quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Boa trilha escoteira? Sei lá, entende?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Boa trilha escoteira? Sei lá, entende?

                 Cheguei à conclusão que sou diferente. Onde todos estão de verde eu estou de amarelo. Tudo que faço é errado. Sei lá entende? Quem sabe O Pedro da Escolinha Escoteira iria me dizer: “Há controvérsias”! E iria completar: “Então, não me venha com chorumelas!” - Este tal de escotismo moderno me enche as paciências. Só porque não aceito esta tal modernidade, vi alguns chefes raivosos imitarem o Seu Peru da Escolinha: - “Estou porrr aqui com você”! Afinal dizem que velhos escoteiros não existem. Uns dizem que são ex-Escoteiros, outros antigos escoteiros e outros afirmam que são veteranos. Como dizia a pudica Dona Bela, esta turma “Só pensa... Naquilo!”. Prefiro não discutir, mas eu adoro me chamar de Velho Escoteiro Chato de galocha. Fizeram até um grupo no Facebook onde nos chamam de escoteiros mais velhos. Bah! Eu mais Velho? “Sou novo meu!”. Teve um que me disse: - Chefe somos veteranos. Eu sorri sem graça, pensei no seu Rolando Lero que dizia: - “Captei! Captei vossa mensagem amado mestre!”. E por favor, não me confundam com seu Samuel Blaustein que dizia: - “Fazemos qualquer negócio!”.

                   É... O escotismo está mudando. Não sei onde vai parar. Não cresce a evasão sim cresce, e tem cada um que parece dois. Se você chegar perto de um desses grandões e pedir para cantar o rataplã, sabe o que ele dirá? – “Opa! Tá na ponta da língua!” não é assim que dizia o Sandoval Quaresma? Chefe, calma, “Eu estava indo tão bem!”. Já pensou acampar com aquela Tropa que aonde vai tem de ser em um sítio, onde tem agua quente no chuveiro para o “chefinho”, luz, WC, fogão a gás. Bem, me disseram que um Chefe corre na cidade para comprar as “quentinhas”.  Bacana não? Só falta o Paulo Cintura aquele fisiculturista acordar a turma de madrugada e dizer: “Vamos malhar! Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa! Iiiissa!”. Eu vendo isto me pergunto aonde vou me esconder quando vierem atrás de mim. Afinal isto é acampamento? Mas não tem jeito, sempre me acham para reclamar. Oselino Barbacena é que ia gostar. Ele sempre se escondia e dizia: “Ai, meu Jesus Cristinho, já me descobriu eu aqui de novo! Larga d’eu sô!”.

                   Enquanto isto vou caminhando nesta estrada escoteira esperando encontrar um chapelão de abas largas, alguém de calça curta caqui, um sorriso nos lábios e quem sabe encontre com seu Suppapau Uaçu, o índio com seu sotaque carregado que iria dizer: “C’es moi! Suppapau Uaçu, o gostoso! Manda! Arrepia!”. E a tal da vestimenta? Desculpe você que está lendo e adora mas eu não. Poderia até gostar mas impuseram sem nos consultar. Agora os Grupos novos só recebem Autorização Provisória com a vestimenta. Afinal nenhum líder de distrito e região mostrou os dois uniformes? Só um que custa caro é o certo? Pô meu, cê parece que num sei? “É o seguinte, quer dizer, em também não sei, mas supondo que soubesse, eu diria, sei lá entende!” Patropi devia ter sido Escoteiro. – Sem crise, sem crise! Soube que em um curso alguém disse que era ateísta. O mundo veio abaixo. O dirigente Formador não gostou. Queria tirar o moço do curso. Melhor chamar seu Boneco para resolver a questão: “Ligadão nas quebradas, chefia, mas que hora é a merenda?” Mas se quer mesmo saber minha opinião “Vou responder ‘dis costa’. Crasse!”.

                   Enfim, não adianta brigar nem discutir nem chorar. Os donos do poder Escoteiro não abrem mão. Se você tem um amigo que pertence a Corte e pergunta aonde vamos chegar, ele responde a lá Patropi: - “Meu, daria para me incluir fora dessa?” – Você sabe que eu cheguei atrasado e para compensar vou sair mais cedo!”“. De vez em quando me levanto vou caminhar e fico me perguntando – Escotismo! Onde está você? Estava tão perto e hoje está tão longe! E olhe dizem que sou mesmo um tradicionalista chato de galocha. Lembrei-me do seu Valdemar Vigário e sua tirada: - “O menininho...Cabeçudinho...Joelhinho grosso... perninha fina... Quem? Quem? Ele Raimundo Nonato. Ainda bem que ele não disse Vado Escoteiro. Sei que não nasci em Maranguape. Afinal ele me perguntar: - Te lembra disso?”.

                         Bem melhor parar por aqui. Tem muitos politicamente corretos que adoram a UEB atual. Eles nem leem o que escrevo. Se lerem ficam “danado de raiva”. Lembram-me do Batista da Escolinha – “Faço tudo que o senhor mandar!”. “Saúde, paz amor, harmonia, alegria e prosperidade pro senhor e prá toda família!”. Já os vejo bajulando um Rei da Corte Escoteira dizendo: - “Gostaria de falar uma coisinha pró senhor! O senhor me autoriza?”. Ainda bem que sou mineiro, diferente do Nerso da Capitinga, cheio de manhas, mas que afirmava: “Eu não sou bobo não, fio!” “É seu este escotismo e não meu!” e terminava – “Intão tá, intão!”. E vamos parar... Zevini! Zevini! E o seu Bertold Brecht sorriu mas logo o chamaram de “Camarão” – “É a mãe!, Camarão é a mãe!”.


                      Chega por hoje, fico por aqui, olhe se você não está satisfeito com o escotismo de hoje eu só posso lhe dar um conselho: - “É o seguinte, quer dizer eu também não sei, mas supondo que eu soubesse, eu diria, sei lá entende?”. Até outro dia meus amigos e termino repetindo João Canabrava, afirmando como eu afirmo. Estou “Sóbrio”. – “Bota mais uma UEB gente fina” “Fecha a conta e passa a régua!”.  

terça-feira, 29 de setembro de 2015

A modernidade não tem preço, ou tem?


Conversa ao pé do fogo.
A modernidade não tem preço, ou tem?

          Trinnn! Trinnn! Trinnn! Lá estava ele berrando no bolso ou não mão de alguém. Quem aguenta? Tem gente que adora como diz um compadre meu. Dizem que muitos não sabem viver sem ele, outros gastam o que não tem para trocar todo ano e outros acostumaram tanto que ficam olhando para ele dia e noite. Noite? Sim. Outro dia visitei um amigo, ele com seu celular na mão quase não falava comigo, a esposa nem me olhou de olho no celular, sua filha não tirava os olhos. Sei de uma guia que acorda de madrugada e olha o celular para ver se tem recados, passa para o WhatsApp e quando dá conta é seis da manhã hora de ir para o colégio. Não se preocupem, o danado vai com ela. No banheiro, no café da manhã, no ônibus e é uma briga quando a escola proíbe.  Sinceramente eu que sou um Velho saudosista fico pensando sobre a juventude de hoje e a de 1970. Ou será 60?

                      Eu francamente não gosto. Devia gostar. Nunca tive um. Dizem que é importante ter um no bolso. Nem que seja para emergências. Meus filhos insistem para que compre um ou então vão me presentear. Não quero. Por favor, não! Outro dia sonhava os meus velhos tempos de Escoteiro lá na década de 50 e o celular fazia parte do dia a dia de todos. Assustei. O que era aquilo? Vi-me, no cerimonial de bandeira, éramos a patrulha de serviço do dia, eu com a Nacional, e junto a mim outros com a do Grupo e a do Estado. O Chefe diz – Firme! A bandeira em saudação! Começa o farfalhar das bandeiras, coisa bonita de se ver. E Cacilda, diversos celulares começam a tocar. – Oi linda, estou na ferradura diz um, ligue mais tarde logo estarei na reunião de Patrulha e falo com você. Ou mamãe, quando acabar vou direto para casa diz outro eu prometi chegar cedo não disse? Você tem de me pagar o que deve ouve um assistente da tropa. Ele fica vermelho. Estava no viva voz. Não sabíamos de um caloteiro na tropa. Risos. E a bandeira? Acho que o cerimonial perdeu todo o significado.

                     E eis que vamos acampar. Coisa boa, coisa gostosa, mochila nas costas, bandeiras ao vento e Trinnn! A patrulha para. Um atende o celular. – Gata, vou acampar, sabe que eu gosto de você, mas agora me deixe viver a natureza! Acampados, o campo de patrulha sendo montado, o cozinheiro construindo uma linda sopa de macarrão com batata e linguiças. Puxa que fome! Trinnn! Agora são cinco celulares tocando. Para-se tudo. Uns sentam, pois sabem que a prosa vai ser longa. E vem a noite, daqui a pouco uma Conversa ao Pé do Fogo gostosa. Quem não gosta? Sentar em frente a uma barraca, sorrir, cantar, contar causos, ouvir um violão que toca apaixonadamente. A gente olha para o céu estrelado, lindo de morrer, um cometa passa voando, hora de fazer um pedido – Trinnn! Acabou o encanto, hora de atender a namorada, a mãe preocupada e alguns deitam na relva, pois sabem que a conversa vai longe. Alguém grita alto cobrindo o canto da coruja, dos grilos falantes, deixando de lado a brisa gostosa: Mó! Eu te amo você sabe disto! Não vou deixar meu escotismo, mas adoro você!

                   E vem a semana da Pátria. A Tropa se prepara com esmero, uma patrulha é responsável pela bandeira. Treino marcha, saudação à autoridade. A banda bate o ritmo, o clarim anuncia a hora de saudar as autoridades. Orgulho no peito, hora de dizer que temos o coração Escoteiro. Para-se em frente à praça, lá está o palanque. Danação, mais de trinta celulares tocando. A Tropa enfia a mão no bolso para ver se é o seu. – Querida! Estou no desfile! Dá um tempo – O prefeito diz: Doutor Pancrácio, a prefeitura não tem reserva financeira! – O secretário procura um canto para atender: - Se me der vinte por cento compro sua mercadoria! O Delegado com ar de valente diz: Se ele aparecer aqui lhe meto uma bala na testa. Belo espetáculo dos tempos modernos.

                    E eis então o dia esperado. Um Escoteiro vai fazer a promessa. Preparou seu uniforme, leu de novo a Lei e a Promessa. Sabia de cor. O Chefe já tinha conversado com ele. – A Tropa formada, o Chefe pergunta: - Quem vem lá? – Os celulares tocam. O do Escoteiro que vai fazer a promessa do monitor e do Chefe. – Um diz... de novo? Não me deixa em paz? Outro diz: - Mãe estou em reunião! E o promessado atende sem graça no seu grande dia. – Chico meu pai ainda não sabe que tirei zero em matemática! Eis que toca também o do Diretor Técnico, é a esposa – Está no viva voz – Mauro! Você não deixou o dinheiro para pagar a Dona Filomena! Ela disse que se não receber não faz mais faxina em casa e vai dar parte de você na delegacia!

      O celular. Bela invenção. Super moderno. Agora podemos andar pela rua falando nele. Ninguem olha mais para ninguém. Olhos fixos naquela telinha infernal. Duzentos e seis milhões de habitantes, duzentos e trinta celulares vendidos no país. Ops? Mais que a população? Tem muitos que tem dois. Os tais de chips ajudavam a pagar menos. O telefone é bom, mas tira o sossego na nossa morada. Ninguem quer saber se estamos tomando banho, almoçando, lendo o belo livro e eis que o danado toca. Do outro lado na maior cara de pau um diz: - Quem está falando? Ele que ligou e vem com essa? E ainda insiste em saber quem está falando? Se você diz que é o Fagundes ele diz, chama a Maricota. Nem te diz bom dia! Não pede. Ordena. Isto é modernidade? Para mim não por isto não tenho não quero, não vou comprar e se for morar na minha estrela quando me for, se lá tiver celular, pegarei carona em um cometa e desapareço no espaço.

                   Sei que cada tropa e cada Alcatéia tem sua maneira de agir. Uns proíbem nas reuniões, mas já vi alguns no acampamento lendo meus contos no Facebook. E nos sábados? Quantos estão de olho e postam aqui? Chegam até a colocar fotos. Ainda vou acampar de novo, sem um deles. Juro pela minha honra que nunca terei um.  Assim poderei ir para o campo, viver em plena natureza, ouvir o som do vento, sentir uma cotovia bem perto a me olhar com aqueles olhos sonhadores. Irei sorrir montando minha mesa, minha poltrona de astronauta. Irei cantar o rataplã quando fizer minha sopa de cebola. Se ficar sem fazer nada, construo um ninho de águia, uma ponte pênsil, um relógio do sol ou uma passagem do Tarzan. Que bom ficar sozinho em uma clareira da floresta, ouvindo o cantar dos pássaros, o rebimbar de uma cascata de águas cristalinas. Que bom deitar na relva, olhar as estrelas, contar uma por uma, fechar os olhos e sonhar que amanhã um sol vermelho e lindo estará vibrando no ar a minha espera!


      Fiquem com os seus. Não tenho, e nunca vou ter. Celulares! Eu era feliz sem eles e continuo feliz não os tendo!                                                        

domingo, 27 de setembro de 2015

Será que o mundo moderno não é meu lugar?


Crônicas de um Velho Chefe escoteiro.
Será que o mundo moderno não é meu lugar?

                 Eu dormitava na sombra de um pé de Ipe. Não havia sol, mas aquela sombra e o banco de madeira eram convidativos. Não costumo sonhar nos meus cochilos, mas consigo sorrir e babar de vez em quando. Bem sei que os velhos fazem isto e eu um representante da classe não ficaria atrás. – Chefe Osvaldo! - É o Senhor mesmo? – Olhei para meu interlocutor. Um jovenzinho de seus trinta e poucos anos. Barbinha por fazer, simpático, um sorriso e cabelos bem penteados. Ainda bem que não tinha um pilsen nem um brinco à mostra. Risos. – Não imagina Chefe a minha alegria em encontrar o Senhor aqui. Eu tinha tantas coisas para falar e por e-mail ou no Facebook a gente não diz tudo que deveria dizer. – Putz! Lá vem bomba pensei1 – Chefe sei que o senhor é metódico na sua maneira de pensar e viver, sei que é um tradicionalista de mão cheia e acha que só seu passado Escoteiro é o melhor!

                Olhei de novo para meu interlocutor. O danado até que era simpático e mesmo com seus trinta e tantos anos tinha a juventude na flor da pele. Meteu a mão no bolso e tirou seu documento Escoteiro. Olhei sem graça. Afinal eu não tinha um. Já tive, mas no passado era mais simples hoje não. É linda de morrer! – Até pensei em comprar um. Afinal só tem quem paga a taxa da UEB. Metil as mãos no bolso e saiu duas notas de um real. Caramba! Não ia dar. Melhor deixar o moço jovem dizer a que veio. – Chefe! – Outra vez? Só me chama de Chefe? – Deixei prá lá. – Chefe! Eu tenho lido suas crônicas e historias Escoteiras. Até que suas histórias são palatáveis apesar de muita apelação. – Olhei de novo para o moço simpático – Olhei seu nariz e pensei se lhe desse um soco bem na ponta se ia ficar vermelho como o do Pinóquio.

                   Chefe! – Fala moço o que quer e pare de dizer Chefe! – Ele riu sem graça. Chefe! Desculpe. Mas vejo no senhor uma mágoa muito grande com os dirigentes de hoje. Acho que o senhor os menospreza, não dá valor, não sabe o sacrifício que fazem para estarem nesta posição para ajudar. – Queria completar sobre as medalhas que recebem de graça, sobre suas passagens pagas pela direção onde quiserem ir, suas taxas absurdas para engordar o caixa, o almoço grátis e seus rompantes de acharem que só eles tem ideias, mas não disse nada. Chefe! Olhei para ele, fechei a mão e pensei comigo – Se falar Chefe de novo vai levar um “catapumba” na orelha! Ainda bem que ele voltou ao assunto que queria me dizer – O Senhor sabe, as transformações sociais, culturais pedagógicas e psicológicas do jovem de hoje não são as mesmas. Soube que o senhor através da imprensa falada e escrita acompanha as vantagens da tecnologia Moderna. Afinal ela pode ser muito benéfica para nós. Os computadores, os novos Aparelhos de TV, Os telefones celulares e sua maravilhosa conexão com o mundo. Afinal o conhecimento de informática e tecnologia é essencial para nós.

                   Apalpei meu bolso pensando que tinha um celular. Não tinha. Velho duro sem dinheiro não tem. Olhei para o céu e disse: - Graças a Deus! – O danado do moço simpático continuou: - Ia falar Chefe, mas olhou meus punhos pronto para lhe dar uma cacetada na orelha. – Olhe qualquer um que ler John Dewey, o pensador que pôs a prática a força do pensamento; em Émile Durkheim, o criador da sociologia da educação; Em Édouard Ciaparêde, um Pioneiro da psicologia infantil, Alexander Neil o promotor da felicidade na sala de aula e Paulo Freire o mentor da educação para a consciência sabe que as mudanças no escotismo foram benéficas! – Olhei para o linguarudo chato. E Baden-Powell? Não tem lugar nesta lista? Só pensei não disse nada.  – Veja o Senhor, implantamos o Macpro como sabe o século XX foi caracterizado por profundas revisões nos diferentes aspectos culturais. A educação não foi exceção. Dezenas de teóricos e metodólogos questionavam as finalidades e os diversos métodos de educação nas propostas educativas. 

                 Afinal o mundo mudou. Qualquer um pode ver isto. Baden-Powell teve sua gloria na sua época. Seus métodos hoje estão ultrapassados. Nossos dirigentes e pedagogos sempre disseram que o então Programa Escoteiro não atendia as necessidades educativas da juventude. Uma mudança seria necessária. Assim implantaram sem ninguém perceber uma mudança no cenário antigo formalizando o Método de Atualização e criação Permanente no Programa de jovens (Macpro). Não ficamos sozinhos, boa parte da América do Sul fez o mesmo. Eles diziam que com a aplicação  poderiam conseguir superar o mesmíssimo Baden-Powell. – Já não aguentava mais, ou ia embora ou dava o soco no danado chato que me encontrou dormitando um sono gostoso naquele Ipe fenomenal. Olhei para ele. Em qual parte do seu rosto eu lhe daria uns tabefes? Pensei comigo, não faça isto, não fica bem. Afinal somos amigos de todos e irmão dos demais escoteiros. Mesmo os chatos como ele.  

                  Levantei do banco, peguei no seu colarinho e o fiz sentar. – Moço, você nem me disse seu nome, deve ter o que uns cinco ou dez anos de escotismo. Nem vou visitar seu grupo para não me decepcionar. Você nem sabe quantos meninos chegaram e quantos saíram. Você se conseguiu algum Lis de Ouro ou Escoteiro da Pátria foi milagre de Deus. Pode me dizer nosso efetivo em 1990 já com as moças e qual o nosso efetivo hoje? Pode me dizer quantos homens que hoje tem o poder nas mãos, seja politico seja empresarial ou mesmo educacional temos que exorta o escotismo em seu meio social? Pode-me dizer onde estamos na mente da comunidade brasileira como um movimento de educação? Pode me dizer quantos grupos escoteiros nos temos nos mais de 5.500 municípios Brasileiros? Pode me dizer quantos somos em porcentagem relativamente à população jovem no país? 

                  Olhei para ele e ele sem graça sorriu azedo.  – Terminei dizendo: - Olhe meu amigo como diz um escritor Escoteiro, eu não choramingo de saudades das jarreteiras, do chapelão, não me importa o escotismo que fazíamos e o que fazem hoje. Se antes matávamos galinhas no campo para comer e hoje isto é abominável mesmo sendo uma experiência de sobrevivência valeu a experiência. Não temos exemplos para acreditar que iremos ser reconhecidos pela população brasileira. Somos um pequeno punhado de guerreiros que aprenderam a amar o escotismo. Seu treinamento e formação não dá condições para que possam fazer do jovem o homem de amanhã. Os grupos mais estruturados são um pequeno punhado que mesmo com excelente trabalho não chega ha dar os resultados esperados. Enquanto tivermos esta sede de poder, enquanto os que estão lá não abdicam de suas ideias, enquanto não houver um pensamento único que só a democracia resolve nunca chegaremos lá, seja com Macpro ou não.

                 Ele se levantou, não sorriu, eu mesmo lhe dei um aperto de mão e um abraço. Ele ficou sem jeito e foi embora. Como disse o meu amigo no seu extenso artigo em seu blog. – Depois de 20 anos, dizem que estamos colhendo a primeira safra de adultos forjados sob o principio da nova formação escoteira. Penso em B-P lá em cima vendo tudo isto. Sorrindo ou chorando?

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Do primeiro Curso Escoteiro ninguém esquece.


Conversa ao pé do fogo.
Do primeiro Curso Escoteiro ninguém esquece.

                   Muitos irão torcer a cara, outros com uma interrogação na mente. De novo Chefe? É de novo. Afinal eram meus tempos e se você não passou por isto não vai entender que foi uma época de ouro, um escotismo puro, cheio de responsabilidades onde os chefes nos incentivava a viver as aventuras que o escotismo podia nos proporcionar. Eu pertencia ao Grupo Escoteiro São Jorge. Não tinha numeral. Nunca teve. Não precisava. Os grupos vizinhos de outras cidades eram assim também. Na Alcatéia vivi um Lobismo diferente, mais solto, mais Escoteiro, mas dentro mística da jângal. Afinal Mowgly tinha liberdade de ir e vir. Acompanhado de seu eterno amigo o lobo Gris ele se divertia junto a Bagheera e Balu. Acampávamos sim, olhe nem me lembro de algum acantonamento, só dos acampamentos e excursões. Cada matilha tinha suas barracas. Sabíamos nós, sinais de pista, já entravamos na trilha dos semáforos e transmissão de Morse a distancia. Entendíamos a posição das estrelas, sabíamos ler um mapa simples, enfim, éramos um Mowgly vivendo a vida na floresta e enfrentando os Shery Khan que apareciam.

                    A Tropa tinha quatro patrulhas. A minha era a Lobo. Amava a patrulha e fazíamos reuniões duas vezes por mês. As outras duas semanas era no campo. Seja excursionando, bivaqueando, ou acampando. O Chefe Jessé aparecia quando estávamos na sede. Bandeira, oração inspeção e jogos. Adorava o quebra canela, o briga de galo, Este Lugar é meu era outro que valia a pena jogar. Não precisávamos de mais. Bola? Nem pensar. Tínhamos tempo livre para discutir, conversar, aprender e planejar. Enfim como todos a gente também crescia e aí vinha os seniores. Eles não tinham Chefe. Diziam que leram não sei onde que onde houver mais de dois seniores não precisava de chefes. Eu fui um deles por três anos e meio. A liberdade de ação era a tônica dos seniores. As atividades já contei muitas aqui. Uma manhã recebi um recado. O Chefe João Soldado (O Chefe do Grupo) queria falar comigo. – Vado, recebi um convite da Região para um curso. Não posso ir. Quer ir? Tudo pago por eles!

                  Dezessete anos e cinco meses. - Será que me aceitam Chefe? Já mandei um telegrama avisando que você vai! – Dito e feito, seria a maior aventura da minha vida. Passei semanas recordando semáforas, Morse, revisei os sinais de pista comuns e o que a patrulha criou, repassei os 42 nós escoteiros que sabia e claro dei uma escovada no meu chapéu e fiz brilhar a fivela do cinto e as estrelas de atividade. Tinha 11 delas. Mamãe engomou meu uniforme. Meu Vulcabrás brilhava com as cinco graxas que eu passei. Minha mochila sempre limpa e asseada. Lavei meu cantil, dei uma afiada no meu canivete e na minha faca escoteira. Meu cabo trançado estava conforme tinha visto no livro do Velho Lobo. O Guia do Escoteiro era um dos poucos livros que tínhamos. O Chefe João Soldado tinha o Livro da Jângal e o Escotismo Para Rapazes, mas para emprestar ele sempre reclamava da entrega. Li todos.

                   Na quinta feira (foi em julho de 1958) fiz questão de vestir o uniforme devagar. Olhei a mochila com minhas tralhas que sempre usei. Revisei e não faltava nada. Jairo Mexerica me levou a estação com sua charrete e não me cobrou nada. Minha mãe sorria e meu pai me deu um abraço. O trem partiu às sete da noite. Sentei na primeira classe (estava tudo pago) e não dormi. Às sete e meia chegamos na gare da estação de Belo Horizonte. Desci do trem posudo. Claro com meu chapelão e meu uniforme curto. Ninguem riu e teve até uma senhora que me deu sempre alerta. Peguei o Ônibus do Zoo na Praça da Bandeira. Vazio. Só cinco passageiros. Uma hora e meia depois de atravessar toda a Lagoa da Pampulha cheguei à porta do Zoo. Num canto sinais de pista. Sorri, sinais mal feitos pensei. Em quarenta minutos me adentrei na mata. Logo avistei uns trinta chefes conversando em grupos.

                   Na minha melhor posse gritei alto; - Sempre Alerta! Vado Escoteiro do Grupo Escoteiro São Jorge! Todos me olharam e sorriram sem graça. Tirei a mochila e fui de grupo em grupo me apresentando. Em cada apresentação juntava os cascos e dizia meu sempre alerta com gosto. Só um Chefe de Curvelo que foi mais fraterno. Abraçou-me e me senti bem com seu abraço. Um som esquisito que não conhecia tocou no ar. Depois fiquei sabendo que era um Chifre do Kudu. Formamos em ferradura. Eu sempre em pose militar. Aprendi assim desde Lobinho e não iria mudar agora. Chefe Floriano se apresentou e apresentou a equipe. Chefe Darcy Malta, Chefe J.F e o Chefe Hélio da UEB. Havia mais cinco escoteiros que chamavam de patrulha de Serviço. Fiz amizade com eles. Bandeira, oração e formação das novas patrulhas. Sorria, iria dar uma lição naqueles chefes de escotismo. Era bamba em nós, em sinais, em cozinha, tinha 26 especialidades, dentre as quais a de socorrista acampador e mateiro.

                     Foi-nos dado o material de patrulha. Antes o chefe J.F me chamou. – Cara mal educado. Foi logo condenando minhas especialidades, meu distintivo de primeira classe, meus cordões de eficiência e perguntou se eu trabalhava no circo. Espantei, nunca esperava aquilo. Meu deu cinco minutos para tirar tudo. Sai de perto dele e procurei o Chefe Floriano. Expliquei. Ele pelo menos foi mais educado. Disse que Chefe não usa tais distintos. Só o de promessa, as estrelas e o penacho. Vivendo e aprendendo. Olhe o curso para mim foi uma surpresa. Nunca esperava que fosse assim. Imaginava que iriam nos tomar provas Escoteiras. Nada disto. Ninguem falou nada das técnicas Escoteiras. Bem todas as patrulhas sabiam bem fazer uma pioneiria. Eu mesmo aprendi ali nos campos de patrulha que não era o que pensava nas construções mateiras. Foram cinco dias maravilhosos. Cinco dias que nunca mais esqueci. Fiz amigos que nunca pensei em fazer. Aprendi tanto que até hoje nunca esqueci as palestras e a forma com que eram dadas.

                     Cada dia as funções na patrulha se revezavam. Tive a oportunidade de ser cozinheiro, bombeiro e lenhador, aguadeiro, intendente, escriba sub e monitor. Levantávamos as seis para a física. O próprio monitor dirigia. O café e a inspeção a seguir. Custamos para tirar a Eficiência de Campo. Havia atividades surpresas como discussões de temas às três da manhã. Um Chefe deu uma palestra sobre acidentes com todos no lago com água pela cintura por vinte minutos às quatro da manhã. Contar mais? Chorei a cântaros quando o curso terminou. Juramos manter a amizade por toda a vida. Prometi fazer o Insígnia parte II no ano seguinte. Sabia que seria nove dias. Teria que ocupar vocês por muitas páginas para contar tudo. Tive uma experiência incrível de como ser um Chefe Escoteiro. Dizem que isto é passado, hoje tudo é mais moderno. Chefes não agem assim. Não vou discutir, pois só quem viveu esta época sabe o que dizer.


                         Temos depois fui nomeado DCB e depois DCIM. Meus cursos ainda se mantinham como a escola que aprendi. Hoje sou um dinossauro perdido no tempo que não sabe para onde estamos seguindo. Não sei explicar em palavras bonitas como nossos dirigentes o escotismo do futuro. Que assim seja. Mas sinceramente? – Este não é meu escotismo!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Acampamento de Gilwell.


Conversa ao pé do fogo.
Acampamento de Gilwell.

                   Falamos muito em acampamentos de Giwell. Sei que muitos conhecem e muito bem, mas tem outros que ainda não. Escotismo sem ele está fora da realidade. Quando os jovens ficam sabendo que no programa anual vão ter vários acampamentos eles vibram. Eles adoram. Entraram no escotismo por causa deles. Mas se o último acampamento que foram decepcionou e não conseguiu despertar neles o sonho aventureiro, aí meu amigo é preciso consertar e já. Ou então é melhor não ir mais. E olhe não se esqueça de perguntar a eles. Não adianta o melhor Fogo de Conselho do Mundo. Pode dar a eles o que quiserem, mas lembre-se você não pode falhar. Você é o Escotista responsável para que os sonhos deles se tornem realidade. Quando você deu a eles as delicias de uma vida mateira, quando deixou que eles fizessem a fazer fazendo sem sua ajuda, quando o tempo foi bem distribuído e ele pode vivenciar o que disseram para ele antes de ir, então, e então o sucesso é garantido e absoluto. 

                    Costumo dizer que existem acampamentos e acampamentos. Alguns confundem o bom e Velho acampamento Escoteiro com camping. Levam mães para cozinharem, mesa e cadeiras de camping, lampião a gás e tantas outras bugigangas. Outros aproveitam e fazem uma festa. Lá estão os lobos os seniores e não esquecem dos filhos, avós tias e o escambal.- Mas será isto mesmo? É isto que os escoteiros fazem? Não, não é. Escoteiros acampam separadamente por sessões e não fazem camping. Eu costumo dizer que a preparação e a organização é a “alma do negocio”. Se a preparação foi perfeita e a organização também o sucesso será garantido. Não pretendo ensinar aos chefes Escoteiros, pois muitos podem me dar lições do que é um bom acampamento Escoteiro. Este artigo foi feito para aqueles que ainda não conhecem ou fizeram acampamentos totalmente dentro dos padrões de Gilwell. Se não for assim não é um acampamento Escoteiro. Gilwell é considerado o centro de adestramento mundial. Quando dizemos a moda Gilwell é que ali se pratica conforme Baden-Powell especificou e fez no seu primeiro acampamento em Browsea. No mundo inteiro os acampamentos são realizados com os padrões de Giwell. A liberdade da Patrulha é absoluta. Cada uma tem seu campo de Patrulha pelo menos a vinte ou trinta metros de distancia uma da outra. É como se fosse uma casa, um lar da Patrulha.

                   É importante dizer que estranhos (chefes, Escoteiros de outra patrulha ou visitantes) só entram se convidados ou pedirem permissão. A Patrulha tem seu próprio material de campo, sua intendência e dentro do possível farão as pioneiras necessárias para que a comodidade, a higiene e o conforto possa dar o que eles têm em suas residências, claro no possível. Importantíssimo é a escolha do local. Hoje nem sempre encontramos nas cidades maiores bons locais. Isto não é empecilho para um bom Chefe. Conversar com outros grupos, pesquisar, ver um pai que tem um sítio ou conhecido se consegue muita coisa. Não sou daqueles de alugar local que frequentemente são oferecidos. Quanto mais caro menos jovens irão participar. Não é difícil se relacionar com o proprietário de um local bom para acampar e de graça. Coloque o uniforme (apresentação faz parte de um bom relacionamento e o proprietário vai pensar que somos gente séria). Quem sabe um passeio com seus assistentes nas redondezas e ou estradas secundárias? Os nativos são bons para informações. Se conseguirem façam amizades com o proprietário, diga para que ele o que pretendem e falem da formação Escoteira lembrando sempre da lei e promessa. Peçam autorização.

                    Lembrem-se que não vão acampar ali somente uma vez. Assim o proprietário deve sempre ser convidado para uma bandeira e quem sabe entregar a ele um lenço do grupo em solenidade especial. Eu disse entregar e não promessar. Conheço chefes que em São Paulo tem sempre a mão quatro ou cinco bons locais. Um telefonema a cada dois meses para manter a amizade, um parabéns de aniversário, um convite para uma pizza e você vai ter a amizade do proprietário para sempre. Lembremos que o espírito de aventura nos escoteiros é primordial. O local não deve ser perto de residências, postes de luz e estradas. Nada que lembre a civilização. Até os veículos que irão fazer o transporte devem ficar distantes das patrulhas. Não esqueça se vai acampar avia-te em terra. Nada pode faltar. Chefes novatos ou mesmo até antigos ficam a passear de carro indo e voltando com “bagulhos” que faltaram. Se a patrulha tem um bom intendente ele sabe como se organizar. Para isto ela deve ter todo seu material necessário (dentro das possibilidades). Uma boa caixa de patrulhas demora anos para ser organizada. Barracas, vasilhame, material de sapa tudo muito bem acondicionado costuma levar Escoteiros em lugares distantes sem problema.

                       É importante saber que tudo vai funcionar bem se você preparou antes seus monitores em um acampamento só com eles. Se eles vivenciaram bem como deve ser feito um acampamento de Giwell. Quando isto não é feito tudo pode dar errado. (Lei de Murphy). Sei que tem patrulhas que acampam há anos e sempre com os mesmos patrulheiros. Assim podemos ficar tranquilos, pois o acampamento vai ser nota dez. Cada patrulha deve ter um responsável para cada função no acampamento.  Um almoxarife/intendente, um socorrista, um cozinheiro, um aguadeiro/lenhador, um construtor de pioneiras e muitos outros. Lembremos, no entanto que ali no campo a máxima é: - Um por todos e todos por um. Monitor que faz tudo não tem Patrulha tem ele e isto não é escotismo e nem ele procede como um monitor. Quando isto acontece ele reclama de todo mundo. O adestramento ou formação dos monitores é de responsabilidade dos chefes. Machadinha, facão materiais de sapa de corte ou não ninguém deve usar se não foi bem treinado. As pioneirias surgirão espontaneamente, pois a cada uma eles irão aprender mais e desenvolver melhor as próximas.
             
                               Importante lembrar que ninguém anda sozinho no campo. Sempre em dupla, com o Monitor ciente aonde vão e em distâncias curtas. Um mes antes do campo o material deve ser revisado e se o Almoxarife for bom às barracas já foram várias vezes colocadas ao sol para não mofar. Claro que as ferramentas de corte foram afiadas e bem oleadas para não enferrujarem. É importante que o tempo no campo para desenvolver o programa não deva ser corrido. Só de estar lá, na sua Patrulha, lutando lado a lado, construindo, rindo, calos nas mãos, sol quente e dando bravo quando a refeição está pronta já valeu o acampamento. Os tempos livres devem existir para eles descansarem e criarem atividades próprias. (pistas de animais, pescaria etc.). Jogos, atividades técnicas como comando Crow, Falsa Baiana entre outros devem ser feitas pelas patrulhas e nunca pelo Chefe. Calma com apitos. O Chefe que apita muito enche a paciência. Chame somente quando necessário. Conhece o sistema de bandeirolas? Varias pequenas, cada uma de uma cor, cada cor identifica o patrulheiro. Monitor, sub monitor, intendente, cozinheiro, aguadeiro, almoxarife etc. Subir a bandeirola do aguadeiro fará dele o melhor aguadeiro do mundo.


Um bom acampamento segura o jovem ou a jovem por muitos anos. O mau acampamento afugenta-o para nunca mais voltar. Lembre-se, acampe só com sua tropa. Não misture e nem convide outras sessões. Cada Chefe é responsável pelo seu acampamento. Não leve convidado, não é festa. Desculpe não leve seu filho pequeno seu Chefe da fábrica seu cozinheiro e nem sua sogra. Você vai estar ocupado. Cuidando de muitos e eles esperam muito de você!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Hoje tem almoço grátis no Escotismo!


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Hoje tem almoço grátis no Escotismo!

                Não tem jeito. Se viro para norte tem taxa, se viro para o sul tem mensalidade para pagar, se viro para o leste tem mudanças no ar. Tem taxa para tudo. Agora cobram até as condecorações. Já estou até vendo uma sortida delas e na loja escoteira alguém da UEB gritando: Pague uma leve duas, pague duas leve cinco. E Tapir de Prata? Pode ser pechinchada como dizia o comediante turco do Chico Anísio? – Zenhor! Vazemos qualquer negócio! – No futuro elas pelo que eu soube estarão nas prateleiras das Casas Bahia. Pois são eles os come-quieto sempre com mil ideias para faturar. Faturam com a vestimenta. Você pode escolher entre dezoito ou dezenove tipos. Tem preços para tudo. Agora não apoquente a moçada de lá da loja, afinal eles não são responsáveis pela confecção que é desastrosa. Costura que nem se sabe se é mesmo uma costura. A gente pensa que e uma costura de arremate da mesa do campo dos castores. Mas o melhor mesmo é o tamanho. Você pede pequeno recebe grande pede grande recebe pequeno. Como o caqui sumiu das prateleiras, pois eles nunca foram um bom negócio (costureiras por todo Brasil podiam fazer) a vestimenta agora é o ganha pão da turma.

                    E surgiu outra forma de fazer dinheiro. Fizeram nos dias 5 e seis (nem sei se foi cancelado) um Congresso de Educação Escoteira. Convidaram gente importante tais como o Diretor Presidente da WOSM João Armando Gonçalves e uma trupe de bambas no escotismo. Eles irão palestrar comentar, discutir (discutir o que?) – Ops me esqueci de dizer, tem taxa. Taxa Moço! Vê se não me cansa! Claro que tem que ter, quer de graça? O que é 450 mangos para ouvir os palestrantes e biscoitar um voismecê de cumidaria? Será que lá vai aparecer um gaiato rico para dizer a célebre frase de um Chefão do Escotismo que ficou famosa: - Se o garoto não tem dez reais no bolso, ele não pode ser Escoteiro! Bamba o camarada. Esta turma de hoje é supimpa chulipa, como dizia o papagaio da piada? Ou paga ou se manca. Risos. Era outra frase, mas melhor não dizer aqui.

                     Eu tremo na base com esta riqueza escoteira. Se falo dela vem logo um gaiato que nunca fez escotismo de pobre a dizer: - Chefe não tem almoço grátis. Bem isto não tem discussão tudo tem despesas, mas e o menino ou a menina? Se eles não podem comer um torresminho grátis então nós temos que fazer tudo para eles comerem. Nem começo a pensar e lá vem um outro gaiato querendo postar em um dos grupos que colaboro: - Quer acampar? Venha conhecer o sítio da Dondoca, lá tem tudo, banheiro, mesas, refeições prontas, e se quiserem temos uma turma só para armar as barracas! Preços módicos! – E não é que soube que tem gente que paga? Bem se o “borso” como diz o “Nerso da Jacutinga” está cheio que pague. E agora empresas de sabidos estão as turras para levar turmas de chefes ou seniores ou pioneiros para aprender a caminhar, andar em trilha, observar a floresta, sentir a natureza, poder nadar sem perigo, pegar cobras com a mão e o escambal. Quanto? Se inscreva no meu site. Assim você paga mais baratinho! Quer pagar? Então bufa e pague e não me apoquente!

                    Bem isto é moderno. Faz parte do novo escotismo da UEB. Soube que agora, ou melhor, tem vinte anos que a UEB adotou um tal de Macpro. Sei lá o que é isto. Comida eu sei que não é. Li que alguém fez profundas revisões nos diferentes aspectos culturais e comportamental da vida humana. Discutiram as pampas a educação e teóricos e metodólogos aprofundaram estudos sobre a formação do jovem de hoje nos termos educacionais. Soube que os escoteiros não queriam ficar de fora destas discussões. Dizem que muitos famosos dirigentes e pedagogos afirmavam que o então Programa Escoteiro não atendia as necessidades educativa da juventude. Chegaram a dizer que o novo programa iria superar e muito o método e programa de Baden-Powell. Os novos Badenianos do presente diziam que o Macpro iria suprir todas as necessidades pedagógicas e propuseram uma trabalho a médio e longo prazo.

                    Assim dizem que o escotismo foi então absorvido não mais pelo método de B-P, mas pelo tal de Macpro que nem sei o que é. Risos. (para entender melhor leiam no blog Café Mateiro o excelente trabalho escrito pelo expert em escotismo nacional e mundial Fernando Robleño, vale a pena). Eu pergunto: - Alguém está sabendo disto? A UEB tem feito proselitismo sobre tal tema e tal ação? Afinal se isto está sendo praticado é ou não uma realidade? Se for então somos cobaias? Não temos direito a opinar? Claro que sei que não, opinar não faz parte do vocabulário dos dirigentes escoteiros nacionais e regionais. Enfim, este escotismo moderno, esta parafernália dos novos profetas escoteiros com seus saberes e seus estudos fantásticos eu fico pensando se não são os falsos profetas como Cristo profetizou. Em vez de milagres de cura agora é o milagre de fazer o escotismo como o maior movimento de jovens do mundo. Quá! Mas já não somos?

                      Estou a ver as mudanças que acontecem no escotismo. Como cegos estamos sendo conduzidos para o caminho que os novos profetas escoteiros escolheram para nós. Já é fato notório que muitos cursos de formação estão deixando para trás o sistema de patrulhas, o método, a arte de aprender fazendo e a fraternidade escoteira. Aquela que o quarto artigo diz: - Somos irmãos de todos e amigo dos demais. Se meditarmos um pouco veremos que a saída do movimento de milhares de antigos ou mesmo os que resolveram se manifestar contra o que está acontecendo parece um jogo marcado. Não há interesse no retorno destes. É mais fácil mostrar um programa novo com técnicas modernas (assim eles dizem) aos que estão chegando do que os que já estão há tempos aqui sabendo o que e um escotismo de verdade na trilha que Baden-Powell nos deixou.


                     As mudanças foram todas premeditadas. Nada foi deixado de lado. Ninguem da liderança se preocupou quando as criou em saber do pensamento dos demais. Tudo foi imposto, quase obrigatório. As unidades locais sabem que a distancia entre elas e as lideranças regionais e nacionais é grande demais para tomar qualquer atitude. Enfim, o melhor mesmo é aceitar, fingir que está tudo bem. Afinal não é assim que dizem? Estou aqui pelos meninos, e por eles aceito e faço tudo que me pedirem. Só falta completar o que o grande líder Escoteiro disse: Se o garoto não tem dez reais no bolso, ele não pode ser um Escoteiro!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Os dois lados da razão.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Os dois lados da razão.

             Para mim o escotismo tem duas interpretações. Uma há que eu vivi no passado, um escotismo livre, sem amarras, sem lideres nacionais a dizerem o que fazer ou como fazer. Certo ou errado era um escotismo audacioso, cheio de sonhos aventureiros, fazer fazendo, gostando da chuva, do vento, das marchas em montanhas e afins. A outra é a de hoje, um escotismo dirigido por adultos que se apegaram nas suas experiências de um escotismo moderno a dizer o que fazer e como fazer. Eles decidem tudo para os jovens, escrevem normas, planejam programas, se vangloriam quando criam uniformes e afins. Muitos deles acham que as ideias de Baden-Powell serviram no passado. E os jovens? Aos poucos vão sendo alienados com uma perspectiva que não leva a sonhos aventureiros, a molhar na chuva. O medo do adulto mau, da marginalidade, do acidente imprevisível e isto deu outra conotação ao escotismo. Os jovens não podem mais respirar a liberdade de correr pelos campos com suas bandeiras ao vento. Ou será que pode?

              Um era o escotismo de decisão, de poder ter responsabilidade na infância e o outro submisso, recebendo tudo nas mãos e nunca podendo opinar. Criaram até uma organização que chamam de Jovens Lideres. Estes têm entre 18 a 26 anos. Jovens? Bem eles dizem nossos dirigentes opinam, decidem são consultados e os outros que não tem esta idade? Não podem opinar. Recebem tudo pronto e é como lhe dissessem – Aceite, é para você se divertir! Se não gostar é só pedir para sair. Infelizmente um escotismo ficou no passado, o outro enraizado no presente. São os dois lados da razão. O de hoje sabe que não vai mudar nada do que foi no passado e o de ontem sabe que nunca irá prevalecer para o presente.

Um domingo qualquer lendo a Folha de São Paulo me deparo com um artigo de um articulista que escreveu seu relato de escotismo na Revista da Folha. Seu nome? Fabricio Corsaletti. Ele reveza um domingo sim outro não com outra articulista. Chamou-me atenção o que ele escreveu. Transcrevo abaixo o artigo completo:

Ilha solteira e depois.
Uma vez por ano os escoteiros do Brasil inteiro se reuniam em Ilha Solteira, na divisa com o Mato Grosso do Sul, numa espécie de congresso nacional de pirralhos acendedores de fogueira, armados de facões e canivetes e com chapéus iguais ao dos Guardas Florestais do Zé Colmeia. Mas eu não estava me sentindo bem. Era o meu terceiro acampamento desde que tinha entrado pró-escotismo, o primeiro em Ilha Solteira, e no instante em que soquei minha mochila no fundo da barraca eu soube que estava a um passo de desmoronar. Escoteiros são um pouco como militares: Machos, implacáveis e contrários a grandes variações de humor. E meu humor estava por um triz.

Quando entrei no banheiro de ralos entupidos, onde outros trinta meninos tomavam banho, e a água subiu quase até meu joelhos, tive que fazer força prá não chorar nem vomitar. Senti falta de casa. Meus olhos se encheram de lágrimas. Se alguém percebesse, eu estava morto. Por sorte, naquela noite chegaram as bandeirantes, as escoteiras. Agora a minha saudade não era mais de casa, mas sim de um único cômodo, o quarto da Paula, lugar de reunião de suas amigas, que me deixavam ficar sentado num canto, ouvindo a conversa delas. A lembrança do quarto da minha irmã me deu forças; entre as bandeirantes eu também ficaria à vontade. A vida voltaria a fluir.

Enfiei-me no meio delas, e a mais alta como que se iluminou. Tinha a pele morena e lisinha feito um Danette de chocolate, sobrancelhas grossas, olhos pretos muito vivos e pernas compridas dentro de galochas vermelhas. Era séria. Devia ser profunda. Provavelmente estava odiando aquela confraternização idiota. Fiquei empolgado por tê-la descoberto. Tomamos um sorvete na cantina do parque em que estávamos acampados. Contei a ela que ouvia Ramones, que andava de skate e que tinha problemas com o Chefe da minha patrulha. Eu tocaria fogo no acampamento se ela quisesse. Eu a acompanharia até o Alasca e além.

As minhas perguntas ela respondia de maneira vaga, estranha. Hoje sei que essas perguntas giravam em torno de um mesmo tema e poderiam ser resumidas assim:
- O que um docinho como você veio fazer nesta pocilga? – Acontece que o docinho era filha do Chefe mais pentelho, o gordão de risada sinistra, e se vangloriava de ser uma bandeirante exemplar. Cumpria as leis de Baden-Powell (infelizmente não o musico) à risca. Não tinha uma única gota de romantismo no sangue. Sua fama (quem foi o animal que me contou tudo isso?) corria o sertão de Goiás. Lembro que o nome de Corisco foi citado.

Na noite seguinte a cangaceira juntou três amigas. Elas subiram no palco (não era o prenúncio das P. Riot acreditem), pegaram o microfone e gritaram em uníssono:
 - Fabrício de Santo Anastácio você não é um Escoteiro de verdade! – Nem escoteiro nem nada e cada vez mais propenso à mudança de humor. Mas por que resolvi desencavar essa história? Porque há um clima de escotismo no ar. No meu bairro ou nos jornais, nas rodas literárias ou no Brasil e no mundo.
- Não custa ficar esperto.

             Fico matutando se o jovem Fabrício não teve uma infância escoteira feliz. O que escreveu não machuca, não desfaz o sonho dos jovens. Mas será isto o escotismo que queremos? Quando teremos jovens como o Fabrício fazendo um bom escotismo, amando-o como se ama a si mesmo, e crescendo vai alardear aos quatro ventos o que é o verdadeiro escotismo? Já vi outros escrevendo e até um que denegriu e muito a imagem do Movimento Escoteiro. Nunca teremos apoio de autoridades se não fizeram um escotismo puro como queria BP. Dependemos de um e outro que escrevem o que acharam e a maioria de hoje não tem boas lembranças. Dependemos muito de normas, de programas que não foram idealizados pelos jovens. Sempre temos aqueles que não viveram o escotismo de antes e enxergam somente o de hoje. Não os culpo. Fazem o que aprenderam e defendem com unhas e dentes aquilo que lhes foi ensinado.


O mote é de Baden-Powell que dizia: - É uma pena que um homem tenha que viver sessenta anos para adquirir alguma experiência de vida e a leve para o túmulo, cabendo aos que o seguem começar tudo de novo, cometendo os mesmos erros e enfrentando os mesmos problemas... Sem nada mais a dizer! 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Assistentes escoteiros, você é ou já foi um?


Conversa ao pé do fogo.
Assistentes escoteiros, você é ou já foi um?

          Uma pergunta meio “idiota” Alguns até podem pensar assim e eu até dou razão. Pensando bem eu também acho. Sei que cada um terá uma pronta resposta para o titulo em questão e nem se darão conta de ler até fim. Para estes peço desculpas. Mas acreditem tenho visto tantos assistentes serem relegados ao segundo plano que me deu vontade de comentar o assunto. Se coloquem no lugar de um. Seja de uma Alcatéia ou tropa. Sempre o Akelá ou o Chefe achando que eles são novos, ainda não entendem nada e são guiados para ajudar sem participar completamente. Já viu algum assistente atuando diretamente nas sessões? Pergunte ao jovem ele sempre fala na Akelá tal e no Chefe Tal. E o assistente? Os jovens tem por ele admiração como tem por seus chefes atuantes? Bem sei de casos que sim, não vamos generalizar. Só o nome assistente não eleva o astral. É ruim ser apresentado assim: - Ele é meu “assistente”! Parece um subalterno que está ali para obedecer e cumprir ordens.

               Podem acreditar, mas o numero de assistentes que saem do escotismo é muito grande. Ele em principio aceita formalmente, afinal seu filho está ali, ou então foi um Escoteiro que agora resolveu voltar. E então ele chega à conclusão que ali não apita nada. E chega àquela hora de dizer e se perguntam o que está fazendo ali. Todos sabem que em qualquer profissão o ser humano necessita estar se relacionando com seus semelhantes. Quando este relacionamento é harmonioso, contributivo, espontâneo, gera-se satisfação e progresso. Ao contrário se surge conflitos, surgem obstáculos ao desenvolvimento das atividades, gera “emperramento” nos propósitos a serem alcançados. É difícil quando dois ou mais escotistas num ambiente de reunião, e que devem compartilhar ideias e tarefas não tem uma boa relação humana entre eles, é claro que a cooperação vai gerar atritos, comparações etc., mas tudo pode ser resolvido com diálogo e respeito.

                Dizem que existe uma técnica para se firmar nas boas relações entre duas ou mais pessoas. Eu não sei nunca me aprofundei muito nela. – Ser simpático, mostrar prestabilidade, autodomínio e ser sociável disto eu entendo bem. Mas para muitos isto requer um esforço enorme. No escotismo quem não nos conhece nos vê como um movimento de irmandade absoluta, e uma cortesia entre adultos que em certos casos nem se sabe quem está no comando ou na liderança. Mas em particular a importância de se mostrar em dizer que eu sou alguém, e que você é um “pata-tenra” (noviço, iniciante,) e, portanto é subalterno e que deve “ralar” para ficar como eu acontece muito. São situações que encontramos em diversas sessões Escoteiras. Repito sempre que existem exceções. Sem ferir susceptibilidades até nas mais altas esferas Escoteiras isto acontece frequentemente.

                        Vejam bem, tentamos de todas as maneiras arregimentar os pais, amigos e simpatizantes para virem colaborar conosco. E quando chegam muitos em pouco tempo desistem. Por quê? Claro que se explica pela prática de ser tratado como um eterno iniciante um subalterno que precisa ler e aprender muito. Mesmo que ele faça curso, que ele consiga ler uma boa literatura escoteira ele vai continuar sendo assistente. Se o titular não desistir ou for “promovido” ele nunca terá vez. No escotismo acontece muito o que é frequente em atividade vida profissional. Ensinaram-nos e a experiência comprovou que a sintonia perfeita entre o Chefe da sessão e os assistentes serve de parâmetros para dizer que estamos atingindo nossos objetivos. Isto se aplica a todo o Grupo Escoteiro e o Diretor Técnico é o seu maior responsável. Quantos grupos os chefes se reúnem para fazer, discutir e distribuir tarefas nos programas de reuniões?

                    Pergunto quantos grupos tem atividades exclusivas para chefes visando um entrosamento entre eles, ouvindo opiniões, seja em um Indaba do Grupo, com programa especifico, realizados trimestralmente ou semestralmente por ano? Uma Indaba no campo, dois ou três dias não seria maravilhoso para um bom relacionamento? Outro dia soube que tem alguns grupos que fazem assim. O chefão deles ou o Diretor Técnico se arroga em formador e vai lá para ditar ordens, achar que vai ensinar e adestrar e nada tem principio meio e fim. Discordo dos que pensam que é melhor agir ou fazer sozinho que ter alguém para carregar nas reuniões e atividades extra sede. Afinal se o assistente não é ativo na programação fatalmente ele não terá uma participação efetiva nas reuniões. Sei de alguns chefes que por delicadeza passam e-mail aos assistentes dizendo o que eles devem fazer. Não há sintonia e nem oportunidade para o assistente opinar. É correto?

          Quem sabe isto é uma rotina no Grupo Escoteiro de anos e anos, cujo Diretor Técnico nunca em tempo algum fez realizar um Conselho de Chefes ou se o fez foi esporádico, ninguém nunca o cobrou, pois ele acredita que sabe como agir e que conhece todos os membros do seu grupo. Outro dia comentei aqui com um Chefe de Grupo, ou melhor, um Diretor Técnico e ele me disse que nunca precisou. Eram todos irmãos e ele conversava com cada um em particular. Certo isto? Para mim totalmente errado. Conselho de Chefes se presta para outras necessidades e não ser informado individualmente pelo Diretor Técnico. É um paradoxo que isto possa acontecer no meio Escoteiro. Falamos tanto em sistema de patrulhas, de matilhas trabalhando em equipes e quando há necessidade dos adultos dirigentes mostrarem a vantagem do trabalho em equipe isto não acontece. Ter alguém como seguidor é uma coisa, ter alguém com liderança participativa é outra. Se tivermos que ouvir o ponto de vista do jovem, então devemos fazer o mesmo com os chefes e voluntários do Grupo.


            A nova metodologia de ensino nos ensina (nada de novo, pois o método de BP sempre fez assim) hoje em dia que o trabalho em equipe e relações humanas faz parte do nosso dia a dia. Tanto no seio profissional como particular. Quando um Chefe Escoteiro ou de alcatéia ou mesmo o Diretor técnico não vê a insatisfação de seus colaboradores, não sabe ouvir opiniões e não sabe dividir tarefas, o exemplo aos jovens serão mostrados e não adianta dizer as velhas frases ou metáforas já conhecidas tais como “faça o que eu mando e não o que eu faço”. Cabe a cada um de nós analisarmos se temos amigos e irmãos escoteiros conosco, ou subalterno que só recebe ordens. Assistentes são importantes em todo Grupo Escoteiro. Não somos de maneira nenhuma insubstituíveis, temos que estar preparados e em emergências que podem acontecer a todo instante.