quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Os politicamente corretos estão de volta!


Conversa ao pé do fogo.
Os politicamente corretos estão de volta!

             Você não sabe quem são eles? Bem vejamos o que a Wikipédia diz o que é um politicamente correto: A palavra  politicamente correto se refere a uma suposta politica que consiste em tornar a linguem neutra em termos de discriminação e evitar que possa ser ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais. Bonito isto não? Eu os chamo assim porque sei da boa intenção que são investidos. Eles acreditam no que falam e muitas vezes dão exemplo e passagens importantes de grandes homens da humanidade. Mas no escotismo eles existem? Existem sim. Ainda não achei o termo correto e me desculpem por chamá-los de politicamente corretos. Costumam aparecer sem ao menos a gente esperar. Lá estão comentando uma postagem e contrariando o que foi escrito logo colocam sua posição fundada em sua experiência de vida e escoteira. Risos. Acho que sou um deles de maneira contrária. Por ter mais de 65 anos de escotismo, sou muitas vezes chamado de tradicionalista, de Velho decrépito, e até já me chamaram ermitão de um passado que já morreu.

              Eu confirmo que eles têm razão. Costumo achar que a minha verdade é a única, que só eu sei o caminho para o sucesso. Eu sei que hoje o caminho deles é futuro. O passado, a tradição de como era e como fazer não cabe hoje no mundo moderno. Temos que aceitar as mudanças ou então ir hibernar em uma caverna gelada do Alaska e se possível ficar lá para sempre. Até já disseram que Baden-Powell viveu outra época. A época agora é outra. Citar suas palavras que dizia ser uma pena os jovens não procurar aprender com os mais velhos, aqueles que passaram na escola da vida, têm uma visão objetiva de muitas coisas, sabe onde erraram e onde acertaram acho que não vale a pena. Não sou ele, nunca pretendi ser. Gosto muito do que escreveu apesar de que seu mundo Inglês de 1900 não é o mesmo que o meu de 2.000. Um dia ele disse: - Se está dando certo, se estamos formando cidadãos, se os resultados são perfeitos, então não se deve discutir. Estaremos no caminho certo. Veja lá em 1900 ele já pensava assim, portanto não era tão ultrapassado. As mudanças e as novas metodologias, os novos pensamentos tem que ser a razão de uma época. Mas é isto mesmo que acontece?

                    Não. Que me desculpem os politicamente corretos e suas boas intenções. No escotismo isto não acontece e qualquer um pode ver que o caminho percorrido ainda não é o sucesso esperado. Nos últimos quarenta anos nosso crescimento foi pífio em relação ao crescimento populacional, em cinco mil municípios não estamos presentes nem em dez por cento deles. Não temos retorno das autoridades educacionais, politicas, empresariais  e tantas outras que precisaríamos para dar um passo correto na formação quantitativa e qualitativa dos jovens de hoje. O pior é que nossa evasão é enorme. Claro que a UEB não comenta abertamente se fez ou não fez esta pesquisa. Muitos dizem que mais de trinta por cento abandonou as fileiras Escoteiras em um ou dois anos. Se muito ou pouco não importa. Sabemos que os bons grupos e todos sempre os colocam como exemplo a realidade é outra. É comum em uma cerimônia de abertura de uma reunião, ter poucos presentes. As patrulhas incompletas, desanimadas e a Alcateia com menos da metade do que devia ser seu efetivo.

                      Poderão os politicamente corretos citar fontes, buscar informações, mas os números não mentem. No inicio da década de oitenta nosso efetivo quase chegava a 40.000 membros. De meninos, pois as meninas ainda não tinham chegado. Uma época que para fazer um registro dava uma tremenda canseira e que hoje o SIGUE transformou em um brinquedo de criança. Vieram as meninas. O efetivo claro aumentou. Hoje alardeiam que passamos de 85.000 e pode até ser maior quando virmos o relatório da UEB de 2014. Mas que crescimento é este? Sem as moças 40.000 com elas 85.000. Crescemos passados mais de 30 anos? Sei que os politicamente corretos tem muitas explicações para tudo. Mas eu pergunto mais, um movimento com quase 12.000 voluntários e somente 0,2% deles podem votar, escolher e tomar decisões em nome de todos? Claro, para muitos somos uma democracia. Stalin, Fidel e Mussolini dizia o mesmo. Sem generalizar é claro. Nosso movimento não tem nada disto, mas o caminho não é o mesmo?

                  Quem já leu meus artigos já viu meus comentários sobre isto. Eu não discuto se a tropa ou a Alcateia deve ouvir música moderna e não musicas Escoteiras. Nada disto. Não discuto se um acampamento regional de patrulhas que fizeram uma a Rave ou similar e não atividades Escoteiras é certo ou errado. Os politicamente corretos defendem com unhas e dentes as novas colocações, as maneiras modernas de se fazer escotismo. Eu nunca discuti isto. Mas eu pergunto: Já fizeram uma grande pesquisa com todos os jovens, do norte ao sul do Brasil? Bem programada, deixando que eles opinem e digam o que acham destas modificações? Não, isto nunca foi feito. Falam maravilhas dos Jovens Líderes. Eu não. Gostaria que eles estivessem na faixa de 11 a 17 anos e não de 17 a 26 anos como agora. Queria ouvir a patrulha, a matilha, saber o que ela pensa no que ela gosta e não ouvir opiniões de alguns que já estão na faixa de saber o que querem e não pensam como os jovens.

                   Sei que a UEB nunca fez e nem sei se fará tais pesquisas. Ela muda, altera, cria e determina ao seu bel prazer. – Chefe! Os Estatutos dão direito! Dizem os especialistas e politicamente corretos. Dão sim meu amigo, estatutos feito para servir a eles e não servir a todos. Esta história que temos direito a voz e voto nas assembleias em já disse e repito, é história do Chefe Osvaldo para boi dormir. Tudo lá já está decidido como os principais artigos a serem alterados nos estatutos durante a realização da Assembléia Nacional. As discussões de poucos, pois quase ninguém estará lá para dar sua opinião será supimpa. O privilegiado naquele fórum sairá de lá sorrindo pelo dever cumprido. Enquanto isto mais de onze mil voluntários irão aguardar nos seus grupos o que os outros decidiram por ele.


                     Isto já escrevi, já publiquei e estou novamente sendo repetitivo. Não me sinto bem discutindo o que objetivamente não vai alcançar resultado algum. Mas acredito e repito, se os resultados um dia forem bons, vou aplaudir de pé. E aqueles que disseram que o mundo é outro que a modernidade é um fato, eu só posso dizer: - Vocês tem razão. Deveriam estar correndo por aí com suas ideias, pois seus grupos Escoteiros tem uma estrutura de fazer inveja. Vocês melhor que eu sabem que em suas moradas Escoteiras existem um número enorme de jovens esperando vagas, pois as tropas e alcateias dão um show de crescimento. Sabem sim melhor que eu que os resultados foram perfeitos, pois na comunidade recebem dos antigos Escoteiros toda a colaboração e sabem que ali os Escoteiros são bem considerados, que a imprensa falada e escrita bate palmas e não fica com aqueles programas infantis em dizer que vendemos biscoito e ajudamos a velhinha a atravessar a rua!