terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Vale a pena escrever artigos e contos Escoteiros?


Conversa ao pé do fogo.
Vale a pena escrever artigos e contos Escoteiros?

               Sei não. Tem hora que acho que sim tem hora que acho que não. Quantos realmente leem o que escrevo? Quando a história é gostosa, bonita e chamativa, algumas dezenas estão presentes, mas se são artigos condenando atos de dirigentes Escoteiros e contrários do que penso então quase ninguém. E as fotos? Um dia pensei em postar sem fotos. Não sei se muitos curtem só olhando as fotos ou se estão lendo. Vai fazer quase cinco anos que estou aqui postando. Resultados? Insignificantes. Uns me escrevem dizendo que aproveitam muito do que escrevo em suas sessões. Citam exemplos. Bom isto, sempre quando vejo um comentário assim dou um pulo no ar e grito: - Eureka! Vamos continuar! O tempo passa os que comentaram vão sumindo e outros ficando no seu lugar. Eu sei que a motivação acaba com o tempo e o escotismo perde com esta enorme evasão. Disseram-me que a nata do escotismo não frequenta as páginas do Facebook. Não se importam com o que se escreve aqui. Eles se julgam onipotentes, donos da verdade e sempre a dizer que o lugar correto para se manifestar são as Assembleias e não aqui. Desprezam os que aqui falam do que pensam.

             Não vou mais entrar nesta questão. É perda de tempo. A Associação é cheia de verdades e direitos de uns poucos. Os donos do poder nunca perdem a majestade. Se hoje outros são eleitos eles dão um jeitinho brasileiro de permanecerem no poder. Mas isto nunca interessa a maioria. Ninguém se preocupa se somos pequenos, se não temos apoio, se um grupo perde sua sede e a liderança não faz nada. Será que ela poderia fazer? Onde estão os antigos Escoteiros para colaborar nesta hora? E as histórias que escrevo? Quantas escrevi? Milhares? Tiveram utilidade? Os conteúdos serviram para ajudar? Outra dúvida. Mas sei que muitos adoram minhas fotos. São por elas que minhas postagens são compartilhadas. Já escrevi aqui que estou pensando em parar. Ando meio descrente do que vejo hoje no escotismo. Já vivi esta fase de júbilo por muitos anos. A cada década os lideres escoteiros acreditando que iam modificar o mundo. Outros procurando soluções e dizendo as ter nas mãos. Surge um decreto, surge uma norma e lá vem os mesmos sempre a modificar dizendo que é para melhor. Melhor? Sem comentários.

            Agora mesmo teremos um encontro nacional em São Paulo. Assembleia Nacional, como diz um amigo, a “estatuinte” estará presente. Dois dias para discutir, sugerir e redigir novos estatutos que irão determinar a vida de milhares de associados. Eu Macaco Velho já sei o que vai acontecer. Enganarão uns poucos aceitando mudanças, mas aquelas que regulamentam o poder e como continuar permanecerão firmes. E a taxa para participar? Sem refeições quatrocentos e cinquenta, com refeições quinhentos e oitenta. Mas caramba, um amigo me disse que conseguiram muitas facilidades, várias empresas colaboraram, a taxa era para ser pequena. Mas o que aconteceu? – Chefe, os dirigentes precisam que alguém pague suas despesas. Tem avião ida e volta, tem taxi, tem hotel e o escambal. Afinal eles não podem ficar pagando do próprio bolso. Mas eu posso? Afinal é um encontro nacional não deveriam facilitar ao máximo a vinda de muitos?

             Prometi a mim mesmo ficar calado. 74 anos de idade, 66 de escotismo e nada mudou. Ah! Os chefões. Os velhos lobos. Com seus tacos, com seus sorrisos e acreditando que vão modificar o Brasil Escoteiro. Centenas ou milhares de formadores que querem formar... Melhor mesmo é escrever histórias, histórias onde os meninos são os heróis. Histórias onde os verdadeiros chefes mostram um caráter ilibado. Chefe que tem palavra e humildade. Eu sei que a maioria são histórias da “Carochinha” que encantam alguns e outros nem se dignam a ler. Estes se preocupam sim com suas poses, seus amigos no poder, a ambição graça entre muitos que sonham ter seus tacos e dirigir cursos, ser alguém dentro do poder. Só assim eles serão um dia formadores, dirigentes e presidentes. Presidentes? Risos. Melhor calar. Repito, estou perdendo tempo. Mas sou um Velho insistente. Quero morrer com minhas ideias e se são válidas ou não isto não me importa. Ainda sonho em ver neste pais pessoas de bem que foram Escoteiros saudando o escotismo, apoiando, lutando junto lado a lado sem esperar convites ou bajulações.

              E minhas histórias? E meus contos? – Chefe seus contos aconteceram? Não meu amigo ou minha amiga, é fruto de uma ficção que um dia sonhei ser verdade. As fotos continuarão enquanto as encontrar por aí. Nada de chefes posudos, o escotismo não é para eles, os jovens sim, o Chefe é um orientador e não um fazedor de pioneiras, de gritos histéricos de formar de se mostrar a vontade com a camisa solta e um belo chapéu australiano. Chega por hoje. Estou mesmo estudando se devo continuar a postar aqui. Isto está me cansando e os objetivos não sei se estão valendo a pena. Sei que não vou parar, não sou de desistir. Quem me conhece desde os tempos que fui Comissário Regional sabe que remei contra a corrente. Pura perda de tempo com os donos do poder. Ninguém se preocupa. Termino com as palavras de um Chefe um estudioso do escotismo e que está no topo da cadeia alimentar. Suas palavras marcaram muito o que penso de muitos chefes que estão hoje atuando no escotismo:
       

 - Chefe Osvaldo! Este comodismo é o que mais me incomoda. Na realidade é uma omissão. Pense bem: - Como faço parte de uma associação que não conheço bem? Será que estou no local certo? O que “ganho” em participar do Movimento Escoteiro? Como a associação é de fora para dentro? Isto não está afetando minha imagem? Como formar cidadãos úteis e participantes, se não participo da vida administrativa e politica da associação?