quinta-feira, 9 de outubro de 2014

“Castas” – existem mesmo no escotismo?


Conversa ao pé do fogo.
“Castas” – existem mesmo no escotismo?

“Na sociedade liberal, vivemos em uma cultura onde muitos acreditam que qualquer um pode ascender em termos sociais e econômicos por meio de riquezas acumuladas. Contudo na Índia, trabalho e riqueza são parâmetros insuficientes para que possamos compreender a ordenação que configura a posição ocupada por cada indivíduo. Nesse país, o chamado regime de castas se utiliza de critérios da natureza religiosa e hereditária para formar seus grupos sociais.” Entende-se em sociologia, que castas são sistemas tradicionais, hereditários ou sociais de estratificação, ao abrigo da lei ou da prática comum, com base em classificações tais como a raça, a cultura, a ocupação profissional, etc.

               Sei que muitos estão achando graça, mas olhe preste atenção e vais ver que tem um bem perto de você que se acha previlegiado. Sem perceber ele já pertence a “casta” ou assim pensa. Pode ser pelo cargo, pelo seu tempo de movimento ou mesmo pelo seu gráu de conhecimento escoteiro. Portanto pertencem a uma “casta” importante. Os famosos “chefões”, “grandes chefes” “Velhos Lobos” Formadores, Insígnias, Assistentes Regionais, Distritais e muitos outros títulos que existem por aí. Os novos ficam admirados, desejando ser igual e lutam por isso. (nem todos) Os demais que não ligam para isto acham isso patético não dando a menor atenção a estes que se acha acima da fraternidade que tão bem nos caracteriza.

              Voce não acredita? Ou voce é humilde o bastante para não ver ou é inteligente o bastante para deixar passar ao largo e não rir. Outro dia comentei com alguns amigos que um dia se continuar assim, teremos um deles dizendo – Sabem com quem está falando? Risos. Bem, sob o ponto de vista linguistico é uma frase feita. Talvez o agravante do singnificado encontra-se justamente nas circunstancias em que ela é proferida. O tom de voz, o status de querer ser. Risos. Estão rindo eim? Mas olhe ainda existe em nosso movimento esta casta.

             A casta dos dirigentes, a casta dos Insignia de Madeira, de Comissários, de Diretores e para completar a casta da equipe dos formadores. Esta é incrivel a subserviencia para conseguir mais um “taquinho”. Conheci um que fez tudo para conquistar um deles. Quando recebeu ficou doente por cinco meses alem de sentir uma dor de dente enorme. Maldição? Risos. Alô! Sem generalizar. Só alguns que ainda não se tocaram que o escotismo é uma grande fraternidade e que vivem a “jactar-se” de tudo o que somos, mas não fazem o que sempre fomos. Amigos e irmãos dos demais escoteiros. Fiquem tranquilos. Eles são menos de 5,5% do nosso efetivo adulto. Portanto uma insignificância. Mas como são chatos!

              Veja bem o que comentou Fernando Pessoa, um célebre poeta – Às vezes ouço passar o vento, e só de ouvir o vento passar vale a pena ter nascido. Risos. Isso não diz nada, é apenas um poema. Melhor continuar o raciocinio dele.  – Precisar dominar os outros é precisar dos outros. O chefe é um dependente. Acho que compliquei mesmo. Melhor é voltar à casta. Só não vê quem não quer. A uma sede de poder absurda sendo praticada em diversos orgãos escoteiros. Do mais simples ao mais importante. Não sei bem quem seria o mais importante. Os lá de cima ou os aqui de baixo. Risos.

              Mas seria tão bom que não houvesse a casta. Seria dificil é claro. Um dia disse para mim mesmo: Amigo, se houvesse ganhos financeiros no escotismo seria uma luta desigual. Se sem salário a sede do poder é grande e com o salário? Graças ao bom Deus estes são em número irrisorio. Mas como irritam. Não se tocaram ainda. Andam dando pulinhos, olham para você como você fosse um “coitado”. Se por acaso encontram outro acima dele, correm para bajular. Risos. Não estão acreditando? Tentem participar onde a “casta” se reune. Todos sabem onde. Risos.

              Pois é. A casta existe. Pelo menos para mim. Eu vivi tudo isso no passado e vejo até hoje no presente. Interessante é que pouco se manifestam. Fecham-se nos seus cargos. Consideram-se da nobreza. Falam pouco. Ar professoral. Claro, são superiores, eles pertencem à casta dos nobres. Dos aquinhoados com o poder. Eu peço a Deus por eles. Acredito que isso é antigo. Quem sabe BP conheceu alguns antes de fazer sua viagem. Quando no passado estive em vários seminários nacionais e sul americanos e até em um jamboree, fiquei boquiaberto. A casta fazia parte de muitos paises. Não era só daqui não. E o pior de alguns jovens tambem!

              Cheguei a ver e tive que conter o riso de um jovem americano com uma turba atrás querendo trocar distintivos e ele não dando à mínima. E os adultos chefes então? Minha nossa! Tinha cada um que precisava fazer o sinal da cruz e passar de lado. Graças a Deus que tinham milhares que eram de uma humildade enorme. Por eles valeu a pena as centenas de dólares que gastei. 

                    Mas chega por hoje. Um dia tenho certeza todos irão se abraçar e dizer: - Meu amigo, a empatia é muito útil para nos escoteiros. Não seria bom se voce fosse leal, cortês, amigo e humilde? Não seria bom se falasse bom dia, e dizer eu gosto de você? Não iria demonstrar que és educado e tem respeito pelos demais? O fato por voce saber mais, ter um lenço mais bonito não significa que não possa ser cordial e ajudar de maneira gentil aos seus irmãos escoteiros. Mas faça isso de uma maneira simples para que todos possam ver em voce um exemplo bom a ser seguido.


E abaixo a “casta” escoteira. Risos e risos.