domingo, 30 de agosto de 2015

A incrível epopeia da evasão escoteira.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
A incrível epopeia da evasão escoteira.

                   Acordei cedo hoje. Um pensamento me martelava a mente. Não foi a primeira vez que discuti comigo mesmo temas que sempre me preocuparam e que eu mesmo dizia ser um dos motivos da evasão de adultos no escotismo. Sei que temos outros tantos motivos e atacá-los seria o mais conveniente. Nossa associação peca pela falta de interesse nos motivos mais óbvios. Ela através da imensa gama de chefes espalhadas pelo Brasil não quer saber o que acontece, por que não crescemos, porque não temos apoio logístico das autoridades brasileiras e nem mesmo porque não temos reconhecimentos nos meios acadêmicos. Infelizmente sempre ouvimos o Velho chavão da maioria dos chefes escoteiros: - “Nossa preocupação é com os meninos, vivemos para eles”!. Estes nunca se perguntaram se estamos realmente formando jovens para o futuro do amanhã. Ou se perguntaram deveriam pensar porque estamos falhando tanto. Que nossos lideres se preocupem, dizem eles. Que lideres temos afinal você os conhece? Sabe o que acontece nas entranhas ou nos escaninhos desta liderança que ainda não deu frutos?

                    Mas voltemos a um pequeno tema que nunca foi discutido exaustivamente pelos responsáveis e nem teve a mínima noção de olhar aonde vai e quais os planos para sanar os erros que porventura estão sendo cometidos. Claro se assim pensarem pois deste os primórdios que me entendo por membro Escoteiro adulto ainda não vi ninguém dizer a si próprio: Eureka! Estamos pisando em terreno arenoso em que as mudas não florescem! – Falo dos nossos cursos, de como são produzidos, dos resultados, pois o que se vê agora assim como a quarenta ou cinquenta anos atrás nada se modificou. Modificou sim, aprimoraram a maneira de conduzir e introduziram técnicas modernas de treinamento e informação. Todos conhecem a alegria geral de fim de curso. Abraços, elogios e promessas de voltar sempre a Gilwell se assim for preciso. Não sei ainda se os formadores ainda mantem aquele Velho questionário pedindo a opinião dos alunos sobre o curso. Já dei muitas risadas com isto. Precisavam ver a cara de formadores quando criticados. Quem gosta de uma critica mesmo que construtiva? No escotismo nem pensar!

                     Mas vamos dissecar um pouco as vantagens e desvantagens dos cursos de antes e de hoje, considerados mais modernos. Pensemos hipoteticamente que anualmente aplicamos uma média de 150 cursos de formação no Brasil. (acredito ser quase o dobro disto). Destes pelo menos 100 são voltados para o inicio da formação do voluntário. Consideremos também hipoteticamente que teríamos a média de 20 participantes por curso. Note-se que estou calculando por baixo pois o número é bem maior. Assim sendo atingiríamos uma média de 2.000 adultos voluntários treinados por ano. Para efeito de estudo vamos considerar os cursos aplicados nos últimos vinte anos. (deixemos de lado os anos de 1970 a 1990 pois senão seria assustador). Pelos meus cálculos se não estiver errado devem ter passado nestes últimos vinte anos pelo menos cerca de 40.000 adultos voluntários! Se ainda não passamos de 12.000 membros adultos registrados anualmente então temos uma evasão de mais de 28.000 mil adultos que não ficaram no movimento Escoteiro. 

                    Se isto estiver correto posso considerar que nossa formação escoteira deixa a desejar em vários aspectos. Sabemos que esta evasão tem vários motivos e não só a formação nos cursos escoteiros. Já ouvi histórias e estórias de chefes e dirigentes que deixaram as fileiras Escoteiras. Analisar todos os pontos falhos seria de primordial interesse dos formadores. Mas me desculpem estes, pois até hoje ainda não entraram subjetivamente na preocupação se o curriculum aplicado está sendo correto. Nosso movimento Escoteiro parte da premissa do aprender fazendo, do sistema de patrulha da autoeducação individual, dos jogos da vida ao ar livre. Será que os cursos de formação estão sendo aplicados dando vivencia aos alunos de parte destes predicados tão sobejamente vivenciados no método Escoteiro? Fico a pensar que a preocupação hoje é outra. Outro dia irei analisar melhor.

                   Dizem-me alguns que estão passando momentos no seu aprendizado Escoteiro que os formadores são hoje uma casta de dirigentes cuja preocupação é exclusivamente de se auto elogiar, valorizar-se e criar em volta de si uma aureola de grandes mestres hoje chamados de Velhos Lobos. (Desculpem existe exceções e muitas). Assim como muitos que entram nesta fila para ser um deles os que estão lá poucos se preocupam com as mazelas que estão acontecendo nas lideranças Escoteiras, principalmente com os diretores e presidentes da UEB. (vide o blog Café Mateiro). Uma blindagem destes dirigentes fazem parte dos que podiam tomar alguma atitude. Principalmente aqueles quem eu chamo de politicamente corretos. Estes como dizia B-P não querem ver o que acontece além da ponta do seu nariz! Deixando de lado estas rabugentas considerações de um Velho e chato Chefe Escoteiro aposentado, sem chefes nunca teremos oportunidade de crescer em qualidade ou quantidade.

                 A UEB ou EB (nem sei mais como dizer) não se preocupa com a evasão. Se ela existe estamos caminhando em terreno minado. Não como forma de extinção pois sempre haverá alguém para levantar a bandeira do escotismo de BP ou da forma que acreditam nesta tal nova mentalidade moderna como muitos querem fazer crer. Seria tão bom se fossemos um movimento reconhecido por parte da sociedade brasileira. Se tivéssemos gente séria na direção que se voltassem para a formação dos chefes nos seus mínimos detalhes e se preocupando in-locum com cada um quando de sua saída. Não fazer como hoje em fazer perguntas sem base qualitativa conforme estão fazendo. Precisaríamos de um trabalho honesto feito de comum acordo como pensa toda a comunidade escoteira do norte ao sul do Brasil.


                 Estas pesquisas impróprias e falsas na sua interpretação feita pela nossa associação tais como: - Porque você deixou o escotismo, o que acha da vestimenta, dê sugestões para os estatutos, quais são as suas sugestões é em minha opinião, uma forma de enganar e dar respostas esdruxulas aos anseios de muitos que querem ver um escotismo democrático e forte dando uma resposta positiva à nação brasileira. Se antes nos impuseram de forma desleal e ditatorial todos estes dados que hoje querem saber o que pensamos, estas pesquisas não condiz com um escotismo verdadeiro que desejamos. Se houvesse uma preocupação maior por parte de todos os membros associados, se cada um visse sua responsabilidade na forma de escolher seus representantes e souber o que eles estão fazendo, quem sabe nossos netos e seus descendentes possam ter um país com um futuro promissor, mais honesto, mais sério e pensando que o caráter e a honra tem um valor enorme para atingir o Caminho para o Sucesso que todos nós esperamos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Fraternidade, uma verdade ou uma utopia?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Fraternidade, uma verdade ou uma utopia?

                  O tempo no escotismo e claro unido ao tempo de vida nos dá uma vantagem enorme sobre muitos que ainda pisam em terreno desconhecido. Adquirimos uma experiência em saber quais rumos devemos seguir, mas nem sempre eles dizem que acertamos na escolha. Você só de olhar para um órgão Escoteiro sabe se ali está o verdadeiro escotismo. Mas qual seria o verdadeiro escotismo? Apenas fraternidade? Ajuda ao próximo? Formação de caráter? Um grande poeta disse que para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso verificamos a quantidade e, na desgraça a qualidade. Vamos lembrar a frase de Martin Luther King: - A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio. Estamos vivendo hoje em um mundo que sempre nos leva a perguntar: Será isto mesmo que queremos?

                     Por todos os lados do planeta se fala em fraternidade, em amizade, em ajuda ao próximo, mas na maioria das vezes tudo não passa de uma utopia que nunca atingir a plenitude dos desejos de todos nós. As guerras, as disputas inúteis no ramo financeiro ou no poder das armas, nada disto tem agora uma solução e sabemos que um dia elas virão, por força da formação de todos no mesmo lema: Ajuda ao próximo como a ti mesmo. Eu me volto para o escotismo. Desculpe, o meu escotismo não é este que está aí. Sei que ainda tem os verdadeiros os amantes dos métodos Badenianos, que não se preocupam com as mazelas e ou adversidades contrárias ao que esperamos de um futuro Escoteiro sem contratempo ou afronta como se vê hoje. Fala-se em todas as atividades Escoteiras em amizade em simplicidade, em ajuda ao próximo. Dizem que a amizade escoteira desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor.

                     Acreditamos que temos uma liderança que se preocupa conosco, que nos ajuda, que nos mostra o caminho e se necessário arregaça as mangas para ficar ao nosso lado nas horas divinas e nas horas da dor. Verdade isto? Se for deixo meus sonhos fugirem com o vento para onde eu não posso seguir. Não vejo isto, vejo muitos dizendo vamos lá, vamos dar as mãos, o nosso irmão precisa de nós. Mas a realidade fica nestas palavras e mais nada. Afinal é tão difícil conduzir e ser conduzido no escotismo que nem mesmo sabemos qual o caminho a seguir. – Salte o obstáculo? Siga nesta direção? Não beba desta água? Caminho a evitar? Melhor mesmo é voltar ao ponto de reunião e ver se conseguimos ajudar e resolver as dificuldades de nossos irmãos. Qual irmão? O Escoteiro meu amigo, temos muitos, mas estamos vivendo em uma organização que se diz fraterna, somente diz, mas não é.

                     Quem liga se o Grupo Escoteiro X está à deriva? Quem liga se outros já desistiram e foram viver suas vidas em suas moradas? Quem arregaça as mangas e diz: - Vou ajudar. Vou tentar arregimentar mais irmãos para tocar e seguir o caminho das nuvens do sucesso! – Verdade mesmo? – Muitas vezes nós mesmos temos culpa e olhe sem querer ser o dono da moral e das verdades, eu já vivi muito isto. Infelizmente muitos grupos a deriva quando oferecemos ajuda nos olham de maneira estranha, como se fossemos tomar o poder deles. Poder? Que poder? Você oferece ajuda, quer estar lá, sabe como é difícil caminhar só, mostra como chegar ao ponto de reunião e os poucos que lá estão não se interessam. Não querem ouvir você. B-P tem razão. Vivemos uma experiência tão grande que erramos muito e quando tentamos mostrar aqueles que nos seguem como evitar isto eles se distanciam.

                       Eu culpo tudo isto uma estrutura arcaica da UEB, ou melhor, EB como diz um amigo meu, que só pensa em uma expansão utópica, em fazer caixa, e chega ao ponto de exigir que para uma atividade internacional tenha de levar o enxoval dela. Enxoval? Nossa! Nunca ouvi falar nisso. Fiquei sabendo que se paga mais que um salário mínimo por ela. Coisa que o Zé das Quantas e o Escoteirinho de Brejo Seco nunca poderão pagar. Para mim enxoval era coisa de batizados, de casamento e etc. O que ela faz, além disto? Ah! Faz grandes atividades cujas taxas muitos não podem pagar. A nossa UEB ou EB é para ricos somente. Ela não está nem aí se o Grupo Escoteiro X vai fechar as portas. Ela não tem nenhum plano para isto. Tem sim planos de faturar mais, de montar esquemas onde o voluntário tem de pagar ou reconhecer firma de documentos que ela passou a exigir para provar que ele existe ou é honesto.

                         Não há saída por enquanto. Os novos lideres que foram eleitos tem planos mirabolantes que nada condizem com a realidade das unidades locais. Nenhum deles fez um pesquisa as bases, perguntou o que deveria ser. Sabem de antemão que os novos que estão chegando vão aplaudir as palavras bonitas, muitas escondidas em trôpegos sinônimos que nada entendemos. E lá vão eles dizer que temos que acompanhar as mudanças comportamentais, as mudanças estruturais do presente, a modernidade de um mundo em mutação constante. Bonito isto.  Mas e o Grupo do meu amigo que está fechando? Ele foi para as estrelas e seus lideres regionais nada fazem. Fazem sim, agora todos estão lindamente vestimentados, seguindo os passos que muitos não escolheram. Deixaram para trás a máxima de ouvir o ponto de vista de rapaz.

                          Mas não será o primeiro. Ele o grupo que está à deriva segue uma tendência nacional. Os que tiveram a oportunidade de crescer não sofrem com isto, mas aqueles cujo ideal era fazer uma juventude alegre, sonhadora, fazendo suas atividades de campo, mostrando um sorriso verdadeiro de um escotismo que acreditam estes um dia podem ter um destino que não escolheram. As ajudas não virão. Quem sabe um ou outro Chefe se deslocará até lá para ver o que se pode fazer. Mas ele sabe que já tem um peso no ombro, dividir em dois não é possível. Um distrital sabe que não tem meios financeiros para ajudar, os presidentes regionais quem sabe não estão preocupados. A liderança nacional só tem uma preocupação. Falar coisas bonitas, e aumentar o caixa. Precisamos de mais?


                     Penso até que nosso movimento teve seu momento de fraternidade. Hoje nem sei se isto é real. Quem sabe é uma utopia pensar que o Escoteiro e o Lobinho pensa primeiro nos outros. E os lideres? O que será que pensam? – Vivemos uma realidade de sonhos, feita por voluntários que também sonham seguidos por jovens que estão desistindo de sonhar, e até de uma liderança que se esqueceu de qual é o seu lugar. Uma utopia. Utopia é o nome que as pessoas dão ao que elas simplesmente não conseguem realizar. Seja por incompetência, seja por egoísmo, por falta de persistência ou pela simples relutância em pôr as mãos na massa e tentar.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Aleluia! O escotismo Brasileiro tem salvação?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Aleluia! O escotismo Brasileiro tem salvação?

                         Claro que sim. Tem muitos politicamente corretos escoteiros que se comprazem a ficar nas muralhas da sede nacional segurando um Laptop ou um Smartphone tentando defender a União dos Escoteiros do Brasil em tudo que ela faz, age e determina. Para estes politicamente corretos devemos ser disciplinados e obedecer sem discussão às normas da nossa associação. Quando perguntados quem produziu estas normas eles só respondem que somos um movimento com regulamentação estatutária e lá as normas estão à disposição de todos. Quando perguntados quem fez estes estatutos eles respondem que o órgão máximo do escotismo brasileiro. Quando perguntados que órgão é este eles dizem que está nos estatutos. Bem ficamos assim sem saber quem começou primeiro o ovo ou a galinha.

                           Estes estatutos feito e aprovado por menos de 0,2% do efetivo adulto Escoteiro, sempre são conduzidos por interesse de um ou outro e modificado quando um dos órgãos diretivos assim o decidir. Haja visto que na última Assembleia Nacional ele que seria discutido e aprovado foi novamente adiado. Motivo? Melhor perguntar a um participante ativo da UEB. Tem desculpas para tudo. Tivemos nesta Assembleia a eleição de novos membros do CAN. Repito eleições com menos de 0,2% de votantes representando o escotismo nacional. Posso dizer que desde que este Congresso/Assembleia decidiu levar a sede nacional para Curitiba, enormes mudanças aconteceram no escotismo brasileiro. Dizer que todas as mudanças realizadas nunca tiveram a participação de boa parte de nossos associados é repetir o obvio. Em tempo algum deram a chance de nos consultar, fazer uma discussão nacional, deixar as unidades locais sugerir, pois elas são a razão de ser do escotismo.

                          De tudo que modificaram, seja o programa, seja os símbolos escoteiros, sejam o sistema de progressão o pior de tudo foi à imposição de um uniforme que chamam de vestimenta. Artigos meus já comentaram a “festa surpresa” em uma Assembleia realizada no norte do país. Daí para frente se fizeram de vestal, “deixaram” que cada unidade local escolhesse se seria o caqui ou a vestimenta. Democráticos não? Como muitos Grupos Escoteiros usavam o traje, claro que não sabendo a verdadeira história da imposição da vestimenta, cuja decisão foi de poucos dirigentes e que ninguém foi consultado, nada como sorrir pela esperteza dos nossos lideres. Sabiam que boa parte dos que usavam o traje iriam se decidir pela vestimenta. Comentar sobre a democracia na maioria dos grupos que resolveram mudar é uma piada. Sei de muitos que levaram a sério, mas a maioria da pena em saber como foi à decisão.

                         Mas isto já é fato acontecido. Eu quase desisti de mostrar como funciona a ditadura escoteira imposta pelos nossos dirigentes. Uma ditadura que escondida em uma disciplina imposta, quase sem direitos, se transformou em cadeia de exemplos até chegar ao Grupo Escoteiro. Muitos ainda se dizem democráticos, mas aplicam uma ditadura enorme na condução de suas unidades locais. Eu nunca me senti satisfeito com isto. Muitos valentes dirigentes me disseram para sair e sair de onde? Não tenho registro na UEB para me preservar das admoestações e ameaças. Claro que nunca irei escolher outra organização. Sou UEB como dizem por aí de corpo e alma. Lembro que meu Akelá dizia que pertencíamos a UEB União dos Escoteiros do Brasil e que ela era nossa dirigente máxima a quem devíamos obediência.

                        Sabiamente na década de setenta introduziram na promessa, promessa baseada na Lei escrita por BP, modificando o que ele nos deixou: – “E servir a União dos Escoteiros do Brasil”. Servir? Achei que era o contrário. Mas por que isto? Na época perguntei, mas a arrogância dos lideres me deixaram sem resposta. E assim o escotismo foi aos poucos subjugado nas suas liberdades em nome de uma meia dúzia que introduziram a bel prazer a tal de democracia representativa. Isto me lembra do Congresso Nacional do Povo Chinês. Milhares que não decidem nada. Estou me divertindo hoje demais com estes deboches, com esta pantominas e como ainda os lideres se mantem no poder. Novos estão chegando, mas os antigos ditam ainda as normas. Mudanças são prometidas, mas nunca cumpridas.

                        E eis que alguns deles resolveram mostrar que são democráticos. Sempre no SIGUE dizem que agora irão fazer consultas. Já fizeram do POR, dos Estatutos e Até mesmo o porquê muitos voluntários, principalmente os antigos não fizeram seus registros nos anos anteriores. Agora estão a pedir opiniões sobe a Vestimenta. Os resultados destas pesquisas nunca foram mostradas as claras. Isto parece piada, mas não é. Nem mesmo o respeito aos associados eles tem depois que fizeram sem nenhuma consulta, e impuseram a toda a comunidade escoteira. Pesquisa? Opinião? Será que lá não tem nenhum profissional que entende de um pouco de pesquisas de opinião e estudos de mercado, dentre outros para fazer uma pesquisa de opinião de verdade? Porque não pedem a ajuda de algum membro associativo quem sabe ele não só estudou ou já trabalhou ou ainda trabalha para o IBOPE, o Data Folha dentre outros Institutos para ajudar.

                         Estou vendo agora o que aconteceu com a Delegação Brasileira que foi ao Jamboree do Japão. De novo no afã de aumentar o caixa aprontaram de novo. Aconselho aos meus amigos entrarem na página do Chefe Ricardo Machado (https://www.facebook.com/machricardo) e ler o que lá está. Nunca vi tanto absurdo. Aproveitem também para ler o que diz o responsável pela delegação. Da vontade de rir se não fosse tão triste. Se quiserem saber mais, passem algumas horas no Blog Café Mateiro. (https://cafemateiro.wordpress.com/). Lá vocês encontrarão muitos artigos importantes do que faz e como age os dirigentes escoteiros do Brasil. Agora como podemos confiar em nosso lideres que procedem sem transparência? Existem até duvidas importantes do Caixa da UEB. Prestação de Contas? Sei não, eu não entendo disto, mas no blog ele é sucinto. Há anos que cobro a prestação de contas do Jamboree no Rio de Janeiro. Isto porque vi tantas empresas fazendo seu marketing que deduzi que nada ali era de graça. Deu lucro? A taxa cobrada foi cara ou barata?


                         Mas sei que pouca coisa vai acontecer no futuro. Ainda somos seguidores de Baden-Powell e acreditamos em tudo que os lideres de hoje falam em seu nome. Temos um órgão que poderia dar aos novos voluntários uma noção de democracia e não o faz. Os Formadores se transformaram em uma casta, quem entra não quer sair. Sabem que sempre existem centenas fazendo das tripas o coração para estar lá. Queira ou não o sonho das duas contas não basta. Correr atrás da terceira e da quarta é uma apoteose. Com esta politica dificilmente teremos oportunidade de ver um escotismo democrático. Com a saída dos mais antigos a UEB bate palmas. Os novos são mais cordatos, mais participativos e sabemos que tudo neste mundo é um hábito de comportamento. Aprendemos com o que nos ensinam. E durma-se com um barulho destes. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Já disse, passou a hora de parar!


Conversa ao pé do fogo.
Já disse, passou a hora de parar!

                Já disse uma, duas e várias vezes, está na hora de parar. E porque não paro? Não sei. Queria ver o escotismo que sonhei, que fiz e acho que não vou ver. São tantos os sabidos, os importantes, os arrogantes que dá vontade de dar um pontapé no traseiro de cada um. Um Velho chato Escoteiro tem este direito? Risos. Deus me livre, isto não é Escoteiro. Já basta um que disse que eu não sou cristão, só porque falei que milagres não acontecem todos os dias. Bem ele tem direito de pensar como quiser. Fui até mal educado e disse para ele não ler o que escrevo! Certo isto? Não, afinal escrevo muito sobre fraternidade, amor, lealdade, sobre aceitar as pessoas como são, sobre ouvir sem determinar. Mas outro Chefe escreveu assim: - Chefe queria ser como o senhor, mas não dá, de vez em quando vou para a guerra sabendo que ela não traz benefício a ninguém.

                   Tem dia que me sinto feliz. Sinto-me útil, tal como no final da reunião muitos pais querendo conversar, agradecer, perguntar e pedindo para participar do grupo. Nos dias que entregava uma condecoração, uma comenda, um cordão de eficiência e pulava de alegria como nos dias da entrega de uns Lis de Ouro ou Escoteiro da Pátria. Como não estou mais na ativa, na briga do Escoteiro feliz, na vontade de acertar, nos cursos que ia dar, hoje estou preso em minha casa, quase sem poder sair, escrevendo pensando que estou transmitindo amor, bondade, fraternidade e quem sabe mostrar um escotismo reto nas suas ações e palavras. Reviver o passado? Não, claro que não. Ele se foi e hoje a nova era, o modernismo e os grandes pensadores escoteiros sabem onde vamos chegar. Só eu que não sei onde eles querem chegar.

                   Disseram-me que escrevo demais, que posto muito aqui e em meus blogs, será que isto é verdade? Acho que sim. Posto demais. Será que se tornou rotina e a rotina todos pulam por cima? Sei não. Que eu escrevo muito não nego. Agora manter guardado não dá. Quem vai ler? Postar ordenadamente um por dia ou três por semana e os demais? Minha vida não é longa, meu prazer é escrever. Rezo a Deus para ter um substituto quem sabe melhor que eu. Se amanhã partir para minha estrela de Capella o que será de minhas andanças no mundo da ilusão escoteira? Ilusão? Será mesmo? Será que me enganei nestes 67 anos que passei nas minhas trilhas Escoteiras, onde adquiri uma experiência enorme com a juventude e comigo mesmo? Bem não está certo. Postar em três páginas, cinco grupos uma Fanpage e quatro blogs são demais. Eles os falantes tem razão. Acho que passou a hora de parar.

                   E quem vai levantar a bandeira do Escoteiro simples, pobre que não pode pagar? Revoltar no seu interior e não mostrar a todos o que pensa de tudo isto? Eu escrevo o que posso e o que sei. Muitas vezes em linguajar matuto, pois até hoje me sinto um roceiro do interior. Bela vida eu tive naquela fazenda inesquecível. Lá escrevi e como escrevi. Sem internet, uma velha Olivetti que me divertia, papeis e papeis guardados que hoje na maioria transportei para minhas páginas de sonho da internet. Mas uma coisa eu me orgulho. Não me sinto bem falando em dinheiro, em dólar, em euro, em peso e tantas moedas mundo afora. Sinto-me mal falar em taxas, em pagar para ser Escoteiro, para comprar tais coisas, Para se embelezar num Jamboree, para fazer trocas cujo Chefe ou Escoteiro sem dinheiro não pode fazer.

                      Claro que sem Money, sem “Pila” sem tostões pouco se pode fazer. Mas eu dentro do possível fiz. Graças a Deus que fui engraxate e comprei tudo com o suor de menino que trabalha para ter o que quer. Dói-me nos nervos o tal de almoço grátis. Parece que sou imbecil, bronco e não entendo a modernidade. Eu vivi isto, sei como fazer. Taxas simples, paga com tostões e quem pagou foi o comercio, o doutor prefeito, o presidente vereador e tantos outros diretores e gerentes das empresas da minha cidade. Mas Chefe! Então alguém pagou. Claro que sim mas não foram os meninos escoteiros e os chefes. Olhe existiram no passado grandes diretores, presidentes que se chamavam Escoteiro Chefe, Comissários que não faziam tais exigências como hoje. Já pensou? Você receber por merecimento uma comenda ou uma condecoração e receber a conta? Diabos! (desculpe queria dizer quiabos). Quem se compara a um Arthur Basbaum, a um Guido Mondin, a um Francisco Floriano de Paula que fizeram de tudo para ajudar aos chefes do Brasil a fazer um escotismo de BP?

                    Quem de vocês teve o privilégio de receber uma correspondência, dentro um cheque e lhe fazendo um convite para um curso na capital? Só um Floriano de Paula teve esta audácia. Um curso onde estava tudo pago inclusive o transporte de minha cidade até lá. Portanto tenho de escrever sobre isto. Tenho de mostrar que tivemos homens escoteiros que a gente podia se orgulhar. Chega para mim esta balela que o grupo que se vire. Claro os que foram abençoados sim, eles tem chefes, pais, dirigentes que podem tudo, sabem como fazer. Deu certo, a turma de lá sorri e quando eles todos bem vestimentados encontra com você em um evento qualquer, dá um sorrisinho matreiro, como a dizer -–Cresça e apareça! Criei duas personagens que nunca existiram mas pode haver igual. O Zé das Quantas e o Escoteirinho de Brejo Seco. Eles nunca terão o que muitos têm hoje. Eles sempre são uns eternos desconhecidos e sabem que dificilmente terão o que muitos ricos escoteiros hoje tem.

                       Dou belos sorrisos mas trinco os dentes nos caroneiros. Eles nunca postam nada, nunca mostram seus conhecimentos e quando eu posto alguma coisa lá estão eles a dizerem nos meus próprios post que assim é melhor, que tem literatura que basta procurar o lugar certo e comprar. Porque então não fizeram seu post para tentar ajudar esta chefaiada e escoteirada tão carente de conhecimentos escoteiros? Porque eles não deram um passo para ensinar como fazer um escotismo que sonham? Cursos? Pagos? Tem algum Chefe Floriano por aí? Pois é, ontem andei meio abatido, meio consternado mas já reagi. As favas com os sabe tudo. Gostaria de estar vivo para daqui a vinte anos e cobrar deles o escotismo que planejaram, o escotismo moderno, o escotismo dos sonhos dos rapazes e moças que nunca, mas nunca mesmo são consultados.


                    Consultados? Para que? Pergunte a E.N.I.T perguntem ao CAN pergunte ao DEN, pergunte a todos eles se estes planos fabulosos que alardeiam por aí, teve o beneplácito, a aprovação, se foi consenso geral, se houve pesquisa, se ouve transparência, se foi do agrado de todos. Perguntem aos jovens se alguém antes de ser implantado foram consultados sobre a vestimenta, sobre as novas provas de classe e o escambal. Nunca! Eles sabem o que todos querem. Engula esta Chefe e aceite. Não é você quem diz que afinal o importante são as crianças não?                                        

sábado, 22 de agosto de 2015

O preço vale a comenda?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O preço vale a comenda?

                     Ah! Surpresas acontecem. Algumas boas outras não. Nestes minhas andanças Escoteiras nos últimos 74 anos, dos quais 67 fazendo escotismo alegre e solto, de menino a homem feito, eu passei por tanto na vida que pensei que hoje nada seria novo para mim. De vez em quando me pergunto: - Que escotismo é este? Que escotismo estão fazendo diferente de tudo que vi? Chamam-me de velhote, embaçado, cria caso, o único que conhece a verdade. Mas que verdade? Não é que outro dia li por aí que um Chefe recebeu uma medalha e a conta? A conta? Medalha tem preço? Tem sim, se você quiser uma faça um processo e olhe veja se sua mensalidade anual da UEB está paga, se o SIGUE tem seus dados. Se for assim quem sabe pode ser agraciado, mas tem que pagar. Tem sim. Quarenta “pilas” barato não? Será que vem com o barrete? Deus do céu. Para que servem nossas lideranças? Que caixa é esse que não se pode presentear? Já não basta as mensalidades, as taxas de campo, de Assembleias, de Jamborees e tantas outras?

                        Quarenta “pilas” a de Bons Serviços. Gratidão é o mesmo preço? E a Cruz São Jorge? Nossa! Fico a pensar no Tapir de Prata, quanto custará? Estou aqui sentando na minha varanda meditando: - Ouro Preto, Sete de Setembro de um ano qualquer. Governo mineiro reunido data de entrega de medalhas. Lá estão autoridades de todo país. Cada uma delas sorrindo ao receber sua condecoração brilhantemente entregue pelo Governador. Recebe sorri e lhe é entregue um recibo. Passe no caixa para pagar! Palácio da Alvorada, Presidente, Vice, Juiz Moro, o Presidente Cunha, Doutor Renan, deputados senadores e tantos outros esperando sua medalhinha do Brasil querido. Eles merecem. Enfileirados no salão principal vão recebendo, na mão uma medalha na outra a conta. Conta! Nem pensar... Se pago vão dizer que é propina me tira desta presidente! Assim é a União dos Escoteiros do Brasil e estados. Como o papagaio dizia? Ou dá ou peça no propinoduto. É assim mesmo? Risos.

                      Interessante que sempre reclamei da falta de apoio, de motivação com nossos chefes escoteiros. Se eles tem um grupo com estrutura e simpatia do líder, ou melhor, do Presidente então podem receber uma medalhinha. Já disse, com a mensalidade paga, senha no SIGUE, amigo dos homens da corte escoteira então eles podem receber uma “minguada”. Bons serviços ou quem sabe uma gratidão Bronze. Bronze? Claro que sim, esqueça a ouro, cara demais. E para por aí, as demais só se você for da corte, for um IM, bajular alguém importante para dizerem que você prestou enormes e relevantes serviços ao escotismo brasileiro. Como se seu sacrifício de todos os sábados, dias de semana, esquecer férias, quem sabe até ser chamado à atenção pelo seu Chefe por ter chegado atrasado naquele dia de acampamento não fosse enormes serviços prestados ao escotismo brasileiro.

                        Mas pagar? Como diz um Velho lobo não existe almoço de graça. Danado de almoço caro. O valor não importa, importa o valor da homenagem. Nunca pensei em ver isto. Uma corrida atrás do ouro Escoteiro sem par da União dos Escoteiros do Brasil. – Mas se ela não fizer assim, quem vai pagar as medalhas? Meu amigo dê uma olhada no Balancete da UEB, que ela pague, que ela ou se for uma condecoração a nível regional que a região pague. Não se pode é cobrar do grupo, do Chefe que recebe. Perde a graça, perde o valor, perde a homenagem de agraciar. Se falo isto tenho exemplos. Fui comissário Regional hoje Presidente há muitos anos em Minas Gerais. Nunca em minha vida cobrei ou deixei cobrar. Isto era uma homenagem sem preço. Nunca cobramos uma IM um anel de Gilwell. Afinal o voluntário o Chefe estão a servir a União dos Escoteiros do Brasil pelo simples prazer em ajudar. Precisam de apoio e agradecimentos. E vem esta cobrança?

                        Considero isto uma falta de ética. Não é o preço não. É o descaramento da cobrança. A gente tá cansado de ver os chefes sendo desprezados pelos lideres, e poucos são homenageados. E agora inventam este cobrança? Não sei não. Engordar o caixa da UEB não é o melhor para o escotismo brasileiro. A UEB não precisa de caixa gordo. Precisa de dinheiro sim para saber valorizar seus chefes, seus auxiliares, seus voluntários. Se querem empregar bem o dinheiro contratem profissionais, bons profissionais para dar o melhor de si conseguindo meios financeiros na sociedade civil e politica, ou mesmo entre os dirigentes empresariais. Tenho o orgulho de dizer que levei no peito e na raça uma região por oito anos sem grana. Mas quando precisava vestia meu caqui, colocava meu chapéu e ia para o Palácio das Mangabeiras em Belo Horizonte. Não saia de lá sem uma ajuda qualquer.


                      Não existe orgulho maior, satisfação maior, alegria inusitada quando um Chefe recebe uma condecoração. Ele merece, ele faz o escotismo não à cambada de dirigentes. Eles eu gostaria de saber se lá no alto da sua importância, na sede do poder também pagam por isto. Já pensou? O presidente e os catorze do CAN recebendo uma medalha e a conta? E os presidentes regionais e seus assistentes? Quem paga? A região? Não dá para engolir. Nem vem que não tem, quarenta “pilas” somadas as anuais da UEB, somadas as taxas de cursos, somadas as taxas do grupo acampamentos e afins, e somadas ao desgaste que cada Chefe tem ajudando a formar cidadãos que a cobrança é estupida e indevida. Chego ao fim da minha vida assistindo a este espetáculo dantesco. A esta busca do enriquecimento em nome do bem maior. Assim dizem. Sei que muitos já se acostumaram. Um grande pensador dizia que tudo faz parte do aprendizado. A gente vai vivendo e aceitando o que nunca deveria aceitar. Daqui a alguns anos tudo se tornará um hábito de comportamento. E quem viver verá!             

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sintomas psicóticos e psicológicos do Escotismo Brasileiro.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Sintomas psicóticos e psicológicos do Escotismo Brasileiro.

                  Ops! Onde estou me metendo? Mal fiz umas séries na escolinha quando menino e agora já sou doutor? Necas! Não sou mesmo. Claro que sei que a psicologia é a ciência que se dedica aos processos mentais e comportamentais do ser humano. Mas só. Não entendo mais que isto, pois sou um Velho Chefe Escoteiro um matuto que saiu da roça e anda coçando a cabeça com o escotismo moderno que os “çabios” estão implantando hoje. Outro dia fiquei pensando se um dia se formasse uma patrulha composta de Sigmund Freud, Platão, Aristóteles, John Dewey, Émile Durkheim, Immanuel Kant e quem sabe também Baden-Powell, pois ele é considerado um dos maiores pensadores da humanidade. Como seria esta patrulha? Bom eis que eles se reúnem, vão decidir o nome da patrulha, o grito, o lema, e claro escolher votando o líder. O Monitor. Como seria? Será que eles se entenderiam? Será que eles fariam um time para ninguém botar defeito?

                        Daria tudo para ver e ouvir. Tanto se fala em fraternidade, irmandade, sorrisos, respeito, apertos de mãos verdadeiros que não entendo porque ainda não temos o maior movimento fraterno do mundo. Ou será que temos? Trocar ideias hoje quase não existe mais. A nossa estrutura é mais moderna, não precisa ouvir o que os jovens ou mesmo os adultos pensam, não precisa consulta-los, pois os adultos líderes pensam por eles e sabem o que eles querem. – Chefe! Não é verdade! – Não mesmo meu amigo? Diga-me quando você mesmo sendo adulto foi consultado, soube de uma pesquisa ampla geral e irrestrita realizada pelos nossos lideres nacionais e regionais? Afinal temos um sistema representativo estatutário que poucos têm o direito de votar. Votar eu disse, pois as decisões são tomadas por meia dúzia sem consultar a ninguém. É como o imperador ou o rei que ao escrever suas vontades só disse o seguinte: - Cumpra-se e quem discordar jogue-o na Comissão de Ética ou diga a ele que peça para sair.

                      Quanto à patrulha que sonhei dos grandes pedagogos, psicólogos e pensadores, humildemente sem comparação me lembrei do meu primeiro curso da Insígnia da Madeira lá pelos idos da década de sessenta. Feito na selva, aprender a fazer fazendo. Oito adultos de diversas camadas sociais. Eu meninote dos meus vinte e dois anos. Dez dias de curso tentando entender a psique de seus novos amigos. Primeiro e segundo dia, sorrisos, abraços e deixa que eu faça para você! Terceiro e quarto dia: - Quem é este cara? Só quer aproveitar... Não faz nada, um coça saco de primeira! – Quinto e sexto dia – Acho que vou desistir. Estou me matando e ainda bem que fiz dois amigos (eram oito). Sétimo e oitavo dia – Que tal um conselho de patrulha para nos entendermos? Novo e último dia. Lágrimas por saber que iam se separar. Promessas, agora amigos para sempre. Sei que amei o curso, pena que os que continuaram no escotismo e eram poucos estão agora morando nas estrelas ou como dizem por aí, no Grande Acampamento (Arre! Vou passar longe!) kkkkkk.

                        Mas voltando aos sintomas do escotismo moderno, eu adquiri uma pequena experiência. Pequena mesmo. Afinal foram somente 67 anos labutando aqui e ali, ouvindo, sugerindo e vendo que os acertos foram menores que os erros. Aprendi que no escotismo vale mesmo o exemplo. Os lideres da UEB dão um belo exemplo aos seus pseudo comandados. Não vamos generalizar, mas as maiorias dos grupos são pequenos feudos onde um ou dois dita às normas que dizem ser da UEB. Quando são mais amenos e democráticos apoquentam os que chegam ou os que estão tentando ajudar fazendo criticas e nem sempre ditas diretamente ao interessado. Conheço grupos com um disse me disse que parecem comadres a falarem da vida dos outros. Conheço também grupos onde a fraternidade existe para ser celebrada com palmas e palmas Escoteiras. Ah! Formar jovens é de mentirinha? Que adianta fazer tudo sem dar um bom exemplo para eles?

                         Tem Regiões onde os lideres se aproximam e tentam ajudar nas mais diversas dificuldades locais, mas tem outras que estão cheias de arrogantes, cheios de si, se dando uma importância que a gente fica pensando: - E se ele tivesse um salário? Claro que iria gritar para os chefes: Sabem com quem está falando? - Outro dia entrei em meditação profunda. Utilizei a técnica da meditação transcendental que Maharish Mahesh Yogi faz e que envolve o uso mental de sons específicos chamados “mantras”. Tentei minha corneta, mas não deu certo. Eu tinha um Chifre do Kudu e não deu resultados. Meu bumbo falhou psicologicamente. Depois fui ver realmente o que seria mantra: - É um hino do hinduísmo e budismo, dito de forma repetida para relaxar e induzir a um estado de meditação, que se canta ou escuta. Corri até minha vitrola e coloquei o Rataplã. Valeu, meditei bastante e acordei da meditação com um sorriso e pronto a abraçar o mundo escoteiro.


                           Agora podia ver melhor a patrulha dos grandes pensadores, psicólogos, pedagogos e afins. Baden-Powell não seria eleito monitor. Afinal é um militar e poderia fazer uma revolução ou uma ditadura escoteira. A turma da UEB detesta isto. Militarismo never!  E quem seria? Não sei. Acho que B-P seria no máximo um intendente. Ele militar devia conhecer bem isto nas casernas e guerras que participou. Sigmund Freud seria o sub. Tem cara de sub, Platão seria o monitor? Ou seria Aristóteles? Melhor parar por aqui. É duro formar uma patrulha. É duro formar uma equipe de chefes que se entenda por anos e anos. Mas veja bem, isto tudo faz parte da humanidade, muitos sem perceber ainda utilizam a velha máxima: - Um por todos e todos por mim! Risos. E assim, as nuvens no céu vão passando, os ventos vão levando nossas esperanças, e quem sabe irão surgir novas flores no campo onde os escoteiros bons e cheios de amor acampam. Pois é a esperança é sempre uma dúvida, a Fé é uma convicção e o Amor uma certeza. Teremos isto em meta? Chega por hoje. “Afinal vivemos numa ilha chamada tristeza, rodeada pelo mar da saudade, aguardando um barco chamado esperança para nos conduzir à terra da fantasia”.  

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Eu vou cantar o Rataplã!


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Eu vou cantar o Rataplã!

                     Não era fácil. O hino era difícil demais, mas a gente cantava com gosto. Tinha de aprender, pois não se fazia as provas de noviço sem saber cantar o Rataplã e o Hino Nacional. Antes da promessa o Chefe chamava o que iria ser promessado para ir até a ferradura e dirigir o Hino dos Escoteiros do Brasil. Claro que se engasgava, tremia, mas a gente cantava. Rataplã significava a caixa clara e a batida do tambor. Era do arrebol, Escoteiro vendo a luz, olhando o sol para um Brasil que nos conduz! Era bonito demais, mexia com nossos brios, alerta Escoteiros! Erguei seu ideal com os corações em flor. Somos a mocidade no sol do meu Brasil. Vamos consagrar o nosso eterno amor a esta pátria que amamos. Que dentro dos bosques, vergéis floridos, que nossas vozes ecoem com alegria intensa. E lá pelos campos afora, em cânticos sentidos, ressoe nossas vozes um hino avante a nossa pátria imensa! Lindo demais. Sentir a letra fazia e faz vibrar nossa alma até hoje.

                    Todos que faziam a promessa deviam saber de cor. Cantavam com gosto. Com amor, sabiam o que significava, pois muitas vezes em grupos de trabalho discutíamos o porquê do hino, o que ele significava, onde devia ser cantado. Quantas vezes já acampados, uma patrulha que chegava a gente ouvia de longe o som da marcha, o refrão, um dois, um dois e a turma a cantar: - Vamos em frente, com nosso passo firme cumprindo nosso dever. Ao nosso lado um Brasil feliz por nosso escopo e norte. Vamos patrulheiros, façamos nosso futuro, em flores antever, somos a nova geração, jovial confiante e forte. Mas prestem atenção, pois se algum dia por acaso, a pátria estremecida, de súbito bradar: - Alerta ó escoteiros! Vamos logo dizer e responder, pois ela a pátria é nossa vida, e se necessário entregar nossas almas iremos prazenteiros.  

                     Quem não conhece nosso hino? E o Nacional? Só se canta hoje em partidas de futebol? Por quê? E na sede, quando a bandeira sobe com o farfalhar do vento porque não cantar? Não dá para esquecer as marchas de estrada, cantando rataplã do arrebol, olhando a curva da estrada, pensando que ao chegarmos lá veremos parte da Pátria, nossas matas, nossas campinas e o orgulho em ter nascido nela nos farão vibrar. Será que hoje ainda se canta como antes? O Rataplã faz parte ainda de alguma prova Escoteira? Ou canta-se por cantar? Afinal é nosso hino e isto não devia nos fazer vibrar? Não sei não, mas parece que cantar hinos hoje é ser ultrapassado. Falam tanto que escoteiros não marcham, que não podem fazer ordem unida que cantar hinos deve ser um atraso de vida. Será isto mesmo? Uma vez escrevi sobre nossos heróis do passado, e um jovem me interpelou: - Chefe! Meu Professor me disse que ele nunca fora assim. Isto tudo é invenção para eternizar quem não merece.

                     Aí eu fico pensando e quem merece?  O cantor de Rock? Bailar um Funk, um axé, um pagode que muitas vezes são cantados com frases de duplo sentido? Dizia um sertanejo que a baixa qualidade musical está desaparecendo com os sonhos de outras músicas que merecem ser ouvidas e cantadas. Meninos imberbes se apresentam no You Tube, cantando músicas de duplo sentido, pornografia pura, sensualidade excessiva e muitos pais nem sabem o que os filhos compartilham. Bem sei que cantar hinos sem ter uma boa compreensão da letra, sem que alguém diga o que significa, que cada um possa pensar e participar de uma boa discussão ele o hino nunca será entendido. Não importa que música for. Já dizia uma poetiza que não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos. Se ensinarmos a cantar na hora certa, no lugar certo, com um sorriso nos lábios, iremos ver que a esperança de uma canção é uma ave que pousa na alta, que canta melodias sem palavras e nunca cessa.


                   A letra do Rataplã é linda, a letra do Rataplã do mar é espetacular. Enfim nossas canções quando bem cantadas, bem acompanhadas musicalmente falando marcam profundamente. Não sei se hoje os cursos falam sobre isto, se cantam o Rataplã, se lá alguém convida a todos para discutirem a letra. Afinal eu até hoje fico em duvida sobre quem compôs o Rataplã. Afirmam-me que foi Benevuto Cellini. Procurei na internet como Benevuto Cellini e descobri só um, mas se chamando Benvenuto Cellini. Este nasceu em Florença em três de novembro de 1.500. Não pode ter sido ele quem compôs este belo hino. Ele morreu em 1571 e BP nem havia nascido. Mas olhe quem escreveu estava inspirado. Que ele seja lembrado sempre e seria bom que alguém pesquisasse o autor, pois nas letras vistas no Google quando consta só aparece Benvenuto Cellini e não Benevuto Cellini. Alguém poderia descobrir o verdadeiro artista que compôs nosso maravilhoso hino Rataplã?   

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A mística o simbolismo, as origens e as tradições no escotismo estão acabando?


Conversa ao pé do fogo.
A mística o simbolismo, as origens e as tradições no escotismo estão acabando?

                  Os meus artigos sobre mística, simbolismo, nossas origens e tradições tem sido os mais lidos atualmente. Chamou-me a atenção. Peguei todos eles e fiz um condensado, um livro. Após comunicar que estava disponível em PDF me assustei com tantos pedidos. Afinal o tema existia na mente de muitos chefes. Não havia sido esquecido e isto era formidável. Choveram pedidos de todo Brasil. De formadores muitos poucos, uma pena, pois eles sim poderiam ser a paliçada a defender estas mudanças que não trazem o sucesso esperado. Da direção que eu saiba ninguém. Os pedidos partiam de todos os lados de grupos bem estruturados ou não. Confirmava-se assim que existe ainda uma preocupação para preservar nossas origens. Os chefes se ressentem por não mais existirem tantas histórias do passado, e os comentários sempre a dizer que nunca deveriam ter acabado. A falta de uma tradição, de um uniforme, de um distintivo de símbolos que foram deixados de lado bate fundo em muitos chefes.

                   O escotismo dizem hoje os lideres, está assentado em bases sólidas, com um programa definido e metodologia posta em prática em várias partes do mundo. Isto é discutível? Quem afirma isto são poucos, sabemos e não vamos ficar repetindo que as mudanças e alterações estão nas mãos de uma meia dúzia se muito. Existe um estatuto que lhes dão este poder. Estatuto também feito a poucas mãos. Nossa disciplina é tal que poucos se dão ao luxo de discordar. É como dizem por aí, se não está satisfeito peça para sair. Poucos se ressentem ou indagam onde estão os resultados destas mudanças. Onde estão os antigos escoteiros no seio da sociedade brasileira a valorizar nossa organização nosso método e nossos resultados para um país melhor. Os lideres não consultam, não são transparentes vão aos poucos substituindo nossas tradições, nossos símbolos e nossa mística tudo em nome de um modernismo inexplicável. Suas objeções já são conhecidas, suas palavras idem.

                   Não posso afirmar, mas acredito que temos uma das maiores evasões do mundo. A rotatividade é enorme. Pensar que B.P achava que para uma formação adequada no método Escoteiro precisaríamos de pelo menos dez anos isto hoje é uma utopia. Os nossos valores estão sendo substituídos. Uns poucos hoje falam em nome dos jovens como se já soubessem o que eles querem. Ouvir o jovem sempre se tornou uma farsa para muitos dirigentes. Suas noções de mudanças estão presas em suas bases e esquecem-se que temos jovens de várias camadas sociais espalhadas em todo território nacional. A característica principal que nos definia não existe mais. Quando escrevi sobre nossos símbolos do passado ouve uma revoada de decepções por parte de muitos chefes. Muitos desconheciam, outros sentiam saudades e outros me perguntavam o porquê isto foi esquecido ou extinto.

                   Lá se foi uma jarreteira, um penacho, uma estrela de metal, um sistema de provas de classe imbatível que ainda não entendo o porquê não foi adaptado em ver de expurgado. Os lobos que abriam um olho na primeira estrela de prata e sonhavam em abrir os dois com as duas estrelas deixaram estes sonhos no passado. O orgulho de ser um Primeira Classe de ornamentar seu uniforme com um distintivo sonhado não existe mais. Os velhos sonhos aventureiros dizem que hoje isto não é mais possível. Os acampamentos de Gilwell ficaram na história. Poucos são os que ainda fazem assim. Os desfiles a apresentação formal em uma ordem unida escoteira agora é chamada de militarismo e não pode mais ser feita. Até mesmo um Cerimonial de Bandeira já tem formador dizendo que deve ser sucinto e breve sem muitas pompas e misticismo. O Sistema de Patrulhas está sendo abandonado por muitos cursos que se tornaram um amontoado de técnicas modernas que nada tem a ver com o escotismo de B.P.

                    O próprio B.P é para eles um exemplo de mudança. Muitos se arrogam em dizer que se ele estivesse aqui hoje iria aplaudir esta nova concepção escoteira. Os valores então são vistos de outra forma. Como sabem disto? Mas quem decide tudo isto? Quem esqueceu que existe uma associação onde existem milhares de participantes e eles nunca são consultados? Quem decidiu um Estatutos de quatro mãos que lhes deu poderes absolutos? Quando nos aproximamos do escotismo o fazemos por acreditar que ele é diferente, tem métodos interessantes e sua simbologia agrega místicas que nos fazem pensar como são e qual sua importância no contexto. Poderíamos dizer que B.P era um místico? Acho que sim. Afinal ele fundou um movimento diferente de tudo que se conhecia até então. Um cerimonial de bandeira é místico? Formaturas por sinais é místico? Sistema de Patrulhas também seria místico? Uma Insígnia de Madeira também? Pensemos que o Uniforme e seus apetrechos tais como o estilo militar, o chapéu e o lenço; os distintivos e provas de classe; as especialidades e a alegria de ser um Primeira Classe, o sorriso do lobo ao receber sua primeira estrela de metal no boné não seria um misticismo gostoso de participar e viver assim diferente em uma organização? Seria isto misticismo?                      

                        Naturalmente, o Misticismo se faz presente ao longo da história da humanidade desde seu surgimento. As grandes religiões desenvolveram suas correntes místicas e há muita lenda em torno de suas práticas. Sabemos que sem a mística tudo perderia seu valor e interesse dos homens em participar. Ao abraçar o escotismo sem uma liderança adulta os jovens ingleses abraçaram uma mística que estava faltando em suas vidas e seus folguedos diários. O escotismo, portanto desde seus primórdios nunca deixou de ser místico apesar de muitos acharem o contrário. Ele nos levou para um caminho onde todos nos sempre temos uma predileção em conhecer e participar. Uma definição do misticismo não poderia ser ao mesmo tempo significativa de abrangência suficiente para incluir todos os tipos de experiências que tem sido descritas como mística.

                       Peguem um fogo de conselho, existe mística maior? E as historias contadas ao pé do fogo que falam dos Cavaleiros da Távola Redonda, da luta de B.P no Transvaal, o primeiro acampamento em Brownsea, A força espiritual de Gilwell Park, o cumprimento da mão esquerda, as saudações Escoteiras, o lenço, o extinto tope com seu penacho, as jarreteiras, as estrelas de metal e tantos outros. Pessoas têm uma sensibilidade maior diante da natureza; outras, diante de situações humanas; outras, diante de intuições filosóficas; outras, diante de suas reações interiores ou quando se encontram em meio ao borbulho da vida agitada na cidade. O escotismo oferecia isto, uma vida de aventuras, uma mística que transcende o tempo, uma simbologia única, uma tradição quase imutável.


                        Queira ou não o ser humano é um místico e sua procura por onde possa viver diferente registram expressões desta percepção mística invisível, desde Platão aos monges Budistas, desde os primeiro cristão de Jerusalém até os frades carmelitas que viviam no Monte Carmelo, destes os ritos dos mitos indígenas até a intuição das crianças quando olham para o céu estrelado. Duvidar do misticismo Escoteiro é fazer com que ele deixe de existir na sua verdadeira concepção. Se B.P não tivesse feito um escotismo cheio de mística, cheio de simbolismo e uma origem que ate hoje nos orgulhamos eu tenho certeza que ele não existiria mais. Em todas as sociedades sempre temos alguém a proteger estas nuances e nosso movimento Escoteiro está perdendo a sua identidade por falta de alguém que defenda tudo isto.


                     Ainda penso o porquê vários fatores fizeram o escotismo ir aos poucos se tornando triste, um movimento sem passado, uma historia que vai devagar se extinguindo. Hoje a alegria do jovem ao receber um distintivo, sem simbolismo, sem saber que seus ancestrais escoteiros nada mais é que um esquecimento do qual ele não mais vai se lembrar. Tudo isto vai aos poucos perdendo a graça. Quando tudo deixar de existir, quando conseguirem apagar os rastros que nos fizeram viver por tantos e tantos anos, não só os jovens, mas todos nós iremos perder nosso rumo, nossas origens e isto nos fará perder o amor à natureza, a descoberta de novas aventuras. Vai chegar a hora que já chegou para muitos: - Perguntar a si próprio se vale a pena continuar. A mística, o simbolismo e nossas tradições são nossas origens. Ela nos envolve por todos os lados. Ainda bem que tem muitos que pensam assim e se dermos as mãos quem sabe poderemos ainda resgatar nossa memória. E isto meu amigo Chefe só depende de você! 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Um gostoso programa educativo Escoteiro.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Um gostoso programa educativo Escoteiro.

20 de julho - Segunda feira – Palácio da Prefeitura de Me Engana que eu Gosto.

                               O que foi Doutor Tapeia? – Doutor Prefeito de Me Engana que eu Gosto, em 21 de setembro próximo será a data do dia da Árvore. Precisamos fazer alguma comemoração. – Doutor Tapeia o senhor sabe que estamos sem fundos. O último imposto foi depositado metade na sua conta e metade na minha! – Eu sei Doutor Prefeito, mas se não fizermos alguma coisa para chamar a atenção o que dirá o povo no dia da eleição? – E quanto nós vamos gastar? – Pouco Doutor Prefeito, alguns homens para o plantio e uma banda de música. O povo gosta de ser enganado! – Pera aí, você falou com os escoteiros? Eles sempre dão uma mãozinha. Chame o Chefe Pafúncio e vai ver que ele topa na hora. – Olhe diga que tem ônibus de graça. – E o lanche doutor Prefeito? – Necas, esqueça, diga para ele mostrar como fazer Pão do Caçador e lá na praça eles poderão se exibir. A escoteirada adora! Ei não esqueça, faça algumas faixas, diga que vamos pagar depois. Coloque o nome dos escoteiros, eles ficarão inchados de orgulho!

12 de agosto – Sábado – Sede do Grupo Escoteiro Soficanasede.

                         Cerimonial de Bandeira – dez lobinhos, doze escoteiros, uma Chefe, um Chefe e dois pais na ferradura. O Chefe corre para todo lado para arvorar a bandeira. Ele mesmo ajuda um Escoteiro e um Lobinho a amarrar a bandeira no cabo. Ele mesmo posiciona o Escoteiro e o Lobinho frente ao mastro, ele mesmo dá instruções aos dois como fazer e ele pomposo e orgulhoso grita! – Grupo Escoteiro! A bandeira, em saudação! Os meninos agiram corretamente. Desta vez a bandeira não subiu de cabeça para baixo. Quinze minutos se passaram. Todos continuam na ferradura. Alguns se mexendo de cansado outros ainda em posição de sentido. O Chefe Pafúncio esqueceu-se de mandar descansar. Vinte minutos se passaram, o Chefe Pafúncio conversava com a Chefe Tudobem. Ela como sempre concordava com tudo. Gostava um pouquinho do Chefe Pafúncio, mas ele era casado e ela também.

12 de agosto – Sábado – Sede do Grupo Escoteiro Soficanasede – meia hora depois.

                   Chefe Pafúncio se dirige ao centro da ferradura – Pomposo começa seu discurso – Amados escoteiros, amados lobinhos, senhores pais (tinha só dois) Minha querida Chefe Tudobem! – É com orgulho que anuncio uma grande atividade para o Grupo Escoteiro Soficanasede. Já publiquei na Internet. Vocês sabem que sempre temos atividades bombásticas. Lindas, feitas para nossos valorosos escoteiros e lobinhos. Tenho o orgulho de comunicar a vocês que o Douto Prefeito Bolsocheio nos convidou para patrocinar o dia da árvore. Já pensaram em tamanha honra? No dia 21 de setembro mostraremos a cidade nosso valor. Vamos plantar duzentas mudas de arvores na nova Avenida Embolsei Metade. Ela vai ligar Não sei onde a Lugar Nenhum. Ficaremos todo o domingo lá ajudando a população de Me Engana que eu Gosto. Mostraremos nosso valor!

12 de agosto – Sábado – Sede do Grupo Escoteiro Soficanasede – uma hora depois.

                       Chico Coitadinho um Lobinho com seis meses de casa estava zonzo de tanto ficar em pé. Ele sabia que sempre era assim, mas achou que podia mudar. Não mudou. – Inocente perguntou: - Chefe, eles vão dar merenda? – A Chefe Tudobem correu para explicar – Não Chico! – Afinal temos que nos mostrar como escoteiros e lobos da Alcatéia de Mowgly. Nós levaremos nosso lanche e os escoteiros darão uma aula à população de como fazer um pão do caçador! Chico Coitadinho fechou a cara. Era sempre assim. Sua mãe e seu pai estavam cansados em dar tudo ao grupo e a cidade não dava nada! – Chefe Pafúncio tomou a palavra – Já sabem, preparem, vamos dar um show de escotismo para esta gente. – Agora vamos começar a reunião. O escoteiros peguem a bola de futebol na sede e podem começar o racha. Hoje quero ver quem ganha! Os lobos correndo para o Grande Uivo!  

                21 de setembro – Domingo – Praça Municipal Lava Jato.

                        - Pai! Olha ali o escoteiros! – Estão plantando árvores. – E tem aqueles que estão limpando a praça – Boa ação meu filho? É pai, eles adoram fazer uma boa ação. O Chefe Pafúncio sempre disse que os escoteiros servem a nação através de trabalho comunitário! – Porque você saiu dos escoteiros meu filho? – Olhe pai, já lhe disse fiquei oito meses. Só uma vez fomos acampar. Acampar? O Chefe pegou todo o grupo Soficanasede, entramos no ônibus com seis pais e fomos para o Sitio do Presidente da Câmara municipal Doutor Tapeia. O Chefe Pafúncio prendeu em duas árvores uma corda e ficamos ali o dia inteiro fazendo um tal de Comando Crow. Depois levou a turma até uma estrada barrenta e mandou a gente se barrear! A noite ele e a Chefe Tudo Bem ascenderam um fogo contavam piadas sem graça, cantavam batiam palmas e mais nada. Resolvi sair, olhe lá no grupo só o Chico Coitadinho ficou. Ele deve ter uns oitos meses lá. Deve sair logo!

21 de setembro – Domingo – quinze horas – Praça Municipal Lava Jato.

                  Três apitos longos. Akelá gritando Lobo, Lobo, Lobo! Todos se formaram em ferradura. Cansados, alguns sujos devido os buracos enormes que abriam para colocar as mudas e outros com camisa fora da calça, meião caído e o suor escorrendo. – Tropa atenção! Firme! Custaram para ficar em pé – Vamos saudar o Doutor Tapeia Digníssimo Presidente da Câmara Municipal de Me Engana que eu Gosto. Firme em saudação! Agora uma palma escoteira bem forte. Chefe Tudo Bem, trouxe o lenço? Sim Chefe – Doutor Tapeia, é com orgulho que coloco o lenço do nosso Valoroso Grupo Escoteiro Soficanasede no Senhor. Agora o Senhor será um de nós. Por favor, doutor, levante a mão direita com os três dedos unidos à altura do ombro. – Chefe Pafúncio vai até ele e ensina como é. – Repita comigo doutor: - Prometo, pela minha honra... Terminada a cerimônia doutor Tapeia diz a todos – O prefeito não pode vir. Pediu-me para dizer que se orgulha de vocês! Me Engana que eu Gosto terá vocês para sempre nos anais da história! E todos voltaram para suas casas orgulhosos! Todos?

Moral da historia... Moral da história... Tem? Se tem cada um faça sua moral!