando.  

quinta-feira, 28 de março de 2019



LEI ESCOTEIRA.

Prefácio: - Um amigo virtual. Uma amizade sincera. Uma troca de ideias e de ideais. Acho que já publiquei, mas sempre é bom publicar novamente.

Saudações meu Monitor,
Vamos adentrar na Sala da Corte de Honra, passar por suas cortinas duplas e sentar ao redor da mesa de reuniões. Não é preciso lembrar que o que é dito dentro desta sala, aqui permanece. Às vezes, na calada da noite, uma ideia vem devagarzinho, entra em meus pensamentos e se instala em um canto. Com o tempo, ela vai se acomodando melhor, tomando corpo e chega a um determinado momento em que ela começa a se fazer notada. Pois é, essa foi uma delas. “O Escotismo de Baden Powell é possível de ser colocado em prática em sua plenitude, ou é apenas uma utopia?”

Parece uma pergunta descabida, mas vamos espremê-la um pouco para ver se sai caldo. Comecemos pela Lei Escoteira, aquela que aqui no Brasil tem seus dez artigos. Ela é viável de aplicação plena? O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais que sua própria vida. Quando um escoteiro diz “eu prometo” ou “eu juro” ou mesmo quando ele diz simplesmente que fará alguma coisa, ninguém deve duvidar dele. Se você mentir, roubar ou for desonesto, perderá sua honra.

Aqui na nossa República das Bananas, quanto vale a “honra” de alguém? Ou melhor, vamos fazer algumas perguntas antes: “O que é a honra de alguém?”, “Qual a definição de honra hoje em dia?”, “Quais os exemplos de honra que podemos citar na nossa atualidade?”. Complicou a coisa. Como explicar para um jovem, que assiste a nossa programação da TV aberta, aos diversos filmes e séries nas TVs por assinatura, que ocasionalmente vê alguma notícia na mídia, que joga os mais diversos jogos no computador (todos envolvendo armas e violência) qual o significado de honra proposto por BP? Com a nossa classe política fazendo acordos e conchavos, desde que continue a entrar o dinheiro no bolso, com as falcatruas dos pseudo empresários, com a OAB defendendo o traficante e mandando prender o militar.

Com os “Direitos Humanos” oferecendo água e balinha para estupradores, enquanto a vítima tem que se virar e se expor para provar que foi atacada? Como incutir na cabeça de um jovem algo que contraria tudo o que ele aprende no dia-a-dia? Como fazer para dizer que é certo um conceito que hoje tem por sinônimo a palavra “trouxa”?

Dizer para ele que é correto fazer aquilo que ele disse que iria fazer, quando todos a sua volta fazem o contrário, deixando de fazer algo prometido ou fazendo exatamente o contrário do que disseram? Praticamente dizer para ele que ele deverá ser uma pessoa da qual os outros poderão tirar proveito e quiçá jogar a culpa de algo.
Como ir contra a Lei de Gerson: “O importante é levar vantagem em tudo”?

“Se você mentir, roubar ou for desonesto, perderá sua honra.” Se não mentir, não roubar e não for desonesto, o jovem de hoje tem alguma chance de sobreviver no nosso mundo? Mesmo que seja em pequeníssimas parcelas, esses três itens estão incorporados ao nosso cotidiano. Mentimos na escola ou no trabalho ao apresentar um atestado médico que sabemos não ser condizente com a verdade, roubamos quando não devolvemos o troco que veio a maior, quando pulamos uma catraca, quando furamos uma fila, quando encontramos alguma coisa e não tentamos achar seu dono (muitas vezes com medo de que alguém se aproveite e diga que é seu sem o ser), e somos desonestos o tempo todo nas mídias sociais, nas desculpas inventadas para não fazer algo ou deixar de cumprir um compromisso. São atitudes incorporadas ao nosso viver diário.

Então pergunto: Será que nós, como Chefes Escoteiros não estamos mentindo, roubando e sendo desonestos com o nosso jovem quando explicamos para ele o significado desse primeiro artigo da Lei? Será que não estamos incutindo nele uma falsa esperança, um vislumbre de um mundo do passado? Será que não estamos “despreparando” ele para a sua vida como adulto?

O que é a “honra” para um policial, para um militar, para um médico?
O que é a “honra” para um traficante, um terrorista ou um assaltante?

Tenho muito medo meu Monitor, de que estejamos hoje em dia fazendo exatamente o contrário do que BP tinha em mente quando criou o Escotismo. Sei muito bem que a aparência do que fazemos, resgatando os valores antigos pode dar um alento para as pessoas adultas que já praticaram o Escotismo do chapelão, mas e os que estão começando agora?

Sei muito bem que poderão dizer que as mudanças devem acontecer, e que alguém tem que promovê-las, mas será que teremos alguém para fazer a mudança? Será que os nossos jovens não serão tragados nos “arrastões” da vida por não estarem preparados para a realidade que encontrarão.

Como disse acima, estamos dentro da Sala da Corte de Honra, e aqui é o melhor lugar para se desabafar e buscar opiniões que jamais poderiam ser dadas em outro lugar. E repare que a nossa lei tem dez artigos, e apenas o primeiro foi trazido à baila hoje.

Saudações meu Monitor!
Continuemos a nossa agradável tarefa de não deixar o Escotismo de BP morrer quando sairmos dessa sala. As pessoas merecem um alento nas suas atribulações do cotidiano, mesmo que seja ativando lembranças ou a imaginação delas. Desculpe o meu desabafo, mas precisava fazê-lo, e nada melhor que os ouvidos de um Monitor para isso.

Quem sabe, do lado de lá, possamos ter o nosso Escotismo sonhado, e se o Patrão Velho permitir, um bom bate papo com Baden Powell ao redor de uma fogueira, assando um pão de caçador.

Sempre Alerta!

Rogério J. Sarczuk
Membro da Patrulha Dinossauro

quarta-feira, 27 de março de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Nó górdio.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Nó górdio.

Nota do editor: - Relata-se que Alexandre Magno, rei da Macedônia, no início de sua campanha contra os persas, parou em Gordião, capital da Frígia. Ali, foi informado de que um oráculo havia prometido o império da Ásia a quem desatasse o complicadíssimo nó que prendia o jugo ao timão da carroça de Górdio, rei da Frígia. Não conseguindo desatá-lo, Alexandre Magno cortou-o com a espada. Esse gesto de Alexandre simboliza perfeitamente a ação da violência: ele corta o nó em vez de desatá-lo. Com esse gesto, destrói de forma irreparável a corda em que se encontrava o nó, tornando-a definitivamente inutilizável.

            Chico Bento sempre foi um apaixonado de técnicas escoteiras. Nada deixava passar sem aprender. Lembro que ele treinou tanto Morse em uma cigarra que um
Chefe de Estação conhecido de seu pai disse que quando crescesse seria um ótimo telegrafista. Não foi e deu graças a deus. Risos. O Morse foi seu caminho por anos. A patrulha tinha nos dedos a maneira correta de conversar por Morse. Um segredo que ninguem nunca contou. Não deu muito certo o Morse por sinais de fumaça. Demorava demais. Semaforas ele gostava também, mas nem tanto como o Morse. Dificilmente saiam para acampar sem um bom par de bandeirolas de semaforas e uma boa lanterna. Naquela época as lanternas não duravam como hoje. Era comum quando acampavam em patrulha cada uma tinha em seu campo um portico para transmitir o Morse e a semáforas em cima dele. Era obrigatório sempre ter dois membros nas transmissões. Um para transmitir e outro para orientar o transmissor.

           Mas um dia a patrulha ficou “encucada” quando soube que existia um nó que ninguem nunca desatou. Chamava-se Nó Górdio. Qualquer um da patrulha fazia tranquilamente com os olhos fechados ou com as mãos as costas pelo menos dezoito nós escoteiros e mais quinze de marinheiros. Nonõ da Patrulha Morcego tinha um irmão marinheiro. Era ele visitar a familia e lá estavam todos da patrulha encostados nele para aprender nós que ainda não sabiam. Foi ele quem contou sobre o tal nó Górdio. Era uma lenda que envolveu o Rei da Frigia e Alexandre, o Grande. Ficou famoso como metáfora de um problema insolúvel (desatando um nó impossível). Bem a historia é longa e não vou contar todos os detalhes, mas só para saber tudo começou com o aviso de um Oráculo que um sucessor do rei da Frigia iria chegar. Chamava-se Górdio. O moço chegou e foi coroado Rei. Chegou em uma carroça, pois era pessoa humilde e amarrou a carroça em uma coluna com um nó que ninguem conseguiria desfazer.

       Dizem que Górdio reinou por muitos anos e deixou como herdeiro seu filho Midas que expandiu o império, mas ao falecer não deixou herdeiros. O Oráculo ouvido novamente declarou que quem desatasse o nó seria o rei. Quinhentos anos se passaram e ninguem conseguiu. Muitos anos depois Alexandre o Grande ouviu esta lenda ao passar pela Frígia. Foi até o templo de Zeus e viu o nó Górdio. Não conseguiu desfazê-lo. Pegou a espada e cortou o nó. Lenda ou não o fato é que Alexandre se tornou o Rei de toda a Ásia Menor. O marinheiro riu depois de contar e completou – E daí também que deriva a expressão “cortar o nó górdio” o que significa resolver um problema complexo de maneira eficaz.

        Chico Bento ria quando contava esta história. Meus amigos disse em uma roda de fogo de conselho, achamos a história interessante, mas e como fazer o tal nó? O marinheiro não sabia. Muitos anos depois nos mostraram a foto do nó. É este perguntei? Quem me mostrou riu e disse não ter certeza.

        Sei não, mas nunca fui tão severo como São Tomé que dizem dizia só vendo para crer. Mas uma coisa amigos eu tenho certeza naquela época se aceitava todo tipo de desafio. Muitos demoraram anos para desvendar, mas outros as patrulhas buscavam “céus e terras” e nunca desistiam. Nós e amarras, costuras de arremate, armadilhas de todos os tipos, conseguir tirar uma pena de um gavião vivo e depois soltá-lo, transportar por corda um doente na maca por cima de um riacho, transmitir Morse e Semaforas deitado, de costas, e até pendurado por uma corda de cabeça para baixo eram desafios normais. Mas quer saber? Até hoje não desvendei como fazer e desmanchar o manhoso Nó Górdio das longiquas terras da Frigia.

        Pois é, depois de ouvir Chico Bento eu mesmo procurei fazer o tal nó. Como? Passei belas tardes na Biblioteca de Dona Etelvina e nada. Paciencia, anos depois já velhote descobri sua foto, olhei, olhei e disse para mim mesmo: - Vado Escoteiro, com talento ordinário e perseverança extraordinária, todas as coisas são possíveis. Será? Melhor copiar Clarice Lispector: - Decifra-me, mas não conclua... Eu posso te surpreender.

terça-feira, 26 de março de 2019

As tardes são dos velhos chefes escoteiros. Língua ferina aguda garra...



As tardes são dos velhos chefes escoteiros.
Língua ferina aguda garra...


                                 - Hoje domingo tirei o dia para meditar. Lembrei-me das palavras do poeta Chico Mesquita: - “Caro amigo, não te preocupes com o que entra em tua boca, mas sim do que dela sai. Existem palavras que ferem mais que faca amolada, que arrasam como tempestade, que destroem como terremoto, que só silenciam com a morte e que ofendem como veneno. Que Deus nos perdoe e nos guarde da língua ferina e da boca do inferno desses maldosos, os quais não perdoam com suas críticas desvairadas”!

                              - Pois é. Tirei o dia para descascar banana. Dizer o que se pensa pode machucar. Machuca o próximo, aquele que se sente ofendido e que acreditava em você. Mas isto não é limpar a consciência? Crucificar alguém que erra não é levá-lo ao paraíso? Pode ser para um, mas não são para os demais. “Entonse” meu amigos virtuais me perdoem. Há tempos pensava em desabafar. Isto é mau?

                              - Seja como for, meto a mão na cumbuca e lá vou “trepando” na montanha com a torcida do cai-cai gritando lá em baixo. Começo metendo o dedo no nariz e pensando: - Você montou um grupo de amigos aqui no Facebook? Beleza. Mas cuidou dele? Ainda posta ou convida outros amigos a postar? Ou foi apenas um brinquedinho de momento? Encontrou um boa praça para ser administrador e depois deu no pé? Acha isso correto?

                              - Dei um nó de Fateixa e um de Pescador. Adoro os dois. Uma vez um Velho Chefe Escoteiro me disse: - Vado Escoteiro observe. (Quando assistir a uma reunião, atividade ou acampamento de lobo ou escoteiro, preste atenção em três coisas: - A) O sorriso espontâneo nas matilhas e patrulhas. B) Na disciplina, no garbo, na cortesia e na lealdade. C) E por último Vado, preste atenção na cor do uniforme. Quanto mais desbotado melhor. Se o lobo ou escoteiro veste com orgulho é sinal de sucesso. Está usando há muito tempo. Se muitos estiverem assim, pode acreditar que ali se pratica escotismo de qualidade. Aplauda por favor!

                              - Foi em um curso, eu era Diretor e nos horários de tempo livre costumava passear pelas patrulhas de chefes, parar na cozinha, ver o cozinheiro preparando o manjar e claro papear. Gostava disso. Uma Chefe recém-empossada, me cutucou: - O que o Senhor acha dos novos tempos, do modernismo, das novas tecnologias, das caricatas figuras que hoje querem mudar seu estilo, cabelo, brincos, tatuagens roupas e parlatório de mano prá mano?

                             - Eita! Pegou-me de jeito. O que responder? – Fiquei pensando sem nada dizer. No meu tempo pai não matava filho, todos diziam sim senhor. No meu tempo havia respeito, havia sinceridade, havia ética havia outro tipo de amor. Nunca vi escoteiro de brinco, tatuado, resfolegando em um baseado ou agarrado a um Smart Fone quando devia ajudar o cozinheiro. No meu tempo não havia divergência entre chefes, tantos generais dando ordens e poucos obedecendo. No meu tempo a gente amava a natureza, vivia cantando nas trilhas do mundo e não havia tempo para outras escolhas.

                             - Um dos chefes, novo ainda, sentando-se à mesa do refeitório, me sopegou cortante: Chefe, o senhor não respondeu. Acha que o hoje não é o ontem? E se eu disser que me declarei homossexual e que acredito no valor do escotismo? Os presentes riram. Outro jovem imberbe ainda completou: - Chefe na minha inscrição coloquei que era agnóstico e não acredito em Deus. O senhor pode me dizer se eu posso ser escoteiro ou não?

                            - Gente, que tremenda roubada. Tudo que disseram não era minha praia. Como explicar a eles a beleza do sol, da lua do firmamento e do mar? Como explicar às gaivotas, o pardal, a cotovia e o beija flor que voa para onde quer mais rápido que o vento? Como explicar a natureza em todo seu esplendor? E o Bigbang? Do nada formou o universo? E antes dele não tinha nada? Não existia Deus?

                            - Sorri de leve, olhei para meus inquisidores chefes escoteiros e repeti as palavras de Santo Agostinho: -. 

                             - Acho que nenhum deles entendeu o que quis dizer. Olhei para o céu e disse a mim mesmo: - Vado o que é, pois o tempo? Se ninguém me pergunta eu não sei. Se quero explicá-lo a quem me procura eu continuo não sabendo. Cala-te com o que vê, feche os olhos para não se distrair, mantenha seu espirito escoteiro. Este não é mais seu mundo. Quem sabe quando voltar por aqui novamente poderá viver os novos tempos que hoje não consegue viver?

Para você que gosta de histórias escoteiras.



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Há alguns anos resolvi escrever histórias escoteiras mais longas, contando a saga de patrulhas nas suas atividades aventureiras. Primeiramente escrevi “A PATRULHA DA ESPERANÇA” onde seis escoteiras fizeram um pacto de sangue para permaneceram juntas por toda a vida e até na eternidade sob a égide da mesma Patrulha. Contada em flashback a história vai se desenrolando no passado e no presente. Emocionante. Vale a pena ler. Posteriormente escrevi “O ESTRANHO FUNERAL DO CHEFE GAFANHOTO”. Um jovem Chefe é surpreendido com a morte por linchamento do seu primeiro Chefe Escoteiro que sempre amou. Não acreditou no que leu nos jornais e partiu para investigar o que aconteceu em sua cidade de origem. Os fatos, os culpados, os antigos amigos da Patrulha o ajudaram a desvendar a trama que fizeram contra ele. Meses depois escrevi “A FANTÁSTICA SAGA DO COMISSÁRIO LEOCÁCIO”. Um simples Chefe do interior, de origem humilde sem ter cursado faculdade, é escolhido para ser o Comissário Regional de um Estado Brasileiro. O conto se passa entre os anos de 1930 a 1940 onde os valores universitários estavam sendo valorizados. O final surpreendente convida a todos a lerem a história. Porque não um Grande Jogo noturno? E eis que escrevi “O FANTÁSTICO JOGO NOTURNO NA ILHA DO GAVIÃO NEGRO”. Uma ilha misteriosa, quatro patrulhas sedentas de aventura, o enfrentamento dos gaviões, o silencio da floresta e o homem misterioso transformou um simples jogo numa grande aventura. Nesse interim escrevi um conto pequeno sobre a história de um jovem palestino recém-chegado ao Brasil. Foi então que surgiu a ideia de escrever o quinto conto da série: - A LENDA DO TESOURO PERDIDO NO DESERTO DE NEGEV. Um tesouro escondido, um pirata ainda vivo, história passada na palestina tem todo o sabor da Terra Prometida onde o Senhor viveu e morreu.

Á ideia era que fossem editados como livro de bolso para ser levado facilmente pelos aficionados de histórias escoteiras. Não foi possível assim os coloquei a disposição de quem quisesse ler as histórias em PDF. Quem sabe um dia meus livros estarão a sua disposição.
Gostaria de ler? De ter em seus arquivos esses cinco contos escoteiros? Não são longos, média de 70 a 90 páginas por conto. Se interessar me mande um e-mail solicitando o BLOCO 4 (os livros escoteiros em PDF) e terei prazer em atendê-lo. Escreva para mim no e-mail ferrazosvaldo@bol.com.br e não esqueça, fale um pouco de você. Gostaria de saber quem está lendo minhas histórias escoteiras.

Não faça seu pedido aqui. Só atendo pelo meu e-mail. Obrigado.

sábado, 23 de março de 2019

Obrigado Senhor por me fazeres um Escoteiro.



Obrigado Senhor por me fazeres um Escoteiro.

“Senhor obrigado por ter feito de mim um Escoteiro”,
E também um mateiro nos verdes campos sem fim.
Ensinar a perfeição da natureza, a sua maior obra...
Obrigado senhor por me dar a visão, por ela vi o sol,
A lua, as estrelas e o firmamento. Doces momentos,
Senhor o que me destes fez de mim o que eu sou.

Bebi a água da fonte, Fui amigo dos animais,
Deixou-me andar pelas florestas do mundo,
Vi pássaros tão lindos que me fizeram sorrir.
Senhor obrigado, deu-me além do que merecia.
Deu-me o olfato para sentir o cheiro da terra,
O perfume das flores, o aroma das matas e campinas,
E amei tudo que vi nas imagens tão queridas.
,
Senti Senhor o perfume de uma orquídea,
 Nas florestas verdejantes que um dia explorei.
Senti a chuva molhada para me refrescar.
Em lugares distantes ouvi o ribombar e o Estrondo,
De uma tempestade juvenil.  Tive a benesse, de acariciar.
A Pele de um esquilo, quando o sol se escondeu.

Acariciei o dorso, de um Lobo cinzento,
Que me aceitou venturoso como irmão de ideal.
Senhor eu senti o vento no rosto,
No orvalho da madrugada. Ouvi o canto dos pardais,
Fechei os olhos ao ouvir os sons da natureza.
O cantar da passarada, o trinar do bem-te-vi.

Emocionei com som da cascata murmurante,
O trovão de uma cachoeira distante,
O piar da Coruja no carvalho, o lenho arder,
As chamas incandescentes, fagulhas subindo aos céus.
Senhor é lindo ver os lobinhos cantando o Guingaguli,
Lágrimas rolando na canção da despedida,
Cantada em versos sofridos, e alegres ao terminar.

Foi bom Senhor sentir o aroma da natureza.
Nadar em um remanso com peixinhos a pular.
Subir em árvores com meus companheiros faceiros,
Infantes nas estradas, em terras distantes no alvorecer!
Obrigado Senhor, por ter me dado o paladar.
Sorrir para o Cozinheiro no almoço e no jantar,
Ele é um bom Escoteiro, mesmo se o sal faltar.

Senhor foi bom demais, a gente sabe o que fez,
E fica na memória contando a nossa história.
E que para sempre nós os velhos escoteiros,
Lembremo-nos do nosso escotismo amado,
E Saudemos os novos, pois hoje tem reunião.

Que seja um dia feliz, cheio de paz amor,
E que um dia eles lembrem com saudade,
Dos tempos de meninos, de lobo ou escoteiro,
E para vocês Melhor Possível e Sempre Alerta,
Valeu e se valeu! Escoteiro eu sou graças a Deus!

quinta-feira, 21 de março de 2019

Considerações de Robert Baden-Powell. O Chefe Escoteiro.



Considerações de Robert Baden-Powell.
O Chefe Escoteiro.

Como uma palavra preliminar de conforto para a intenção dos Chefes Escoteiros, eu gostaria de contradizer o equívoco usual que, para ser um sucesso como Chefe dos escoteiros, um homem deve ser um Admirável - um sabe-tudo. Nem um pouco disso.
Ele simplesmente tem que ser um homem-menino, isto é:

(1) Ele deve ter o espírito do menino nele; e deve ser capaz de se colocar em um plano certo com seus filhos como um primeiro passo.
(2) Ele deve perceber as necessidades, perspectivas e desejos das diferentes idades da vida do menino.
(3) Ele deve lidar com o menino individualmente e não com a massa.
(4) Ele então precisa promover um espírito corporativo entre seus indivíduos
para obter os melhores resultados.

No que diz respeito ao primeiro ponto, o chefe dos escoteiros não deve ser nem diretor da escola nem oficial comandante, nem pastor, nem instrutor. Tudo o que é necessário é a capacidade de desfrutar do exterior, para entrar nos meninos ambições, e encontrar outros homens que lhes darão instruções nas direções desejadas, seja sinalização ou desenho, estudo da natureza ou pioneirismo.

Ele tem que se colocar no nível do irmão mais velho, isto é, ver coisas do ponto de vista do garoto, e para liderar e guiar e dar entusiasmo na direção certa. Como o verdadeiro irmão mais velho, ele tem que perceber as tradições da família e ver que eles são preservados, mesmo que uma firmeza considerável seja necessária. Isso é tudo. O Movimento é uma alegre fraternidade, mais alegre porque no jogo do Escotismo você está fazendo uma grande coisa para outros, você está combatendo a criação do egoísmo.

Em relação ao segundo ponto, os vários manuais cobrem as sucessivas fases da vida do adolescente. Em terceiro lugar, o negócio do chefe dos escoteiros - e um muito interessante é tirar cada menino e descobrir o que está nele, e então segurar do bem e desenvolvê-lo para a exclusão do mal. Há cinco por cento de bom mesmo no pior personagem. O esporte é encontrá-lo e depois para desenvolvê-lo em 80 ou 90 por cento. Isso é educação em vez de instrução da mente jovem. Quarto. No treinamento de escoteiros, o sistema de patrulha ou gangue dá a expressão corporativa do treinamento individual, o que põe em prática que o menino foi ensinado.

O Sistema de Patrulha também tem um ótimo valor de treinamento de personagem se for usado corretamente. Isso leva cada rapaz a ver que ele tem alguma responsabilidade individual pelo bem da sua patrulha. Isso leva cada Patrulha a ver que ela tem responsabilidade pelo bem da Tropa. Através dele, o chefe dos escoteiros é capaz para transmitir não apenas sua instrução, mas suas idéias quanto à perspectiva moral de seus escoteiros. Através dele, os próprios escoteiros gradualmente aprendem que eles têm considerável influência no que sua tropa faz.

É o sistema de patrulha que faz a tropa, e todo o escotismo para esse assunto, uma verdadeira cooperativa de esforço comum.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. As assembleias estão chegando!



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
As assembleias estão chegando!

                                Março, abril sãos os meses escolhidos para as assembleias. Cada uma oferecendo um novo recomeço, algumas mudanças e muita confraternização. Não faltará eleições e muitas promessas. Dificilmente os do contra serão eleitos. No Escotismo de hoje não há lugar para oposição. Há uma espécie de acordo não escrito onde os atuais irão manter os postos ou então seus seguidores irão dar prosseguimento aos seus trabalhos durante o tempo que foram eleitos. Há um perfume de fraternidade no ar. Os participantes destas Assembleias com seus sorrisos com seus sonhos vão se encontrar abraçar e contar causos e causos.

                                Não estive presente na Assembleia escoteira Paulista. Gostaria de ter dado uma passada, rever amigos, abraçar os que ainda não tive a honra de apertar a mão e dizer: - “Escotismo, um caminho para o sucesso, um caminho para a fraternidade”. Nem sempre isto acontece, algumas assembleias esqueceram-se de alguns artigos da lei e costumam faltar com o respeito, à lealdade e ética. Existe uma luta invisível por cargos e para isto alguns que fingem ser escoteiros não medem esforço para perpetuar o sonho que acreditam em novos caminhos.

                                No passado fui a algumas assembleias em alguns estados brasileiros. Por poucas vezes nas Assembleias Nacionais. Fim de semana que passou aconteceu à assembleia de São Paulo. Não fui. Não importa se não me reconhecem como escoteiro, o importante da minha presença seria os apertos de mãos, o abraço e os sorrisos de rever e fazer novas amizades., hoje não mais. Era bom ver o coração pulsante, conversas quadradas e redondas, espontaneidade de alguns que só de olhar a gente sabe que tem o escotismo no coração. A saúde bateu feio, não me permite mais extravagâncias de andar, passear por aí.

                              1968, março, não lembro o dia, dirigi meu primeiro Conselho Regional hoje conhecido como Assembleia (saudades das nomenclaturas antigas davam um denominador próprio, como se o escotismo tivesse seu reconhecimento não só pelo seu método como pelos nomes ou nomenclaturas usadas). Havia seis meses que tinha sido nomeado Comissário Regional em Minas Gerais. Verde, recruta nessas lides apesar dos meus já passados vinte anos de escotismo, fui então orientado pelo Chefe Darcy Malta a realizar o Conselho Regional no ano seguinte.

                              Naquela época a maioria dos estados realizavam seus Conselhos em um só dia, com eleições, leitura da ata e apresentação de contas. Foi nesta década que os Conselhos (Assembleias – Arre!) começaram a expandir para fins de semana e até alguns estados em três ou quatro dias. Chefe Darcy veio a Belo Horizonte para me ensinar como fazer. Tremi na base. Ainda sozinho, verde no cargo sem diretoria regional, tendo o auxilio do Chefe Wander e heroicos assistentes regionais fizemos “das tripas o coração” e conseguimos montar um Conselho Regional. Época boa, corríamos no comercio e indústria para pedir colaboração e nem pensávamos em taxas – Hoje elas abundam. ARRE!

                             Senti-me perdido na mesa diretora pela primeira vez. Procurava demonstrar uma coragem que não tinha para conduzir tamanha responsabilidade. Mais de quatrocentos presentes e graças a Deus com Chefe Darcy e Chefe Wander o meu lado deu tudo certo. Depois virou um hábito para todos os chefes de Minas, pois não era só burocracia havia jogos, horas dançantes, brincadeiras de roda e tantas mais. Foram diversos Conselhos Regionais em várias cidades mineiras. Tornou-se uma rotina agradável de anualmente batermos continência para os amigos de ontem e de hoje. Vieram outras atividades recreativas, as Indabas Regionais, os acampamentos distritais que marcou muito meu passado escoteiro. Sempre aplaudo os assistentes hoje eternos desconhecidos mas por mim colocados no panteão da gloria. “Arranka, kuenca lelenka” e conseguidos dar o inicio a corrida da fraternidade no escotismo mineiro.

                            Hoje tudo mudou. Dizem os lideres para melhor. Cada um tem seu quinhão de escolha no ontem no hoje e no amanhã. Novos chefes, estão aí para defender suas posições. Um direto. Alguns se divertem quando digo ser um caqueano da gema e outros criticam minha calça curta, meu chapelão, meu Vulcabrás. Ainda bem que não criticam meu amor pelo escotismo, por muito que fiz e ajudei a chefes e meninos em Minas Gerais e nos grupos escoteiros onde passei.

Para as que já se realizaram Bravôo! Para as que virão feliz Conselho, feliz Assembleias, que elas tragam para o escotismo o que hoje em dia faz falta: - Honestidade, lealdade, honra caráter e ética escoteira.
Boa Assembleia vote bem, vote com consciência!