quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Um candidato a Conselheiro Nacional.


Conversa ao pé do fogo.
Um candidato a Conselheiro Nacional.

            As eleições estão chegando. Nos próximos meses a União dos Escoteiros do Brasil, Epa! Escoteiros do Brasil esconderam a União (risos) irá realizar sua Assembleia Nacional onde algumas vagas irão surgir para Conselheiro Nacional. Não vou entrar aqui no que diz os estatutos sobre isto, só posso garantir que eles representam menos de 0,2% do nosso efetivo adulto que podem votar e ser votado dentro da hierarquia Escoteira brasileira. Mas continuando, muitos chefes em vários estados se movimentam para serem os candidatos às poucas vagas que irão surgir. O CAN um órgão que determina o caminho a seguir no nosso escotismo também terá vagas abertas. Claro que os que estão saindo não irão perder esta deliciosa “boquinha” do poder. Eles sempre se arrumam em outros cargos e iguais aos “carrapatos” se aferram para nunca mais sair. Bem eles se acham capazes e como donos da verdade sem consulta vão fazendo as mudanças que acreditam.

             Em meus comentários digo sempre que ainda não vi um que dissesse que iria lutar para implantar uma norma estatutária onde todos os membros adultos no escotismo teriam direito a voz e voto. Sempre tem aqueles a dizerem que sim, mas o gargalo para chegar lá é deliciosamente uma pista onde só se encontra o Caminho a Evitar. Ontem tive a honra de receber um convite de um mineiro, Escoteiro e cruzeirense (que me desculpem os atleticanos e os americanos) sobre sua candidatura. Já notei alguns outros se movimentando aqui e ali, mas suas ideias ainda não foram disseminadas principalmente sobre a Democracia Escoteira. Eu não voto, nem mesmo tenho registro na UEB. Mas não sou ligado a nenhuma outra organização. Pelejo por um escotismo melhor, e torço pela UEB ser mais aberta, mais transparente, valorizar seus voluntários, pois exigem muito e não dão nada em troca. Será em São Paulo, mais precisamente em São Bernardo do Campo a reunião da Assembleia. Putz! R$450,00 sem comida para participar? Haja tutu. Risos. Money, real e não um tutu a mineira que adoro.

                       Na assembleia Irão discutir a “estatuinte” (mudanças no estatuto) e garantem que vão melhorar o que já é “mais maiô de bão tamanhussu e biteleza” como diz o mineiro. Não vou entrar em outra seara. Sei no entendo que ainda vamos continuar com poucos no topo da Cadeia Alimentar. Mas um Chefe novo de idade e Velho de escotismo, Paulo Henrique é um candidato a Conselheiro Nacional. Ele já foi vice-presidente do CAN e agora com novas ideias resolveu voltar. Resolvi dar a ele um voto de confiança. Lembrei-me dos meus tempos de Regional em Minas, na sua idade cheio de vontade e querendo mudar o mundo. Paulo me parece ser um Chefe leal e prestativo. Não estou em Minas para julgar seu trabalho, mas ele é assíduo aqui no Facebook sempre rodeado de amigos e o melhor, um belo sorriso o que por se só já me conquistou há muito tempo. Ele me enviou um e-mail que transcrevo “in totum” para melhor compreensão dos meus amigos e amigas.

                Se pudesse votar ele seria meu candidato, mas por mais que ele se comprometa sem uma união (que a UEB não gosta) de todos nunca teremos a verdadeira democracia que o mundo inteiro luta por ela. O direito de opinar, de sugerir, de ser consultado de votar e ser votado e de saber se os resultados são bons. Paulo Henrique me procurou. Gosto dele, de sua juventude e acredito em sua palavra. Sem desmerecer os demais candidatos, que eles saibam que meus comentários e marketing, sempre estarão abertos a todos que acharem que posso ajudar e opinar.

Prezado Chefe Osvaldo, bom dia!
Como prometido, escrevo-lhe algumas palavras acerca de minha motivação para a função que candidato-me: Conselheiro Nacional da União dos Escoteiros do Brasil.

 - Em sucintas palavras, como pediu, ratifico meu compromisso em transparência nas ações, diálogo constante com as bases, ou seja, os grupos escoteiros. 
 - Pretendo não somente manter este canal de comunicação via internet, mas utilizar dos cursos de formação, dos encontros com as bases, para sempre tornar esta possibilidade de frente a frente, olho no olho, responder perguntas e ouvir as pessoas.
Só com esta oitiva que podemos, de fato, ser o representante das bases nas decisões do Escotismo Nacional para os próximos anos.
Não sei se eleito for, se serei o único conselheiro que empenhará esta bandeira, mas tenho a convicção, e a tranquilidade que, sempre com respeito, cortesia e lealdade, sabe indagar nossa Diretoria Nacional para que as mudanças sejam sempre baseadas em resultados concretos, nada sobre base em levantamentos subjetivos. Para que assim elas tenham mais respaldo e mais aceitação de nosso público.

Sou a favor de:
- Ampliação dos nossos associados isentos que são contemplados por programas sociais.
- Que o atual Grupo de Trabalho, que hoje existe no CAN, que faz um estudo acerca das taxas das atividades escoteiras nacionais possa trabalhar e apresentar resultados. Há muito tempo não vejo notícias de resultados deste grupo, e as atividades escoteiras nacionais estão surgindo cada vez com valores bem inacessíveis para nosso público.
- Sou a favor que o CAN fortaleça e regularize a atuação do Distrito Escoteiro. Sabemos que o Distrito é o órgão institucional mais próximo aos Grupos, às necessidades de nossas bases. Hoje temos os distritos sem qualquer orientação e atuação.
- Sou a favor de uma fundamentação em nossas literaturas para adultos com processos educacionais já existentes. Se o próprio Baden Powell trocou correspondências com Montessori, Piaget. Por que não, em nossas literaturas para voluntários fazer menção aos mesmos. Assim teremos nada mais que uma valorização de nossa literatura frente a outras que tratam do tema.

Outras propostas estão em meu site, e assim, conto com o apoio do nobre chefe, que sou leitor e dos mais assíduos, em seus blogs e postagens no facebook.
Escoteiramente, fico a disposição.


                       Abraços a Paulo Henrique, mineiro, Escoteiro e cruzeirense. Dou a ele um voto de confiança. Mas lembre-se Paulo se me decepcionar pode saber que direi aonde meus escritos alcançam que sua sinceridade deixou a desejar. Vou lhe cobrar tudo isto que comprometeu aqui. Sei onde mora, onde se esconde e onde leva sua mochila quando vai acampar. “Chegarei até você em seu grupo, na Universidade que é Professor, no seu Grupo Escoteiro e quem sabe em um Fogo de Conselho por aí nestas terras montanhosas de Minas Gerais” Boa caçada Paulo!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Vale a pena escrever artigos e contos Escoteiros?


Conversa ao pé do fogo.
Vale a pena escrever artigos e contos Escoteiros?

               Sei não. Tem hora que acho que sim tem hora que acho que não. Quantos realmente leem o que escrevo? Quando a história é gostosa, bonita e chamativa, algumas dezenas estão presentes, mas se são artigos condenando atos de dirigentes Escoteiros e contrários do que penso então quase ninguém. E as fotos? Um dia pensei em postar sem fotos. Não sei se muitos curtem só olhando as fotos ou se estão lendo. Vai fazer quase cinco anos que estou aqui postando. Resultados? Insignificantes. Uns me escrevem dizendo que aproveitam muito do que escrevo em suas sessões. Citam exemplos. Bom isto, sempre quando vejo um comentário assim dou um pulo no ar e grito: - Eureka! Vamos continuar! O tempo passa os que comentaram vão sumindo e outros ficando no seu lugar. Eu sei que a motivação acaba com o tempo e o escotismo perde com esta enorme evasão. Disseram-me que a nata do escotismo não frequenta as páginas do Facebook. Não se importam com o que se escreve aqui. Eles se julgam onipotentes, donos da verdade e sempre a dizer que o lugar correto para se manifestar são as Assembleias e não aqui. Desprezam os que aqui falam do que pensam.

             Não vou mais entrar nesta questão. É perda de tempo. A Associação é cheia de verdades e direitos de uns poucos. Os donos do poder nunca perdem a majestade. Se hoje outros são eleitos eles dão um jeitinho brasileiro de permanecerem no poder. Mas isto nunca interessa a maioria. Ninguém se preocupa se somos pequenos, se não temos apoio, se um grupo perde sua sede e a liderança não faz nada. Será que ela poderia fazer? Onde estão os antigos Escoteiros para colaborar nesta hora? E as histórias que escrevo? Quantas escrevi? Milhares? Tiveram utilidade? Os conteúdos serviram para ajudar? Outra dúvida. Mas sei que muitos adoram minhas fotos. São por elas que minhas postagens são compartilhadas. Já escrevi aqui que estou pensando em parar. Ando meio descrente do que vejo hoje no escotismo. Já vivi esta fase de júbilo por muitos anos. A cada década os lideres escoteiros acreditando que iam modificar o mundo. Outros procurando soluções e dizendo as ter nas mãos. Surge um decreto, surge uma norma e lá vem os mesmos sempre a modificar dizendo que é para melhor. Melhor? Sem comentários.

            Agora mesmo teremos um encontro nacional em São Paulo. Assembleia Nacional, como diz um amigo, a “estatuinte” estará presente. Dois dias para discutir, sugerir e redigir novos estatutos que irão determinar a vida de milhares de associados. Eu Macaco Velho já sei o que vai acontecer. Enganarão uns poucos aceitando mudanças, mas aquelas que regulamentam o poder e como continuar permanecerão firmes. E a taxa para participar? Sem refeições quatrocentos e cinquenta, com refeições quinhentos e oitenta. Mas caramba, um amigo me disse que conseguiram muitas facilidades, várias empresas colaboraram, a taxa era para ser pequena. Mas o que aconteceu? – Chefe, os dirigentes precisam que alguém pague suas despesas. Tem avião ida e volta, tem taxi, tem hotel e o escambal. Afinal eles não podem ficar pagando do próprio bolso. Mas eu posso? Afinal é um encontro nacional não deveriam facilitar ao máximo a vinda de muitos?

             Prometi a mim mesmo ficar calado. 74 anos de idade, 66 de escotismo e nada mudou. Ah! Os chefões. Os velhos lobos. Com seus tacos, com seus sorrisos e acreditando que vão modificar o Brasil Escoteiro. Centenas ou milhares de formadores que querem formar... Melhor mesmo é escrever histórias, histórias onde os meninos são os heróis. Histórias onde os verdadeiros chefes mostram um caráter ilibado. Chefe que tem palavra e humildade. Eu sei que a maioria são histórias da “Carochinha” que encantam alguns e outros nem se dignam a ler. Estes se preocupam sim com suas poses, seus amigos no poder, a ambição graça entre muitos que sonham ter seus tacos e dirigir cursos, ser alguém dentro do poder. Só assim eles serão um dia formadores, dirigentes e presidentes. Presidentes? Risos. Melhor calar. Repito, estou perdendo tempo. Mas sou um Velho insistente. Quero morrer com minhas ideias e se são válidas ou não isto não me importa. Ainda sonho em ver neste pais pessoas de bem que foram Escoteiros saudando o escotismo, apoiando, lutando junto lado a lado sem esperar convites ou bajulações.

              E minhas histórias? E meus contos? – Chefe seus contos aconteceram? Não meu amigo ou minha amiga, é fruto de uma ficção que um dia sonhei ser verdade. As fotos continuarão enquanto as encontrar por aí. Nada de chefes posudos, o escotismo não é para eles, os jovens sim, o Chefe é um orientador e não um fazedor de pioneiras, de gritos histéricos de formar de se mostrar a vontade com a camisa solta e um belo chapéu australiano. Chega por hoje. Estou mesmo estudando se devo continuar a postar aqui. Isto está me cansando e os objetivos não sei se estão valendo a pena. Sei que não vou parar, não sou de desistir. Quem me conhece desde os tempos que fui Comissário Regional sabe que remei contra a corrente. Pura perda de tempo com os donos do poder. Ninguém se preocupa. Termino com as palavras de um Chefe um estudioso do escotismo e que está no topo da cadeia alimentar. Suas palavras marcaram muito o que penso de muitos chefes que estão hoje atuando no escotismo:
       

 - Chefe Osvaldo! Este comodismo é o que mais me incomoda. Na realidade é uma omissão. Pense bem: - Como faço parte de uma associação que não conheço bem? Será que estou no local certo? O que “ganho” em participar do Movimento Escoteiro? Como a associação é de fora para dentro? Isto não está afetando minha imagem? Como formar cidadãos úteis e participantes, se não participo da vida administrativa e politica da associação?

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Lord Robert Stephenson Smith Baden-Powell, Cidadão do mundo!


Lord Robert Stephenson Smith Baden-Powell, Cidadão do mundo!

22 de fevereiro de 1859. Dia do nascimento do nosso fundador. Uma data para ser lembrada sempre!

            Falar da vida de Baden-Powell é falar o que todos já leram ou ouviram contar. Sua história, seus feitos e até seus defeitos muitos conhecem. Admiro os historiadores que fazem tudo para trazer verdades e inverdades sobre ele. Eu prefiro o que leio de bom e assim vou vivendo com ele em minha mente e no meu coração. Ele sempre foi uma lição de vida, de homem honrado, que nos trouxe uma lei e uma promessa inesquecível e dita por dezenas de jovens no mundo inteiro. Ver hoje milhões de jovens fazendo as mesmas coisas, o mesmo sinal Escoteiro, o mesmo aperto de mão, seguindo um método único e suas frases que são lições a serem seguidas ao redor do mundo é admirável. Foi ele quem nos mostrou as vantagens de viver uma vida ao livre, que nos lembrou das belezas da natureza, que nos deu o sonho de acampar, viver em barracas com amigos que a gente nunca mais esqueceu. Sem ele não estaríamos aqui nos lembrando de um homem que trouxe para nós uma filosofia de vida, um jeito gostoso de sorrir, de tentar melhorar nossos corações, de lembrarmos sempre que fazer os outros felizes iremos também ser feliz. Um homem que hoje é conhecido por mais de 150 nações praticantes de escotismo, que neste dia tiram um minuto para saudar seu Chefe, como a dar uma sublime saudação àquele que nos deu outra maneira de viver.

                   Eu sei que muitos livros foram escritos sobre Baden-Powell, suas inúmeras viagens, anedotas, frases que ficaram na história e episódios que marcaram sua vida, mostram um dos mais importantes homens na história da Inglaterra e no mundo. Ele tinha inúmeros exemplos e fez questão de nos dar para vivermos assim também. O Fogo de Conselho, a Fraternidade entre países, a patrulha, a mística tão bem vinda às cerimônias Escoteiras, A Lei e a Promessa, o respeito à pátria e a Deus tudo isto nos tornou o que somos hoje. Eu poderia ficar aqui comentando tudo que sei sobre ele; Sobre tudo que fez, mas achei melhor fazer uma homenagem, lembrando um pouco de suas frases que irão ficar na história e nunca esquecidas:

- O homem que é cego para as belezas da natureza, perde metade do prazer da vida;
- A criança não aprende o que os mais velhos dizem, mas o que eles fazem;
- O homem que olha para frente e rema sua própria canoa, molda o seu futuro;
- O caminho para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade de outras pessoas;
 - Tente deixar o mundo em melhores condições do que encontrou;
- É preciso sempre olhar para o lado positivo das coisas, e não o mal;
- A Lei do Escoteiro é a base sobre a qual repousa toda a educação Escotismo.
- A confiança deve ser à base de toda a educação moral;
- A melhor maneira de superar as dificuldades, é atacá-los com um sorriso lindo;
- A ambição de fazer o bem é a única ambição que conta e que ajuda a obter a felicidade;
- A religião é uma coisa muito simples: primeiro, amar e servir a Deus, segundo amor e servir aos outros;
- A religião é uma coisa muito simples: primeiro, amar e servir a Deus, segundo amor e servir aos outros;
- A religião é uma coisa muito simples: primeiro, amar e servir a Deus, segundo amor e servir aos outros;
- Se a vida fosse sempre fácil, seria insípida;
- Um sorriso é a chave secreta que abre muitos corações;
- É importante ser bom, mas o mais importante é fazer o bem;
- O teste de educação bem-sucedida não é o que uma criança pode fazer de acordo com testes depois da escola, mas o que ela estará fazendo dez anos depois;

             São varias as frases que marcam os Escoteiros para viver intensamente o bem com todos. Terminando não poderia esquecer-me de detalhes interessantes: Em 1912, Baden-Powell visitou a Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, em um barco ode conheceu Lady Olave que seria sua esposa. Em 1934, ele foi recebido pelo Papa Pio XI, no Vaticano, mostrando este grande interesse pelos Escoteiros e as possíveis aplicações da mesma em catolicismo. Em 1937, ele foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, mas não foi concedida em sua relação com um dos exércitos que participam do conflito global.

            Sabemos que hoje é uma data importante na vida de todos os Escoteiros. Quando nasceu devia ter uma estrela indicado que estava nascendo um grande homem que se tornaria uma lenda para milhões de jovens em todo o mundo. É maravilhosos saber que a promessa, o sinal, o respeito à cidadania as atividades ao ar livre são praticados por mais de 150 países onde jovens e chefes o saúdam como o Escoteiro Chefe mundial. Seja onde for teremos alguém saudando nosso mestre: O alemão diria Alizeit bereit, o espanhol Siempre Listo, o filipino Laging Handâ, o finlandês Ole valms, o francês Sois Prêt ou Toujours Prêt, o Holandês Weest Paraat, o inglês Be Prepared o Italiano Sii Preparato. E assim tantos outros idiomas são ouvidos em todo o globo.

                 Quem sabe uma estrela brilhante no céu aconteceu no dia do seu nascimento. Uma estrela que sabia do seu primeiro dia na terra cuja missão levantou milhões de jovens fazendo as mesmas coisas, com os mesmos ideais e tendo seu espírito presente na mente e no coração. Que esta ideia tão bem colocada nos traga tudo àquilo que esperamos para um mundo melhor. Escotismo, uma esperança, uma filosofia de vida que engrandece qualquer país que pratica esta ideia tão bem colocada pelo nosso Mestre Baden-Powell – Escoteiro do Mundo! Milhões de Palmas Escoteiras para ele!
Sempre Alerta!

   

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Leis, regras, normas, artigos, parágrafos e outros “escambal”!


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Leis, regras, normas, artigos, parágrafos e outros “escambal”!

                  O mundo é feito de regras, normas, artigos, leis, decretos, parágrafos e até me assusto com tudo isso. Nada podemos fazer sem pensar que podemos infligir alguma delas. Claro. São necessárias. Assim dizem. E no escotismo então? Uma parafernália. Cada dia que passa mais normas, mais regras, mas artigos dizendo o que podemos e não podemos fazer. Não satisfeitos os nossos dirigentes criaram uma tal de Comissão de Ética. Li e não gostei. Achei meio ameaçador. Ela põe por terra nossa fraternidade. Até pensei comigo: - E quem um dia julgará nossos dirigentes pelos seus erros, se cometerem? Os amigos do Rei?  No final da década de cinquenta, uns sábios de nossa liderança criaram o nosso POR. Princípios, Organizações e Regras da União dos Escoteiros do Brasil. Antes havia um manual técnico que definia o que pode e o que não podia fazer. O POR se tornou nossa bíblia, lindo! Um grande livro. Muitas páginas, completo. Diz tudo sobre nossa atuação na sede, no campo e no decoro Escoteiro. Foi mudando, mudando e a direção nacional não satisfeita de novo adaptou novas regras as suas páginas. Sei que muitas coisas estão evoluindo e a adaptação é necessária. Mas cá prá nós, você já o leu todo?

              Tem hora que me sinto cerceado. Se hoje estivesse à frente de uma sessão escoteira não sei se me desincumbiria bem das minhas responsabilidades. Aquele escotismo alegre e solto onde o jovem corria pelos campos sem dizer posso ir, sem dizer se precisa de autorização, se tem taxa hoje está todo mudado. Nada se faz sem pensar nas leis, regras, artigos, parágrafos ou o escambal. Certo? Sei não! Têm tantos por aí exigindo direitos que podem aparecer no escotismo alguém a exigir os seus. “Quero meus honorários”! Quero meus direitos! Quero minha Insígnia! Quero meu Tapir de Prata! Quero meus tacos! Que se faça justiça! Vou processar quem for contra mim! Saudades dos velhos tempos. Oi Romildo! E aí? Vamos acampar sábado? Era assim. Colocava minha mochila, ração A ou B, uma meia lona da barraca e dizia para minha mãe e meu pai: - Estou indo, volto domingo sem horário para chegar! E lá íamos nós cantando pelos campos o Rataplã! Hoje? Adeus liberdade juvenil.

                Pense comigo se você quiser ser voluntário no escotismo, vai ter de enfrentar tantas normas regras e lei que ficará desnorteado. Tem de dar autorização de imagem, tem de preencher fichas e mais fichas no SIGUE e ainda pagar por isto. Voluntário que paga? Isto mesmo. Paga taxas, paga mensalidades e ainda tira do bolso para os seus meninos pobres que não podem pagar! Isto é um escambal. Antes não. Os chefes vinham dos pioneiros, que vinham dos seniores, que vinham dos escoteiros, que vinham dos lobinhos... Um escambal de “beleza” mesmo. Difícil isso hoje. Muitos são pais e quando os filhos dão adeus eles vão atrás. Prefiro nem comentar. Mas se queres mesmo ser um voluntário “pagante”, preencha a ficha, leia as normas, as leis e observe bem se não tem letrinhas miúdas (ou tem?). Se tiver nem pense em se socorrer no PROCON. Será malhado, esculhambado, julgado e expulso. Mas se topou e aceitou “beleza”. Vais receber um “Tutor ou assessor pessoal” Será o responsável pelo seu desenvolvimento. (que luxo! não tínhamos isto no passado). Ele vai lhe orientar, pois aprendeu em um curso como agir e sabe tim tim por tim tim. É um bamba! Tem respostas para tudo. Mas cuidado com ele. Pode querer vir a ser seu dono e dirigir seu destino Escoteiro. Brincando. Nada disto. Todos eles são gente boa. (acredite quem quiser eu não. kkkkkkk).

                 De muitos tutores e assessores que vejo atuando a maioria ou são os Presidentes ou Diretores Técnicos do próprio grupo. Para mim nada mudou tudo igual como antes há não ser o nome. Nada de novo no Front. Ontem os Chefes de Grupo ficavam de olho! Hoje eles são Diretores Técnicos e ainda estão de olho em você. Sabemos que não existem muitos “sabichões” para te levar ao mau caminho. Ops errei bom caminho. Um belo dia você vão lhe ensinar a amarrar a ponta do lenço, colocar um chapéu esquisito e já estará uniformizado e promessado. Irão lhe dizer que se quiseres reclamar procure o local certo. Uma tal de Assembleia. O duro é você chegar lá e sentir um “bobo” da corte. Ficar deslumbrado, ver tantas medalhas, tantos chefões e até gagueja quando lhe dão Sempre Alerta! Mas não tenha receio, eles só sabem dar o SAPS! Mas ainda bem que lá não tem os de lenço, sem uniforme e com um belo chapéu australiano. Aí você vai para casa e se pergunta: - Valeu a pena, meu? Seu Comissário do Distrito grita: - Valeu sim! -  Escoteiros avante! O amanhã será nosso! Rataplã!
                  Acampar virou um nome proibido. Acampar? Deus me livre. Não tem o pedido de autorização para o Comissário do distrito? Não tem que preencher um escambal de normas no SIGUE? E se for sair do seu Estado de origem, já pediu autorização dos estados onde vai passar? E fora do Brasil? Isto deve ser feito em quatro vias. Uma para o grupo, uma para o distrito uma para a região e uma para a direção nacional. Com firma reconhecida! E depois? Uma autorização por escrito dos pais, cópia do seguro, detalhar estradas, conduções e como vai alimentar todo mundo. Tudo isto sempre em quatro vias e claro com firma reconhecida. Preste atenção, fora do Brasil só com a tal nova vestimenta. E tome cuidado. Se houver um gritinho mais alto do chefe, os pais podem processá-lo. Se um pai for advogado é melhor não acampar mesmo. Fique em casa vendo TV que vai ganhar muito mais. Risos.

                Depois meu Chefe novato você vai fazer centenas de cursos de aperfeiçoamento burocrático, como manusear o SIGUE, como agir com o tal voluntário que apareceu no seu grupo, como entender os estatutos da juventude, o papel dos nossos lideres (eles gostam de um elogio!). Haja papel e tempo para fazer o processo de Cruzeiro do Sul, Liz de Ouro, Escoteiro da Pátria, Insígnia de BP, Condecorações, Cordões de Eficiência e o escambal. Quer um conselho? Melhor contratar um contador para isso e que seja bom e entendido em internet. Nunca vi tantos processos. Aguarde pacientemente sentado o ok do assistente distrital, regional e nacional. É mesmo? E ainda dizem que o escoteiro tem uma só palavra. Mas enfim, isso é a modernidade. Cada dia recebendo novas normas, novos programas. – “A partir desta data, fica determinado que a determinação anterior não vai determinar mais nada!”.

                 Eu meus amigos prefiro ficar em casa. Minha saúde não é a mais mesma. Meu escotismo era outro. Um escotismo alegre e sem amarras. Onde existia uma juventude que sabia dos seus sonhos e ideais, onde todos falavam o mesmo idioma, onde nos encontrávamos para contar histórias, onde os fins de semana eram nos campos e campinas, a subir montanhas dormindo sob as estrelas. Hoje não se pode mais. É papel que não acaba mais, ou melhor, é SIGUE que não acaba mais. Temos que ficar de olho para não infligir alguma norma. Meus olhos se confundem quando leio tanto as tais normas, leis, decretos, regras, artigos, parágrafos... Isso é um escambal. No bom sentido. Enfim, sempre me lembram de que o mundo é outro. Tudo é mais moderno. Deve ser. Mas quer saber? As estrelas que via quando menino ainda estão no mesmo lugar. O nascer e o por do sol ainda são no leste e oeste com poucas variações. As belas nascentes ainda existem e os carrapatos formigas ainda adoram os Escoteiros. Dizem que os sonhos dos jovens hoje são outros. Será? Não tem mais aquela “pitada” de aventura? O que mudou? Deus meu! Tudo! Agora temos leis, regras, normas, artigos, parágrafos e outros “escambal”! Santa Edwiges me proteja do mal amem!


"A verdade é que muita gente cria regras para não ter de tomar decisões." 

 (Mike Krzyzewski).

domingo, 8 de fevereiro de 2015

A culpa de tudo é do Zé das Quantas.


Conversa ao pé do fogo.
A culpa de tudo é do Zé das Quantas.

               O escotismo é sui generis. Difere de tudo que se conhece em termos de estrutura, normas e regulamentos em outras organizações ou associações. Quem sabe isto fez com que a disciplina e a subserviência fossem uma realidade entre nós. Se assim for não dá para discutir, pois nem todos estão devidamente preparados para discordar. Mas sou insistente. Dizem que água morna em pedra dura tanto bate até que fura! Não sei se é verdade. Sabe o que temos de mais importante no movimento Escoteiro? Os chefes. Verdadeiros heróis e que já dão o nome de voluntários. Fica mais fácil assim. Voluntário você pode prescindir dele a qualquer momento, Chefe não.  Esta época moderna é fogo. Mas vejamos, o que seria do escotismo sem os chefes? Nada, praticamente nada. São eles o baluarte de sustentação do Movimento. Ainda bem que são obediente e disciplinados. Não sabem de sua força. Aquela metáfora onde se diz que uma andorinha só não faz verão, mas pode acordar o bando todo ainda não aconteceu entre nós. Ainda bem isto ajuda muito os poderosos.

                Veja, não é fácil a vida do Chefe. Por mais simples, por mais amor, por mais dedicação que tenha nem sempre têm seu valor reconhecido. Poucos sabem que muitas vezes eles está ali com o coração doído por algum fato particular, por algum motivo desconhecido, mas ele sempre pronto é presente, tentando mostrar aos jovens o sentido da vida, dar a eles um rumo em seus destinos futuros. Tem aqueles mais bem aquinhoados, pertencem a um grupo bem estruturado, amizades fortes, diretores cônscios de suas responsabilidades e tantas facilidades para aprimorar seus conhecimentos que ele sabe que nada vai prejudicar sua vida fora da jornada que escolheu. Mas meus amigos não se esqueçam dos outros. Os culpados de tudo. Para muitos que deviam estar ao seu lado, só o culpam pelas mazelas que o escotismo enfrenta. Estes chefes estão sós. Braços fortes ao seu lado não existe. Não conseguiram dar uma boa estrutura em suas bases de ação. Os pais não se preocupam, as autoridades também não. Claro que ele não desiste. Ele sabe que precisa ter fibra para levar adiante o seu ideal. E o que ele espera? Ele espera que um dia apareça um anjo de Deus para junto a ele dar a sustentação que precisa.

                Mas no fundo ele sabe que este anjo não vai aparecer. Ele sabe que tem de trabalhar sozinho. Seus meninos e meninas mesmo poucos e pobres precisam dele. Ele sabe que os pais não se preocupam. Ele não pode simplesmente abandonar tudo. Dizer: - Melhor fechar o Grupo Escoteiro. A luta é difícil. Ele sabe que não fará isto. Ele sabe que todos os sábados muitos estão a sua espera e sua lealdade ao espírito Escoteiro ele sabe que estará lá, faça sol ou não. Ele não pode dizer simplesmente que deixa o vento o levar. Não pode dizer isto. Não faz parte do seu vocabulário. Como muitos ele acredita que sua luta vale o sacrifício que faz. Nunca critica seus superiores. Dá um belo sorriso quando os encontra em alguma atividade regional ou nacional. Se sente prestigiado em dar a ele um aperto de mão e nunca deixa de convidar para uma visita. No fundo ele sabe que isto nunca acontecerá. Nestas atividades ele toma contato das novas regras, do que ele deve fazer, das novas exigências para o registro ele sabe que não vai ser fácil, mas ele não desanima. Perde horas fazendo o que nunca fez. Alguns pedem ajuda a amigos, outros chefes e lá está ele no computador fazendo as exigências que recebeu dos seus superiores.

                    Estes chefes quase nunca desanimam. Eles são frequentes nas reuniões e pouco faltam. Gastam do seu bolso o que não podem gastar. Alguns compram uniformes para seus jovens, outros pagam as taxas cobradas do grupo, da região e da Direção Nacional. Se eles tivessem uma boa diretoria seria mais fácil. Mas eles não tem. Não esperam recompensas. Estes chefes já sabem que dificilmente irão receber uma condecoração. Quiçá uma de Bons Serviços ou mesmo Gratidão. As outras ele sabe que só os lideres irão receber. Todas dizem que tem direito pelos relevantes serviços prestados ao escotismo. O dirigente é elogiado e recebe ele não, ele não presta relevantes serviços ao escotismo. Quantos Tapir, quantas Tiradentes, quantas São Jorge são distribuídas por ano? Quantos chefes humildes como ele receberam? Ah! Burocracia. Sem ela é pode desistir, mas olhe pergunte a ele e ele dirá que gosta do que faz, não está ali atrás de um premio. Seu prêmio é o sorriso pela vitória de cada jovem que ele conseguiu ajudar.

                     Dificilmente ele receberá elogios pelo seu trabalho. O mote hoje é dizer que não crescemos, não temos retorno dos dirigentes empresariais, políticos e governamentais por culpa dele. O Chefe. Se não temos alguém de expressão para dizer os valores do escotismo à culpa é dele. Se não temos bons conferencistas escoteiros, que recebem valores enormes para meia hora por uma palestra a culpa é dele. Se a imprensa falada escrita e televisada não têm bons programas, ou mesmo uma apresentação em seus jornais diários sobre o escotismo claro, a culpa é dele. Interessante a nossa liderança, a nossa entidade máxima não tem culpa. Ela faz o que pode. Ela presta relevantes serviços ao escotismo. Ela dita normas, ela cria sem consultas, ela resolve entre poucos o que fazer e se não é cumprido por todos é claro que a culpa é do chefe. Deveriam convidá-los todos estes chefes para uma atividade colocar todos em fila e dar uma boa bordoada em cada um para aprender!  


                       Mas sempre teremos aqueles que defendem nossa entidade máxima. Eles eu sei que pertencem a um escotismo bem feito, boas tropas, excelentes alcatéias, diretorias incríveis, sessões completas, uma fila de espera enorme para ser mais um com eles. A gente sabe e conhece muitos deles. Melhor não comentar aqui a verdade de cada um. É... Sempre haverá um sorriso dos humildes para os poderosos. Sempre haverá uma subserviência nas diretrizes que emanam poder. E os chefes, aqueles que estão firmes a colaborar com o escotismo sem nada em troca dos poderosos continuarão a existir. Quem sabe um dia irão dizer que isto não pode continuar? Acho que não. Uma horda de novos voluntários sempre esta aparecendo. Estes sabem que se quiserem participar tem que jurar servir a União dos Escoteiros do Brasil. Então meus amigos o melhor é calar, olhar para frente, ver um sorriso de seus jovens e saber que amanhã um deles poderá dizer: - Se sou o que sou, foi graças ao Zé das Quantas. Ele sim foi o Chefe que sempre amei. Haverá paga melhor que esta?          

sábado, 7 de fevereiro de 2015

A evasão no escotismo.


Conversa ao pé do fogo.
A evasão.

                   Em todos os dicionários o significado de evasão seria: - Desistência, ação de abandonar alguma coisa. Poderia anexar mais explicações, mas acho que esta abrange tudo. Vez ou outra me deparo com alguém preocupado com a Evasão Escoteira. Ela existe. É enorme e ainda não foi motivo de uma ampla discussão entre todos os associados. Ela não apareceu agora, é antiga. Antes menor, mas hoje em numero assustadores. Fingimos que ela não existe que tudo vai bem obrigado. Quando alguns amigos comentam o tema nem sempre rende dividendos. Cada um já sabe por que ela acontece. A Evasão no escotismo está em todas as sessões, na chefia nos pais e diretores. Conta-se a dedo aqueles meninos ou meninas que ficaram no escotismo por mais de três anos. A média nunca passa de um ano. E os adultos voluntários? Não são tão significativos assim, mas vamos perdemos bons chefes e diretores a cada ano e nunca nos preocupamos a não ser sentir saudades de sua partida.

               Cada um tem um número mágico para dizer que tantos por cento se afastaram. Poucos se preocuparam realmente qual a porcentagem correta da evasão dos seus jovens e dos seus adultos. Todos que permanecem sempre afirmam que o escotismo é tudo, está na alma e no coração. Tem aqueles que sorriem ao dizerem que é uma filosofia de vida que nunca vão abandonar. Mas chega um dia que irão partir. Quando será este dia não dá para prever. Os motivos são muitos, mas me abstenho de dar minhas opiniões. Sou um Velho Escoteiro vivido e sei como é difícil para muitos adultos permanecerem em grupo, em equipe com as diversas personalidades dos demais que ali estão. O desânimo é maior quando vemos um voluntário antigo, já formado na escola Escoteira, Insígnia que conhece bem os transmites da liderança e suas normas se afastar. Ele investiu nele próprio, o escotismo a sua moda investiu também. Muitos tentaram formar uma concepção Escoteira para ele e quando estivesse pronto transmitir aos demais. Então ele vai embora. Para alguns explica os motivos para outros nem mesmo um adeus.

                 E os jovens? Estes são em maior número. No passado se dizia que ele entrou para o escotismo esperando encontrar aventuras, atividades no campo, explorar outros caminhos, acampar, viver em plena natureza como um herói que sempre sonhou ser. No entanto ele viu que não era nada daquilo que pensou e achou melhor ir parar em outras plagas que o escotismo não deu. Hoje no presente nem se sabe mais se é isto mesmo. Estão aí dezenas de adultos explicando os motivos, achando que precisam alterar tudo, que agora somos modernos e vivemos novos tempos. Afirma que é da tecnologia que eles estão atrás. Eles os lideres de hoje já sabem o que o jovem quer. Nunca foram atrás deles saber a verdade. Quem sabe mostrar-lhe os dois caminhos do escotismo do passado e do escotismo do presente. Afirmam que o passado é passado. Hoje estamos vivendo uma tecnologia que supera tudo aquilo que ele poderia sonhar como era antes.

                  Até hoje não tivemos uma cruzada para entender e fazer as mudanças certas ouvindo os jovens, ouvindo os adultos que saíram. Isto não é necessário alegam alguns. Eles dizem: - “Nós sabemos onde está o erro e vamos corrigir”. Os anos passam, as soluções mágicas modernas parece não trazer o sucesso esperado. As tropas e alcateias se ressentem com a pouca procura. Chefes e diretores tentam tudo para arregimentar jovens. Quando conseguem notam que nem todos permanecem. As patrulhas de três ou quatro viraram uma realidade em muitas tropas. Matilhas viraram uma página da história. Chefes uma minoria que ainda tem a fibra Escoteira. Os responsáveis sempre a dizer que a culpa é do Chefe. Ele não se preparou. Esqueceu-se dos cursos, esqueceu-se da biblioteca Escoteira, esqueceu seu assessor pessoal e errou. A culpa foi dele pelos jovens que um dia se foram para não mais voltar. A culpa é sempre dele. Os lideres deram o caminho e ele não seguiu. Dou risadas quando ouço isto.   

                Conta-se a dedo os jovens que saíram e um dia resolveram voltar. O mesmo para os adultos que dificilmente irão relembrar os momentos felizes que lá deixou. Por quê? Respostas tem muitas. Verdades poucas. Soluções todos tem, mas ir atrás, fazer uma pesquisa nacional, discutir o assunto com as unidades locais (grupos escoteiros e sessões) isto nunca aconteceu até hoje. Os lideres sempre tem a solução na mão. Basta dizer que vários deles me disseram que os jovens não gostavam do caqui e do azul. A vestimenta seria uma maneira de arregimentação dos arredios e daqueles que agora iriam ver outro escotismo, mais próximo, mais amável, mais dentro de suas pretensões modernas. Pelo menos fizeram uma pesquisa com estes que não são Escoteiros? Não, alguns chefes dizem que eles não entraram por causa do caqui que acharam feio. Sempre assim, mudar o estilo um pouco arrogante, aprender a dizer obrigado, tentar pelo menos ouvir as opiniões principalmente dos jovens ficou no esquecimento. Quantos foram às casas dos jovens que deixaram o movimento para ouvir? Só ouvir, pois sabemos que dificilmente ele irá voltar. Cansou de promessas e sabe que nada vai mudar.

                 E me pergunto quantos chefes que saíram foram visitados por alguma autoridade Escoteira? Quantos lhe disseram que ele faz falta, que ele pode dar muitas sugestões, pode colaborar para evitar esta grande evasão de adultos que hoje acontece? Perda de tempo, os lideres não se preocupam. Eles pensam que ninguém é insubstituível. Lembrei-me de um artigo de  Célia Spangher que foi muito feliz em analisar a palavra insubstituível. Um dia vou publicar aqui novamente. Eles os que se foram são mesmo insubstituível. Levaram anos aprendendo, uma grande experiência adquiriram e os deixaram ir. Ninguém se preocupou em pelo menos se aconselhar com eles nos novos caminhos a seguir que estão enfrentando. Os que se foram se foram se tornaram uns eternos desconhecidos, pois outros afoitos já tomaram seu lugar.

                 Nada que fizerem irá mudar este estado de coisa. Quem já leu o relatório do Doutor Jean Cassaigneau sabe que este não é o caminho. Seu relatório sobre o escotismo brasileiro atinge profundamente os erros que até hoje cometemos. A UEB não deu crédito, poucos levaram a serio suas palavras e suas orientações. Os “papas” estão aí para gritar um “Abre-te Sésamo”! Eles tem a solução. O relatório é de 2008. Passaram-se quase sete anos e o que vemos? O mesmo de decênios passado. Enquanto a UEB não ver que nada poderá ter o sucesso esperado sem grandes realizações em conjunto; Enquanto não deixar que todos os associados Escoteiros participem de um grande mutirão nacional para discutir onde erramos e onde podemos acertar, enquanto a UEB se achar a dona da verdade, a única a decidir e criar sem ouvir a grande maioria, nada conseguiremos. Os exemplos estão aí. Só não vê quem não quer enxergar. Todas as mudanças de normas, de programa de uniforme foi feita pelas mãos de poucos. Enquanto ela não der o valor devido a todos os associados principalmente os adultos o escotismo será o que é hoje. Erros atrás de erros e variações de efetivo sem um crescimento efetivo!  


Obs. Aqueles que ainda não tomaram conhecimento do relatório do Doutor Jean Cassaigneau é só me pedir por e-mail elioso@terra.com.br e terei a satisfação de enviá-lo.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Os politicamente corretos estão de volta!


Conversa ao pé do fogo.
Os politicamente corretos estão de volta!

             Você não sabe quem são eles? Bem vejamos o que a Wikipédia diz o que é um politicamente correto: A palavra  politicamente correto se refere a uma suposta politica que consiste em tornar a linguem neutra em termos de discriminação e evitar que possa ser ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais. Bonito isto não? Eu os chamo assim porque sei da boa intenção que são investidos. Eles acreditam no que falam e muitas vezes dão exemplo e passagens importantes de grandes homens da humanidade. Mas no escotismo eles existem? Existem sim. Ainda não achei o termo correto e me desculpem por chamá-los de politicamente corretos. Costumam aparecer sem ao menos a gente esperar. Lá estão comentando uma postagem e contrariando o que foi escrito logo colocam sua posição fundada em sua experiência de vida e escoteira. Risos. Acho que sou um deles de maneira contrária. Por ter mais de 65 anos de escotismo, sou muitas vezes chamado de tradicionalista, de Velho decrépito, e até já me chamaram ermitão de um passado que já morreu.

              Eu confirmo que eles têm razão. Costumo achar que a minha verdade é a única, que só eu sei o caminho para o sucesso. Eu sei que hoje o caminho deles é futuro. O passado, a tradição de como era e como fazer não cabe hoje no mundo moderno. Temos que aceitar as mudanças ou então ir hibernar em uma caverna gelada do Alaska e se possível ficar lá para sempre. Até já disseram que Baden-Powell viveu outra época. A época agora é outra. Citar suas palavras que dizia ser uma pena os jovens não procurar aprender com os mais velhos, aqueles que passaram na escola da vida, têm uma visão objetiva de muitas coisas, sabe onde erraram e onde acertaram acho que não vale a pena. Não sou ele, nunca pretendi ser. Gosto muito do que escreveu apesar de que seu mundo Inglês de 1900 não é o mesmo que o meu de 2.000. Um dia ele disse: - Se está dando certo, se estamos formando cidadãos, se os resultados são perfeitos, então não se deve discutir. Estaremos no caminho certo. Veja lá em 1900 ele já pensava assim, portanto não era tão ultrapassado. As mudanças e as novas metodologias, os novos pensamentos tem que ser a razão de uma época. Mas é isto mesmo que acontece?

                    Não. Que me desculpem os politicamente corretos e suas boas intenções. No escotismo isto não acontece e qualquer um pode ver que o caminho percorrido ainda não é o sucesso esperado. Nos últimos quarenta anos nosso crescimento foi pífio em relação ao crescimento populacional, em cinco mil municípios não estamos presentes nem em dez por cento deles. Não temos retorno das autoridades educacionais, politicas, empresariais  e tantas outras que precisaríamos para dar um passo correto na formação quantitativa e qualitativa dos jovens de hoje. O pior é que nossa evasão é enorme. Claro que a UEB não comenta abertamente se fez ou não fez esta pesquisa. Muitos dizem que mais de trinta por cento abandonou as fileiras Escoteiras em um ou dois anos. Se muito ou pouco não importa. Sabemos que os bons grupos e todos sempre os colocam como exemplo a realidade é outra. É comum em uma cerimônia de abertura de uma reunião, ter poucos presentes. As patrulhas incompletas, desanimadas e a Alcateia com menos da metade do que devia ser seu efetivo.

                      Poderão os politicamente corretos citar fontes, buscar informações, mas os números não mentem. No inicio da década de oitenta nosso efetivo quase chegava a 40.000 membros. De meninos, pois as meninas ainda não tinham chegado. Uma época que para fazer um registro dava uma tremenda canseira e que hoje o SIGUE transformou em um brinquedo de criança. Vieram as meninas. O efetivo claro aumentou. Hoje alardeiam que passamos de 85.000 e pode até ser maior quando virmos o relatório da UEB de 2014. Mas que crescimento é este? Sem as moças 40.000 com elas 85.000. Crescemos passados mais de 30 anos? Sei que os politicamente corretos tem muitas explicações para tudo. Mas eu pergunto mais, um movimento com quase 12.000 voluntários e somente 0,2% deles podem votar, escolher e tomar decisões em nome de todos? Claro, para muitos somos uma democracia. Stalin, Fidel e Mussolini dizia o mesmo. Sem generalizar é claro. Nosso movimento não tem nada disto, mas o caminho não é o mesmo?

                  Quem já leu meus artigos já viu meus comentários sobre isto. Eu não discuto se a tropa ou a Alcateia deve ouvir música moderna e não musicas Escoteiras. Nada disto. Não discuto se um acampamento regional de patrulhas que fizeram uma a Rave ou similar e não atividades Escoteiras é certo ou errado. Os politicamente corretos defendem com unhas e dentes as novas colocações, as maneiras modernas de se fazer escotismo. Eu nunca discuti isto. Mas eu pergunto: Já fizeram uma grande pesquisa com todos os jovens, do norte ao sul do Brasil? Bem programada, deixando que eles opinem e digam o que acham destas modificações? Não, isto nunca foi feito. Falam maravilhas dos Jovens Líderes. Eu não. Gostaria que eles estivessem na faixa de 11 a 17 anos e não de 17 a 26 anos como agora. Queria ouvir a patrulha, a matilha, saber o que ela pensa no que ela gosta e não ouvir opiniões de alguns que já estão na faixa de saber o que querem e não pensam como os jovens.

                   Sei que a UEB nunca fez e nem sei se fará tais pesquisas. Ela muda, altera, cria e determina ao seu bel prazer. – Chefe! Os Estatutos dão direito! Dizem os especialistas e politicamente corretos. Dão sim meu amigo, estatutos feito para servir a eles e não servir a todos. Esta história que temos direito a voz e voto nas assembleias em já disse e repito, é história do Chefe Osvaldo para boi dormir. Tudo lá já está decidido como os principais artigos a serem alterados nos estatutos durante a realização da Assembléia Nacional. As discussões de poucos, pois quase ninguém estará lá para dar sua opinião será supimpa. O privilegiado naquele fórum sairá de lá sorrindo pelo dever cumprido. Enquanto isto mais de onze mil voluntários irão aguardar nos seus grupos o que os outros decidiram por ele.


                     Isto já escrevi, já publiquei e estou novamente sendo repetitivo. Não me sinto bem discutindo o que objetivamente não vai alcançar resultado algum. Mas acredito e repito, se os resultados um dia forem bons, vou aplaudir de pé. E aqueles que disseram que o mundo é outro que a modernidade é um fato, eu só posso dizer: - Vocês tem razão. Deveriam estar correndo por aí com suas ideias, pois seus grupos Escoteiros tem uma estrutura de fazer inveja. Vocês melhor que eu sabem que em suas moradas Escoteiras existem um número enorme de jovens esperando vagas, pois as tropas e alcateias dão um show de crescimento. Sabem sim melhor que eu que os resultados foram perfeitos, pois na comunidade recebem dos antigos Escoteiros toda a colaboração e sabem que ali os Escoteiros são bem considerados, que a imprensa falada e escrita bate palmas e não fica com aqueles programas infantis em dizer que vendemos biscoito e ajudamos a velhinha a atravessar a rua!