domingo, 18 de novembro de 2012

O maravilhoso mundo dos escoteiros.


Escrevi esta crônica para publicar no grupo Escotismo e suas histórias e em minha pagina no Facebook. Resolvi publicar aqui para fazer minha homenagem a todas as organizações escoteiras existentes no Brasil. Tenho orgulho de ter amigos em todas. Me sinto honrado com isto. Apesar de não ser registrado luto por uma UEB democrática, amiga e procurando entender que somos todos irmãos. Quanto tempo vai durar esta luta surda que muitas vezes muitos não estão sabendo eu não sei. Mas torço para que a fraternidade seja uma palavra sincera e não como é apregoada por muitos que se sentem ameaçados com outras organizações. 



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
O maravilhoso mundo dos escoteiros.

                 Exalta-se por todos os lados, em todas as nações onde o escotismo é praticado que ter a alegria de por um lenço, fazer uma promessa, sair por aí enfrentando o vento, olhando o céu azul, amigos juntos, são particularidades de nós escoteiros que praticamos o escotismo. É mesmo um movimento maravilhoso e único. Perguntem aos Florestais. Perguntem aos meninos da FET ou perguntem aos jovens da AEBP. Perguntem aos Desbravadores. E finalmente aos jovens da UEB. Eles não se importam de onde são, pois assim como todos tiveram um dia a ventura de acordar em uma montanha, ou em uma campina e verem o nascer do sol, de poder ver à tardinha em um acampamento, a fome chegando a fumaça da lenha queimando no fogão o olhar faminto, mas contente de um dia que se foi. Isto meus amigos não é privilegio de ninguém. É de todos que abraçaram os ensinamentos de Baden Powell.

                 Francamente eu não entendo apesar de que têm muitas explicações o porquê desta animosidade por aqueles que abraçaram a causa Escoteira em outra organização. Caramba! Afinal não dizem que somos todos irmãos? Que adianta dizer que o Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros? Ninguém é dono do escotismo. Ele é de todos que abraçam as ideias de Baden Powell. Meu passado Escoteiro hoje está vendo uma luta surda que nunca presenciei na minha vida escoteira. Porque antes éramos um só, em volta de uma organização que nos preenchia tudo que esperávamos do escotismo. Mas ela também é sujeita a erros, não é onipotente. Se alguns quiseram abraçar e fazer outra escolha, outra organização é um direito deles. Se eles estão fazendo o escotismo conforme nossa Lei e Promessa deixaram de serem nossos irmãos?

                 Convidem a todos os jovens de todas as organizações, os coloquem em um grande acampamento e verão como são irmãos. Verão como irão sorrir e se abraçar mutuamente. Não ficarão lá dizendo que minha organização é melhor que a sua. Que eu sou certo e você errado. Que vocês fazem isto e isto. Eles são puros nas suas maneiras, nas suas palavras e nas suas ações. Quem fica implicando e batendo no peito que eu estou no lugar certo e vocês no lugar errado são os adultos. Não todos adultos, pois em todas estas organizações tem chefes escoteiros maravilhosos.

                 Se um dia pudessem mais de perto ver aquele Chefe Escoteiro, seja em que organização for, lutando pela formação dos jovens, dentro dos padrões e métodos escoteiros iriam ver quanta beleza existe no coração de cada um, seja homem ou mulher que orgulhosamente vestem seu uniforme. Quando eles sacrificam suas horas de lazer, quando sacrificam seu trabalho profissional, quando eles deixam de dar a alguém próximo de sua família para doar seu amor ao escotismo, existem diferenças entre uma e outra organização? Afinal temos ou não o direito de escolha? Eles escolheram seu caminho, agora continuam fazendo escotismo e nossa obrigação é aplaudir. Continuamos sendo irmãos escoteiros. O futuro daqueles meninos que vestiram um uniforme fizeram uma promessa, correram pelas campinas em busca de aventuras será diferente dos demais?

                Acho que devemos pensar um pouco. Quem se acha dono dos seus direitos esquece que o direito de um termina onde começa o do outro. Parodiando Paulo Miranda, ele diz que somente com a legítima liberdade de expressão, pluralidade de informação, respeito à cidadania, e permanente vigilância contra as tentativas de cercear o Estado democrático de direito, é que podemos pensar em transformar regimes de força, em regimes de direito. Diderot também dizia que existe apenas um dever, o de sermos felizes!

                A UEB não é onipotente. Não tem o direito de cercear através de uma maciça lavagem cerebral de muitos chefes, esta luta contra as outras organizações que fazem o escotismo. Ela deveria olhar melhor para dentro de sí.  Deveria ter como exemplo o respeito, a boa convivência e o amor que existem em muitos países europeus. Lá como aqui também tem aqueles que resolveram escolher outro caminho, mas como mesmo objetivo da chegada – Formar bons cidadãos com o nobre princípio da Lei e da Promessa. Sei que minhas palavras podem não ser entendidas por muitos. Mas está crescendo esta luta. Antes que ela se transforme em uma bola de nove, devíamos pensar melhor e aceitar a todos como irmãos escoteiros. Não importa onde estão! Uma vez comentei aqui em um artigo que me senti pressionado várias vezes a acatar ideias que não eram de meu agrado. Poderia ter saído do escotismo como fizeram e estão fazendo hoje milhares de escotistas e até jovens insatisfeitos com o que estão vendo e sentido nos seus superiores hierárquicos. Eu continuei, mas fazendo minha cruzada pessoal. Sou da UEB mesmo sem registro. Mas não aceito sua maneira autocrática e muitas vezes ditatorial.

                  Ninguém é dono do escotismo. Ele é de todos que abraçam as ideias de Baden Powell. Tiro meu chapéu para todos os chefes e as chefes que lutam por um escotismo melhor. Que ele seja dos Florestais, que ele seja da AEBP, que ele seja da FET ou da UEB e de tantas outras que estão surgindo. Sei que palavras são palavras e muitas vezes elas são levadas como vento. Mas vendo aquele Chefe ou aquela Chefe sorrindo junto aos seus meninos e meninas, se sacrificando, dando tudo de sí para a juventude, me levanto e grito bem alto: - Aplausos gente! Grande Palma Escoteira para eles. Nesta hora estão fazendo escotismo e muitas vezes com o sacrifício pessoal que merece nosso abraço e o nosso Sempre Alerta!   

                  E para terminar eu digo aos meus amigos e amigas, eu não quero saber se o Pedro se chama João ou se o Antonio se chama Joaquim. Os motivos de cada um não importa. Importa sim o que fazem e como me sinto orgulhoso em ter amigos em todos eles. Amo o escotismo. E vejo nele uma maneira de se alcançar a felicidade plena. Deixem que todos façam isto. Deixem que eles possam ser nossos irmãos. E os motivos porque escolheram outro caminho não me importa. Importa é o que estão fazendo e vão fazer pela juventude de nosso país!