sábado, 7 de julho de 2018

O inesquecível grande uivo.



Conversa ao pé do fogo.
O inesquecível Grande Uivo.
    
“GRANDE UIVO significa uma forma de mostrar que os Lobinhos estão prontos para obedecer às ordens do Akelá e, mais do que isso, fazê-lo da forma Melhor Possível! Assim, é também uma maneira de reafirmar a sua Promessa e dar boas vindas aos visitantes ou uma data festiva”.

                          Não! Claro que não. Não vou ensinar como se faz grande Uivo. Nunca! Não vim aqui para isto. Só quero contar o que senti na primeira vez. Ou quem sabe muitos aqui que estão lendo este artigo sabem o que quero dizer. Acredito que mesmo a Akelá, o Bagheera, o Balu, a Kaa e tantos outros que são os irmãos mais velhos dos lobinhos devem também sentir quando o Grande Uivo é realizado. Muito ainda não sabem a importância desta cerimonia em sí que por sinal é linda. Talvez a mais linda de tudo que o movimento Escoteiro e a mística da Jângal nos oferecem. Pode até ser que se compare a uma investidura pioneira nos moldes do passado. Claro talvez não como eu vi os pioneiros há muito tempo atrás, no fundo de uma gruta brilhante a luz de velas, estalactites mil, lá para os lados de Lagoa Santa em Minas em uma caverna ainda inexplorada, mas isto é outra história e não interessa aqui.

                             É incrível ver a face dos lobinhos, das lobinhas quando pela primeira vez fazem o Grande Uivo. É inesquecível. Os olhos? Brilham mais que a luz das estrelas. A face fica corada, o corpo tremendo, e quando entram no círculo e ficam naquela espera angustiante para saber que vai representar os lobos, é de tirar o fôlego. O olhar da Akelá, a perscrutar aqui e ali quem seria o escolhido. O seu olhar de seriedade, o seu sorriso o piscar de olhos e pronto. Escolheu! E ela com sua voz meiga, simpática, amiga e todos a olhando como se estivesse na Roca do Conselho, lá em plena gruta na caverna dos lobos, ela firme no centro do círculo com o felizardo já escolhido que sorri de felicidade diz olhando para ele: Melhor! Melhor! Melhor e melhor?

                        Se você já foi um deles, se você está presente sempre nesta cerimonia, se você sente aquele amor que os lobos têm por aquela cerimônia, então pode ser que vá perder o fôlego como eu faço sempre. E o final daquele momento culminante marca. Eles saltam no ar, como se fossem voar, e com aquela força própria de lobos corajosos, dizem – Simmmm! Melhor! Melhor! Melhor e melhor! Meus amigos, nesta hora sentimos o chão tremer. O coração bater. E aí, o vento começa a soprar, o sol se sente embaraçado e se é noite de luar, fica aquela bola grande brilhante no céu dançando ao redor dos cometas que também dançam com aquele espetáculo inesquecível. Se fossemos eternos sonhadores veríamos os pássaros se aproximar e cantar sobre a Alcatéia numa homenagem aqueles lobinhos e lobinhas maravilhosos.

                    Uma mística que vem lá de dentro da Jângal. Uma mística que não acaba. Que não cansa. Que dá alegria e todas as vezes que é realizada os lobinhos saltitantes se preparam com amor. O Grande Uivo tem um valor inestimável. Lobo! Lobo! Lobo! - Lôoobooo! Hora de formar, hora de gritar! Melhor? Melhor? Melhor? E melhor? Correr, brincar e olhar para o Balu quando ele gritar: - Caça livre! Da vontade de voltar no tempo novamente e começar tudo de novo.

                       - E, nunca esqueço aquele dia, problemas mil a matutar como resolver; eu sentado na escada da sede, pensando como fazer e eis que a minha frente aparece uma lobinha sorridente, linda no seu uniforme azul seu lenço bem postado boné de lobo, firme como uma rocha; e eis que ela fica em posição de sentido e diz com aquela voz infantil que conquista qualquer um: – Melhor Possível Chefe! Assusto-me, olhos nos olhos, o que dizer? Fiquei em pé rápido, juntei os “cascos” e em posição de sentido e respondi – Melhor Possível jovem lobinha. Ela saiu sorridente e eu pensando que meus problemas eram insolúveis! Ah! Estes lobinhos maravilhosos e suas maravilhosas poses e sorrisos!