quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Conversa ao pé do fogo. Totens e nomes de patrulha.




Conversa ao pé do fogo.
Totens e nomes de patrulha.

Baden Powell dizia que cada Patrulha em um Grupo deveria ter o nome de um animal e que era bom critério escolher apenas animais e aves que se possam encontrar na sua região. BP achava também que "Cada escoteiro deve saber desenhar sumariamente o animal da patrulha e servir-se do desenho como assinatura." Ele fez os desenhos de muitos animais que escolheu para um possível patrulha. Isto não significa que quando da constituição de uma patrulha seja discutido entre seus membros um nome diferente ao aqui sugerido. A foto que acompanha exemplifica o que B-P pensava.

"Totem" é uma palavra dos índios algonquinos. Designa, simplesmente, o "Brasão" ou as "Armas" de uma família. O "Brasão" era pintado ou cravado na maioria dos objetos usados pelo proprietário. As famílias dos índios americanos mandavam esculpir os seus Totens, quando podiam. Geralmente, eram altos pilares ou postes, e em geral, era um cedro admiravelmente trabalhado. O "Brasão" ficava no alto do poste e, em geral, era um animal selvagem, ave ou peixe. Os índios tinham-no como talismã e acreditavam que velava por eles e os protegia.

 É em relação ao totem que as coisas são classificadas em sagradas ou profanas dentro da coletividade. Henry Schoolcraft, ao analisar os totens tribais da América do Norte, disse: "o totem é, na verdade, um desenho que corresponde aos emblemas heráldicos das nações civilizadas e que cada pessoa é autorizada a portar como prova da identidade da família à qual pertence. É o que demonstra a etimologia verdadeira da palavra, derivada de 'dodaim', que significa aldeia ou residência de um grupo familiar".

Cores e sugestões de animais ou pássaros para escolha de uma patrulha.

Jacaré verde e caqui. Antílope azul escuro e branco - Texugo lilás e branco – Morcego azul claro e preto – Urso Castanho e preto – Garça cinzento – Hipopótamo rosa e preto – Cavalo preto e branco – Cão alaranjado – Hiena amarelo e branco – Castor azul e amarelo – Alcaravão cinzento e preto – Melro preto e caqui – Búfalo vermelho e branco – Touro vermelho – Chacal cinzento e preto – Canguru vermelho e cinzento – Francelho azul escuro e verde – Guarda Rios azul de alcião – Leão amarelo e vermelho – Cão de Fila azul claro e castanho – Tetraz castanho e cinzento – Gato cinzento e castanho – Gralha preto e vermelho – Cobra Capelo alaranjado e preto – Esmerilhão azul escuro e castanho – Mangusto azul escuro e alaranjado – Noitibó preto e amarelo – Lontra castanho e branco – Mocho azul – Galo vermelho e castanho – Corvo Marinho Preto e cinzento – Galeirão purpura e cinzento – Cuco cinzento – Maçarico verde – Pantera amarelo – Pavão verde e azul – Pavoncino verde e branco – Pelicano cinzento e roxo.

- Andorinha branco e alaranjado – Rola cinzento e branco – Águia verde e preto – Elefante púrpura e branco – Falcão castanho e alaranjado – Raposa verde – Faisão castanho e amarelo – Tadoma castanho e cinzento – Papagaio do mar cinzento e amarelo – Quati preto e castanho – Carneiro castanho – Ganso Patola amarelo e azul escuro – Cerceta castanho e verde – Tarambola Dourada alaranjado e cinzento – Lagópode castanho claro e escuro – Açor cor de rosa – Cobra Cascavel cor de rosa e branco – Corvo preto – Rinocerante azul escuro e alaranjado – Gaivota azul claro e escarlate – Foca vermelho e preto – Squa azul escuro e caqui – Narceja azul escuro e escarlate – Gazela escarlate e amarelo – Esquilo cinzento e vermelho escuro – Veado roxo e preto – Estorninho preto e amarelo – Cartaxo castanho e preto – Cegonha azul e branco – Petrel azul escuro e cinzento – Cisne cinzento e vermelho – Andorinhão azul escuro – Tigre roxo – Morsa branco e caqui – Noitibó Americano amarelo e castanho – Pato Marreco caqui – Javali cinzento e cor de rosa – Lobo amarelo e preto – Galinhola castanho e lilás – Pica pau verde e roxo – Pombo Bravo azul e cinzento.

Sugere-se que quando do inicio de uma patrulha, a escolha do seu totem e nome deve ser de comum acordo com todos os patrulheiros. Uma escolha é para sempre. Nunca se deve alterar ou mudar só porque uma nova patrulha anos depois achou melhor escolher outro animal ou pássaro. Afinal aquele totem tem muitas histórias para contar e muitos jovens tiveram a honra de segurá-lo ao dar o grito e ali depositaram sua confiança na patrulha e nos amigos que juntos faziam escotismo fraterno amigo e com alto espírito escoteiro.

Nota-se que BP fez questão de colocar nomes da fauna de muitos países que adotaram o movimento Escoteiro. Os nomes de patrulhas sempre deram orgulho aos que dela participaram. Até hoje muitos antigos escoteiros ainda dizem com orgulho de qual patrulha foram. Outros até hoje ainda se encontram anualmente para rememorar os velhos tempos, dar o grito e se abraçar efusivamente como se ainda fossem aqueles jovens cantantes e viajores das trilhas de incríveis aventuras que fizeram acontecer. Existem patrulhas da idade da criação do grupo, são aquelas que muitos antigos voltam à sede só para se ter o orgulho de segurar o totem e dar o grito que também é para sempre.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Uma atividade aventureira no SUS. A felicidade e feita de doces momentos!




Uma atividade aventureira no SUS.
A felicidade e feita de doces momentos!

Nada é para sempre! Chico nos ensinou que Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta. Não há problema que não possa ser solucionado pela paciência. Confesso que no passado me chamavam de estopim curto. Não sei se era assim. Quando menino andei dando uns tabefes nos que me chamavam de Escoteiro (proibido para menores) e aos sábados me confessava com o Padre Joaquim. Vinte Pai Nosso, vinte Ave Maria e estava absolvido perante Deus. Hoje na flor da idade dos meus 79 anos, eu permito a todos serem como quiserem, e a mim como devo ser. Dé pé as seis, às oito horas da manhã, lá estou eu e minha amada Célia nas portas do SUS, uma policlínica de Osasco. As Nove deveria estar lá para ser atendido por um Médico Cardiologista já meu conhecido de épocas passadas.

Dizem que meu coração é forte como quando era menino escoteiro subindo nas serras do Cipó e da Piedade para colher uma orquídea rara. Ruim é meu pulmão, comido pelo tempo, já desenganado e esperando a hora quando ele me disser adeus. Claudicando, bengala em punho, subi degraus resfolegando na rampa que me levava ao “Bendito consultório” lá fui eu escoteirando me lembrando que o escoteiro não desiste, ele é forte e está Sempre Alerta! A espera sentado em cadeiras quebradas, me refastelei segurando na minha amada bengala esperando uma voz cantante de uma enfermeira catita que nunca foi Chefe de Lobos a dizer: - Senhor Osvaldo sua vez! Dez horas, o salão cheio, um entre e sai de pacientes do meu Brasil varonil. Nenhum cinto escoteiro a vista! Onze, doze, uma duas horas. Sorrindo pela minha felicidade eis que ouvi uma voz de anjo a dizer: - Senhor Osvaldo sua vez!

Verdade? Quase gritei Anrê! Dar um bravoô não caberia ali. Mais eis que surgiu outra fila para fazer uma radiografia, e na sala do dito Senhor do SUS outra fila que quase me fez desistir. Cansado, com fome galhardamente como um escoteiro modelo aguardei minha vez. Sua Majestade o Doutor como se estivesse fazendo uma inspeção em algum curso (ele parecia um formador. kkkk) me atendeu sério. O que houve? O senhor tem exames que mandei fazer a dois anos e não os trouxe? – Mama mia! Fui desclassificado... Sem a bandeirola de eficiência! Lembrei-me do Chico novamente: “O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros”!. Procurei no coldre preso no meu cinto escoteiro engraxado e asseado o meu Colt 44 carregado de balas... De hortelã! Sorri como a Surucucu do Vale do Quati que quase me mordeu... Oito minutos depois saí, claudicando quase caindo. Ele me deu uma receita e mais duas solicitações de exames, para se ajuntar aos meus outro dois que estou no aguardo deste a eleição da Querida Dilma. Quase quatro horas e chego em casa.

Mais um dia vivido neste mundo do SUS que o Brasil me deu. Comi uns biscoitos e um chá gelado e lembrei novamente do Chico: A sua irritação não solucionará problema algum. O seu mau humor não modifica a vida. Não estrague o seu dia! Falou Chico. Aquele que breve irá morrer com ou sem o SUS te saúda! E para não dizer que não falei de estrelas, meu fraterno abraço e meu Sempre Alerta.  

sábado, 26 de outubro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Dissecando a filosofia escoteira. (segundo os novos adeptos de Baden-Powell).




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Dissecando a filosofia escoteira.
(segundo os novos adeptos de Baden-Powell).

... – “Um amor de verdade nunca parte de nossas vidas, mas reparte conosco um pedaço de si e nos deixa saudades”. (Ander Monte).

Viajando nas minhas nuances ou particularidades abstratas da analise investigativa sobre a soberba filosofia escoteira, que segundo o Google é um substantivo feminino, de amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância (segundo Pitágoras) a filosofia segundo Platão é a Beleza absoluto e o brilho ou esplendor da verdade. Há hoje uma busca constante no aprimoramento existencial e a busca do seu “eu” o ser humano tenta achar o seu caminho e o escotismo serviu como refugio para muitos que ainda não se encontraram buscando uma maneira de servir mesmo que para isso o caminho seja difícil e cheio de dificuldades para se chegar ao ponto máximo da felicidade. Diversas organizações de ajuda ao próximo tiveram nos últimos tempos uma procura de muitos que se prontificaram a se doar voluntariamente e assim se sentirem melhor neste mundo moderno cuja felicidade sonhada é tão manifestada.

Vemos nas redes sociais, em assembleias, em Indabas seminários ou qualquer associação onde voluntários se reúnem a interação da busca de seu interior através da filosofia Escoteira. O frenesi de encontrar a fonte da felicidade, onde os grandes pensadores e filósofos dizem que ela está ao alcance de qualquer um bastando para isso ajudar ao próximo ou nas palavras do fundador Robert Baden-Powell: - “O caminho para alcançar a felicidade é fazer a felicidade dos outros”! Dizem que ele foi um homem além do seu tempo. Os historiadores o comparam aos maiores pensadores da história. Pelo sim pelo não o estilo do escotismo diferente de tantas outras organizações, deu ao voluntário o sonho possível de acreditar em uma nova filosofia. Ajudou isso o trato com jovens, o sorriso de uma criança, uma metodologia fantástica do ponto de vista da descoberta, a busca da sua espiritualidade, a verdade das suas convicções e isto motiva a se doar por inteiro a um movimento ainda não tão reconhecido pelas autoridades educacionais.

Para aqueles que viveram outra época onde se realizava mais um escotismo aventureiro, buscando a descoberta além da imaginação, a filosofia era uma nuance escondida na mente abstrata dos Lideres Escoteiros. A criatividade, a mochila, o bornal, o cantil a faca escoteira a machadinha para não escorregar na batida do tambor, o som da corneta, o calcanhar a bater botas de uma saudação militar, queira ou não era um chamariz. Ainda se vivia na busca da verdade e da descoberta dos livros da bibliografia Escoteira do Chefe Mundial e seus seguidores. O Chefe era um companheiro, um amigo e porque não dizer um sonhador. Ele tinha passado pelas sendas escoteiras, vivido sua fantasia na realidade do acontecimento. Era um tempo quem sabe mais verdadeiro, mais sincero, onde a fraternidade era uma realidade não tão permissiva como nos dias atuais. Claro que existem duas faces ou dois lados da moeda. Não só o antigamente tinha sua filosofia do sucesso. Convenhamos que as necessidades não sejam as mesmas. Convenhamos que a um senso comum que o sucesso é um trabalho prazeroso e aproveitar a vida sem maiores transtornos.

O mundo deu uma guinada enorme da mente e na vivencia do ser humano. Novos ideólogos, pensadores e pedagogos estudam o escotismo profundamente. Se antes havia um caminho traçado para percorrer, nos dias atuais este caminho ainda é tortuoso. Existe na mente dos novos voluntários escoteiros a esperança de encontrar a verdadeira filosofia tão sonhada por toda uma comunidade que se dedica a formação de uma juventude perfeita. Plagiando José de Alencar um famoso politico escoteiro: - “O amor é contagioso, com especialidade na solidão, onde a alma tem necessidade de uma companheira, e quando de todo não a encontra, divide-se ela própria em duas: Uma esperança; outra saudade”. Uma volta ao futuro está acontecendo quem sabe para melhor. É significante e contagioso o amor declarado pelos novos adeptos do Escotismo. Declaram a todo instante sua nova identidade escoteira. Se entregam de corpo e alma a nova filosofia que acreditam. Alguns ainda insistem na procura da tão sonhada filosofia que absorveu Baden-Powell quando escreveu o seu livro “Escotismo para Rapazes”. Jovens Akelás buscam matar a sede de aventuras no “Livro da Selva”. A filosofia está presente no coração de todos.

Mas me desculpem meus amigos, pois o Velho Chefe Escoteiro sabe que seu sonho de aventureiro ainda perdura. Muitos quando viajam nas asas dos meus alfarrábios se lembram deste “Impisa” que resiste em se atualizar. Na sua mente ele vê alguém de chapelão, calças curtas e mochileiro fiel ao seu passado. Aquele que se esqueceu de que novos ventos sopram nas planícies da nova filosofia escoteira. Sorrio de mim mesmo. Na penumbra do meu lar eu ainda canto o Rataplã, meu grito de guerra permanece preso na garganta: - “Anrê”! “Com saudades me embrenho nas matas nas serras distantes na busca dos rios ferventes de peixes dourados e me lembrando de um estribilho da Canção do Clã (que adoro): -”. A sede de riscos que nunca se acaba, as rochas que há a escalar, um rio tranquilo que canta e que chora, jamais poderei olvidar”. E a noite sentado ao pé da fogueira, crepitando a minha alma escoteira, novos lideres escoteiros correm para participar desta alma escoteira. E sonhando com minha filosofia que não é só minha é de todos que acreditam neste grandioso movimento, onde uma só voz um só coração canta sua crendice, sua vontade em ajudar no prisma de uma Lei, de uma promessa que só nós escoteiros podemos orgulhar: - “O sol nos aponta um caminho de sonho, e o vento nos leva a andar, o brilho de vivas estrelas repetem o eco de nosso cantar”!

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Histórias em volta de uma fogueira. A última sessão de cinema... (The last soldier of Mafeking!).




Histórias em volta de uma fogueira.A última sessão de cinema...
(The last soldier of Mafeking!).

... – “Uma breve parada no tempo”. Às vezes o corpo não ajuda, a mente fraqueja e hibernar é a melhor coisa a fazer. Neste breve espaço de tempo aproveitei para escrever. Se não publiquei meu livro e nem contei Histórias no You Tube criativo como sou porque não fazer um filme? Só mesmo na minha imaginação, mas que teria um final apoteótico do Velho Chefe Escoteiro... Teria... Oh! Se teria!

- Com os olhos cerrados, deitado na cadeira da praia da minha imaginação, displicentemente eu olhava as ondas do mar que batiam de leve nas areias brancas no seu vai e vem constante. Pensativo em minha meditação ali estava eu em sonhos como se fosse uma doce ilusão, uma fantasia, uma miragem do que pensava em fazer... Um filme... Um belo filme escoteiro. Sorria para mim mesmo... Mas quem era eu? Fracassado na edição de um livro, frustrado em contar uma história que não houve no You Tube teria a audácia de fazer um filme? Que tipo de filme? Um épico? Poderia me igualar a Cecil B. de Mille e o seu formidável os “Dez Mandamentos”? Quem sabe a História de um grande amor de um belo casal de Pioneiros? Um Romeu e Julieta de farda? Um longa-metragem? Nunca chegaria aos pés de Fellini, Bergman ou Bertolucci. Arrogante e atrevido me pus a pensar. Na minha imaginação burlescamente dei inicio ao passeio pensante de um reles escritor querendo ser um cineasta escoteiro. Criador de fantasias Badenianas lá fui eu imaginar como um tolo audacioso o tipo de filme que eu iria fazer. Um filme de aventuras? Nele não caberia John Wayne e suas destemidas histórias no western americano. Montava peça por peça, parte por parte um arcabouço de um filme pensado por um produtor e diretor que se arvorou em ser um reles contador de histórias tiradas da sua imaginação.

- Por favor, não ria, não estou blefando... Se outros famosos cineastas fizeram sua obra prima, porque eu um reles e vivido Velho Lobo, um cansado “Impisa” que chamavam de “O Lobo que nunca dorme” não faria o meu? Me via pisando nas teias simplistas de um futuro apoteótico e fazer o filme Escoteiro dos meus sonhos. O que viria primeiro, o título ou o enredo? Criar diálogos e monólogos e ser jocosamente espirituoso para fazer um roteiro quem sabe melhor que os famosos diretores do Cinema do ontem e do hoje... - Não seria uma das minhas velhas histórias de aventuras escoteiras. Teria que ser uma nova, onde o personagem principal não seria eu e nem alguns dos meus amigos que já partiram para além da eternidade. Onde então eu iria buscar um tema que pudesse prender os leitores, ou melhor, os espectadores por uma ou duas horas de entretenimento em uma pequena sala de espetáculos de um bairro de periferia? Sabia que nos grandes conglomerados cinematográficos meu filme não iria passar... Arriba caro Chefe! Mexa-se! E lá fui eu voltando no tempo, nas asas de minha imaginação em cada trilha em cada curva do caminho do alvorecer, no campo sem volta de um mal me quer acidentado. Andei pelas campinas verdejante de Derribadinha, nas margens do meu querido Rio Doce, nas matas do Tenente e fui até no Pico do Itacolomi a procura de alguém que me contasse uma história... Um enredo lindo e com um final feliz! Ou será que não?

- Iria precisar de verbas... A Ancine iria subsidiar? Se não tenho cacife nem para editar um livro, contar uma história no You Tube e mal consigo transcrever meus alfarrábios em páginas absolutas das redes sociais como fazer ou criar? Como pensar diferente das normas regimentais cinematográficas sem que seja um plágio criando um novo tempo, uma nova história para filmar... Deixei minha mente passear por plagas distantes, e sem sarcasmo idealizei uma epopeia no Transvall com a figura estonteante de Baden-Powell e seus amigos Zulus... Lá fui eu novamente buscar a cidade sitiada de Mafeking, na luta corpo a corpo com os Bôeres sem vencidos e vencedores... Seria esse o ponto de partida? Porque não a história de Zeferino, velho Chefe que resolveu acampar em pelejas na serra alcantilada e se perdeu sem saber voltar ao campo onde armou sua barraca? Nem mesmo a Prismática ajudou a achar Rosaldo seu Monitor amigo e protetor. Quem sabe a história de Mancebo, aquele Velho Balu que não querendo mais hibernar em sua caverna sonhava em fazer seu ultimo acampamento? Diziam que estava velho e gordo e isto estava fora de cogitação. Dia e noite ele só falava nisto. Era muito conhecido. Entrou como lobo e nunca mais saiu. Agora aos 85 anos aposentado claudicava, tremia, respira mal e sua voz quase não se entendia. Acordou com um sonho que tinha ido acampar. Ficou com o sonho na mente. Sorria ao pensar no seu último acampamento. Se morrer acampando morrerei feliz ele dizia...

- Ora... Histórias... Enredo... Pedaços de vida sofrida ou cantante de alguém que errante um dia promessou e nunca mais queria olvidar... Bom bocado de escotismo, calos a mostra, esculacho de um conto que nem sei por onde começar. Será que foi seu treco, seu apetrecho mochileiro seu molejo de pano enchido de coisas que nem existe mais que me deu esta sina de começar e não poder terminar? Quem iria escrever? Eu mesmo? Sem patrocínio? Um empréstimo no mundo de sonhos escoteiros que vivi e criei? Seria um mal acontecido, um aborrecimento qualquer, um amor perdido na montanha dos desejos esquecidos? A história teria chapelão? Farda e botina Vulcabrás? Teria lenço de Gilwell, teria muitos ah? Bolas! Nem sei no que pensar... Piso no chão dolente e vejo uma estrada longa demais. O filme? Fica guardado quando estiver morando em Capella minha estrela e quem sabe lá terei verbas da Ancine, terei assistentes, parafernália eletrônica, gente bonita, gente bondosa, gente alegre para me ajudar... – Boquiaberto vejo o Assistente de direção dizendo: - Chefe! Cena um. O filme vai começar... Luz, câmara... Ação!

E sem registro no Ministério governamental, sem direção e sem a orquestra de Glenn Miller... Sem título para acompanhar... As filmagens vão começar! Sei que não vai aparecer na “Ilustrada” no Festival de Cannes e nem no Sundance Film Festival. Afinal a histórias não tem cacife para alcançar um “Oscar”. O filme seria escrito por mãos desconhecidas e não era o épico de Cecil B. Mille ou a linda história de amor de Bergman ou Fellini... Nem mesmo um faroeste de John Ford, com trilha sonora de Henry Morricone... Meus sonhos não irão morrer. Aos sons eternos de um Rataplã de uma inesquecível história, contada por mim, dirigida por ”eu”, nas pradarias do Sol Nascente, lá onde o Pico da Bandeira sorriu, quando a Nacional subiu levada pelo vento nas alturas do tronco do Ipê Rosa, esquecida no momento de uma historia um filme que não teve fim nem começo... E que nunca existiu... Já no final da “Ultima Sessão de Cinema” alguém gritou!  Chefe Osvaldo! A bandeira em saudação!

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Gente amiga do Escotismo! Eu vi!




Gente amiga do Escotismo! Eu vi!

- Gente amiga do Escotismo, eu vi... Vi com esses olhos que a terra há de comer. Vi chefes que um dia tirei o chapéu. João Ribeiro, Benjamim Sodré, Floriano de Paula, Darcy Malta, Guido Mondin, Sauro Bartolomei e tantos outros. Me orgulho deles. Não sou nada escoteiramente perto deles. Talvez tenha feito um escotismo diferente, liberto, criativo cheio de aventuras e voando nas asas da imaginação, mas não falei ao Brasil... Eles sim! - Verdade! Eu vi... Palavra de Escoteiro se é que ela ainda vale. Vi gente escoteira nas grandes corporações, nas lideranças religiosas, no alto clero educacional, na Corte Suprema, no tão desacreditado congresso e até mesmo no alto poder da presidência do Brasil. Saudades de José de Alencar e Itamar Franco Do Guido Mondin, todos dizendo dos valores do escotismo e do orgulho em participar do maior movimento de jovens do mundo!

- Gente eu vi! Garbosos escoteiros desfilando pela pátria, pelo seu grupo, pela sua região e até mesmo pela “União dos Escoteiros do Brasil”. Belas tropas, valorosas patrulhas com suas carretinhas, ou com seus bastões alçados com sacos de tralhas escoteiras indo acampar. Eu vi com esses olhos que a terra há de comer, escoteiros hasteando ou arvorando uma bandeira nos picos nas montanhas, nas pradarias, sorrisos e cantando belas canções. Meus amigos, meus irmãos escoteiros eu juro que vi escoteiros montando barracas, fazendo a boia o tutu com feijão, ovo no espeto e franco no barro... Não ria, eu juro que vi! No pedaço de uma trilha vi chefes, vi subchefes (existia), vi um Guia da Tropa (belos tempos) levando as patrulhas morro acima para ver o sol nascer... E olhe juro mesmo que vi lobinhos com seu Akelá, sua Bagheera, seu Balu, com mochilas nas costas, andando soberbos nas Matas da Jângal procurando o Shery Kaan!

- Quanta coisa eu vi! Juro que vi! Tudo pelo menino, a vida se preciso para fazê-lo sorrir! Sem burocracias, arranjos, ordens, sem mandatos, sem normas, sem prescrição vencida e o escambal... Quantas coisas eu vi no escotismo de meu Deus. Feito sem soberba, sem obrigações, aonde o vil pagamento vinha em segundo plano, assim como a inscrição, a obrigação de seguir regras, interpostas por homens que se gabam de serem escoteiros. O que vale mais? A regra ou o sorriso? Deixar o menino na mão só porque seu Chefe não cumpriu todas as obrigações? Afinal vale mais a criança ou o adulto inventor? Criador de mil petições a dizer o que pode e não pode fazer? Menino eu vi, um deles dizendo que tudo era para valer em seu próprio benefício. Benefício? Negaram para ele a participação e o seu belo sorriso por um reles documento, uma procuração.

Ora viva gente amiga eu vi! Vi Chefes defendendo outros acusando e no final o menino triste ficou a chorar por não participar num simples ajuntamento, onde ele e seus amigos irmãos de lenço como dizem, foram e ele não... Meninos juro que vi um Chefe dizendo que normas são normas, que era preciso ter Seguro de Vida, pois se um acidente com o menino triste acontecesse seria um caos... Caos? Já ouvi falar e não vi acidentes a não ser os negligentes chefes sem condições de chefiar... Mas lobinhos num ajuntamento em atividade, onde tem alambrado, tem telhado, tem salas ginásio esportivo e será que isto poderia acontecer? Não deram um jeito? O menino triste não pode ir e ninguém para dizer, vá lobo de Seeonee, eu confio em você e assumo! Assumir? Acolher? Adotar o menino como seu? Mas não ninguém para consentir, definir e permitir que o menino triste pudesse seguir com os outros a trilha que o convidaram e depois o proibiram de fazer.

- Meninos eu vi! Juro que vi chefes prá todo lado, cada um dando seu recado e no final o menino triste não foi... Chorando foi para casa, amargurado, triste descamisado de um uniforme que acreditou ser seu e não foi. Eu vi juro que vi chefes imitando Sócrates, Jean- Jacques Rousseau, Friedrich Nietzsche, Platão, Aristóteles e não vi ninguém imitando Lord Baden-Powell um fundador para fazer sorrir meninos tristes que querem excursionar, participar, abraçar, sorrir cantar e brincar... Afinal não foi ele quem escreveu o Caminho para o Sucesso? Ele escreveu normas? Escreveu que primeiro a burocracia depois a fantasia? Gente eu vi, um menino triste que não foi não deixaram ir, e disseram para ele que na Jangal é um por todos e todos por um. Mas vi também chefes de lobos, de escoteiros dizendo estarem escoteirando, lobeando, mas triste eu vejo que lá vão eles, seguindo o Pai Ganso e nem sabem aonde vão, pois na trilha que seguem vai seguindo o filho atrás... E nas ondas dos escreventes, dos sorridentes, lá no Olimpo, tento dialogar, finjo que não sei e sei que não vai dar. Chefe isto não está no programa. Programa? Tem lá um artigo que um menino triste queria ir e não foi? As normas não deixaram? É sei que a nação escoteira assiste a um triste espetáculo do lobinho triste que um dia sorriu e nem sei se depois desistiu.

- Gente eu vi e me chamarem de presunçoso, de atrasado, aquele que só sabe fazer nó... E eu fazia, e olhe mais de quatro dezenas. De cabeça para baixo, pendurado com uma mão no galho e outro fazendo nó. Isso vale? Necas meu Chefe, não vale disse um pedagogo. Vale entender como funciona a Célula-Tronco. Vale se você é um az em filosofia, em pedagogia... E eu? Tenho que me burocratizar? Ser um da corte onde o Rei da escoteirada dita normas que não pode contemporizar? Tem de obedecer e não tirar uma vírgula sequer para fazer o menino triste sorrir? Gente amiga eu vi demais, Condenam-me por ser um Arsène Lupin um ladrão de Casaca hoje transformado em ladrão das ideias de BP.

- Gente eu vi e não queria ver... O Menino Triste não pode lobear com sua Matilha, sua alcatéia, correr nas areias do Waingunga, pisando na cabeça de Shery Kaan, sem muros, sem absurdos de dizer que vale mais a norma, o regulamento, a regra Deus do céu! Ninguém para assumir e dizer... Ele vai, ele pode ir, eu assumo as responsabilidades e se necessário darei minha vida só para fazer este menino sorrir! Afasto-me de discussões estéreis. Discutir com alguns que nem saber onde está o cavalheirismo, a cortesia, a lealdade, a palavra chave ser irmão de todos e dos demais escoteiros. Demais? Onde? Só vale dentro da Associação? Chega, desculpem, não quero mais ver. Melhor seguir o cego e se um dia cair na ribanceira bem feito. Como disse o profeta: - Ser livre, fazer o que o livre arbítrio decidir. Vamos aguardar e ver se um dia vou ver o Menino Triste sorrir!

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Conversas ao pé do fogo. O antigo penacho usado no chapéu escoteiro.



Conversas ao pé do fogo.
O antigo penacho usado no chapéu escoteiro.

Nota – Penachos, velhos conhecidos do chapéu escoteiro. Boas lembranças que se tornaram histórias do passado. Tudo tem seu tempo e sua hora. Os donos do poder fazem e desfazem das normas do POR. Se quiser um chapéu de pano australiano tem na loja. Tem tantos barangandãs que o faturamento agradece. Estes não faltam nunca nas lojas Escoteiras.

- No passado os escoteiros tiveram muitos símbolos que usavam e vão aos poucos desaparecendo. Um modernismo feroz os condenou ao ostracismo ou a falta de interesse de continuidade. Eu prefiro dizer que quando se relega ao segundo plano ou se extingue algum que se considerava tradição, estamos perdendo parte de nós mesmos. Nenhum dirigente teria o direito de se arvorar em dono da verdade, sem consultar a maioria. Nenhuma mudança deveria ser feita sem uma ampla consulta, sem ouvir opiniões dos associados. A memória escoteira não pode ser apagada assim por um ou dois que se acham no direito de acabar com uma tradição quase centenária. Ao apagar o passado é apagar o presente passamos a ser um povo sem tradição é povo sem tradição é um povo sem memória.

São poucos que tentam resgatar o passado lembrara-se do que fomos do que tivemos e dos bons momentos, boas recordações que se tivessem permanecido quem sabe nosso movimento seria mais lembrado e respeitado como um formador da juventude. Sei que é Impossível hoje a volta de alguns desses símbolos ou distintivos. A jarreteira hoje usada pelos escoteiros de Portugal desapareceu há tempos. O distintivo de lapela ainda formal, mas pouco usado. A moeda da boa ação e mesmo o chapéu de abas largas vão aos poucos sendo esquecidos. As estrelas de metal foram substituídas pela de pano. Motivo? Disseram que muitos se arranhavam e poderia haver acidentes de grandes proporções. Como diz um articulista da Folha de São Paulo estes são os “çabios” do escotismo. Afinal usei por mais de quarenta anos e nunca vi ninguém se acidentar.

O penacho identificava os ramos e modalidades. Amarelo para lobos, verde para escoteiros, marrom ou grená para os seniores, vermelho para os pioneiros e os chefes de ramo usavam uma metade do penacho das cores de suas sessões e a outra metade azul. Já me perdi nas cores e nem me lembro bem quais as cores eram usadas pelos chefes de grupo hoje Diretores e Presidentes, Adestradores, Comissários e assistentes. Mas o que era o penacho? No Google diz que é um conjunto de penas em ramo para se ornar chapéus capacetes etc. Diz também que simboliza o amor, a alma a felicidade quando utilizado acima da cabeça, claro por um chapéu. Pelo que me consta BP usava e suas cores ainda não sei qual eram. Quando extinguiram o penacho houve uma grita de muitos chefes que se sentiram desnudos em sua identificação. Em todos os encontros regionais e nacionais no passado sempre alguém cobrava uma distintivo para identificar o Chefe.

O penacho no chapéu trazia esta identificação. Junto com as estrelas de metal de atividade, elas com suas cores recortadas em feltros davam um toque especial ao membro Escoteiro que usava. Era bom ver um de nós com as estrelas de atividade, seja a de lobo, do Escoteiro, do Sênior e pioneiro e chefes cada um com suas cores amplamente reconhecidas. O penacho trazia uma mística própria que foi aos poucos desaparecendo com o tempo. Usei o penacho por anos, deste menino. Gostava dele, mas o que aconteceu com sua extinção foi o que acontece hoje em muitos casos. Não se encontra para comprar. Não sei se o POR ainda consta. Se alguém quiser ter um para recordação quem sabe no exterior. Soube que na Inglaterra se encontra fácil nas suas lojas Escoteiras. Bom mesmo os ingleses. Ainda mantem muitos distintivos do passado e o chapéu de abas largas ainda apreciado por muitos tem lá um estoque fenomenal. Lá ainda se encontra quase tudo que o passado se orgulhou em ter.

Hoje as tradições não são mais comentadas. Não existe interesse da Escoteiros do Brasil. Poucos ainda sabem que elas existem. Nossa liderança escoteira estingue sem perguntar, sem ao menos explicar os motivos que a levaram a fazer assim. Nossa disciplina é tanta que nos acostumamos a aceitar tudo sem reclamar. Sempre com um sorriso nos lábios e nem mesmo discordar ou reclamar. Chegamos a tal ponto que não se vê ninguém da EB dizendo os motivos, e isto quando acontece são chefes defensores os quais eu os chamo de politicamente corretos. Sempre correm a defender a nossa liderança. Bem, nem mesmo vou dizer que os participantes de atividades internacionais são aconselhados e muitas vezes obrigados a usar o uniforme oficial EB. O vestuário em primeiro lugar e o uniforme caqui em segundo. Artigo de luxo como o chapéu, o penacho, o distintivo de lapela, as estrelas de metal, as jarreteiras, o distintivo de segunda e primeira classe e tantos outros desapareceram na linha do tempo da Escoteiros do Brasil.

Às vezes me pergunto se vale a pena ainda manter as Tradições. Todas as vezes que escrevo um artigo sobre tradições ou outros símbolos ou mesmo distintivos parece que da um arrepio nos dirigentes da EB e nos politicamente corretos. Sempre com a mesma dicotomia que os tempos são outros. Não entendem ou não querem entender o que significa tradições. Os politicamente corretos então correm para responder sobre o escotismo moderno. Meu Deus! Será que eles não entendem nada? Enfim, foi uma época boa. Hoje nem sei o que ficará no tempo para se lembrar no futuro. O Vestuário e os distintivos podem ser alterados quando um novo líder surgir discordando. Basta um para sugerir que desaparece parte da Lei Escoteira. O passado se foi o presente também se vai um dia. E o futuro? Quem sabe voltam as jarreteiras, os famosos distintivos de classe, as estrelas de metal, o penacho, o chapéu Escoteiro e tantos outros. Ah! Como é bom sonhar acordado!

sábado, 5 de outubro de 2019

Um sábado qualquer... Nostalgia, melancolia e saudade... “Um dia fui lobinho”




Um sábado qualquer...
                                         Nostalgia, melancolia e saudade...                           
“Um dia fui lobinho”

- “Nossa Alcatéia em noite de lua, vai a floresta para caçar... Mas não é caça de carne crua, caçamos provas para passar... Só é lobinho quem é muito esperto, e tudo quer o melhor fazer, só é lobinho quem tem olho aberto, só é lobinho quem saber ver”! (Velha canção dos meus tempos de lobo).

- Foi em abril de 1947 que tudo aconteceu. Não tenho certificado e nem ficha modelo 120 para me assegurar da data. Naqueles tempos nem sabíamos que isto existia. Acho que foi no dia 12 de abril quando vi um lobinho pela primeira vez. Morava no Bairro Carapina em Governador Valadares do outro lado da linha da estrada de ferro Vitória Minas. – Quem é você? Ele me olhou e sorrindo me disse, sou lobinho. - Lobinho? – Futuro Escoteiro, logo serei um primeira estrela! – Um! Pensei. Naquela época eu gostava de marchar e de fardas. Quando fizesse 18 anos iria entrar para o Tiro de Guerra... Lá tem Banda? Banda... Hoje dizem fanfarra, banda tem instrumentos musicais. Tem sim. Quando for escoteiro irei participar. – Quer ir comigo? Corri e falei prá mamãe. Vou nos lobinhos, posso ir? Eles gostam de marchar! Ela sorriu – Não demore, sei onde é a sede deles...

Ah tempos, velhos e saudosos tempos! O Chefe João Soldado me levou até o Balu. Balu? Quem seria o Balu? Me recebeu com um sorriso. Negro, magro nem alto e nem baixo, sem bigode e sem barba. Até hoje nunca o esqueci. Quando chegava a sede ele vinha bamboleante em minha direção imitando um urso que eu nunca tinha visto e sorrindo. Hoje penso que ele não tinha lido o Livro da Jângal. Se sabia que existia um Akelá, uma Bagheera ou uma Raksha ou uma Kaa só fui saber muitos anos depois. Amei ser um lobo. O pulo no Balu era uma festa. A gente saia correndo e pulava em cima dele fazendo uma pilha de lobinhos... Ele saia sorrindo da pilha, rolava no chão e gritava que era um perigo na selva! Que selva? Mas tudo vem ao seu tempo. Um dia falou de Mowgli, de Sheri Kan. Contou que era um tigre cruel. Tigre? Fui à biblioteca da prefeitura para ver a foto de um tigre indiano...

Quando contou sobre a Kaa disse que era uma cobra amiga dos lobos. Eu eim? Amigo de cobra? Mas ele inventou uma dança da cobra chiando e rastejando pelo chão. Dois anos depois falou do Akelá e da Bagheera. Só. Fiz minha promessa dois meses depois. Mamãe fez meu uniforme, na Loja Abil ela comprou o brim azul e o meião e fez um boné de lobo desengonçado que durou por mais de quatro anos. Chefe João Soldado, sério me colocou o lenço... Disse que eu era um Lobo feroz, mas amigo de todos. Que minha promessa era para sempre. Dificilmente ficávamos na sede. Só no campo correndo e brincando. Só sabia cantar a Arvore da Montanha e nossa Alcateia em noite de lua. Um dia chegou cantando: - Eu sou um bom lobinho, um bom lobinho quero ser! – Quantas histórias quantos acampamentos, (a gente acampava e era bom demais). Com nossa ajuda fazia nossa comida, tirava espinhos e carrapatos que pegávamos na floresta.

Hoje lendo as postagens de muitos falando sobre o dia do lobinho me deu uma saudade enorme dele. Grande mesmo. Não lembro se naquela época já existia o dia do lobinho. Festa mesmo era o Sete de Setembro o dia da Cidade e o dia do Escoteiro. Inesquecível. A gente desfilava e eu empertigado marchava com orgulho. Saudades do meu Balu. Corríamos pelos campos, ele mostrava-nos os pardais, o bem ti vi o pássaro preto e dizia: - São bonitos assim, presos não. Um dia contou quando Mowgly foi raptado pelos Bandarlogs. Foi demais. Meu Balu era simples, vigia no Prédio do Banco da Lavoura, ganhava pouco. Nunca nos disse que fora escoteiro. Sabia que era bom em matemática. Balu! Quanto é vinte vezes trinta? Ele respondia na hora. Seiscentos! E quem discordava? Dona Mercedes sua mãe cozinhava para a família Borges. Quando passei para escoteiro sempre voltava nas reuniões da Alcateia. Um dia disse que ia embora. Sumiu. Ninguém soube onde foi parar. Já escoteiro Sênior lembro-me de um fogo de conselho na Mata do Quati eu Levi, Nonato, Pardal e Zé Bolacha lembramo-nos dele e foi uma choradeira de dar dó.

Por muitos anos antes de me considerar um Pioneiro ele ainda estava lá firme sozinho a “comandar” os lobos sempre fora da sede, nos campos, acampando excursionando como dizia: Um dia vamos encontrar nesta Jangal, um urso uma pantera, um lobo e uma cobra... Muitos anos depois fui morar na capital e me disseram que voltou com sua mãe para Nazária no Interior do Piaui. Sempre pensei que quando tivesse um emprego iria visitá-lo. Pois é Balu, sei que você não está lendo esta minha saudade. Só digo a você que fui feliz como Escoteiro, mas como lobinho eu fui muito mais. Bons tempos de lobo, de nadar na Nascente do Córrego Corrente, atravessar as pinguelas num pé só, brincar nas porteiras das fazendas, dormir sob as estrelas, entrar na selva que você dizia ser a Jângal. Você era nosso Balu, nosso médico, nosso cozinheiro, você era tudo. E só você Balu gostava de cantar nas madrugadas para a gente acordar e fazer à física.

Ontem no dia do lobinho me lembrei de você. Saudades. Já foi para o céu? Claro que sim, eu tinha seis anos quando entrei e você mais de 23... Lembranças do Zás Trás, do Gentil, Do Portal, do Marcondes, do Tico que chamavam de Lombriga e da minha Matilha cinzenta, Matilha que amei e que nunca mais esqueci. Em abril próximo farei 73 anos de escotismo. Há anos não tenho registro na UEB e em nenhuma outra associação escoteira. Meu nome não está no PAXTU. Para mim não importa. Com ou sem registro sempre fui e sempre serei um escoteiro deste que fiz minha promessa como lobo em 1947 e como escoteiro em 1951. O escotismo é uma filosofia de vida que abracei para sempre. Ah! Nunca comemoramos naqueles tempos o dia do lobinho, mas sabíamos que existia um Santo, São Francisco de Assis!

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Conversa ao pé do fogo. A tropa escoteira dos meus sonhos.




Conversa ao pé do fogo.
A tropa escoteira dos meus sonhos.

Nota - Quem não gostaria de ser um Chefe ou Akelá participando de uma tropa ou uma alcateia dos seus sonhos? Sinceramente seu sonho se realizou? Sorriu quando viu quase todos seus jovens passar para escoteiro ou sênior com seu Cruzeiro do Sul e o Liz de Ouro? Cantou aleluia quando o acantonamento ou acampamento só deles foi festejado por eles e não por você? Pois é, assim somos nós chefes. Todos tem um sonho e tem a liberdade de realizá-los... Se quiserem!

- Dos meus sonhos? Uma tropa para que eu possa dizer que é minha? Que fui eu quem a fiz? Não. Está não é a tropa escoteira dos meus sonhos. Se eu pudesse, se voltasse no tempo eu não iria me prender a mania de grandeza, de poder, de superioridade. Nunca iria dizer que sou o melhor Chefe que existe, pois não sou. Faria de minha humildade o sinônimo de servir. Nunca vou esquecer que meus melhores dias foram em tropas escoteiras apesar de que fui Akelá e também um Chefe Sênior do qual muito me orgulho. Nesta tropa dos meus sonhos o sorriso seria obrigatório onde todos aprenderiam a liderar e serem liderados. Não seria uma tropa onde todos seriam empurrados e nem ficassem preocupados com as formaturas e nem o apito do Chefe. Meu programa seria simples, feito com diversas mãos principalmente dos monitores. Teria uma boca para falar, mas dois ouvidos para ouvir. Na sede teria um horário de início e fim, mas o meio não. O horário seria conforme o interesse e o sorriso da tropa. Teria elasticidade para mudar se necessário. O relógio seria um complemento e mais nada. Nesta tropa os escoteiros seriam os donos do programa. Meu julgamento se tudo estava perfeito não iria existir. O perfeito é os jovens que iriam dizer. Somente os resultados seriam importantes em um programa feito por todos.
               
Nesta tropa dos meus sonhos o respeito e a individualidade seria questão de honra e aceito com dignidade. Haveria uma fila para formação, mas esta não seria como uma escala hierárquica para chegar ao topo. Quem sabe um sorteio, quem sabe determinado em um conselho de Patrulha ou uma escolha pessoal exceto monitores e subs. A importância maior é que todos estivessem satisfeitos e soubessem que eram uma equipe unida e fraterna. O Monitor era mais um e não o único. Eu nunca iria determinar ou indicar quem seriam os monitores. Seus amigos da Patrulha seriam os responsáveis para elegê-lo. Sua formação e adestramento seria realizado pelos demais monitores onde eu seria mais um na Patrulha só nossa. Ali eu teria condições de analisar, coordenar, e deixar que todos pudessem assimilar dentro de seu estilo e personalidade sua liderança. Eu nunca seria um Chefe cheio de obrigações e responsabilidades. Faria minha parte como orientador amigo e aconselhador. Nesta tropa dos meus sonhos os monitores teriam parte importante no seu desenvolvimento. Nesta tropa teríamos como objetivos liderar e sermos liderados.

Baden-Powell comentava que o Chefe é o líder de seus monitores, ou melhor, o Monitor dos monitores. Se eles fossem bem formados e adestrados a Patrulha teria um alto grau de conhecimento técnico e as reuniões mais divertidas. Eles teriam tempo para conversar e ensinar aos demais. Eu daria a todas as condições de aprender o respeito, o amor, a vida no campo, como atingir o objetivo da formação escoteira e os monitores seriam partes importantes para a aplicação do método de fazer fazendo. Nesta tropa dos meus sonhos eu seria um amigo, mais que um irmão. Faria questão de conhecer a cada um em seu lar assim como aos seus pais. Deles ficaria amigo, e iria me aconselhar a melhor maneira de ajudar o seu filho.   Teria a oportunidade de conversar a sós com cada escoteiro para saber o que ele pensa e o que poderia ajudar para desenvolver suas potencialidades. As reuniões de sede iriam existir, mas as atividades de campo teriam prioridade. Seja em um fim de semana, seja em um final de sábado ou domingo. Iria ensinar a eles que a aparência faz parte do nosso crescimento e de nossa apresentação pessoal. Seria exigente com o uniforme, mas iria preparar a todos para que compreendessem sem demonstrar que isto teria um caráter de obrigação.

Não teríamos a pretensão de ser o melhor. De ser uma tropa padrão. De ser a primeira mostrando o orgulho de ser a melhor. Seria uma tropa simples, humilde, cujo objetivo seria um só... Formação da Ética e o caráter individual. Faria sim questão da amizade, do sorriso, da educação e cortesia e de ajudar ao mais fraco. A lei seria lembrada constantemente. Eu confiaria em todos eles na minha presença ou fora dela. Eu faria questão de ter sempre a mão uma carta prego, uma jornada no bairro com um propósito definido. Faria questão que cada um dentro de suas possibilidades fossem exemplos na sua escola, na sua rua e no seu bairro sem esquecer os deveres religiosos e a obediência aos pais e professores. E os acampamentos? Seriam incríveis. Deixaria que eles depois de treinados e adestrados, acampassem em um sítio próximo ou de um pai ou conhecido sem a presença dos chefes. Viveriam independente e aprendendo que um dia eles seriam donos de sí ou quando formassem uma família. Nos acampamentos com a participação de todas as patrulhas seriam perfeitos. Se possível em local ermo, com matas, com aguadas maravilhosas, com possibilidades de bambus ou eucaliptos para fazerem suas pioneirías e que cada um deles construíssem sem minha presença seus campos de patrulhas com todas as regalias que pudessem idealizar como espelho de suas moradas.

Nesta tropa dos meus sonhos, eu faria de tudo para dar a eles conhecimentos de cidadania honra e ética. Não iria obrigá-los a fazer atividades que eles não quisessem. A tropa seria deles e de mais ninguém. E eu faria tudo para recebê-los e os entregar com um sorriso nos lábios ao Chefe Sênior. Para mim seria questão de honra que eles ficassem por muitos e muitos anos. Se alguém um dia saísse ele seria ouvido e suas razões anotadas e discutidas com quem ficou na tropa. Eu teria muito mais para contar se pudesse voltar no tempo e fazer a tropa escoteira dos meus sonhos. Meu sorriso seria para todos, mostrar que ali somos todos irmãos. E quando chegassem na idade adulta, um pequeno sorriso e dizer: - Cumpri com minha obrigação.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. O fantástico e extraordinário PAXTU!




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O fantástico e extraordinário PAXTU!

Nota: - Divirtam-se com meus pensamentos apófricos, nada significam com a realidade. Afinal vamos reverenciar o PAXTU, ele sim uma verdade no escotismo do Brasil. Aguardem já me disseram que ao simples toque de uma tecla vai haver um BUM! Iremos quadruplicar o escotismo em nossa querida nação. Rarará!

- Quem ainda não ouviu falar? O Super. MUC da Alemanha é fichinha perto dele. O Vulcan da IBM quando falam nele se esconde em uma sala fechada de medo. O K Computer no Japão tem uma inveja danada dele. Ninguém supera o fantástico PAXTU e o arcaico SIGUE do passado virou bolha de sabão. Pergunte aos escoteiros do Brasil. Não sei o tamanho dele, Dizem e eu não posso afirmar que este monstro da informática, desenvolvido pelos especialistas Uebeanos, foi criado no Laboratório da sede nacional em Curitiba, com quase 700 Terabytes de RAM, 40 Petabytes de HD e um fluxo constante de 17,5 petaFLOPS de informações por segundo. Impressionante! Ele sabe de tudo. Especialistas do Google da CIA e da KGB do Putin tentam descobrir suas mil e uma utilidades com medo que seus programas sejam um dia ultrapassados.

A escoteirada brasileira se esbalda com ele. Orgulham-se dele. Quem não tem registro e a sua senha é melhor sumir do mapa escoteiro. Quer saber quem você é no escotismo? Vá ao PAXTU. Quer saber sua utilidade no escotismo? O PAXTU está lá para isto. Além das futricas que você provoca, tem tudo sobre a UEB antiga e a EB atual. Plano Institucional, programa, agenda, downloads, cursos, registros, convênios loja e o escambal. Dizem que está surgindo um novo programa que irá quadruplicar o número de escoteiros no Brasil, basta apertar a tecla ENTER. Ali estão currículos de cursos, currículos dos membros da corte, mais vulgarmente conhecidos como casta dos nobres. E você meu nobre amigo ou amiga se pagou seu registro está lá também. Ele é carinhosamente chamado de “Meu PAXTU”. Sua sigla que antes eram SIGUE (SISTEMA DE INFORMAÇÕES E GERENCIAMENTO DE UNIDADES ESCOTEIRAS) hoje é PAXTU. A antiga morada de BP.

Convenhamos que a utilidade do PAXTU seja fantástica. Já pensou? Eu quero saber quantas especialidades tive no escotismo, quais foram às datas e ele sorri para mim e começa sua tagarelice maneira imitando ser MATRIX? (- Neo: O que é Matrix?). - Morfeu: Você quer saber o que é Matrix? Matrix está em toda parte […] é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade. - Neo: Que verdade? - Morfeu: Que você é um escravo, Neo. Como todo mundo, você nasceu em cativeiro. Nasceu em uma prisão que não pode ver cheirar ou tocar. (Uma prisão para a sua mente). Risos. Até me lembra a BIA do Bradesco que nunca acampou e nem sabe a Lei Escoteira! Rarará! Queira ou não o PAXTU presta enormes serviços para a sociedade escoteira da EB. Não sei se os Uebeanos copiaram de outros países, ou da Boy Scout (devem ser primeira classe no assunto). Também não sei se foi um ganhador do Tapir que o concebeu. Mas olhe cuidado, faça já o seu registro. Se não tiver não tem PAXTU não tem senha e assim você será um eterno desconhecido. Um nada... Um Zé Ninguém!

Não adianta ajoelhar nos seus pés, choramingar que tem X anos de escotismo, que foi lobo, Escoteiro e Sênior. Que é Chefe há muito tempo. Não adianta gritar no ouvido dele que você quer uma Medalha que merece! Nada o fará mudar. Sem o registro e senha você nem consegue falar com ele. Você meu amigo é igual ao escoteirinho choroso de Brejo Seco. Só quem pode ganhar só quem pode dar risadas, só quem pode ir visitar o mundo escoteiro e comprar a vista ou no cartão os dezoito tipos do vestuário tem de ter a senha do PAXTU. Pagou? Valeu. Não pagou? Danou-se! Outro dia vi um amigo mineiro com foto de um curso que estavam dando ensinando como manusear o PAXTU. Beleza! Já pensou? Tem curso meu amigo, você que não é bom de internet vá fazer o curso. Entre nas entranhas da máquina e cresça no Escotismo como Chefe, IM, Formador, Diretor Presidente e o Escambal. Dizem que os Paxtuanos no futuro serão os primeiros a poder acampar na Estrela Verde próximo a GILWEL onde moram os felizes escoteiros do além que nunca ouviram falar no PAXTU! Rarará!

Perguntei a um amigo, formador, registrado, bem relacionado, se o PAXTU é democrático. - Claro que sim Velho Chefe Escoteiro senil e Chato de Galocha! Lá tem a melhor democracia do universo escoteiro. As outras associações estão a quilômetros de distancia. Já estão colocando um sistema de relacionamento humano, um sistema de pesquisas, como viajar de graça pelo mundo sendo um “Agraciado” membro diretor da EB. – Fiquei embasbacado! Parece que tudo vai mudar mesmo. Insisti com meu amigo formador bem relacionado e pertence à casta dos nobres: - Posso ver os julgamentos dos que feriram as normas Escoteiras, posso saber o que dizem nas reuniões sigilosas do DEN e do CAN? Posso saber qual o nome de quem tem o direito de confeccionar o vestuário, qual o lucro mensal real da EB? O que a tal E.N.I.T. está pensando em mudar nas tradições e métodos e inventar para que a escoteirada compre na Loja Escoteira? Será que o novo programa já está desatualizado? Ele o formador me olhou de esguio e não me deu resposta. Insisti... E os educadores brasileiros irão reconhecer que somos um movimento de formação do caráter, ética e respeito ao próximo? Será que o publico um dia vai aplaudir os escoteiros como a maior organização de jovens do Mundo?

O Chefe formador no alto de sua sapiência me olhou, franziu a testa e ia me mandar para... (acampar é claro) e disse: - Aceite Chefe, é a revolução escoteira. A norma agora é modernidade. Não podemos ficar parado no tempo. – Aproveitei para dar mais uma mordida no Chefe formador: - Como o tal PAXTU explica que há anos mais de seis mil se mandaram da EB e agora crescem vertiginosamente a media de seis a dez mil membros por ano? Ele fechou a cara deu meia volta e me mandou pras cucuias! Fiquei pensando, se é um programa tão espetacular não saberia o motivo da evasão, do surgimento de outras associações, das medidas disciplinares, dos processos judiciais a outros irmãos escoteiros que escolheram outro caminho para Badeniar? É são tantas perguntas sem respostas ou quem sabe algumas que não me satisfazem. Só sei que o PAXTU nem sabe que existo. Não paguei minha taxa e nem vou pagar, tô duro Moço escoteiro! Minha promessa minha vida de Lobinho, de Escoteiro, de sênior pioneiro e Chefe, dirigente e Adestrador (ufa formador Vado!) ele não foi informado, portanto não estou lá. Vai ver que até minhas mixurucas medalhas não constam dos seus arquivos. Ele nem sabe quem é o Chefe Osvaldo, pois é uma criatura matemática com uma coleção de instruções com um código fonte e uma linguagem própria de programação. Portanto não sou nada para ele.  

                   Aí eu fico pensando se vale ainda minha ficha modelo 120. Quem se lembra dela? Linda anotei item por item. Quantos ajudei a preenchê-la? Mas ela coitada, foi desprezada, virou artigo descartável, Afinal agora estamos em 2.019, avançando a cada minuto a cada dia semana mês e ano rumo ao infinito. Não precisamos mais de consultar se o caminho para o sucesso é o de Baden-Powell. O PAXTU é nosso guia. Não precisamos saber como funciona o Sistema de Patrulhas. Técnicas Escoteiras são contos da carochinha, Primeira e Segunda Estrela, Segunda e Primeira Classe ficou na história. Ouvir o jovem, saber o que ele pensa é coisa de “Jovens Líderes” de 18 a 26 anos. Os Escoteiros e seniores de 11 a 17 ficaram na berlinda. Eles sabem de tudo. Sabem o que o rapaz quer e o que ele merece. Não acredita? Vá ao PAXTU se não estiver lá, pergunte ao seu Chefe, se ele não souber pergunte ao Neo ou ao Morfeu. Eles sim venceram a MATRIX, mas o PAXTU não. Ele é o futuro do escotismo no Brasil!