Matar
ou morrer!
Já
leu? Não? Veja uma pequena parte da historia:
- O FANTÁSTICO JOGO NOTURNO NA ILHA DO GAVIÃO
NEGRO.
Dezoito horas e quinze minutos.
Sinaleiro ouviu um trovão no céu. O foguete do Chefe Nemo mais parecia um tiro
de canhão. Os patrulheiros da Falcão tremeram. Dominó olhou para Sinaleiro de
olhos arregalados. – Calma Dominó é só um jogo. Lembre-se você é um falcão sabe
o que fazer! Olhou para os outros e disse – Logo que entrarmos na mata já
sabem, não podemos andar juntos, pelo menos dois ou cinco metros um dos outros
– Não se esqueçam de fechar os olhos por dois minutos e quando abrir tentar
adaptá-lo a escuridão. Em pouco tempo terão condição de ver próximo a vocês,
pois mais distantes será impossível. Já falamos tudo que tínhamos de falar
agora é matar e não morrer. – Sinaleiro riu baixinho. Sabia que seria uma barra
chegar até ao Forte. Eram mais de quatro quilômetros. Ele estava com o mapa que
indicava o rumo. Andaram por cinquenta metros e a trilha sumiu no meio da mata.
Amarrou a bússola em seu pescoço. Treinaram durantes dias uma senha imitando um
Sabiá Laranjeira. Duzentos metros mata adentro ele notou que não havia sons na
mata. Nada. Nenhum som.
Corredor se orgulhava de sua
patrulha. Durante semanas treinaram o grito do bugio com perfeição. Agora ali
na mata escura e com a camuflagem que escolheram Corredor não sentia medo.
Sentia orgulho de sua patrulha. Sempre foram muito unidos. O passado deles
contavam histórias fantásticas de união. Ninguém reclamou quando entraram na
mata e a escuridão os pegou em cheio. Mal dava para ver a frente. Montanha
parecia dominar a escuridão. Olhava e olhava novamente. Ele disse a si mesmo
que mataria mais de dez. Jurou que seria o campeão. Quase todos eram peritos em
andar em matas. À noite não, pois só uma vez fizeram isto por pouco tempo.
Ficaram cinco dias treinando como rastejar em florestas. Ele sabia que poderiam
perder, mas seria páreo duro. Deram uma parada. Corredor só ouvia a sua
respiração. E a mata? Ela não respondia? Porque este silêncio? Aqui não têm
animais e pássaros?
Professor olhou com carinho para
o Pequeno Polegar. Ele fingia que não tinha medo, mas Professor sabia que ele
estava tremendo. Fique ao meu lado disse. Era um Escoteiro de pouco tempo. Um
ano acho eu. Era pequeno, não devia ter mais de um metro e quarenta. Parecia um
lobinho, mas já estava entrando nos doze anos. Fora Lobinho Cruzeiro do Sul e
chorou muito quando passou para a tropa. Mas quem não chorou? Professor
conseguiu que sua tia fizesse oito toucas ninjas negra. Ficaram ótimas. Dava
para impressionar principalmente à noite. Ele fez o possível para treinar os
patrulheiros da Lobo Cinzento. Foram à noite por duas vezes na mata do
Roncador. Claro foi por pouco tempo. Esqueceu-se de treinar com eles uma senha,
mas sabia que sempre estariam por perto se fizesse algum sinal. Sinal no
escuro? Sabia que faltava pouco para começar a matança. Matança? Isto não o
preocupava, achava interessante isto sim que a floresta não emitia nenhum
barulho, nada um silêncio mortal parecia viver dentro dela.
Dentuço falou baixinho no ouvido de
Centeralfo. – Acho que estamos ficando distantes um do outro, isto poderá fazer
a patrulha se dispensar e sumir na escuridão da mata. – Você tem razão Dentuço,
vá próximo de cada um e fale baixinho para chegarem mais perto. Os patrulheiros
da Patrulha Quati eram na maioria fortes, altura normal, mas bem maiores que os
outros Escoteiros das demais patrulhas. Centeralfo não sabia se seria uma vantagem
ou desvantagem. O pior é que todos eles achavam que seriam os vencedores. Nos
jogos de Scalp que fizeram sempre ganharam o troféu eficiência. Centeralfo era
um observador perfeito. Muitas vezes chegou próximo a um quati e um tatu sem
que estes percebessem sua presença. Por isto ficou de olhos abertos quando
notou que a floresta estava calada. Por quê? Pensou. Olhou para cima, para os
lados, com dizem os lobinhos abriu os olhos e os ouvidos e não ouvia nada. O
único som que ouviu foi de um estalo de um galho que alguém da patrulha pisou.
Chefe Nemo, Chefe Euclides,
Goiabada e Calango os seniiores estavam calados. Não cochilaram um só instante.
Sentados um ao lado do outro e encostados na pedra onde montaram seu staff eles
observavam a floresta. – Diabos pensava Chefe Euclides, que coisa esquisita! A
mata não fala? Era mesmo de assustar. Não ascenderam lampiões nada. Estava no
programa acender as cinco tochas só a partir das três da manhã. Ainda era cedo,
o relógio marcava uma meia. Chefe Nemo não gostava do que estava acontecendo. -
Jogo é jogado e lambari é pescado pensava. Sentia algum fantasmagórico no jogo.
Almas do outro mundo dizem não gostam de ser incomodadas. Mas a ilha eram
delas? Não viram nada de errado com a ilha quando prepararam o jogo por mais de
três meses. Sentiam que a mata era alegre e seus pássaros cantavam sozinhos ou
em bandos por cima das árvores. Ouviram um estalo. Outro e parou. Goiabada o
Sênior levantou e pegou um bastão, pois sabia que almas do outro mundo poderiam
aparecer. Se fosse o Senhor Lúcifer e ele não quisesse conversar ele estaria
preparado. Sempre foi bom no jogo do Quebra-pau. Calango o outro senior olhou
para cima e assustou. Um enorme Gavião Negro voava nos céus. Mesmo com a noite
em completa escuridão as estrelas mostravam com pouca luminosidade um vulto que
àquela hora da madrugada resolveu dar as caras.
Trinta Escoteiros avançavam
cautelosamente naquela floresta escura que pouco se via a frente. Ninguém via
ninguém. Cada um vinha de uma ponta da ilha. Três horas da manhã. Eles sabiam
que breve iriam se encontrar. Que Deus tivesse piedade de quem corresse, seria
presa fácil ao ficar longe dos seus amigos. Nenhum som. Cada um ouvia sua
própria respiração. Cada mente pensava que estava vivendo uma aventura que
nunca iriam viver outra. Rezas e orações eram feitas e repetidas. Os nervos a
flor da pele. Professor suava, não tremia, mas estava em uma situação anormal
que nunca aconteceu com ele. Sinaleiro de olhos arregalados buscava na floresta
escura algum sinal. Seus patrulheiros sumiram de sua vista. Corredor pela
primeira vez na vida teve medo. Isto é anormal pensou. Onde estão todos para
lutarem? Que espera infernal. Centeralfo parou. Sua respiração estava ofegante.
Medo? Impossível, Centeralfo não sabia o que significava a palavra medo. Sentiu
um barulho esquisito, era um galho de árvore a toda velocidade em direção ao
seu rosto. Não deu para desviar. Sinaleiro estava impressionado olhava a sua
frente e uma figura fantasmagórica pulava freneticamente como se fosse um zumbi
do outro mundo. Tremeu! Meu Deus! Não gritou, pois Sinaleiro era um Escoteiro
de verdade. Um barulho monstro como se o inferno estivesse chegando a terra
caiu sobre a floresta. Mil latas explodindo no chão. Uma torrente de água
jorrando do céu sem parar, Cafuné foi jogado ao ar preso por um cipó ficou dois
metros acima do chão de cabeça para baixo gritando feito um louco e pedindo
socorro. Ninguém se entendia, os planos foram por agua abaixo, 30 meninos
Escoteiros se encontraram naquela escuridão alguns gritando outros chorando e
muitos sendo mortos sem dó e sem piedade...
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O FANTÁSTICO JOGO NOTURNO NA ILHA DO
GAVIÃO NEGRO!