Conversa ao pé do fogo.
Já disse, passou a hora de parar!
Já disse uma,
duas e várias vezes, está na hora de parar. E porque não paro? Não sei. Queria
ver o escotismo que sonhei, que fiz e acho que não vou ver. São tantos os sabidos,
os importantes, os arrogantes que dá vontade de dar um pontapé no traseiro de
cada um. Um Velho chato Escoteiro tem este direito? Risos. Deus me livre, isto
não é Escoteiro. Já basta um que disse que eu não sou cristão, só porque falei
que milagres não acontecem todos os dias. Bem ele tem direito de pensar como
quiser. Fui até mal educado e disse para ele não ler o que escrevo! Certo isto?
Não, afinal escrevo muito sobre fraternidade, amor, lealdade, sobre aceitar as
pessoas como são, sobre ouvir sem determinar. Mas outro Chefe escreveu assim: -
Chefe queria ser como o senhor, mas não dá, de vez em quando vou para a guerra
sabendo que ela não traz benefício a ninguém.
Tem dia que
me sinto feliz. Sinto-me útil, tal como no final da reunião muitos pais
querendo conversar, agradecer, perguntar e pedindo para participar do grupo.
Nos dias que entregava uma condecoração, uma comenda, um cordão de eficiência e
pulava de alegria como nos dias da entrega de uns Lis de Ouro ou Escoteiro da
Pátria. Como não estou mais na ativa, na briga do Escoteiro feliz, na vontade
de acertar, nos cursos que ia dar, hoje estou preso em minha casa, quase sem
poder sair, escrevendo pensando que estou transmitindo amor, bondade,
fraternidade e quem sabe mostrar um escotismo reto nas suas ações e palavras.
Reviver o passado? Não, claro que não. Ele se foi e hoje a nova era, o
modernismo e os grandes pensadores escoteiros sabem onde vamos chegar. Só eu
que não sei onde eles querem chegar.
Disseram-me que escrevo
demais, que posto muito aqui e em meus blogs, será que isto é verdade? Acho que
sim. Posto demais. Será que se tornou rotina e a rotina todos pulam por cima?
Sei não. Que eu escrevo muito não nego. Agora manter guardado não dá. Quem vai
ler? Postar ordenadamente um por dia ou três por semana e os demais? Minha vida
não é longa, meu prazer é escrever. Rezo a Deus para ter um substituto quem
sabe melhor que eu. Se amanhã partir para minha estrela de Capella o que será
de minhas andanças no mundo da ilusão escoteira? Ilusão? Será mesmo? Será que
me enganei nestes 67 anos que passei nas minhas trilhas Escoteiras, onde adquiri
uma experiência enorme com a juventude e comigo mesmo? Bem não está certo. Postar
em três páginas, cinco grupos uma Fanpage e quatro blogs são demais. Eles os
falantes tem razão. Acho que passou a hora de parar.
E quem vai
levantar a bandeira do Escoteiro simples, pobre que não pode pagar? Revoltar no
seu interior e não mostrar a todos o que pensa de tudo isto? Eu escrevo o que
posso e o que sei. Muitas vezes em linguajar matuto, pois até hoje me sinto um
roceiro do interior. Bela vida eu tive naquela fazenda inesquecível. Lá escrevi
e como escrevi. Sem internet, uma velha Olivetti que me divertia, papeis e
papeis guardados que hoje na maioria transportei para minhas páginas de sonho
da internet. Mas uma coisa eu me orgulho. Não me sinto bem falando em dinheiro,
em dólar, em euro, em peso e tantas moedas mundo afora. Sinto-me mal falar em
taxas, em pagar para ser Escoteiro, para comprar tais coisas, Para se embelezar
num Jamboree, para fazer trocas cujo Chefe ou Escoteiro sem dinheiro não pode
fazer.
Claro que
sem Money, sem “Pila” sem tostões pouco se pode fazer. Mas eu dentro do possível
fiz. Graças a Deus que fui engraxate e comprei tudo com o suor de menino que
trabalha para ter o que quer. Dói-me nos nervos o tal de almoço grátis. Parece
que sou imbecil, bronco e não entendo a modernidade. Eu vivi isto, sei como
fazer. Taxas simples, paga com tostões e quem pagou foi o comercio, o doutor
prefeito, o presidente vereador e tantos outros diretores e gerentes das empresas
da minha cidade. Mas Chefe! Então alguém pagou. Claro que sim mas não foram os
meninos escoteiros e os chefes. Olhe existiram no passado grandes diretores,
presidentes que se chamavam Escoteiro Chefe, Comissários que não faziam tais exigências
como hoje. Já pensou? Você receber por merecimento uma comenda ou uma condecoração
e receber a conta? Diabos! (desculpe queria dizer quiabos). Quem se compara a
um Arthur Basbaum, a um Guido Mondin, a um Francisco Floriano de Paula que fizeram
de tudo para ajudar aos chefes do Brasil a fazer um escotismo de BP?
Quem de vocês teve o privilégio
de receber uma correspondência, dentro um cheque e lhe fazendo um convite para
um curso na capital? Só um Floriano de Paula teve esta audácia. Um curso onde
estava tudo pago inclusive o transporte de minha cidade até lá. Portanto tenho
de escrever sobre isto. Tenho de mostrar que tivemos homens escoteiros que a
gente podia se orgulhar. Chega para mim esta balela que o grupo que se vire.
Claro os que foram abençoados sim, eles tem chefes, pais, dirigentes que podem
tudo, sabem como fazer. Deu certo, a turma de lá sorri e quando eles todos bem
vestimentados encontra com você em um evento qualquer, dá um sorrisinho matreiro,
como a dizer -–Cresça e apareça! Criei duas personagens que nunca existiram mas
pode haver igual. O Zé das Quantas e o Escoteirinho de Brejo Seco. Eles nunca
terão o que muitos têm hoje. Eles sempre são uns eternos desconhecidos e sabem que
dificilmente terão o que muitos ricos escoteiros hoje tem.
Dou belos
sorrisos mas trinco os dentes nos caroneiros. Eles nunca postam nada, nunca mostram
seus conhecimentos e quando eu posto alguma coisa lá estão eles a dizerem nos
meus próprios post que assim é melhor, que tem literatura que basta procurar o
lugar certo e comprar. Porque então não fizeram seu post para tentar ajudar
esta chefaiada e escoteirada tão carente de conhecimentos escoteiros? Porque
eles não deram um passo para ensinar como fazer um escotismo que sonham?
Cursos? Pagos? Tem algum Chefe Floriano por aí? Pois é, ontem andei meio
abatido, meio consternado mas já reagi. As favas com os sabe tudo. Gostaria de
estar vivo para daqui a vinte anos e cobrar deles o escotismo que planejaram, o
escotismo moderno, o escotismo dos sonhos dos rapazes e moças que nunca, mas
nunca mesmo são consultados.
Consultados?
Para que? Pergunte a E.N.I.T perguntem ao CAN pergunte ao DEN, pergunte a todos
eles se estes planos fabulosos que alardeiam por aí, teve o beneplácito, a
aprovação, se foi consenso geral, se houve pesquisa, se ouve transparência, se
foi do agrado de todos. Perguntem aos jovens se alguém antes de ser implantado foram
consultados sobre a vestimenta, sobre as novas provas de classe e o escambal.
Nunca! Eles sabem o que todos querem. Engula esta Chefe e aceite. Não é você quem
diz que afinal o importante são as crianças não?