Crônicas
de um Velho Chefe Escoteiro.
As
férias Escoteiras estão chegando.
Porque não dizer merecidas.
Afinal um ano se foi e sabemos que mesmo não ficando só por conta dele estamos
cansados. As atividades profissionais e outras sociais sem contar as espirituais
também fizeram parte da vida de cada um. As férias nos Grupos Escoteiros hoje
em dia são comuns. Muitos param durante o mês de julho, janeiro e alguns
fevereiro também. Lembro-me quando fui Diretor Técnico de um grupo na capital
que na volta das férias sempre me preocupava. Muitos não apareciam. Quem sabe
as reuniões, os acampamentos excursões e tantas outras atividades Escoteiras eram
uma motivação para não perder nenhuma reunião. Nestes casos era hora de colocar
em prática o plano “B”. Risos, uma maneira de dizer. Todos ligando para os jovens
e pais dizendo que o grupo já tinha voltado à ativa. Uma época que nem todos
tinham telefone então uma cartinha e ou uma visita para que as patrulhas e
matilhas continuassem completas. Uma luta para evitar a evasão.
Entretanto conheci outros Grupos
Escoteiros que quase não paravam para as férias. Eram épocas dos grandes
acampamentos. Grandes acantonamentos. Lembro que fiz um em um grupo quando era Chefe
de quinze dias. Ufa! Cansou demais e como cansou. Desisti e passei a fazer somente
de dez dias. Nas capitais e nas maiores cidades muitos jovens correm para os
acampamento de férias realizados por empresas especializadas. Pelo que sei com altíssimas
taxas e as reservas devem ser feitas antecipadamente. Sei de jovens não
escoteiros que adoram e voltam todos os anos. Porque não fazer o mesmo nas
tropas e alcateias para se tornar uma tradição? Ninguém vai ficar em férias
mais de um mês, portanto é perfeitamente viável. Quando jovem era diferente.
Não éramos tanto dependentes dos chefes. Bastava programar e seguir o Velho plano
de ação: - O quê – Por que – Quem – Quando – Como – Quanto (R$) e onde. Fácil,
- Chefe: - Vamos para o Rio do Peixe – no sábado que vem – Vamos treinar semáforas
e aprender um pouco de primeiros socorros, iremos fazer uma ponte para os
residentes; – Taxa não haverá usaremos o sistema de ração. E assim o programa
estava feito. Hoje, no entanto isto não é tão fácil nas grandes cidades.
Sei que cada unidade local (Grupos
Escoteiros) têm seu esquema para as férias. Alguns mantém reuniões permanentes
aos sábados sob a liderança dos monitores, outros um assistente está presente.
Formam um grupo de amigos, pois se sabe que muitos escoteiros estarão viajando
e as patrulhas incompletas. Os lobos salvo algumas exceções ficam fora o mesmo período
de seus chefes. Afinal os pequerruchos ainda não estão preparados para andar
com as próprias pernas. Os lideres do grupo salvo um ou outro também não estão
presentes. Tem outros que aproveitam as férias e colocam mãos a obra na reforma
ou na pintura da sede. Não sei se é uma boa ideia. Sempre fui a favor que o Grupo
Escoteiro é de todos e não de um só. Se vão trabalhar nele que todos estejam
presentes inclusive os lobos. (carregando um tijolo, uma telha ou o que for).
Uma vez analisei quanto tempo
temos “escoteiramos” por ano. Até criei a palavra “Escoteirar”. Afinal a
maneira de dizer que vou “pros escoteiros” não dá. Melhor dizer vou “escoteirar”.
Não é verbo e nem sei o que os professores de português dirão. Se alguém me
pergunta respondo: - Não posso estou escoteirando. Quem sabe outro dia, pois
neste estarei a escoteirar com os escoteiros. Lembro-me dos meus ofícios escoteiros que
escrevia em baixo: - Escoteiramente Sempre Alerta para Servir. Nada de SAPS.
Mas hoje tudo é mais moderno. Mas vejamos o tempo que “escoteiramente” ficamos “escoteirando”
no escotismo. – Quatro reuniões por sábado. De doze a quatorze horas por mês. Excursões
acampamentos, atividades aventureiras no mês. Quem sabe a Tropa perfeita gasta 60
horas. Mas nem todas têm. Vamos levar em
consideração as reuniões que somos obrigados a comparecer. Chefia do Grupo (Conselho
de Chefes) Chefia Distrital sem contar às assembleias que são uma vez ao ano.
Podemos dizer que tiramos mais ou menos seis horas para isto. Somando tudo e
claro pensando que é um Grupo Escoteiro com objetivos propostos, chegamos a setenta
horas se muito. Ou seja, os mais dedicados fazem escotismo pelo menos três dias
por mês. Em dez meses são trinta dias. Verdade?
Pensando bem se minha
matemática foi perfeita (o que não acredito) é um tempo mínimo para dar
continuidade à formação que pretendemos dar aos jovens escoteiros e lobos. Se
observarmos bem a nova sistemática de programas feito pela UEB ou EB não tem
como atingir a todos institivamente. Somente os mais afoitos e mais esforçados
poderão conseguir seus objetivos. Enfim precisamos de umas férias. Mesmo com o
tempo exíguo que damos aos escoteiros nossas obrigações familiar e profissional
nos dizem que o corpo precisa de um descanso. Assim sendo eu desejo uma
excelente férias, que sabe uma viagem maravilhosa, poder ver um mar azul ou
verde em uma praia qualquer no amanhecer ou entardecer. Não importa onde. O
tempo vai passar e com ele sabemos que uma hora termina e vamos voltar. Hora de
“escoteirar” novamente. 2016 vem aí, quem sabe sob a batuta do moço lá de cima
tudo vai mudar.
Pensando bem é tempo do menino Jesus, em
sua manjedoura o papai Noel sabe que é um simples coadjuvante. Para ele aquele
que nasceu para nos salvar um grito de guerra de paz. Anrê! Para Papai Noel na
sua casa na Lapônia é hora de tirar o gorro para o Menino Jesus que fez tudo
por nos. Férias lindas, e vamos aguardar mesmo um novo ano que sob as graças e
proteção do senhor poderá ser aquele que esperamos para mudar nossas vidas.
Melhor
Possivel – Sempre Alerta – Servir!
Chefe Osvaldo