sábado, 29 de dezembro de 2018

Conversa ao pé do fogo. Boas ações dignificam o caráter.



Conversa ao pé do fogo.
Boas ações dignificam o caráter.

Prólogo: - Sêneca disse que o prêmio da boa ação é tê-la praticado. Baden-Powell finalizou: “A felicidade está baseada em dois pilares: a vida como um jogo, e generoso amor aos outros".

                   - O Centenário do Escotismo comemorou-se cem anos após o Acampamento Experimental de 1907, mas, quanto ao início das ideias de Baden-Powell para a juventude, que terão estado na origem do Escotismo, torna-se mais difícil uma localização no tempo. O Cerco de Mafeking fez de B-P um herói nacional, conhecido além-fronteiras e venerado no Império Britânico - tanto por adultos, como por jovens.

                       Por essa altura, coexistiam na Inglaterra várias associações e clubes dedicadas à formação dos jovens, como a YMCA (Young Mens. Christian Association) e a Boys’ Brigade. Um desses clubes escreveu a B-P, que se encontrava a braços com a formação da Polícia Sul Africana, pedindo-lhe que enviasse uma mensagem para os seus rapazes. B-P respondeu a 21 de Julho de 1901, a partir de Zuurfontein, no Transvaal (África do Sul), com uma mensagem alusiva a um dos aspectos que mais contribuiu para imortalizar a imagem do escoteiro: a Boa Ação!

Meus caros rapazes,
O regulamento da vossa associação obriga-vos a manterem-se longe das bebidas, do tabaco, do jogo ilícito, do uso dos palavrões, etc. Não há nada melhor do que seguir essas regras e admiro-vos por as seguirem. Outros rapazes, que não têm a coragem de se juntar a vocês nem de se manterem fiéis a essas regras, provavelmente ganharão maus hábitos dos quais nunca se conseguirão libertar e, em muitos casos, as suas vidas tornar-se-ão histórias de miséria e fracasso: enquanto que vocês, saindo do vosso clube sóbrio e com a mente limpa, provavelmente sair-se-ão bem na vida, quando crescerem – se continuarem a aderir a essas regras.

Mas lembrem-se disto: Quando os soldados defendem um local, não ficam sentados, mas lançam contra-ataques para fazer debandar o inimigo. Por isso, não devem contentar-se em ficar sentados para se defenderem dos maus hábitos, mas devem também ser ativos para fazer o bem. Por “fazer o bem” quero dizer tornarem-se úteis e fazerem pequenos gestos de bondade a outras pessoas – sejam amigos ou desconhecidos. Não é algo difícil, e a melhor maneira de concretizá-lo é decidirem fazer pelo menos uma “boa ação” a alguém todos os dias, ganhando, assim, o hábito de fazerem sempre boas ações. Não importa o quão pequena possa ser a “boa ação” – nem que seja apenas ajudar uma senhora de idade a atravessar a rua, ou dizer uma palavra amiga em favor de alguém que foi difamado. O importante é fazer algo.

Quando um homem está a morrer, não está com tanto medo de morrer como de sentir que podia ter feito melhor uso do seu tempo enquanto viveu. O homem que fez “boas ações” toda a sua vida não tem nada a temer quando estiver a morrer.  Se esse homem sentir que fez algo de bom aos seus semelhantes sentir-se-á ainda mais feliz do que aquele que apenas se manteve afastado dos maus hábitos. Por isso, sugiro a cada um de vós, que leem esta carta, que devem, não só afastar-se da bebida e dos maus caminhos que lhe estão associados, mas também tentar.  “Fazer boas ações às pessoas à vossa volta”. "Podem começar já hoje e, se quiserem escrever e contar-me sobre a vossa primeira “boa ação”, terei todo o gosto em conhecê-la.”.

                      Sabemos todos que praticam o escotismo que somos um movimento de formação de caráter. Desde os primórdios que Baden-Powell nos deixou este legado e seu método mantem-se incólume até hoje. No seu livro Escotismo para Rapazes, diz que o desenvolvimento do jovem, se faz por meio de um sistema de valores que prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei escoteira. Através da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, fazemos com que o jovem assuma seu próprio crescimento, tornar-se um exemplo de fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina.

                     Baden-Powell quando escreveu a Promessa Escoteira (aqui no seu original) - "Pela minha honra, eu prometo que farei o meu melhor para cumprir meu dever para com Deus e o Rei, ajudar os outros em todas as ocasiões e obedecer à Lei Escoteira.". Tudo que ele dizia fazia questão de dizer que sem ajuda ao próximo o escotismo não iria atingir os objetivos que se pretendia. Os conceitos inerentes a Lei Escoteira se firmava pela honra, integridade, lealdade, presteza, amizade, cortesia, respeito e proteção da natureza, responsabilidade, disciplina, coragem, ânimo, bom-senso, respeito pela propriedade e autoconfiança.

                       Boas ações são sempre lembradas por quem já foi ou mesmo por aqueles que nunca foram Escoteiros. Muitos nunca esqueceram o menino ajudando um idoso a atravessar a rua. Está na mente dos escritores, poetas, pensadores e claro nos humoristas com suas piadas infalíveis de boas ações principalmente aquela do menino que forçava a velhinha a atravessar a rua de todo jeito. O escotismo tem uma gama enorme de atividades para prender o jovem em suas fileiras. O uniforme, a disciplina, a amizade, a fraternidade mundial, um código de honra, uma promessa à patrulha ou matilha.  No Sistema de Patrulhas ele tem melhor conhecimento do método através do qual se pratica o escotismo.

                     O sistema de patrulhas visa promover o constante desenvolvimento dos escoteiros trabalhando sempre em pequenos grupos (patrulhas) liderados por um jovem (monitor). Entretanto posso garantir que sem um perfeito conhecimento, assimilação e ação sem boas ações estamos longe de alcançar o objetivo que nos propomos.