sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Adoro lavar panelas no acampamento. E quem não gosta? Rsrsrsrs.


Conversa ao pé do fogo.
Adoro lavar panelas no acampamento. E quem não gosta? Rsrsrsrs.

¶No acampamento, o nosso tormento,
é ter que usar PANELAS.
Pois o alimento requer cozimento,
e ao fogo vão as PANELAS¶.

         Dizem e eu assino embaixo que o escotismo é maravilhoso. Disse também nosso líder que escotismo se faz no campo e o acampamento é o melhor meio para ensinar honra ética e formar caráter. Perfeito. Tem aqueles que adoram um grande jogo, outros amam fazer uma bela pioneira. E aqueles que se sentem bem com uma lauta refeição no campo. São coisas que marcam principalmente o Fogo do Conselho. Mas meus amigos, e lavar panelas quem gosta? Dei uma olhada no filme da minha vida Escoteira. Consultei amigos daquela época, fiz uma pesquisa tipo as da UEB em Grupos Escoteiros e a conclusão? – Ninguém, mas ninguém mesmo gosta de lavar panelas. Soube de um Escoteiro novato que gostava e até hoje faz terapia de grupo com um Psiquiatra. Mas por que não gostam? Elas não são importantes? Porque os chefes são tão exigentes na limpeza das panelas? Afinal em cada casa os Escoteiros sabem que não fazem isto. A mamãe ou a empregada que se virem.

¶Lá o carvão e a fumaça,
põe tisna no caldeirão.
Dentro se é macarrão,
fica um grude que não sai não¶.

         Eu gostava de cantar o hino do Ajuri Nacional do Rio de Janeiro. Tinha uma estrofe que dizia – ¶ Se ele é gaúcho, você do Amazonas, debaixo das lonas são todos irmãos, qualquer cor ou classe, qualquer raça ou credo lavando as panelas são todos irmãos¶. Arre! É isto mesmo? Lavar panelas para sermos irmãos? Rsrsrs. Sei que cada um entendeu. Afinal pegar as sebentas e agachar em um riacho ou ficar curvados em um tanque, limpando, esfregando aquelas negras queimadas, nojentas, sebentas, pára muitos é um horror. Imagine os novatos pata tenra. Já vi alguns deles gritarem – Deixa que eu lavo! E dá aquele sorriso que todos nós conhecemos – Todos os outros da patrulha batem palmas. Coitado, nem sabia o que estava dizendo. Era terminar e o Monitor dizer – Limpas? Faz favor Escoteiro, toma vergonha na cara e lave direito! Depois quando o noviço Pata-tenra crescia na patrulha ele chegava à conclusão que já tinha direito de escolher e falar sim ou não, e o bom nisto tudo é que sempre havia um novato chegando. Panela nele!

¶Foi-se o alimento, chegou o momento,
de ter que lavar, PANELAS.
Negras, queimadas, nojentas, sebentas,
nas mãos, nos dão as PANELAS¶.

              Não esqueço o dia que o Pinta Silgo da Patrulha Coruja chegou correndo na casa do Jaci Cata Prego, Monitor da patrulha e disse para ele: - Monitor! Monitor! Acabou o suplicio. – Porque respondeu Jaci Cata Prego – Elas estão sendo aceitas. – Elas quem? As meninas Monitor, as meninas. Agora a função é delas, afinal sempre foi. Não é a mamãe, a titia a vovô quem lavam? Melhor que elas comecem agora desde cedo para aprender! Bem nem todas as patrulhas e patrulheiros são revoltados em lavar panelas. Eu mesmo em cursos Escoteiros sorria azedamente quando lavava panelas só para demonstrar meu espírito Escoteiro. Putz! Que idiotice! Mas pense bem, se você é menino e entrou em uma patrulha, viu que as panelas eram poucas logo pediu a sua mãe para doar uma. Qual ela vai escolher? Claro, as amassadas, as mais negras e as mais sebentas. Elas existem em sua casa? Em principio você nunca prestou atenção, mas cuidado quando pedir uma doação.

¶Chega à chefia no meio dia,
para inspecionar, PANELAS.
E os escoteiros respondem fagueiros,
não existem mais, PANELAS¶.

          Sei que existem exceções. Conheci um grupo que de tão podre de rico levava senhoras contratadas para lavar as panelas. Quem pode, pode quem não pode se sacode! E tem aqueles que lutaram para arrumar um dinheirinho e compraram aqueles famosos conjuntos de panelas. Uma cabia dentro da outra. Beleza. Mas no segundo acampamento não se encaixavam mais. Que houve? – Ficaram amaçadas, pretas, sebentas e puxa vida agora eram sucatas! Rsrsrs. Bem falando em exceções encontrei patrulhas excelentes, com panelas brilhando e fazia gosto fazer a inspeção na sua intendência. Eram poucas é verdade. Observando quase todos da mesma idade, com o mesmo conhecimento técnico Escoteiro, cada um mais experiente que o outro, enfim patrulha que sempre pensamos em ter em nossos grupos. Como ali só havia mateiros sabidos, ou todos lavavam juntos ou ninguém lavava nada. E sem essa do Monitor mandar e ficar numa boa.

¶Lá o carvão e a fumaça, põe. . .

           Estou sabendo que no escotismo moderno isto não vai mais existir. Agora é pedir uma “quentinha” e elas chegam rapidamente. Um bifinho, um arrozinho, um feijãozinho, um tomatinho e dois pedacinhos de batata frita e pronto. Dizem que será lei e que breve estará nas paginas do POR. Afinal se muitos sonham com as barracas existentes na nave Enterprise que os Escoteiros do futuro usam porque lavar panelas? Veja o que existe na nave NCC-1701-D a mais moderna: - Aperta-se um botão e lá esta ela a barraca armada. Dentro cama de casal, geladeira, TV por assinatura, Kit completo de chuveiros e banheiros. Telefone, interfone, vídeo game, Tablet e smart fone, o que mais você vai querer? Lavar panelas? Putz Chefe, nem morto, nem morto. Afinal agora temos uma vestimenta ultramoderna e o senhor quer nos levar aos tempos da caverna?

  ¶Lá o carvão e a fumaça,
põe tisna no caldeirão.
Dentro se é macarrão,

fica um grude que não sai não¶.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Palavra de Escoteiro! Onde vi isto?


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Palavra de Escoteiro! Onde vi isto?

                     - Palavra de Escoteiro! – O Doutor Moisés olhou demoradamente o seu novo funcionário. Olhou seu curriculum e decorou seu nome. João Silva. Um nome simples que não diz nada. Ele só perguntou se ele era um homem de confiança já que seu cargo precisava ser um. João Silva não pestanejou. - Pode confiar Doutor, Palavra de Escoteiro. Doutor Moisés já tinha ouvido falar dos Escoteiros. Nunca prestou atenção, pois na imprensa falada escrita e televisada que  ele lia e diariamente assistia na TV eles os Escoteiros nunca apareciam. Diziam que eles fazem uma boa ação, vendem biscoitos e adoram acampar. Doutor Moisés interessou em conhecer melhor. A tal Palavra de Escoteiro sempre era comentada em filmes americanos. Mas agora não era a hora de se abrir com João Silva. Ele não o conhecia e não podia dar demonstração de afeto e de conhecimento. Um dia dormitava em sua varanda e pensou em visitar o Grupo Escoteiro do João Silva. Porque não? Encantou-se com o que viu. Ele um alto executivo dono de muitas empresas nunca pensou que o escotismo fosse assim.

                      - Com licença senhor! Pode me dar um minuto do seu tempo? - Joel e Mara sentados naquele banco da praça olharam para os jovens meninos que estavam em sua frente. Era uma menina de azul, um lenço verde e amarelo no pescoço e um lindo boné azul com alguns distintos. – Joel e Mara sorriram. Eram seis. Todos educadamente postados um ao lado do outro. – Qual o seu nome? Joel perguntou – Me chamo Patrícia, este é o Pedrinho, depois a Noelí e o Sapa. No final da fila o Jurandir e a Marli. Todos nós somos da matilha vermelha. Estamos com nossa Alcateia aqui na praça fazendo um grande jogo. Temos uma tarefa que é a de convidar duas pessoas ou um casal para serem nossos tutores junto a Akelá que é a nossa Chefe. Os tutores devem mostrar que aprenderam a lei do lobinho, fazer o nó de escota e volta do fiel. Devem ter noção do grande uivo e para que ele serve. E depois falar quem foi o fundador do escotismo – Mas não sabemos nada disto! Respondeu Joel. - Fácil nos vamos ensinar. Vocês topam? Na semana seguinte Joel em sua empresa de Marketing pensava porque não tinha conhecido antes o escotismo. Amou o que viu. Sentiu que ali a verdadeira educação de jovens era uma constante e o escotismo precisava ser conhecido.

                Gian Paulo estava cansado. Naquele sábado ficou até as três no escritório. Precisava ver e rever um processo que na segunda ele iria enfrentar frente a um Juiz. Gian Paulo era dono de um dos maiores escritórios de advocacia do país. Tinha prometido a Rubinho seu filho de sete anos que iria levá-lo à noite ao Parque das Flores. Quantas vezes ele prometeu e não realizou? Atravessava a rua proximo a Igreja do Bom Jesus quando ouviu alguém dizer: – Senhor pode me dar um minuto do seu tempo? – Gian Paulo olhou pensando que era um destes pedintes e já ia dizer que não quando viu um jovem de chapéu Escoteiro, bem uniformizado, com um lenço verde amarelo e um belo sorriso. Ao seu lado uma jovem Escoteira sorrindo. – Pois não? Disse. – Olha senhor tivemos uma solicitação em nossa carta prego em encontrar alguém de idade, se possivel que estivesse de terno e gravata, para fazer dele um Escoteiro por dez minutos. Só dez minutos! Podemos contar com o senhor? Dizer não? Gian Carlos foi com ele até o pátio que dava entrada na igreja.

               Quando viu o que estava fazendo sorriu. Ele com um par de bandeirolas transmitindo semáforos a outro adulto como ele. Os Escoteiros e as Escoteiras orientavam. Depois fez um tampo de mesa com uma costura de arremate. Nunca ouviu falar. Depois aprendeu a hastear uma bandeira em um mastro. Por fim aprendeu o aperto de mão esquerda, o que significava e o sinal Escoteiro. – Agradeceram dando a ele um certificado de participação onde estava escrito: – O Grupo Avante agradece a sua participação em ser Escoteiro por dez minutos! Gian Carlos foi para sua casa pensativo. Gostou do que viu. Da educação e cavalheirismo das crianças. Do porte altivo no uniforme que envergavam. Pensou consigo porque isto não está na imprensa? Na TV? Isto sim faz parte da formação do jovem que pouco recebe de organizações governamentais. Tomou um decisão, Rubinho seria um Escoteiro. Pegou o endereço e no sábado seguinte o matriculou.

              O Doutor Paulo Vinicius não parava. Diretor do Hospital infantil São Judas dedicava inteiramente sua vida ao trabalho com os jovens. Quase todos carentes e sofrendo com as doenças que lhe foram reservadas na terra. Não tinha tempo para nada. O hospital era sua vida e Dona Luiza sua esposa sabia que não adiantava reclamar. – Doutor! – Era Darlene a enfermeira Chefe. – Estão aí fora quatro Escoteiros solicitando dez minutos do seu tempo. – O Doutor Paulo Vinicius não tinha como negar. Mandou-os entrar. Um deles um jovem alto e simpático apertou a mão esquerda dele e o Doutor Paulo sorriu. – Algum truque? Ele disse – Todos os demais Escoteiros sorriram. – Doutor Paulo meu nome é Aniceto, sou o Monitor da Patrulha Pico da Neblina, e venho em nome de nossa tropa sênior lhe fazer um pedido. Somos oito Escoteiros seniores de 15 a 17 anos. Temos ainda cinco jovens guias da mesma idade. Nossa tropa sênior em Conselho de Tropa aprovou uma atividade de boa ação uma vez por mês. Achamos que aqui temos um manancial que nos seniores e guias podemos ajudar. Fazer as crianças aqui internadas sorrirem e quem sabe acreditar em uma vida melhor.

             O Doutor Paulo Vinicius não sabe até hoje como foi à história contada pelos Escoteiros. Mas ele mesmo se diverte quando no último sábado do mês eles aparecem, cantam com os meninos internados, dançam danças esquisitas, fazem jogos que participam inclusive aqueles que não podem levantar da cama. Darlene a Enfermeira Chefe participava e cantava e sorria e brincava como se fosse uma menina de dez anos. Os seniores e guias sabiam que muitos deles nunca mais voltariam ao seio de suas famílias. Mas fazer a felicidade de alguém nem que seja por um breve tempo valia os sorrisos, a alegria e o sonho que um dia passou pela mente deles. Até o ultimo dia de vida na terra, aqueles meninos agradeceram a Deus por ter enviado os Escoteiros em seu meio. Vale a pena dizer – A felicidade dos outros é que me faz feliz!


             Marketing. Quantos grupos fazem e mostram o escotismo para sua comunidade? Seria a UEB a responsável para isto? Uns dizem que sim outros dizem que não. Mas se tivéssemos um profissional na área, alguém que tivesse o dom da oratória, a fazer palestras em fábricas, em organizações ou mesmo aos políticos que pudessem ajudar, seria perfeito. Já tivemos isto no passado, uma época que não tinha a facilidade de hoje dos meios de comunicação. Quem não se lembra dos santinhos da Coca Cola, da Varig, da Gillette, do Banco Lar Brasileiro, e o manual do escoteiro Mirim. Belos tempos. Tivemos centenas e ninguém esquece as musicas cantada pelo Trio Irakitan. Eles de uniforme caqui, calça curta e chapéu com um violão foi sucesso na época. E olhe que eles eram os melhores no seu gênero.  Quem sabe a Toyota, a Votorantim, a Vale ou mesmo a Petrobras irão lá ao site para conhecer e valorizar o escotismo? Se a montanha não vem a Maomé, que Maomé vá à montanha. Enquanto isto como sempre os Grupos Escoteiros fazem o que podem. 

sábado, 16 de agosto de 2014

Para onde vai o Escotismo?


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Para onde vai o Escotismo?

                 Tenho pensado bastante sobre isto. Até tenho evitado escrever aqui e em meus blogs como escrevia no passado dizendo o que pensava das mudanças e alterações que os dirigentes estão fazendo. Todos são unânimes em dizer que temos que crescer e para isto precisamos mudar. Mudar a forma de ser, o uniforme, a apresentação e muito mais. Tenho visto no site da UEB grandes ideias dos dirigentes. Os cursos estão aí para todos conhecerem melhor nosso movimento. Cada um deles de tirar o chapéu. Já existe membros da corte dizendo que até 2.023 chegaremos a um milhão de escoteiros. Será? Não sou um estudioso no tema. Sei de alguns países que chegaram e passaram de um milhão de membros. Cada um deles com seu estilo e outros com a mão do governo fazendo um escotismo quase obrigatório.

                        Aqui não conheço os planos para este milhão. Só sei que a UEB ainda mantem com mão de ferro suas ideias, elas não transparentes, não existe consulta e quando decidem determinam suas ideias que são aceitas quase que normalmente. Veja o caso da vestimenta. Três anos discutindo estudando e planejando. Todos aguardando para saber o que seria. Poucos sabiam e poucos foram informados. E eles continuaram vendendo o traje para os jovens e adultos sabendo que ele seria extinto. Agora um plano feito a poucas mãos. Os associados levados de roldão. Ninguém sabe de nada a não que consultem os dirigentes ou seu site ou alguém ligado à direção contar para eles. Claro, eu sei que nunca consultaram e quando dizem que consultam só pode ser meia dúzia de grupos dos mais próximos.

                    Hoje temos uma vestimenta com vários tipos para que cada um faça sua escolha. Pensei em outras organizações sem considerar as militares onde seria possivel escolher o que quer vestir. Se existe desconheço. Para todos a UEB sempre tem uma explicação e dizendo por que. O caqui dizem continua. Porque ninguém da alta direção o veste? Porque para sair do Brasil só vale a vestimenta? Porque nos escritos e no site da UEB não aparece o caqui? E porque nossos dirigentes dos estados não usam o caqui? Porque aconselharam todos da cúpula que usassem o novo para dar exemplo. Se eles acharam melhor a vestimenta parabéns! Interessante que publico uma foto de uma tropa escoteira com todos bem uniformizados de caqui e as curtidas passam de 100 com muitos comentários nas minhas duas paginas e dois grupos. E olhe só escrevi que  o verdadeiro uniforme no meu modo de pensar era este.  

                Se vocês tiverem um tempinho para ler os últimos artigos do blog Café Mateiro terão uma surpresa. Uma direção que resolve sem consulta, que indica apadrinhados para seus diversos cargos, que se mantém no poder sem dividir, que não tem um canal aberto com todos. Sei que a UEB fez uma página aqui. Mas não sei se ela não vai ajudar a mostrar os descontentes. Muitos se calam, pois sabem que podem ter represálias. Quem duvida disto? Eles sabem o que acontece se aparecem. Agora leio esta história da Carochinha que poderemos ter até 2023 um milhão de Escoteiros. Pensando baixo teríamos que arregimentar um pouco mais de 100.000 Escoteiros por ano. Um sonho que nunca será realizado. Com um bom trabalho quem sabe lá pelos anos de 2.099 conseguiremos?

Enfim, as mudanças que fizerem já foram efetivadas e outras estão vindo por aí. Como somos um movimento obediente e disciplinado, pois sempre nos cobram a lealdade, pois discordar é considerado anti Escoteiro, não vejo como seria feito uma mudança geral nisto tudo. Afinal a UEB tem os politicamente corretos espalhados por todo Brasil. Em vez de ficar defendendo porque todos não pedem uma nova forma de consultas? Pedir que sejam mais transparentes. Parecem com o papai e a mamãe com os brinquedos que o Papai Noel no natal trouxe para as crianças. Muitos eles escolheram achando que os filhos queriam. É desculpem, mas ainda somos levados pela mão em um movimento que tem tudo para ser uma grande ajuda na formação de caráter e ética, e olhe estamos precisando disto em nosso país.

                Assunto polêmico? Sei não. Dizer que os estatutos dão liberdade para que cada um se manifeste é uma utopia. São poucos que chegam ao topo e a maioria precisou de bons amigos para indicar. Não quero unanimidade, para mim ela é “burra” em uma democracia. Agora cada um deve pensar se o caminho é este. Se ficar por mais vinte anos no escotismo então diga se tudo que planejaram aconteceu, se foi verdade, se os tais milhões apareceram. Só para São Tomé - Quem viver verá! 


                E NÃO DEIXEM DE LER OS ARTIGOS DO BLOG CAFÉ MATEIRO. Lá todos poderão entender bem como funciona a engrenagem da Direção Nacional. E depois tem aquele que vem dizer: - Não concorda? Va a Assembleia e mostre como deve ser! Só rindo. Ir a Assembleia? Experimente e depois me diga como foi.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Joviano Escoteiro também fez sua revolução.



Lendas Escoteiras.
Joviano Escoteiro também fez sua revolução.

O Cavaleiro de Itararé.
“Chorem senhores da retaguarda, que a tropa de Itararé está chorando,
os comandantes, os soldados. Um misto de ódio e pesar. Abriram-se
as portas de S. Paulo, senhores de S. Paulo! Pudessem elas ser
sustentadas com lagrimas”...

              Dizem que histórias são histórias, mas para que servem as histórias? Não são para contar o que aconteceu ou então florear um fato que poderia ter acontecido? Ninguém pode contestar Joviano. Se ele foi um fato ou não isto não importa. Ele foi o primeiro Escoteiro que participou da batalha de Itararé. Um Escoteiro sem Chefe, sem Monitor e demorou muitos anos para ele formar sua primeira patrulha. Contaram-me que ele achou na Casa de Dona Helena, sua madrinha um livro Escoteiro que ele devorou em cinco dias. Demorou, pois lia mal para os seus onze anos. Sabia que seu pai nunca iria lhe dar o uniforme e sua mãe mesmo costureira nunca ia fazer. Mas onde arrumar o meião? O chapéu? Lembrou-se de uma página do livro que dizia – Se quer realizar o que pensa, comece. Tudo precisa de um começo. Pediu emprestado ao Juca do Nestor a caixa de engraxate. Ia usar nos dias de semana, pois aos sábados e domingos ele utilizava.

                 Quando bateu do balcão da Loja do Senhor Euclides ele tinha um belo sorriso. Saiu de lá com o embrulho do pano de seu futuro uniforme. Sua mãe riu quando viu, mas não negou a fazer para ele. Dois dias e ficou pronto. E o lenço? Tinha visto um do seu pai que ele usava quando foi boiadeiro. Serviu na mosca! Nem imaginou que o Zózimo da vendinha perto da igreja tinha um meião. Nem cobrou deu a ele de presente. A meninada de Itararé já sabia o que ele estava fazendo. Muitos também queriam fazer o mesmo – Ele disse – Faça o uniforme e vai ser da minha patrulha! – Que patrulha é Joviano? A patrulha Cuco. Uma patrulha de Baden-Powell. - E quem foi ele? O criador do escotismo. – E o que fazem os Escoteiros? Joviano riu. Não sabe? Acampam, correm pelos montes, fazem sinais, transmitem mensagens – Ele vibrava com isto. Sua casa sempre cheia de meninos para ver o tal livro dos Escoteiros.

                 Todos os dias depois da aula Joviano desfilava com seu uniforme na cidade. Garboso, sorrindo, marchando lá ia ele de rua em rua. Queria cantar uma canção dos Escoteiros, mas viu somente a letra – Rataplã do arrebol! Ele precisava aprender a musica. Uma tarde Joviano levou um susto. Um trem chegou cheio de soldados. Todos querendo saber para que. Seu pai não era muito comunicativo e custou para dizer que eles iriam defender o Túnel da Mantiqueira que levava a Passa Quatro em Minas Gerais. – Pai nós estamos em guerra? – Não filho, apenas uma revolução, mas fique tranquilo, aqui as tropas legalistas não entram! – Ele não sabia o que era legalista, mas não importava. Logo uma montanha de barraca emergiu no campo do Machado. Ele no seu uniforme foi para lá. Fez amizade com um praça cujo nome ele nunca perguntou. Gostava de ver ele todos os dias escrevendo para seus pais:

- Meu pai e minha mãe, escrevo da cidade de Itararé. Não se preocupem aqui estamos numa estação de repouso. Que terra adorável, somos servidos por garotas do outro mundo (não conte para a Mirtes). Sabemos que somos simples soldados e que sempre somos levados ao nosso posto de fronteira. Todas as notícias que circulam de Itararé são faltas. Não temos um ferido sequer. A vida de soldado raso é admirável. Pouco trabalha e só vive a comer reclamar e tapear os outros. Risos.

                Um dia chegou um trem blindado vindo da capital. Joviano correu para ver e ficou pasmado. Pela primeira vez ele conheceu o Capitão Neco que todos chamavam de Fantasma da Morte. Ele até esqueceu sua vida de Escoteiro e acompanhava o capitão para todo o lado. Mas nem tudo são flores. Os Legalistas tentaram invadir Cruzeiro e as Tropas Paulistas abriram fogo dentro do Túnel da Mantiqueira. Joviano ficou de longe espiando o tiroteio. A noite ficou em um acampamento de Soldados Paulistas. Foi o Malaquias, um moreno forte quem contou para ele dos Escoteiros da capital e de campinas. Ele contou uma história que o emocionou. Um menino Escoteiro de nome Aldo Cuioratto juntamente com muitos outros ajudaram as tropas como estafetas. Foi então que Joviano lembrou uma passagem de seu livro do fundador quando na guerra do Bóer, na cidade de Mafeking o coronel Baden-Powell usou meninos como estafetas, almoxarifes e muitas outras atividades.

                 Joviano pensou no heroísmo de Chioratto e quando soube que ele morrera em combate chorou. Um choro compulsivo, mas com uma revolta grande. Chamou seus amigos para fazerem o mesmo que os Escoteiros paulistas faziam. O Capitão Neco não quis e os mandou de volta. Joviano insistiu e o Capitão deu de ombros. Com seu uniforme Joviano liderava outros seis meninos. Ficavam até tarde ajudando os feridos, levando e trazendo mantimentos. No final ele soube que ali no túnel da Mantiqueira morreram mais de duzentos soldados. A guerra acabou. A cidade voltou a sua calma. As moçoilas chorando seu amor partir. Joviano foi aclamado pela cidade como um verdadeiro soldado revolucionário. Do Capitão Neco recebeu um capacete de aço e uma adaga.

                 Os anos passaram. As marcas da revolução ainda sobrevivem e se tornaram pontos turísticos principalmente o Grande Túnel da Mantiqueira. Joviano agora Chefe Escoteiro se tornou guia turístico. Ele sempre estava lá junto aos visitantes a dizer: - Só no Grande Túnel da Mantiqueira eu encontrei duzentos corpos. Acreditava que existiram outros, porque tem ainda os que moram lá e que tomaram, por exemplo, as balas perdidas. Em uma trincheira proximo ao túnel mais cinco soldados mortos que tentei socorrer. Para mim, continuava, nossos soldados foram heróis. Lutaram com forças quatro vezes maiores. Eles cantavam e sorriam nas trincheiras. Nossa cidade permaneceu firme apesar de muitas outras a população fugir. Vi caminhões lotados e vi a metralha das tropas federais. A cidade ficou estarrecida quando um avião federal sobrevoou a cidade. Muitas pessoas saíram às ruas admirados. No avião sem saber que havia mulheres e crianças a metralha pipocou deixando dezenas de mortos.  

                 Dizem que Joviano viveu até os sessenta anos. Morreu com seu uniforme Escoteiro e deixou no seu Grupo Escoteiro relatos do que viu e participou. Para ele o Capitão Neco foi o Fantasma da Morte. Nunca se escondeu da metralha. Sua história que alguns tentam transformar em livro termina citando o capitão:

-  Foi tentando consertar os trilhos e reativar o trem, que um comandante paulista disse uma das frases mais famosas da revolução. O capitão do Exército, Manoel de Freitas Novaes, conhecido como Capitão Neco, comandante das tropas na região tinha a missão de colocar o trem blindado para andar novamente. "Ele foi com um destacamento, mas os soldados desistiram no caminho. Contudo, o capitão manteve sua posição. Quando foi cercado pelos inimigos, foi questionado diversas vezes. Diziam: paulista se renda, e ele respondia que 'um paulista morre, mas não se rende'. Ali foi ferido e acabou morrendo em Cruzeiro".


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

SOMOS TODOS IRMÃOS.


SOMOS TODOS IRMÃOS.

Nunca canso de dizer isto. Repetirei sempre até meu ultimo dia na face da terra. Minha mão, meu sinal, meu sorriso e meu abraço não distinguem associações. Que seja a FET, a AEBP, Os Florestais, a FBB (bandeirantes) os Desbravadores, os Escoteiros Católicos, as diversas associações Escoteiras mundiais e todas que existem ou forem criadas sob a éxige de Baden-Powell. A lei Escoteira que ele nos deixou e instruiu é clara  - O ESCOTEIRO  É AMIGO DE TODOS E IRMÃO DOS DEMAIS ESCOTEIROS.

BP não definiu que o escotismo teria dono. Não tem. Sua ideia central era a formação individual e a fraternidade universal. Se existem divergências quanto às origens, o uso de normas e distintivos eu não comungo com nada disto. Todos tem direitos de ser chamados de Escoteiros. Os homens de hoje estão fazendo sua própria cartilha. Querendo separar o joio do trigo e nem sabemos quem é o joio e quem é o trigo. Não discuto ideologias, aceito o escotismo como uma filosofia de vida. Para mim, a única coisa que importa é que se acreditamos em Baden-Powell, acreditamos que...
SOMOS TODOS IRMÃOS!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Dia do Chefe Escoteiro


OBRIGADO SENHOR POR ME PERMITIR SER UM CHEFE ESCOTEIRO
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A todos vocês que me seguem em meu blog, e se é um Chefe Escoteiro, aceite meu abraço, meu Sempre Alerta e meus parabéns. Fui um de vocês e hoje sei que o escotismo nunca morrerá por tantos chefes abnegados a fazerem pelos jovens o que BP nos ensinou. PARABÉNS!

sábado, 2 de agosto de 2014

Nossa Senhora! Eles estão de volta.


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Nossa Senhora! Eles estão de volta.

         Os porcalhões estão chegando. Não temos como fugir deles. Tudo se repete como antes no país de Abrantes. Quando a mentalidade de candidatos a políticos vai mudar? Passei uma vida inteira assistindo e vivenciando cada eleição. Nada muda. Sem a menor cerimônia, sem pedir enchem minha varanda de santinhos. Alguns têm a audácia de me pedir para colocar a foto do candidato na minha morada. Nunca vi o tal candidato em minha vida. Interessante que entra ano e sai ano são sempre os mesmos. Dá vontade de dizer – Vá trabalhar vagabundo! – Mas moço eles trabalham, dizem! Dá vontade de rir. Claro que tem gente que acredita. O pior é que não lhe dão sossego. Aonde você vai lá estão eles. Nas esquinas com faixas e cartazes e os famigerados santinhos a jogar dentro do seu carro. Alguns têm a cara de pau de me parar na rua ou bater na minha porta para dar seu testemunho se for eleito. – A gente sabe que deputado e senador podem até fazer leis, mas me prometer escolas? Hospitais? Taxa zero para transporte? Só eles mesmos.

              No passado tive a pachorra de calcular o salário de um deputado. A soma de tudo nos quatro anos de mandato não dava para pagar o que gastaram em se eleger. Grande negócio! Calma, eu sei que dizem que eles têm doadores que doam fortunas. Bem os que eu conheço eu sei que quando não são eleitos dão o maior calote na praça. E isto na maior cara de pau. Afinal compreendemos que eles são um tipo de voluntário Escoteiro que querem ajudar o Brasil e o salário não é importante. Engana-me ou me chame de Besta que eu gosto! Meus tempos de descansar na minha varanda se acabaram. Pelo menos nestas eleições e nas próximas. Carros de som passam a todo o momento fazendo propaganda, e muitas vezes nem entendemos de tal alto que pedimos a Deus pra explodir o Alto Falante. – Prometo! Prometo! Como prometem. Prometem tudo e ainda fico pensando como tem eleitores que acreditam na conversa fiada deles. No Brasil dizem que Jogadores de Futebol ou algum esporte interessante, assim como cantor ou ator se candidato está eleito na certa. É falar o que? Já tivemos tantos eleitos que até um analfabeto foi eleito. Valeu-se ou não o que soube é que ele foi obrigado a estudar para provar o contrário.

              Passamos vários anos sem ao menos voltar os olhos sobre aqueles que demos nosso voto. Eles somem. Você insiste e descobre que ele fez x projetos na Assembleia ou no Congresso. De útil nenhum. Se tiver sorte e souber como pesquisar achamos lá o que eles acham que é importante para nós. – Um diz que vai proibir a importação de livros, outro insiste para que tenhamos o dia do ovo. E tem aquele que quer proibir nome de gente em animais. Um sabido fez um projeto para que se distribua Viagra de graça aos impotentes do Brasil. Meu Deus! Outro que exista banheiros separados para travestis e gays. E aquele do nordeste? Um projeto que obriga a servir carne de bode nos grupos escolares. Mas não tem aquele que quer obrigar aos burros, cavalos e afins a usar fraldões? E as homenagens? Cacilda eu sei que são tantas que tem alguns homenageados que nunca ouvi falar. Um deles disse que iria se for eleito distribuir água mineral a toda sua cidade de graça. Outro disse que ia acabar com a violência distribuindo apitos ao povo (?). E um deles se empenha em exportar ovos em pó para a China. Minha nossa Senhora! E o pior é que nem sempre sabemos de tudo. Meus amigos se vocês tiverem a pachorra de procurar os projetos deles, irão dar boas risadas. Pena que isto é sério muito sério. O homem ou a mulher que se elegeram garantiram que iam nos dar aquilo que prometeram. E depois que se instalam nunca mais nos procura. Eles têm algum em comum: - São solidários entre si. Como gostam um dos outros. Sempre defendem para que o processado por crimes comuns ou corrupção continue. E tem outros que batem palmas para os que foram destituídos e ou estão no xilindró.

               Mais um ano em que tenho de perder tempo procurando na internet um que eu possa votar sem me arrepender. E por favor, não indiquem para mim. Se existe um mal em eleições é tal indicação e a gente aceita e depois se arrepende pelo resto da vida. Mas olhe, se conhecerem alguém que foi ou é escoteiro, que foi Escoteiro quando menino, que agora luta em Grupo Escoteiro como chefe (na direção não vale), se ele tem a lei Escoteira no coração. Se ele vem fazendo marketing no movimento e se alardeia a todos seu ideal Badeniano, se apresenta de uniforme (eu gostaria de vê-lo com a calça curta). E se eu pudesse investigar sua vida pregressa até que poderia pensar em votar nele. Mas existe alguém Escoteiro e candidato que tenha tudo aquilo que esperamos? Ética, respeito, hombridade, palavra e tantas outras necessidades que esperamos em um bom Escoteiro. Por favor, a tal Bancada Escoteira não vale. Ela não está com nada. Nada fez e duvido muito que fará alguma coisa.


              Enfim lá se foi mais um ano. Quantas promessas. Eu as ouço desde que escolhi um Presidente que me tapeou. Ele ficou meses no cargo, queria dar um golpe para ser o dono do pedaço e entrou pelo cano. E eu acreditei nele. Se tiver de pedir a Deus um presidente, eu pediria um homem ou uma mulher de caráter, de ética e que levasse a sério a politica que quer abraçar. Que seja mais honesto que a mulher de César. Que lute para que todos trabalhem como nós. Que acabem estas férias absurdas, estes horários que fazem e estas ajuda de custo que nunca deveria existir. Afinal nós não temos nada disto e eles têm. É correto? Poderia me alongar mais, falar o que mais? Ah! Quem sabe pensar que um dia teremos um Presidente que saiba o que faz, pensa primeiro nos outros, como os lobos eles abram os olhos e os ouvidos para as mentiras e conselhos estapafúrdios. Que seja alegre, que tenha uma só palavra, que seja leal, que seja puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações. E finalmente, que ele ou ela entenda nossas necessidades de boas leis, e não um punhado de ministérios que a gente nem sabe para que servem. Mas iremos conseguir isto? Só rezando e acreditando como São Tomé – É ver para crer!