terça-feira, 8 de outubro de 2019

Gente amiga do Escotismo! Eu vi!




Gente amiga do Escotismo! Eu vi!

- Gente amiga do Escotismo, eu vi... Vi com esses olhos que a terra há de comer. Vi chefes que um dia tirei o chapéu. João Ribeiro, Benjamim Sodré, Floriano de Paula, Darcy Malta, Guido Mondin, Sauro Bartolomei e tantos outros. Me orgulho deles. Não sou nada escoteiramente perto deles. Talvez tenha feito um escotismo diferente, liberto, criativo cheio de aventuras e voando nas asas da imaginação, mas não falei ao Brasil... Eles sim! - Verdade! Eu vi... Palavra de Escoteiro se é que ela ainda vale. Vi gente escoteira nas grandes corporações, nas lideranças religiosas, no alto clero educacional, na Corte Suprema, no tão desacreditado congresso e até mesmo no alto poder da presidência do Brasil. Saudades de José de Alencar e Itamar Franco Do Guido Mondin, todos dizendo dos valores do escotismo e do orgulho em participar do maior movimento de jovens do mundo!

- Gente eu vi! Garbosos escoteiros desfilando pela pátria, pelo seu grupo, pela sua região e até mesmo pela “União dos Escoteiros do Brasil”. Belas tropas, valorosas patrulhas com suas carretinhas, ou com seus bastões alçados com sacos de tralhas escoteiras indo acampar. Eu vi com esses olhos que a terra há de comer, escoteiros hasteando ou arvorando uma bandeira nos picos nas montanhas, nas pradarias, sorrisos e cantando belas canções. Meus amigos, meus irmãos escoteiros eu juro que vi escoteiros montando barracas, fazendo a boia o tutu com feijão, ovo no espeto e franco no barro... Não ria, eu juro que vi! No pedaço de uma trilha vi chefes, vi subchefes (existia), vi um Guia da Tropa (belos tempos) levando as patrulhas morro acima para ver o sol nascer... E olhe juro mesmo que vi lobinhos com seu Akelá, sua Bagheera, seu Balu, com mochilas nas costas, andando soberbos nas Matas da Jângal procurando o Shery Kaan!

- Quanta coisa eu vi! Juro que vi! Tudo pelo menino, a vida se preciso para fazê-lo sorrir! Sem burocracias, arranjos, ordens, sem mandatos, sem normas, sem prescrição vencida e o escambal... Quantas coisas eu vi no escotismo de meu Deus. Feito sem soberba, sem obrigações, aonde o vil pagamento vinha em segundo plano, assim como a inscrição, a obrigação de seguir regras, interpostas por homens que se gabam de serem escoteiros. O que vale mais? A regra ou o sorriso? Deixar o menino na mão só porque seu Chefe não cumpriu todas as obrigações? Afinal vale mais a criança ou o adulto inventor? Criador de mil petições a dizer o que pode e não pode fazer? Menino eu vi, um deles dizendo que tudo era para valer em seu próprio benefício. Benefício? Negaram para ele a participação e o seu belo sorriso por um reles documento, uma procuração.

Ora viva gente amiga eu vi! Vi Chefes defendendo outros acusando e no final o menino triste ficou a chorar por não participar num simples ajuntamento, onde ele e seus amigos irmãos de lenço como dizem, foram e ele não... Meninos juro que vi um Chefe dizendo que normas são normas, que era preciso ter Seguro de Vida, pois se um acidente com o menino triste acontecesse seria um caos... Caos? Já ouvi falar e não vi acidentes a não ser os negligentes chefes sem condições de chefiar... Mas lobinhos num ajuntamento em atividade, onde tem alambrado, tem telhado, tem salas ginásio esportivo e será que isto poderia acontecer? Não deram um jeito? O menino triste não pode ir e ninguém para dizer, vá lobo de Seeonee, eu confio em você e assumo! Assumir? Acolher? Adotar o menino como seu? Mas não ninguém para consentir, definir e permitir que o menino triste pudesse seguir com os outros a trilha que o convidaram e depois o proibiram de fazer.

- Meninos eu vi! Juro que vi chefes prá todo lado, cada um dando seu recado e no final o menino triste não foi... Chorando foi para casa, amargurado, triste descamisado de um uniforme que acreditou ser seu e não foi. Eu vi juro que vi chefes imitando Sócrates, Jean- Jacques Rousseau, Friedrich Nietzsche, Platão, Aristóteles e não vi ninguém imitando Lord Baden-Powell um fundador para fazer sorrir meninos tristes que querem excursionar, participar, abraçar, sorrir cantar e brincar... Afinal não foi ele quem escreveu o Caminho para o Sucesso? Ele escreveu normas? Escreveu que primeiro a burocracia depois a fantasia? Gente eu vi, um menino triste que não foi não deixaram ir, e disseram para ele que na Jangal é um por todos e todos por um. Mas vi também chefes de lobos, de escoteiros dizendo estarem escoteirando, lobeando, mas triste eu vejo que lá vão eles, seguindo o Pai Ganso e nem sabem aonde vão, pois na trilha que seguem vai seguindo o filho atrás... E nas ondas dos escreventes, dos sorridentes, lá no Olimpo, tento dialogar, finjo que não sei e sei que não vai dar. Chefe isto não está no programa. Programa? Tem lá um artigo que um menino triste queria ir e não foi? As normas não deixaram? É sei que a nação escoteira assiste a um triste espetáculo do lobinho triste que um dia sorriu e nem sei se depois desistiu.

- Gente eu vi e me chamarem de presunçoso, de atrasado, aquele que só sabe fazer nó... E eu fazia, e olhe mais de quatro dezenas. De cabeça para baixo, pendurado com uma mão no galho e outro fazendo nó. Isso vale? Necas meu Chefe, não vale disse um pedagogo. Vale entender como funciona a Célula-Tronco. Vale se você é um az em filosofia, em pedagogia... E eu? Tenho que me burocratizar? Ser um da corte onde o Rei da escoteirada dita normas que não pode contemporizar? Tem de obedecer e não tirar uma vírgula sequer para fazer o menino triste sorrir? Gente amiga eu vi demais, Condenam-me por ser um Arsène Lupin um ladrão de Casaca hoje transformado em ladrão das ideias de BP.

- Gente eu vi e não queria ver... O Menino Triste não pode lobear com sua Matilha, sua alcatéia, correr nas areias do Waingunga, pisando na cabeça de Shery Kaan, sem muros, sem absurdos de dizer que vale mais a norma, o regulamento, a regra Deus do céu! Ninguém para assumir e dizer... Ele vai, ele pode ir, eu assumo as responsabilidades e se necessário darei minha vida só para fazer este menino sorrir! Afasto-me de discussões estéreis. Discutir com alguns que nem saber onde está o cavalheirismo, a cortesia, a lealdade, a palavra chave ser irmão de todos e dos demais escoteiros. Demais? Onde? Só vale dentro da Associação? Chega, desculpem, não quero mais ver. Melhor seguir o cego e se um dia cair na ribanceira bem feito. Como disse o profeta: - Ser livre, fazer o que o livre arbítrio decidir. Vamos aguardar e ver se um dia vou ver o Menino Triste sorrir!