segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Já disse, passou a hora de parar!


Conversa ao pé do fogo.
Já disse, passou a hora de parar!

                Já disse uma, duas e várias vezes, está na hora de parar. E porque não paro? Não sei. Queria ver o escotismo que sonhei, que fiz e acho que não vou ver. São tantos os sabidos, os importantes, os arrogantes que dá vontade de dar um pontapé no traseiro de cada um. Um Velho chato Escoteiro tem este direito? Risos. Deus me livre, isto não é Escoteiro. Já basta um que disse que eu não sou cristão, só porque falei que milagres não acontecem todos os dias. Bem ele tem direito de pensar como quiser. Fui até mal educado e disse para ele não ler o que escrevo! Certo isto? Não, afinal escrevo muito sobre fraternidade, amor, lealdade, sobre aceitar as pessoas como são, sobre ouvir sem determinar. Mas outro Chefe escreveu assim: - Chefe queria ser como o senhor, mas não dá, de vez em quando vou para a guerra sabendo que ela não traz benefício a ninguém.

                   Tem dia que me sinto feliz. Sinto-me útil, tal como no final da reunião muitos pais querendo conversar, agradecer, perguntar e pedindo para participar do grupo. Nos dias que entregava uma condecoração, uma comenda, um cordão de eficiência e pulava de alegria como nos dias da entrega de uns Lis de Ouro ou Escoteiro da Pátria. Como não estou mais na ativa, na briga do Escoteiro feliz, na vontade de acertar, nos cursos que ia dar, hoje estou preso em minha casa, quase sem poder sair, escrevendo pensando que estou transmitindo amor, bondade, fraternidade e quem sabe mostrar um escotismo reto nas suas ações e palavras. Reviver o passado? Não, claro que não. Ele se foi e hoje a nova era, o modernismo e os grandes pensadores escoteiros sabem onde vamos chegar. Só eu que não sei onde eles querem chegar.

                   Disseram-me que escrevo demais, que posto muito aqui e em meus blogs, será que isto é verdade? Acho que sim. Posto demais. Será que se tornou rotina e a rotina todos pulam por cima? Sei não. Que eu escrevo muito não nego. Agora manter guardado não dá. Quem vai ler? Postar ordenadamente um por dia ou três por semana e os demais? Minha vida não é longa, meu prazer é escrever. Rezo a Deus para ter um substituto quem sabe melhor que eu. Se amanhã partir para minha estrela de Capella o que será de minhas andanças no mundo da ilusão escoteira? Ilusão? Será mesmo? Será que me enganei nestes 67 anos que passei nas minhas trilhas Escoteiras, onde adquiri uma experiência enorme com a juventude e comigo mesmo? Bem não está certo. Postar em três páginas, cinco grupos uma Fanpage e quatro blogs são demais. Eles os falantes tem razão. Acho que passou a hora de parar.

                   E quem vai levantar a bandeira do Escoteiro simples, pobre que não pode pagar? Revoltar no seu interior e não mostrar a todos o que pensa de tudo isto? Eu escrevo o que posso e o que sei. Muitas vezes em linguajar matuto, pois até hoje me sinto um roceiro do interior. Bela vida eu tive naquela fazenda inesquecível. Lá escrevi e como escrevi. Sem internet, uma velha Olivetti que me divertia, papeis e papeis guardados que hoje na maioria transportei para minhas páginas de sonho da internet. Mas uma coisa eu me orgulho. Não me sinto bem falando em dinheiro, em dólar, em euro, em peso e tantas moedas mundo afora. Sinto-me mal falar em taxas, em pagar para ser Escoteiro, para comprar tais coisas, Para se embelezar num Jamboree, para fazer trocas cujo Chefe ou Escoteiro sem dinheiro não pode fazer.

                      Claro que sem Money, sem “Pila” sem tostões pouco se pode fazer. Mas eu dentro do possível fiz. Graças a Deus que fui engraxate e comprei tudo com o suor de menino que trabalha para ter o que quer. Dói-me nos nervos o tal de almoço grátis. Parece que sou imbecil, bronco e não entendo a modernidade. Eu vivi isto, sei como fazer. Taxas simples, paga com tostões e quem pagou foi o comercio, o doutor prefeito, o presidente vereador e tantos outros diretores e gerentes das empresas da minha cidade. Mas Chefe! Então alguém pagou. Claro que sim mas não foram os meninos escoteiros e os chefes. Olhe existiram no passado grandes diretores, presidentes que se chamavam Escoteiro Chefe, Comissários que não faziam tais exigências como hoje. Já pensou? Você receber por merecimento uma comenda ou uma condecoração e receber a conta? Diabos! (desculpe queria dizer quiabos). Quem se compara a um Arthur Basbaum, a um Guido Mondin, a um Francisco Floriano de Paula que fizeram de tudo para ajudar aos chefes do Brasil a fazer um escotismo de BP?

                    Quem de vocês teve o privilégio de receber uma correspondência, dentro um cheque e lhe fazendo um convite para um curso na capital? Só um Floriano de Paula teve esta audácia. Um curso onde estava tudo pago inclusive o transporte de minha cidade até lá. Portanto tenho de escrever sobre isto. Tenho de mostrar que tivemos homens escoteiros que a gente podia se orgulhar. Chega para mim esta balela que o grupo que se vire. Claro os que foram abençoados sim, eles tem chefes, pais, dirigentes que podem tudo, sabem como fazer. Deu certo, a turma de lá sorri e quando eles todos bem vestimentados encontra com você em um evento qualquer, dá um sorrisinho matreiro, como a dizer -–Cresça e apareça! Criei duas personagens que nunca existiram mas pode haver igual. O Zé das Quantas e o Escoteirinho de Brejo Seco. Eles nunca terão o que muitos têm hoje. Eles sempre são uns eternos desconhecidos e sabem que dificilmente terão o que muitos ricos escoteiros hoje tem.

                       Dou belos sorrisos mas trinco os dentes nos caroneiros. Eles nunca postam nada, nunca mostram seus conhecimentos e quando eu posto alguma coisa lá estão eles a dizerem nos meus próprios post que assim é melhor, que tem literatura que basta procurar o lugar certo e comprar. Porque então não fizeram seu post para tentar ajudar esta chefaiada e escoteirada tão carente de conhecimentos escoteiros? Porque eles não deram um passo para ensinar como fazer um escotismo que sonham? Cursos? Pagos? Tem algum Chefe Floriano por aí? Pois é, ontem andei meio abatido, meio consternado mas já reagi. As favas com os sabe tudo. Gostaria de estar vivo para daqui a vinte anos e cobrar deles o escotismo que planejaram, o escotismo moderno, o escotismo dos sonhos dos rapazes e moças que nunca, mas nunca mesmo são consultados.


                    Consultados? Para que? Pergunte a E.N.I.T perguntem ao CAN pergunte ao DEN, pergunte a todos eles se estes planos fabulosos que alardeiam por aí, teve o beneplácito, a aprovação, se foi consenso geral, se houve pesquisa, se ouve transparência, se foi do agrado de todos. Perguntem aos jovens se alguém antes de ser implantado foram consultados sobre a vestimenta, sobre as novas provas de classe e o escambal. Nunca! Eles sabem o que todos querem. Engula esta Chefe e aceite. Não é você quem diz que afinal o importante são as crianças não?