quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Crônicas de um Chefe Escoteiro. Direita volver!



Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, à bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.

Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Direita volver!

              Patrulhamento ideológico. Um tema difícil de escrever. Nosso movimento tem uma finalidade tão bonita e tão séria que poucos poderão ter visto ou passado por isto. Até um me disse um dia que isto é ilógico se queremos ser uma organização disciplinada sem fins lucrativos e educacionais. Não sei se concordo. Deixemos de lado as benesses do que o escotismo pode produzir e vamos ver se existe a realidade neste tema tão marcante. Tenho visto diversos comentários de vários Escotistas e resolvi comentar. Sempre fui contra, mas sei que existe no nosso movimento escoteiro. Isto acontece em todos os órgãos Escoteiros. Cada um tem sua explicação lógica e muitos defendem tal ação com explicações que para mim não são convincentes. Eu mesmo fui a tempos uma vitima. Não é difícil encontrar um Escotista que passou por isto. Se você é um desses privilegiados meus parabéns. Eu conheço centenas de escotistas que passaram ou estão passando. Vejamos o que dizem como seria um Patrulhamento ideológico:

- Patrulha ideológica ou patrulhamento ideológico é uma expressão cunhada pelo cineasta Cacá Diegues, em 1978 - Designa uma organização informal de pessoas unidas por laços ideológicos ou religiosos que tem por objetivo de impor seus ideais a outro grupo de pessoas, munindo-se de discursos, protestos e reivindicações. Essa atividade se caracteriza por uma vigilância constante do público alvo.
O patrulhamento pode operar aproveitando-se de relações de autoridade, como a relação professor-aluno numa sala de aula, ou mediante abuso de espaço público. O objetivo do patrulhamento ideológico é convencer o público para que se convença e siga as normas e critérios dos patrulhadores. As patrulhas ideológicas entendem que a oposição a suas ideias seja uma espécie de transgressão e procuram desencorajar quaisquer iniciativas que levem ao questionamento de princípios ou fatos. O patrulhamento pode empregar técnicas de intimidação, apelo ao medo e obstrução de espaço público e privado, evoluindo eventualmente para o conflito. Nicolau Maquiavel definia que as ideologias eram diferentes "nos palácios e nas praças", conforme as diferentes condições de vida dos que as defendiam. Por este motivo, aqueles que viviam "nos palácios" vigiavam seus pares e aqueles "das praças" também o faziam, gerando assim um sistema de ideias e doutrinas políticas ou sociais polarizadas, criando conflitos.

Se substituirmos os nomes não há como argumentar o contrário. Poderei dizer também que até o Bullyng vez ou outra é efetuada por aqueles que têm o poder maior. Vejamos também o que se entende por Bullyng: - Bullyng é um termo da língua inglesa (Bullyng = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

          Se pensarmos que dizer Patrulhamento Ideológico ou Bullyng são expressões fortes para insinuar que temos no escotismo pessoas que agem assim, eu pergunto: quanto de nós já fomos intimidados para calar ou impedir opiniões ou que outros mais próximos se manifestem contra as ideias do ”patrulhador” chamados de intolerantes ou defensores de outra ideologia que não a nossa? Com este processo se faz a neutralização dos intelectuais ou não adversários ou mesmo indiferentes, por meio da crítica tendenciosa ou mesmo pela desqualificação pessoal do adversário visado. Dizem que temos liberdade de nos expressarmos, temos normas para exigir o direito de defesa, mas continuamos sem ação e penetração no que discordamos. Impossível contradizer pelo debate, pela discordância ou crítica racional, e então somos anulados sem discussão, e dificilmente aceitam democraticamente a opinião contrária ou discordância.

            Outras vezes os “patrulhadores” procuram desqualificar o opositor, pois este é o processo ostensivo mais usado no patrulhamento. Não se procura discutir com clareza as ideias e nem se critica o pensamento expresso pelo intelectual democrata. O que se busca é desprestigiar o autor, retirar-lhe a autoridade e idoneidade, para invalidar a obra ou pensamento. Claro somos geralmente estigmatizado como um ser “reacionário”, ou ser de “direita”, “fascista”, “autoritário”, ou mesmo não acreditarmos que a liderança é a melhor, tem resultados e não procuramos compreender seu trabalho e aceitar a disciplina que nos ensina nossa Lei e aceitação das normas estatutárias de nossa organização.

               Isto nem sempre acontece às claras. Muitas vezes um comentário de um dirigente ou um palestrante deixa implícito o que pensam os “patrulhadores” e se o infeliz opositor tiver “telhado de vidro” com certeza pode até ser crucificado publicamente ou não. Dificilmente sabemos o que foi decidido nas Comissões de Ética, feita muitas vezes sem direito de defesa e até casos que o “acusado” nem ficou sabendo que estava sendo julgado. Quando nós estamos fazendo nosso trabalho voluntário, pensando que estamos colaborando, nos sacrificamos com tempo, com nossas finanças e muitas vezes contrários ao que pensam amigos e familiares e somos sujeitos a tais patrulhamentos não é muito fácil aceitar.

            Como ex-adestrador ou formador, vi como havia muitos na equipe a desclassificar um ou outro aluno só porque ele não concordou com o que dizia o palestrante. Sem conhecer o aluno/Escotista no seu hábitat era ele submetido a um Bullyng e que dificilmente teria condições de se defender ou se explicar, pois seus atos foram interpretados dentro da norma estatutária sem direito de defesa. Sem generalizar isto acontece em grupos, distritos e regiões e qualquer um de nós podemos narrar fatos acontecidos com companheiros nossos. É comum em alguns Grupos Escoteiros uma ação mais efetiva dos “patrulheiros”. Difícil fazer escotismo assim. Que liberdade é esta?

           Poderia ficar aqui e dar dezenas de exemplo, mas vou me segurar em um deles. A ortoga da Insígnia de Madeira. Vejam sem generalizar, pois centenas são entregue normalmente claro, deste que o agraciado seja associativo, disciplinado e coerente em suas ideias com a Associação. Se o futuro agraciado não coaduna com as normas impostas se ele é considerado “arrogante”, ou mesmo se é antipatizado pelos seus superiores hierárquicos então o patrulhamento se faz presente. Um silencioso Bullyng, sem ser alertado e o tempo vai passado até quem sabe um dia algum outro substituível resolve que o Escotista tem direitos. No entanto na maioria das vezes o agraciado se cansa e resolve desistir. Quem sabe a demora foi uma forma de forçar tal situação. Uma situação deveras suis-generis, pois nos cursos que passou foi aprovado sem restrições.

           Existe uma subserviência entre os membros na cadeia hierárquica que assusta, pois ela é feita com sorrisos e salamaleques, mas impositiva. Um Escotista que não coaduna com o sistema dificilmente terá condições de lutar por seus direitos na nave-mãe. Nunca sera eleito, nunca será aceito ou convidado para nada na Corte. A “casta” se fecha para ele por mais qualidade que ele possa apresentar. O sistema com seu patrulhamento ideológico já fez dele um leviano, um desacreditado e ele será sempre um pária por toda a vida escoteira, claro, se não mudar sua linha de pensamento. A quase totalidade aceita sem discussão toda a norma impositiva e sabe quem sem isto é melhor deixar as fileiras da organização. Muitas vezes a luta não significa nada para os patrulhadores, pois eles têm a maioria dos associados concordando com todos os atos e conduta exigida pelas normas estatutárias. Como diziam os generais-ditadores do passado – “Escotismo, ame-o ou deixe-o”! 

Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.


domingo, 20 de outubro de 2013

Estarei eu no caminho certo? E você?



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Estarei eu no caminho certo? E você?

Quer saber? Não sei. Tem hora que sim e tem hora que não. Eu tive uma vida diferente e no escotismo me diverti e aprendi como muitos que hoje labutam pelo seu engrandecimento. Mas sempre fui um contestador. Sou um espiritualista convicto e nossa filosofia nos explica bem o “Livre Arbítrio”. Sei que traçamos uma meta todas as vezes que aqui viemos, mas para isto somos lembrados que podemos seguir o caminho que escolhermos diferente daquele que planejamos. Amigos Escoteiros me perguntam se pessoas como eu que somos formadores de opiniões acreditamos que o que fazemos é para um crescimento e um reconhecimento do escotismo, e não uma forma de prejudicar o que alguns tão nobremente vêm fazendo. Bom questionamento. Se pensar que deverei dar o primeiro passo não devo pensar se eles também estão no caminho certo ou se estão prejudicando o crescimento e reconhecimento. Um bom evangelista não pode pensar assim.

Temos que primeiro pensar em nossas ações, os outros serão julgados pelo que fizeram e não por mim. Tenho que ser responsável pelos meus atos e responder quando chegar a hora. Uma busca na história do mundo nos mostra que nenhuma organização pode crescer isolada, sem aceitar aqueles que pensam diferente. A verdade da ação não está nos escritos e nem na palavra. Outro dia li o que Paulo Coelho escreveu sobre a verdade: - “Certos discípulos vivem me perguntando onde está a verdade”, disse Maal-El. “Então, certo dia, resolvi apontar para uma direção qualquer, tentando mostrar que o importante é percorrer um caminho, e não ficar pensando sobre ele”. “Ao invés de olhar para a direção que eu apontava, os discípulos começaram a examinar meu dedo, tentando descobrir onde a verdade estava escondida”. “Quando as pessoas procuram um mestre, deviam estar em busca de experiências que possam ajudá-las a evitar certos obstáculos. Mas, infelizmente, a realidade é outra: estão usando a lei do menor esforço, tentando encontrar respostas para tudo.”
 “Quem deseja beneficiar-se do esforço do mestre para poupar suas forças, nunca chegará a lugar nenhum, e acabará por decepcionar-se.”.

Eu acredito nas vantagens do Movimento Escoteiro. Talvez ele não me desse à fortuna, o sucesso empresarial que muitos tiveram, mas me deu a alegria de viver de ser feliz e poder participar de aventuras que em outro lugar nunca teria. No entanto me tornei um contestador. Sempre fui assim. Alguns dizem ou diziam que sou fato do contraditório, um rebatedor do jogo correto. Porque não me alinhar com a corrente que marcha pensando estar no caminho certo? Huxley disse que em tempos normais, nenhum individuo são pode concordar com a ideia de que os homens são iguais. O Código Samurai afirma que a perfeição é uma montanha impossível de escalar que deve ser escalada um pouco a cada dia. Nosso movimento tem escalado há tempos esta montanha. Demora demais para chegar ao topo. Acho que tenho o direito de pensar que existem outras trilhas e que nos levarão ao outro lado e a forma correta de se chegar mais rápido ao que pretendemos.

Eu gostaria de pensar que o outro lado do eu pensassem como Voltaire: - Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. As palavras do nosso Líder são claras quanto a isto. Ele defendeu a democracia até o fim. Não me podem tirar o direito de contestar e tentar mostrar onde estão os erros que eu por acaso acho que existem. Nosso movimento tem uma finalidade tão séria que não pode pensar que é de alguns poucos. Os milhares que dele participam deveriam ter uma forma de se sentir também proprietários com ações voz e voto. Eu luto de forma diferente. Às claras. Dentro das minhas possibilidades tento vender aos outros meu pensamento. Tão difícil esta venda. A uma proibição forte, uma lei que fizeram e que eu não fiz. Chamam-na de Disciplina e Lealdade. Por ela temos de aceitar as regras do jogo. Jogo que me foi imposto sem me dar o direito de contestar. Dizem que quem participa tema obrigação de obedecer. Eu não dei opiniões. Como Confúcio eu vou aos poucos batalhando. Ele dizia que se transportarmos um punhado de terra todos os dias, nós faremos uma montanha.

Porque estou dizendo tudo isto? Porque é necessário que eu faça uma reflexão dos meus atos. Afinal estão a dizer que sou um Formador de opiniões e tenho que tomar cuidado com minhas palavras. Pode ser, mas até hoje são poucos os amigos que acreditaram nas minhas palavras. Se como disse Cora Coralina eu fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores eu ainda não vou ver se meu objetivo foi alcançado. De uma coisa tenho certeza, toda a oposição é válida. Dizem os críticos que Governo, oposição e democracia se houver unanimidade é burra! Se os nossos irmãos Escoteiros acreditam que a nossa associação é uma democracia, ela sem uma oposição competente e credível é uma fraca democracia. Frágil e doente. Sem ela os dirigentes podem fazer como acreditam. Dizem os poetas que sem oposição o governo tende a governar como quer, o padrão de competência será definido pelo próprio governo e não há memoria de nenhum governo se ter demitido por ter feito uma má avaliação de si próprio.

Finalmente tenho que acreditar que possa estar colaborando para o desenvolvimento do nosso movimento de outra forma. Não posso sair a campo para dizer a todos o melhor caminho. Não tenho mais condições de sair “a escoteira” por aí, é muito difícil, portanto uso a escrita como ação para expandir minhas ideias. Afinal o melhor caminho não é o que aponto. O melhor caminho seria o que democraticamente a unanimidade dos associados iriam apontar. Engana-se quem acha que opositores são perigosos para a organização. Dizia Disraeli que nenhuma organização pode ser sólida por muito tempo se não tiver uma oposição temível. Confirmemos Heráclito que dizia – A oposição produz a concórdia. Da discórdia surge a mais bela harmonia. Fiquemos por aqui com algumas palavras do nosso fundador:

 Tem gente que é um gansinho daqueles quem vão atrás, nas pegadas do pai ganso vai seguindo o filho atrás.
"Não se contente com o que, mas consiga descobrir o porquê e como."
“O homem não é apenas um plano, é vida uma espécie de barco que todo mundo tem que levar a bom termo.”
"Nunca um homem que nunca cometeu erros fez nada."

O Cuco-humano é geralmente uma espécie de gente superior que, numa questão, só vê o lado que lhe interessa e o de mais ninguém. É um homem interessado em si próprio, que quer apenas impor a sua vontade ao mundo; aproveita-se do trabalho de gente mais humilde ou então afasta os outros que possam estar a caminho de conquistar as coisas que ele deseja.
Você vai encontrar o Cuco-humano sob várias formas: fanáticos, políticos demagógicos, pedantes intelectuais, esnobes sociais e outros extremistas e até no escotismo.
Quanto a estes Cucos a dois perigos:
- Um é que você pode ser iludido a seguir a sua liderança.
- O outro é que você pode se tornar num Cuco.

REME SUA CANOA
Canção (Paródia)

Um homem não deve ser boi de rebanho que vai empurrado pra frente sem ver:
Se firma o caráter, faz sua tarefa. E rema a canoa para onde quiser.
Sem medo, ele olha os escolhos que enfrenta: Bebida, mulheres, o jogo e os espertos. Não vai encalhar, porque as rochas contorna.
Remando a canoa com os olhos abertos.

Côro – Portanto, ame o próximo com a si mesmo, Vá indo pra frente como o mundo faz Não fique sentado chorando assustado...
Conduz com o remo a canoa, rapaz!
Do livro, Escotismo para Rapazes de Baden Powell.


sábado, 5 de outubro de 2013

Nada a declarar!

Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Nada a declarar!

A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe à crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança.

Quem dizia isto? Acho que poucos se lembram. O ministro Armando Falcão foi quem cunhou a frase que ficou célebre. E hoje eu estou plagiando, pois não tenho nada a
declarar. (mais tarde ele escreveu um livro – Tudo a Declarar, mas não declarou nada. Risos). Declarar o que? Desculpem, acho que tenho muito a declarar. Estou lendo o inicio de uns artigos que postei em meus blogs e pensando.

“Castas” – existem mesmo no escotismo? – Castas em sociologia, são sistemas tradicionais, hereditários ou sociais etc. e etc. É um artigo longo. Comparei esse sistema com a maneira com que funciona a direção no nosso escotismo. Sei que muitos não concordam, mas a uma luta desigual para atingir esse privilegio.

Democracia Escoteira. – Sempre falo nisto. Também muitos discordam, chegam mesmo a me dizer que devia ver como foi conduzida na maior lisura tal assembleia ou o Congresso. Nossos dirigentes são como nossos pais, (apenas um exemplo) sempre estamos ali agradecendo o que eles fazem em nosso beneficio. Um chocolate para adoçar a boca. Não perguntam o que queremos, apenas decidem e como somos obedientes e disciplinados, aceitamos sem discutir.

A Ilusão dos Iludidos – Quando escrevi esse artigo foi interessante. Na época disse que era um tema polemico. Muitos discordaram. Sempre aqueles que dizem - Devemos preocupar com os jovens, deixar de lado os que querem dominar. Que eles se entendam. “Eu estou fora”. Isto até soa como subversão para mim. Afinal de que valeram meus 65 anos atuando no escotismo? Tenho que ficar “na minha” e bater palmas para os que dirigem? Afinal não os escolhi. E estão sempre lá se reelegendo ou mesmo indicando quem deve assumir em seus lugares e assumindo outros. Não desgrudam mesmo. É difícil pensar que alguém se preocupa. Lembra-me um adágio do Velho cego conduzindo outro cego e ambos caíram em um buraco.

O Escoteiro que luta só foi outro artigo – Sei que tem muito com eu. Uns poucos dizem o que pensam outros nada dizem. Alguns sempre a me mostrar que estou errado, que não é assim, e tem cada um com palavras lindas que quando olho suas fotos me parecem ver auréolas brilhantes sobre suas cabeças (risos). Queria ser assim. E aqueles que dizem – "Chefe", esqueça isso, vá procurar um grupo, veja o sorriso da meninada! Nestes dou risada. Afinal várias centenas de jovens cresceram no escotismo que colaborei. E quantos milhares de sorrisos. Tenho resultados. Muitos.

São tantos e tantos artigos. Palavras ao vento. Existe uma aceitação que me
amedronta. Não vejo ninguém se preocupando com a estrondosa rotatividade dos jovens no escotismo. Nem estão nem aí com as mudanças, se estão ou não acabando com as tradições. Não enxergam este número sazonal de vai e vem em registros na UEB. Uns defendendo que estamos crescendo (?). Não existem consultas e quando existem são para uma minoria. Não existe uma maneira mesmo que razoável em acreditar em democracia.

Um diz que foi julgado em uma Comissão de Ética e não sabia. Não fora informado. Graças a Deus que foi absolvido. Não é preocupante isso? Afinal quantos estão sendo julgados nessas comissões sem direito de defesa? Mas eles batem palmas. Dão-se por satisfeitos, pois foram inocentados. (quem sabe eu estou lá sendo julgado e condenado?). E assim segue uma liderança que sempre é escolhida por eles mesmos e nunca será substituída. A capitania hereditária existe no escotismo nacional. Talvez em algumas delas um ou outro perca o poder. Engana-me que eu gosto, pois logo ele assume outro cargo. Mas quem o adquiriu sabe, vai lutar até as últimas consequências para ficar lá.

E se alguém como eu levantar a voz, centenas dirão – Cala-te "Chefe"! Não sabes que o Escoteiro é obediente e disciplinado? Não sabes que eles podem te processar? Já pensou? Você não poder falar mais nada? Não sabe que na nossa promessa dissemos que devermos servir a União dos Escoteiros do Brasil? E lá vamos todos a continuar como seguidores. Poucos levantarão a voz. Mas eu não. Agora vou dar um tempo. Estou escrevendo muito. Contos, histórias, todas vendo os meninos e meninas com a mente sã. Vivendo a plenitude do que é o sonho de todos os jovens escoteiros.

E amigos, podem pisar no meu “calo”. Vou ficar quieto por algum tempo. Vou assistir de “camarote” e rir de mim mesmo com essas bravatas que estou lendo. – Foi tudo lindo! Uma democracia perfeita! Tudo muito bem estruturado. Direitos iguais! Risos. Mas os mesmos da corte foram reconduzidos. E viva a democracia Escoteira! Antes que esqueça – Foi distribuída lá uma profusão de medalhas! Você não vai receber. Risos. Sem ofender, pois tenho o maior respeito por todos os Escotista do Brasil e do mundo, sempre quando vejo os ânimos calmos, elogios aos dirigentes, entrega de medalhas em profusões a quem pertence ou se uniu a corte, me lembro de uns provérbios interessantes, que aqui transcrevo sem endereço fixo:

O bom entendedor meia palavra basta. 
A corda sempre arrebenta pelo lado mais fraco. 
Anda em capa de letrado muito asno disfarçado. 
As paredes têm ouvidos. 
Briga o mar com a praia, quem paga é o caranguejo. 
Cada cabeça, cada sentença. 
Cada leitão em sua teta. 
Cada louco com sua mania. 
Cada macaco no seu galho. 
Água e conselho só se dão a quem pede. 
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. 
Águas passadas não movem moinhos. 
Nada como um dia depois do outro. 
De grão em grão a galinha enche o papo. 
Em boca fechada o seguro morreu de velho e a prudência foi ao enterro (funeral) 
Em boca fechada não entra mosca
 Para bom entendedor meia palavra basta 
Ri melhor quem ri por último. 
Ri-se o roto do esfarrapado e o sujo do mal lavado. 
Quando a barriga está cheia, toda goiaba tem bicho. 
Quando a esmola é demais, o santo desconfia. 
Quando o dinheiro fala tudo cala. 
Quando o pobre come frango, um dos dois está doente. 
É nos tempos maus que se conhecem os bons amigos. 
É preciso ver para crer. 

Bem chega por hoje, que cada um faça bom proveito. Risos e risos.

"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.

 (Luther King)