sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Assim escreveu Baden-Powell - parte III


Conversa ao pé do fogo.
Assim escreveu Baden-Powell - parte III

LIDERANÇA

É comum citar-se o ditado: «Só sabe chefiar quem aprendeu primeiro a obedecer». É verdade, mas como muitas verdades evidentes também esta tem os seus limites. E prefiro ver como chefe o homem que aprendeu a chefiar.

Quando se quer ver um trabalho feito, deve dizer: - Vem! E não Vai!
Diferença entre um líder e um comandante: qualquer parvo pode mandar, pode pôr as pessoas a obedecerem a ordens, se tiver por trás de si suficiente poder de punição, em que se apoie em caso de recusa. Mas liderar é outra coisa; é arrastarmos conosco outros homens num trabalho de envergadura.

A liderança é a chave do êxito - mas a liderança é difícil de definir, e os líderes difíceis de encontrar. Tenho muitas vezes declarado que «qualquer burro pode ser um comandante, e um homem treinado pode muitas vezes dar um instrutor; mas um líder é mais como um poeta - nasce, não se fabrica».

Há quatro aspectos essenciais a procurar num líder:
1. Deve ter uma fé e uma convicção a toda a prova na justeza da sua causa;
2. Deve ter um temperamento enérgico e jovial, bem como simpatia e compreensão amistosa para com os seus seguidores;
3. Deve ter confiança em si mesmo por conhecer bem o seu trabalho;
4. Deve ele próprio pôr em prática aquilo que prega. A essência da liderança pode resumir-se, em «camaradagem e competência».
A liderança por meio de um toque pessoal é a chave do nosso sucesso no Movimento.


E não esqueça “Você é o líder dos seus monitores”. Podemos até chamá-lo do monitor dos monitores. Dirija somente esta patrulha. Cabe a você orientá-los, fazer acampamentos e excursões, sempre visando o adestramento para que eles possam depois adestrar os escoteiros da patrulha. Esta é sua responsabilidade. Não fuja dela e experimente, pois tenho certeza que poderá alcançar o gostinho do sucesso.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Um Dirigente Escoteiro foi para céu.


Fábulas Escoteiras.
Um Dirigente Escoteiro foi para céu.

                   Morreu um Dirigente Escoteiro e ele foi direto aos portões do céu. É sabido que os chefes, Dirigentes Presidentes e Assessores, pelo seu ser e fazer, pela sua bondade e amor tem seu lugarzinho no céu. Afinal eles merecem pelo seu trabalho junto à juventude mundial. O Chefe Escoteiro era um dirigente da UEB e vocês sabem como são eles. Acham-se melhores que os outros e que sabem de tudo e não dão satisfação a ninguém. São Pedro calmamente procurou em seu arquivo, mas viu que o computador não funcionava e tudo estava um pouco defasado e desorganizado. Revirou pilhas de papéis não achou o nome dele. O céu ainda tinha um hacker escoteiro especializado para dar um jeito na escrita do Senhor e eles não tinham a mínima ideia do famoso SIGUE que muitos exaltam na terra escoteira. São Pedro então disse: - Desculpe-me dirigente, você não está na lista. O Dirigente Escoteiro vermelho de raiva, pois não gostava de ser contrariado e como era um bom cumpridor de ordens (Ui, ui - risos) no passo Escoteiro pegou seu bastão (?) e partiu para a porta do inferno.

                 Esfregando a mão de satisfação o diabo rapidamente deu-lhe o melhor alojamento queimante. Passado pouco tempo o Dirigente Escoteiro se cansou de sofrer as misérias do inferno, reuniu vários amigos escoteiros que não fizeram seus deveres para com Deus e confabularam bastante. Projetaram uma nova associação nos moldes que tinham na terra. Nele incluíram o MEU SIGUE, O MACPRO, e um sistema de rodizio para sempre continuarem na liderança Inferniana. Um novo choque de gestão um plano de trabalho anual, estatutos, competência de liderança (deles é claro) construíram nova sede nacional criaram regiões nos inferninhos e contratou um bom cobrador de impostos para fazer crescer o caixa do inferno. Não se esqueceu do campo escola, pois os cursos eram uma boa fonte de renda. Criou uma nova vestimenta, mais moderna a prova de fogo e quando ficou pronta montaram um grande espetáculo de um Faschion week para exibi-lo aos novos candidatos infernianos.

                O diabo esfregava a mão de contente. Ria de satisfação pela nova capetada uniformizada que surgia no seu inferno de coração. Ele sabia que ali ninguém iria reclamar cargo e nem salario. Afinal para que serve os infernianos voluntários? A coisa crescia e até mesmo o projeto de dez anos de crescimento foram implantados. Viu com alegria que os cursos ali aplicados eram melhores que os de Gilwell Park. As taxas altíssimas eram pagas ao pé da letra. Não pagou? Jogava-se o caloteiro no elevador que o levava as “prefundas dos infernos”. Como ainda não tinham uma grande organização como a WOSM eles criaram uma. CUJSV (Capetada unida jamais será vencida). Na sede Nacional próxima a entrada dois do inferno mandou instalar ar condicionado, banheiros automáticos, escadas rolantes, departamento de ciência da computação, cobertura no pátio para formaturas, recuperação de registros dos associados com atrasos de pagamento, círculos de leitura e análise, diagnóstico de todos os tipos, várias atividades de desenvolvimento.

               Nomeou Diretores, assistentes, formadores, distritais, treinou a sua maneira os APF para serem seus olhos e ouvidos entre a plebe do inferno. Distribuiu bolsas de estudos aos jovens, deu a eles festivais, aventuras mil etc., etc. Nunca usou o método Badeniano para ele atrasado e ineficaz. Tudo era feito para arrecadar o máximo. E assim o Presidente Chefe Escoteiro se tornou a aquisição mais rentável em milhões de anos para o inferno.

                   Um dia, Baden-Powell que tinha uma organização similar na estrela do Bem querer, chamou o diabo pelo telefone celular e com tom de suspeita perguntou: - O que estão fazendo aí no inferno?

                    - Estamos crescendo general, quase dez por cento ao ano. Já superamos tudo que se conhece em organizações “capetais” do passado. Logo chegaremos aos cem mil disse o Diabo. Agora temos metodologia moderna, certificados para tudo, comissões para analisar os prêmios, condecorações dos mais chegados da corte, grandes atividades nacionais, Jamborees Camporees, Ajuris e o escambal. E olhe General todas pagas com dinheiro ou cartão de credito que combinamos com a filial da Credicard Inferniana. Agora temos sensores infravermelhos, Barracas infláveis a um simples toque, fogueiras de todos os tipos, energia em toda a área abrangida pelo inferno. Temos também Internet, cantinas novos distintivos, novas vestimentas a prova de fogo e o escambal. E o preço oh! A cada dia mais e mais gente quer vir para o inferno.

                    As inscrições aumentaram depois que demos uma medalha de honra ao Mérito para São Pedro, ele pagou sem pestanejar cem pratas e está rindo até agora de satisfação. Já está sonhando com o Tumbir de Prata a nossa mais alta condecoração. Gostou do SIGUE que faz aqui grande sucesso. Querendo conversar comigo mande um email para eldiablofeliz@infierno.com. Pois estou sempre na internet. – Baden-Powell perguntou então: - Vocês não tem um Dirigente Escoteiro aí não? - Como é? –respondeu o diabo. Tentou esconder, pois foi a melhor aquisição em bilhões de anos. – Baden-Powell desconfiado disse: - Isso foi um erro terrível! Nunca deveria ter ido parar ai um Dirigente escoteiro! Primeiro ele tem de passar por uma reciclagem aqui no céu e se não mudar aí sim mando ele prás prefundas do inferno! Isto está escrito e sacramentado no POR. - Mande-o voltar imediatamente!

- Ô lôco! - disse o diabo. 
- Mande ele de volta urgente sua besta eu exijo! Gritou Baden-Powell com raiva.
- E o diabo dando uma tremenda gargalhada respondeu:
- Ah sim? E, por curiosidade, aonde você vai conseguir um advogado para a causa que vou levar para a comissão de ética do Universo se a maioria dos ministros do Supremo estão todos aqui? 


MORAL: Há que ter compreensão com o Dirigente escoteiro, amá-lo e agradecer pela sua paciência. Um Dirigente é um pai de todos nos. Sabe o que precisamos e nem precisa nos perguntar. Ele não vê só um mundo, Ele sempre quer transformá-lo em um mundo melhor não importa onde. Ele acredita que é perfeito nas suas ideias como sabe que é um privilegiado. Quanto aos advogados é melhor calar. Kkkkkkk.

sábado, 24 de dezembro de 2016

É NATAL!!!


É NATAL!!!

Sim é natal, mais um entre muitos que tive a honra de ver e participar nestes anos que estou aqui na terra. Escondido em uma Belém longínqua o mundo mudou com sua vinda há mais de dois mil anos. Trouxe esperança, paz, amor e com sua sabedoria deixou um novo sonho que os homens aos poucos vão evoluindo e entendendo o que ele queria dizer. Que o Papai Noel que represento, fale em seu nome mesmo sabendo que Ele não me deu regalias para tal.
Amigos e amigas do Movimento Escoteiro, o bom seria se eu fosse um mágico e pudesse voar além das asas da minha imaginação e abraçar vocês pessoalmente. Falar baixinho em seu ouvido que somos todos irmãos. Dizer que seu sorriso encanta e que sua beleza está escondida no seu coração. Não tenho mágicas para realizar, nem mágico sou. Sou sim um Escoteiro de Corpo e Alma que aprendeu que a fraternidade não é só uma palavra, mas que depende de uma ação de todos nós.
Que os ventos do norte, do sul, do leste e do oeste não deixem apagar esta amizade que criamos e que elas se espalhem por todos aqueles que um dia adotaram Baden-Powell como exemplo no coração.
Dizem que quando é pra dar certo, até os ventos sopram a favor.
Feliz Natal! Doces pensamentos doces palavras e que aquele que nos trouxe a paz continue nos dando o amor para transmitirmos aos outros que precisam de nós!

Sempre Alerta!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Negócio de ocasião. A venda um coração Escoteiro e muito mais!


Negócio de ocasião.
A venda um coração Escoteiro e muito mais!

Vendo a quem se interessar um canivete Suíço, usado por muitos anos e que serviu para limpar peixes que pesquei nos acampamentos que fiz. Vendo uma mochila verde musgo, que ganhei de um Capitão do Exercito lá pelos idos de 1951 em ótimo estado de conservação. Viajou em meus costados por longas jornadas me levou a lugares incríveis, serras e montanhas nunca imaginadas. Vendo um colchão feito de dois sacos de estopa, vazios, só fica cheio quando colocar o capim ou folha seca quando for acampar. Vendo uma marmita clara sem carvão, que ganhei de um soldado e nem sei se ele teve autorização para me dar. Vai junto um garfo e uma colher de pau que fiz quando tirei minha segunda classe lá pelos anos de 1952. A caneca eu não tenho mais. Uso folhas de bananeira ou de taioba que me servem sem reclamar.

Vendo um lenço verde amarelo, quadrado, pois assim era usado e bem dobrado ainda em perfeito estado de uso. Vendo uma faca mundial simples, com bainha em perfeito estado e toda ela bem preservada com talco para não enferrujar. Vendo uma machadinha de Escoteiro, perfeita, cabo de madeira cortada de uma aroeira, envernizada, limpa, bem afiada e segue junto uma pedra de amolar que usei por muitos e muitos e muitos anos. Vendo um sapato Vulcabrás, usado sim, mas ainda pronto para percorrer léguas e léguas nas estradas de terra do meu Brasil. Vendo uma bússola Silva, usada quando fiz minha jornada de Primeira Classe ainda em perfeito estado, sem quebras ou riscos. Vendo uma bússola Prismática, que ganhei quando Sênior da Minha Tia da capital.

Vendo um bastão Escoteiro, duas e meia polegada de diâmetro, um metro e setenta com ponteira de aço, com diversas marcas a fogo dos acampamentos que fiz. Tem a marca do Cordão Verde e amarelo, o dourado e o um Correia de Mateiro que conquistei. Tem várias especialidades não tanto como hoje, mas me orgulho da de Sinaleiro, Construtor de Pioneirías, acampador e Socorrista. Tem uma bandeirola que ganhei de uma atividade no Pico da Bandeira e quem me deu foi um Policial Rural radicado na Serra do Caparaó. Vendo com uma dor no coração meu cantil francês, que um Escoteiro do Rio ganhou em um Jamboree no Canada e me presenteou. Está limpo, sua capa bem adornada sem manchas. Vendo cinco meiões já gastos, alguns puídos, pois viajaram por tantos lugares e guardam ainda belas recordações. Vendo um chapelão Escoteiro, de três bicos e garanto que ainda conservo as abas retas sem tortura. Tive três deles, mas só posso vender um os outros valem uma vida que nem posso contar...

Com tristeza vendo também minhas estrelas de atividade. Algumas com cinco dez ou quinze anos e outras somente de um ano. Estão em perfeito estado, pois meu Chefe fazia questão delas brilharem. Vendo um livro de aventuras, onde anotei minhas noites e noites de acampamentos, fogos de conselhos, jogos noturnos, travessias em rios e balsas incríveis que hoje não existem mais. Vendo um sonho de menino que se realizou como escoteiro e dele nunca esqueceu jamais. Não posso vender minha honra escoteira. Dela não abro mão. Meu caráter seguirá comigo para a estrela que for me receber. Ainda guardo na mente minha única palavra, minha ética escoteira minha lealdade e meu cavalheirismo aliado à cortesia que nunca abandonei. Fica também sem oferta meus sessenta e oito anos escoteirando e minha fé em Deus, pois sei que ele nunca vai me abandonar.

Pensei em vender as estrelas brilhantes no céu que levei comigo por este mundão sem fim. Os fogos de conselho que participei as canções que cantei prá mim.  Inegociável o sol sempre meu amigo que não me pertence assim como e a lua espetada no céu. Desculpe não oferecer os milhares de cometas que passaram por mim em velocidades incríveis sem dizer adeus. Ah! Ia esquecendo, A coruja buraqueira minha amiga não me autorizou vender. O pardal o bem ti vi e a rolinha que me beijou um dia também não posso dispor. Conversei com o Lobo Guará, sempre desconfiado sorriu e me disse: - Nem pensar Vado Escoteiro, nem pensar...


Quem quiser comprar, me encontre em Capella, uma estrela distante onde irei morar quando partir. Está tudo lá, pois levarei tudo comigo amarrados no cabo trançado que aprendi com um vaqueiro e sempre bem apertado no meu cinto escoteiro que nunca troquei. E se quiserem histórias, venham sentar comigo em minha estrela que contarei a viva voz os dias felizes que escoteirando viajei nos meus sonhos e os transformei em realidades mil. Preço? Quanto valem? Não sei calcular. Venha se assente, esquente um cafezinho que está na brasa. Faça uma oferta, pois na minha Conversa ao pé do fogo você é sempre bem vindo. Espero você lá no céu amigo onde irei habitar. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Um passeio no parque.


Um passeio no parque.

          Quando mais jovem escrevia minhas histórias programando o horário de usar minha remington, herança da minha bisavó e que mais tarde foi trocada por uma Olivetti moderna e elétrica. Nunca levei ambas para um acampamento. Lá não era lugar para escrever e sim viver escoteiramente amando cada momento vivido em plena natureza. O tempo foi passando e eis que meu filho compra um computador. Batata! Era o ovo de Colombo para escrever minhas histórias. Nunca pensei que isto seria o meu fim como escriba de PC, pois à medida que escrevia precisava me organizar montando arquivos não só para os contos, mas também para as fotos. São milhares. Quando preciso de uma que possa dar uma conotação ao conteúdo da história chego a chorar de raiva por não encontrar a foto certa.

          Outro dia um filho veio a minha casa e deixou um Laptop para buscar posteriormente. Olhei o “bicho” toquei de leve como fizeram os macacos no filme 2001 Uma Odisseia no Espaço e pensei: - Porque não aproveitar e levá-lo comigo para escrever em plena natureza do parque onde costumo deixar a mente vagar por entre as flores, as árvores as latinhas lindas já vazias de cerveja ou refrigerante, sentir o perfume das garrafas de plásticos jogadas e adorar os sacos de guloseimas jogados pelo chão. Maravilha! Me pus a campo. Sentadinho no banco coloquei o bicho Laptop entre as pernas, testei o teclado e não funcionou. Liguei todos os botões que vi e nada. Eu precisava escrever uma história, mas o “bicho” não ligava. Bem melhor montar uma em pensamento. Sobre que? Menino Escoteiro, menina escoteira, Chefe ou guia ou Sênior? Falar mal dos dirigentes da EB?

         Perfume no ar do lago que há esta hora soltava um odor infalível nas minhas narinas e sons mateiros de zumbidos de insetos que infestavam o ar. Eis que “Eureka” uma ideia chegou assim do nada. Seria sobre... – Moço! Moço! Abri os olhos, pois dormitava docemente e olhei para ver quem era. Um pequerrucho dos seus seis anos me chamando. Onde estava a mãe dele para que ele me deixasse em paz? Olhei para o norte, para o sul, para o leste e para o oeste. Nada. Melhor atender, afinal não dizem que Chefe Escoteiro adora criancinhas? Pois é. – Olá garoto, posso ajudar? – Pode! Respondeu de pronto. Posso usar um pouquinho seu laptop? E agora José! Pelas barbas do profeta. Um pestinha de seis anos metendo a mão no “Bicho” do meu filho? E se ele estragar?

          Não tinha como dizer não. Eu sabia que não iria funcionar e ele na sua imaginação iria fingir que teclava e faria uma macega de letras e pontos na tela. Nada mais que isto. Ele sentou ao meu lado. Pegou o monstrengo e maravilha! O pestinha ligou o laptop. Teclava melhor que eu. Entrou no Google, pesquisou um tal Nozinho que era um contador de histórias para meninos. Depois foi no You Tube e ouviu umas musiquinhas esquisitas e por fim deu uma passada em sua página no Facebook. Desligou o “bicho” olhou para mim e disse: Moço, ela não me deixou nenhum recado! Será que se esqueceu de mim?  E foi embora cantando uma canção de amor. Não me deixes! Amo você para sempre! Seis anos?


          Voltei para casa pensativo. Que mundo eu estava vivendo? Não era mais para mim. Voltei pru meu quartinho para minha máquina grande e adorada e me pus a escrever. Agora sim, estava em casa! 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Uma história mal contada. Nesta estrada chamada Brasil pode não haver um caminho para o sucesso.


Uma história mal contada.
Nesta estrada chamada Brasil pode não haver um caminho para o sucesso.

                Há nos céus do Brasil um clamor gritante, com alguns comentando e outros calados sem saber qual o caminho a evitar. Nunca em minha vida vi algum assim. A verdade da floresta que nos serve de morada é que poucos conheciam foi desnudada. Acusações sapecam no ar como se fossem penas soltas ao vento. Cada um democraticamente usa seu dom de dizer o que pensa, e outros seguem a turma que parecem querem botar fogo nas barracas do acampamento. Para onde seguir? Uma classe politica desmoralizada e de plantão em sua caverna aguardando sem bastão a chegada do Urso quando for hibernar. Na caverna se defendem como podem, fazendo leis, normas e o escambal para tentar evitar ir parar nas mãos de um novo herói do povo brasileiro. Seu nome já consta nos anais da história. Cabeças são pedidas em bandejas agora de latão, pois as de prata rarearam.

                Os gritantes de fora presidente fazem parte dos sons que repicam em muitas almas aflitas por dias melhores. Uma Presidente culpada ou não já está a caminho das longas caminhadas do ostracismo. Lideres empresariais ligam seus Morse e semáforas contando aos Transeutes que passam o que de verdade aconteceu. A imprensa escrita falada e televisada tem em mãos doces feitos nas cozinhas de políticos e cidadãos para distribuir aos seus leitores ou ouvintes o que melhor podem saborear. E o futuro? Tirou-se uma e agora pretendem tirar o outro. E quem fica no lugar? Uma Tropa de 78 falantes ainda tem muitas histórias de fogo de conselho para contar. Quem pode dizer que desta água não bebi e não beberei? Escolher quem? Isto está me parecendo aquele vendaval de acampamento, onde as barracas seguiram o vento forte para nunca mais voltar.

                   O caminho está cheio de espinhos. Difícil escolher uma rosa para entregar em uma cabine ao seu candidato escolhido. As escolhas nem sempre mostram o melhor caminho para atingir o Pico da Verdade. A quem escolher? Se a barraca do planalto ficar vazia quem poderá ocupar? Afinal os bons já foram para suas casas e os pseudos monitores do Brasil tentam a todo custo ocupar o lugar vago. Para melhor? Campo padrão ouro? Devemos pensar bem no que escolher para o futuro. Hoje fico com aquela velha Patrulha com um monitor não tão competente, mas que tem duração curta para a escolha de outro substituto. Só fico pensando e repetindo qual substituto. Aquele do passado que nunca sabia de nada? E os outros que não viram a pedra gigante tão falada desmoronar nas mãos de escolhidos por eles?  

                Hora de meditar, de sentar em meu banco tosco em frente a minha barraca mesmo com o vendaval se aproximando e pensar o que disse aquele Velho Chefe Escoteiro que sabia me aconselhar: - Vado Escoteiro é fácil seguir a quem não devia ser seguido. É fácil condenar sem provas e é muito fácil dizer o que pensa quando o outro lado não pode se manifestar. Vado Escoteiro, se não vai ajudar, não critique! Danado de Velho Escoteiro que muitas vezes me ajudou a sair dos penhascos onde estava pensando que vivia o acampamento de sonhos no Vale da Coruja. – Vado Escoteiro, olhe a sua volta a vida tem muitos caminhos e só você pode decidir qual o melhor!

                     E Lá foi ele desfiando minha vida do passado do presente e do futuro, a PEC Vado Escoteiro pode dar certo. Afinal ela foi planejada por muitos velhos lobos que saberiam onde ela apertaria o sapato na subida íngreme da montanha. Não vá acreditando no que leu e ouviu falar. E ele no alto de sua sabedoria completou: - E olhe meu amigo Vado Escoteiro se você ganha cem reais, só pode gastar isto. E se vai acampar tem que saber o que vai levar para sobreviver. Não adianta chegar lá e ficar gritando que a fome chegou à chuva chegou e você não tem mais como acampar!

                 – Mas Senhor Velho Escoteiro e se adoecer? E se aqui na sede ficar com fome? Posso me endividar? – Ele riu. – Estude, não fique de braços cruzados parando as escolas que pode aprender. Trabalhe, trabalhe duro e vai conseguir passar por cima desta trilha a evitar que lhe colocaram no caminho. Se você critica ajudando é sinal de sucesso, agora criticar por criticar é coisa de gente que nunca foi escoteiro. E lembre-se nem sempre o que dizem tem a verdade que conhecemos. Há uma horda de mosquitos perigosos neste campo Escoteiro. Eles sabem onde e quando morder! Portanto leia quem são de onde vieram, o que fizeram pelos seus e não acredite em tudo que dizem.


                   - Eu meu amigo Vado Escoteiro só posso dizer que nós os escoteiros temos uma só palavra. Deixe que a Corte de Honra do Brasil saiba julgar seus homens se são probos ou não. Repito, vai haver chuva, trovões, raios e uma tempestade nunca vista neste acampamento chamado Brasil. Se prepare Vado Escoteiro, pois muita água vem por aí e olhe se proteja mais e fale menos!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

“A fofoca”


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
“A fofoca”

Fofoca é um substantivo feminino que significa bisbilhotice, mexerico. A fofoca consiste no ato de descobrir uma informação sobre alguém e posteriormente contar essa informação a uma ou várias pessoas.

                Ela existe em nossa fraternidade: Existe sim. A fofoca escoteira. Não acredita? Bem vindo ao reino dos ingênuos escoteiros. Afinal a fofoca é coisa de pessoas que têm a vida mal resolvida e veem em outros seus próprios problemas. Tente imaginar uma reunião onde você encontra outros chefes ou amigos escoteiros e um deles não conta uma fofoca. – “Você viu Fulano hoje”? Viu como ele está? Eu soube que ele vai receber a Insignia de Madeira, mas cá entre nós será que ele merece? Bem isto é comum e não é fofocar? Dizem que a humanidade não existiria sem a fofoca. Comentam e não posso provar que é fato notório que no escotismo tem muitos que gostam de falar da vida dos outros. Sempre especulando e com uma ponta de inveja do que o outro faz. Vez ou outra alguém “reclama” chorosamente sobre uma fofoca que fizeram sobre ela. Claro que ao postar sua resposta sempre é supimpa, mostra seu caráter e sua forma interna sem contar sua firmeza de pensamento.

              Será que isto não é uma forma anti-escoteira? Afinal dizem que somos leais, corteses, amigos e irmãos uns dos outros e não devíamos respeitar para ser respeitado? Que adianta falar para os jovens palavras bonitas e sábias do respeito uns com os outros se os próprios chefes não se dão ao respeito? Ops. Sem ofensa. Vamos ser sinceros tem muitos que são autênticos escoteiros e não gostam da fofoca. Eu sei de alguns que dizem para estas pessoas tomar consciência de que o que ela está fazendo prejudica ela mesma, no sentido de que ela não vive a sua vida para viver a de terceiros. Mas mesmo assim quem recebe uma reprimenda fica de mal com a vida e de quem tentou aconselhar pensando fazer o bem. Sabemos que muitas vezes em reuniões, em atividades nacionais distritais ou regionais sempre tem os Fofoqueiro Mor. Aqueles que chamam de Radio Pião Escoteira. Sabem de tudo, contam tudo que acontece no campo. Se alguém quiser saber de algum é só perguntar. O fofoqueiro tem a história na ponta da língua.

             Cá prá nós, é desagradável conviver com fofoqueiros. Que me importa o que fulano ou beltrano disse a meu respeito ou a respeito dos meus amigos? Será que uma simples fofoca vai me fazer afastar deles? A gente sabe que os fofoqueiros são conhecidos e todos sabem que o “Talzinho” é um chato de galocha e nunca deveria ter sido Escoteiro. Afinal pensamos que o Escoteiro é puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações. Eu costumo não dar ouvidos a esses tipos. Se possivel os mantenho a distância. Aqui mesmo no face vejo alguns fofoqueiros que se sentem bem a fofocar sobre tal e tal tema. Epa! Mas isto também é fofoca? Se for para denegrir o pensamento de alguém, de sua atuação no movimento ou desfazer sua imagem que apresenta para mim é fofoca. Corro deles e nem mesmo entro em grupos onde alguns esquecem a boa cidadania, a boa educação e o artigo quinto da lei. Afinal cortesia é uma obrigação até dos poderosos, dos reis e presidentes. 

            Tenho recebido inúmeras publicações de amigos que estão desistindo do escotismo por causa da fofoca. Será que os fofoqueiros tem prazer nisto? A gente sabe de cor e salteado que quem quer fofocar um dia irá fofocar sobre você. Eu mesmo sei que fofocas são apenas palavras vindas de mentes pequenas. Mas elas prejudicam por demais. Como diz o Velho sábio Escoteiro: - Não é o uniforme que faz o Escoteiro e sim o Escoteiro quem faz o uniforme. Nestes meus 67 anos de vida escoteira conheci inúmeros membros do escotismo que se diziam puro nos pensamentos, mas gostavam de uma fofoca. Sei de muitos que deixaram o movimento, sei até de formadores que desistiu de ajudar na formação dos novos que estão chegando. Se fofoca fosse um crime escoteiro a Comissão de Ética Nacional ou Regional não daria conta de tantos que aproveitam da boa fé de alguns para denegrir sua imagem.

            Estamos vivendo uma época que muitos adultos que chegam ao movimento (desculpe, nem todos) esqueceram que temos honra, caráter, temos uma lei para cumprir e não para dizer que existe. Temos uma promessa que deve ser levada a sério. O exemplo faz parte da formação e do caráter do Chefe. Monitores que fofocam escoteiros ou lobos que também fofocam são vitimas de algozes que se dizem chefes e não merecem o posto que estão a exercer. Sabemos que a fofoca sempre está a serviço da inveja. Quanto mais invejosa é uma pessoa mais fofoqueira ela é. Sei que o perfil da pessoa que fofoca é baseado em ressentimentos de seus próprios defeitos. Tem hora que procuro me analisar se o que eu digo sobre A ou B não seria também uma fofoca. Bem não há mais nada a dizer.


            Compete a cada um de nós ser honesto com quem faz fofoca. O escotismo está perdendo gente boa porque alguns esqueceram sua posição dentro do movimento Escoteiro. Denegrir a imagem de alguém é tão nefasto como destruir a vida de alguém que queria viver. Que cada um se conscientize do mal que a fofoca faz. Nós que estamos do outro lado do bem, façamos o que pudermos para não ouvir tais pessoas que por vezes nem sabem o mal que estão fazendo.  Seja franco, fale, diga que não quer ouvir e saia de perto. Quem sabe o fofoqueiro agora vai mudar de direção?

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Carta de Abraham Lincoln ao professor do seu filho, em 1830.


Carta de Abraham Lincoln ao professor do seu filho, em 1830.

Obs. Historiadores dizem não ser verdadeira esta carta. Verdade ou não ela é uma lição de vida. Se todo pai preocupasse com seu filho como ele diz na carta, o mundo seria outro. 

                         “Caro professor, meu filho não é melhor que ninguém. Ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas, por favor, diga-lhe que, para cada vilão há um herói, para cada egoísta, há um líder dedicado”.

- Ensine-o, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-o que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada.

- Ensine-o a perder, mas também, a saber, gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso.

Faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.

- Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.

Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.

- Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho. Ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.

Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.

- Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço. Deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.

Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.

Eu sei que estou a pedir muito, mas veja o que pode fazer, caro professor.“
Obrigado.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Vamos bater um papinho? Você é meu convidado.


Conversa ao pé do fogo.
Vamos bater um papinho? Você é meu convidado.

                   Olá meu caro Chefe, não se acanhe, sente-se aqui comigo. Feche os olhos e pense que estamos em frente a um fogo gostoso, tem mandiocas, bananas assadas na brasa, tem café e tem até chimarrão! Bom isto não? Agora vamos conversar ou você prefere primeiro cantar uma canção? Posso escolher? Vamos lá, quem sabe o Freres Jacques? Uma vez um Chefe nos ensinou a cantar esta canção, ele nos dividiu assim: - Três turmas, a primeira começava, a segunda continuava logo após terminada a primeira frase, e assim a canção desenvolveu maravilhosamente. Amei esta canção depois daquele dia. E olhe tinha até um saxofone para acompanhar.

                Você já deve saber que sou um Velho Escoteiro do tempo das Diligências. Velhos sempre são manientos. Fiz coisas do arco da velha no escotismo. Algumas esplêndidas outras nem tanto. Fiz milhares de amigos, mas fiz também inimigos. Sou humano como qualquer um uai! De Lobinho a Chefe, de formador a dirigente e nossa! Acampei demais. Sabe o que dizia a todo mundo? Que meu sonho era ver todos no campo, dormindo em barracas esticando pioneirías, pescando, poetando e se abraçando com enormes apertos de mão. Escotismo tradicional? Pode ser que sim.

                    Cheguei na terceira idade. A vida me obrigou a ficar na tenda de tocaia sem poder sair. Queria que fosse como outrora nas centenas de cursos que colaborei ou nas palestras que fiz por aí. Me prendi nas escritas. Quando comecei me chamaram de poeta da roça. Iletrado sempre cheio de erros do nosso “letrario” português nacional. Se por um lado tive decepções por outro sorri demais. Vou acompanhando o escotismo no seu passo do elefantinho que me lembra o caranguejo. Um prá frente dois prá traz. Um dia me achei um Dom Quixote, saí a enfrentar os moinhos de vento. Me senti bobo, mas não desmoronei ao primeiro que veio criticar. Interessante que os figurões projetam um escotismo do amanhã como se fosse uma bombástica clareza para a plebe e isto nos enchem de esperanças com um futuro promissor e lá vem os dois passos prá traz. São os Pafúncios da história.

                      Eles são supimpas no alto do pedestal a dar diretrizes e não olham a sua volta. Não precisa, pensam. Temos normas leis e o escambal. Todos estão aqui para obedecer. Você já viu alguém da alta liderança aqui no Facebook discutindo, comentando pedindo opinião ou postando? Bem eu nunca vi. Eles os altos dignatários tem sempre seus politicamente corretos para falar e defender suas ações em nome deles. Hoje os “Facebocando” escoteiros estão mais ativos. Comentam, discordam, reclamam e tem temas que passam de duzentos comentários. Ideias mil. Algum dignitário da corte? Nem pensar! Eles são supimpas, tem tudo na mão, sabem onde pisar. São ungidos pelo espirito santo. Demais não? Anos e anos crescendo e decrescendo. Quando teremos cem mil? Uma meta? Nem posso imaginar.

                     Observe a turma do taco, do cargo, da aguarda espera para ser assistente, da escolha da turma dos formadores e de seu saber inigualável. Antes gritavam agora estão quietinhos. Pertencem a Corte do Poder. Tem outra casta. Vez ou outra aparece um rabanete que se aposentou para dizer seu saber sobre determinado assunto. Um grande filosofo Escoteiro comentou o porquê o jovem não é consultado. – Não precisa. Sabemos o que eles pensam. Bato na madeira e digo: Pé de pato, mangalô três vezes! Pois é, os de hoje sabem o que querem e não ficar abiscoitando palavrórios e formaturas que na escola já enche o saco. E vem o sabido dizer que sabe o que precisa para fazer feliz a escoteirada.

                    Eu só digo que no alto da minha sapiência, se não está gostando ele se manda. Tem explicação melhor? Gostou ficou e animou sua turma da esquina do bairro. E de quem é a culpa? Do jovem? Do Chefe? Porque perguntar se perguntar não ofende? Os cursos tem culpa? A EB tem culpa? Moço, dizem, a culpa é sempre do voluntário que não aprendeu a fazer. Sempre assim, voluntário culpado e ainda paga para errar no escotismo. Se você escrever aqui que precisamos consultar os jovens garanto que centenas dirão o que eles pensam. Chefe! Não tem os Jovens Líderes? Têeem! Alguns deles estão na chefia meu “fio”! E dizem que são jovens. Na idade deles já tinha casado e com filhos.

                     E eu como sempre me enveredei pelos maus caminhos. Quero ver fotos de meninos acampando, em campos de patrulhas, aprendendo a fazer fazendo e não vejo. Fotos? Tem muitas. Fulano recebendo seu taco, sua IM sua medalha ou em pose magnifica no seu curso Escoteiro. Buá! E os jovens? Chefe! Não precisamos. Já se fala em Grupos Escoteiros só de voluntários e sem meninos. Vai ser mais fácil para comandar e acampar! Será supimpa e atividades ao ar livre never! Vamos fazer a boa ação planejada e dirigida pelo chefe! Pois é. E olhe sabem quem é o culpado de tudo de errado no escotismo? – É o “Mordomo” Chefe. Sempre foi ele!


                  Vamos encerrar o papinho. O fogo parou de crepitar. As brasas estão adormecendo. Um vento sul vem aí para esfriar o esqueleto. Melhor é deixar alguns com seu chimarrão, outros com o cafezinho e deixar rolar outro papinho nesta Conversa ao Pé do Fogo, onde menino e menina não entra!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Um comentário sem futuro. Vacina Bipitiniana para Chefes Dirigentes da EB. (XP456).


Um comentário sem futuro.
Vacina Bipitiniana para Chefes Dirigentes da EB. (XP456).

                Há tempos pensei que poderiam fazer uma vacina para chefes escoteiros e dirigentes. Claro, só para os que precisam. Os que já foram vacinados não. Tentei no Instituto Butantã. Não me levaram a sério. Peguei um avião da ponte aérea (fiquei quatro horas no Aeroporto de Congonhas e mais três no Galeão) e fui até o Bio-Manguinhos – Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos no Rio de Janeiro e nada. No Brasil acho que não ia encontrar nenhuma, mas tentei a FUNED – Fundação Ezequiel Dias em Minas Gerais. Riram na minha cara e me chamaram de louco. Claro, podem achar que sim, pois nunca foram escoteiros. Só tinha uma saída, pegar um avião da Pan American e ir aos Estados Unidos. Desculpe, sei que a Pan pediu falência a muitos e muitos anos e olhem que diziam que os ônibus espaciais teriam seu logotipo no futuro, mas ela pelo menos tratava com fidalguia os escoteiros. Por isto viajei por ela. Seus diretores todos foram agraciados com a Eagle Scout e quando me viram de uniforme fui tratado como se fosse Baden Powell em pessoa. Minha nossa isso é bom demais!

                Bem lá chegando procurei a BSA (Boy Scout of America). Um prédio enorme. Um Executivo Escoteiro me recebeu com honras de Chefe Estado. Serviu uísque dos bons. Gosto de coisas boas e aquele Jack Daniels de graça era “bão demais”. Graças a Deus não era do Paraguay.  Adorei. Ele disse que se impressionou com meu uniforme caqui de calça curta e meu chapelão de três bicos. Achou que eu era o Escoteiro Chefe do Brasil! Risos. Eu? Só ele para achar isto. Preferi comentar que aqui no Brasil não tem Escoteiro Chefe, só presidentes e diretores só da BOOS e eles adoram. Mas olhe apesar dos seus mais de dois milhões de escoteiros fiquei um pouco decepcionados com eles. O tal Executivo só falava nos mais de 5.000 profissionais que possuíam. No plano de metas para os quatro milhões de membros que iram ter em cinco anos e em dobrar a receita atual (não me disse quanto) e fazer o maior Jamboree de todos os tempos. Totalmente de graça! Incríveis estes americanos. Neste eu acho que vou.

                Afinal entrei no assunto que me levou até lá. Me ouviu atentamente. Não riu e não chorou. Esta é a vantagem dos gringos. “Business-Business” Amigos, amigos, negócios a parte. Ainda bem. – Olhe eu disse, procuro uma vacina que contenha em sua fórmula o seguinte:
- Crescimento em qualidade e quantidade urgente para o Brasil;
- Mudança geral na maneira de pensar de todos os dirigentes;
- Direito e deveres iguais.
- Democracia e transparência.
- Votar e ser votado.
- Cursos reais para a formação correta do escotista baseado nos princípios de BP.
- Fraternidade entre todos os adultos que atuam no escotismo deste o chefão ao chefinho;
- Diretrizes para voltarem às nomenclaturas antigas das provas de lobinhos e escoteiros;
- Direito e deveres do Grupo Escoteiro participando diretamente com seu efetivo adulto nos Congressos e Assembleias, exigindo mudanças urgentes nos Estatutos e Regimento interno; Podem portar faixas e cartazes;
- Exigir que a partir de agora nenhuma decisão importante será tomada sem ampla informação discussão e apoio de todos os associados;
- Uniforme único, exceto para os do mar e ar, pois são os únicos que mantiveram a tradição;

                 Ele me interrompeu. – Pode parar “Mister”. Pode parar. Se conheço bem o Brasil isto é impossível. Temos até uma vacina, mas nunca serviria para vocês. Mas não quero ensinar nada e se o fosse fazer só com seu representante internacional voces tem não? Sei que ele viaja muito! Risos. Até ele sabia disto!
           
                Saí de lá decepcionado. Valeu conhecer a sede da BSA mais nada. Onde conseguiria esta vacina? Quem sabe o Papa poderia me ajudar? Ou mesmo o Obama? Ou a ministra alemã Ângela Merkel? Dizem que ela é durona. Do russo Vladimir Putin sabia que não podia esperar nada. Pensar nos políticos brasileiros era perda de tempo. Até pensei no Temer, mas desisti. Peguei de volta um avião da GOL. Tive que pagar o lanche de bordo, que coisa né? Vi que as aeromoças me tratavam com carinho, pois acho que algumas delas tinham sido bandeirantes. Mandaram apertar o cinto. O avião começou a sacolejar e trepidar. Alguns gritaram pedindo socorro. Começou a rodar em parafuso. Um velhinho simpático me apareceu e disse – Calma meu Chefe, você vai ficar bem. Vou levar você para o Grande Acampamento no além. Gritei! Deus me livre! Chega de velhos. De "Velho" já basta eu. Ele sorriu e disse - Tudo bem irei comentar com o General Baden Powell sua recusa e pode esperar que será julgado pela Comissão de Ética do céu. Ela é pior que a terráquea. Não espere piedade!

               Acordei suando e gritando. Celia veio correndo. Sorri sem graça, apenas um pesadelo mulher, apenas um pesadelo! Maldita vacina. Não quero pensar nela nunca mais!


sábado, 3 de dezembro de 2016

Ei! Vamos lá hoje tem reunião!


Ei! Vamos lá hoje tem reunião!

Pois é, as férias vão chegar.
E tudo de bom vai parar...
Não quero fazer partilha,
Ao despedir da matilha.

Não vou virar uma agulha,
Ao ficar sem minha patrulha.
Alguns vão para o Araguaia
Outros vão para a praia...

Isto é saco de maldade,
Vou sentir tanta saudade!
Ficarei um tanto acabado
Que falta faz o meu sábado.

Portanto vou aproveitar,
Na reunião vou me acabar
No meu Chefe e minha Akelá
Eu dou um chega prá lá!

E na hora da bandeira,
Honras a lá escoteira,
Farei minha saudação
Nesta última reunião.

Até então meus amigos,
Prometo não ficara de castigo,
Vou sonhar com os ventos,
Lembrar-me dos acampamentos.

Melhor Possível e Sempre Alerta
Farei novas descobertas,
Sem adeus não é deste modo,
Pois vai ser um até Logo!

Pois hoje é a ultima reunião,

Vou vibrar é alegria de montão!