Crônicas de
um Chefe Escoteiro.
Prometo pela
minha honra!
Afinal somos
todos irmãos?
“Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver
um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas”.
Devíamos ser fraternos. Pelo menos
tentar um pouquinho para aceitar a amizade e fraternidade de alguém que um dia
fez uma promessa. Afinal não fomos nós mesmos que aceitamos falar aos quatro
ventos que iriamos obedecer à lei? Que lei? Penso ser a dos Escoteiros, pois
ali naquele dia diversos outros do mesmo sangue sorriam em nos ver promessado.
Prometo, pelo minha honra... Ele sabia o que dizia e o que prometia. Nada foi
escondido para ele. Prometer diziam seus chefes ou seus superiores era
obrigar-se verbalmente ou por escrito a aceitar o escotismo como ele era.
Afinal quando ele chegou acreditou na fraternidade, sorriu para os outros
chefes, e ele não era homem de prometer levianamente.
E agora? Do que adiantou aquela
linda cerimônia? Será que ele não viu que dezenas de meninos acreditaram que
ele seria mesmo um Chefe Escoteiro? Amigo de todos e irmãos dos demais? Ele não
foi obrigado a prometer nada. Ninguém disse isso para ele, mas se ele gostou da
filosofia, do sistema, dos abraços e do Sempre Alerta ele não tinha o direito
de ser o que está sendo. No início palavras calmas, amigas, sinceras e com o
tempo tudo mudou? Agora só ele sabe o que é o certo e o errado? Discorda assim
sem mais nem menos? Porque ser diferente do que foi? Porque trazer o benefício
da duvida em uma promessa que os jovens ainda acreditam? É difícil entender.
Sabemos que ele não foi menino, não teve o amor entre todos de um movimento altruísta,
amigo, onde dizemos que se necessário daremos nossa vida pelo nosso amigo,
nosso irmão Escoteiro.
Hoje, na minha “carreira” que fiz no
escotismo eu não posso aceitar. Não posso mesmo. Estamos cheio de melomaníacos
que acreditam que o escotismo foi descoberto por eles! Irmãos que acreditávamos
agora sonham com o poder. Não medem consequências nas palavras, não se
preocupam se ferem uns e outros. Sua ideia é que é importante. Ele é capaz de
se explicar a BP que os ventos novos estão chegando. Eles são muitos, alguns
tímidos outros arrogantes. Julgam-se ter as ideias que ninguém nunca teve. Ai
daqueles que forem contra. Eles falam ásperos, falam de maneira invulgar, se
necessário ofendem a quem eles acham que merece, mas também sabem falar
mansamente como se fossem santos do Senhor. Eles estão aí, enfronhados em Grupos
Escoteiros e nas lideranças nacionais, sempre como donos da razão.
Nos grupos eles querem que suas
ideias sejam levadas a frente e nem se importam que outros não tenham a mesma
opinião. Fazem tudo para que suas palavras sejam aceitas. Prometem arco íris,
prometem o éden, quem sabe irão trazer a felicidade de Shangri-la ao seu
habitat. Eles não estão somente nos grupos, eles habitam as altas esferas,
estão lá enraizados na corte do poder. Quando chegam estão armados com seus
sorrisos marotos. Depois os dentes enormes do lobo mau aparecem. Acham que
podem salvar o movimento e esquecem que deviam salvar de si mesmo. Vão
atropelando, mudando, forjando status, tudo em nome da lei. Da lei? Lei que
eles ou seus antigos superiores fizeram. Nunca consultaram a ninguém se a lei é
boa ou ruim. Criaram um escotismo na mente. Um escotismo que eles mesmos
acreditam ser a redenção do nosso movimento Escoteiro.
Nem todos os bens aquinhoados com o
poder falam o mesmo idioma. Isto faz parte da autocracia que impuseram a sí
mesmos. Se não vai por bem vai como eu quero alguns dizem. Alguns com dez
quinze e até trinta anos se esbaldam em dizer que conhece o escotismo como
poucos. Que a experiência foi vivida nos belos momentos Escoteiros da vida. Conta-se
nos dedos os que ainda meninos colocaram sua mochila e saíram por aí onde os
ventos os levassem a acampar... Nas pradarias, nas montanhas, e pudessem sorrir
com a lua, com o sol, com aquela bela árvore da montanha nas lindas searas de
um acampamento grandioso. Agora não se entendem. Jogaram por terra aqueles que
deram o sangue na juventude e na velhice quiseram fazer um escotismo de amor e
fraternidade. Isto para eles não é importante. Importante é criar um nome, quem
sabe no futuro ser chamado de Chefão! Quem sabe ser um Velho Lobo respeitado e
amado pelos seus súditos, digo membros do escotismo? Eles sabem que a fama vem
e tem muitos a bater palmas. Aqui meu amigo, dizem eu sou o rei. Para mim um
reinado triste, sem base, sem futuro que eles juram que tudo irá mudar... E
para melhor! Coitado de são Tome!
Eles um dia olhando a bandeira do Brasil,
bandeira que é amada e idolatrada como diz nosso hino, prometeram: - Prometo
pela minha honra... Mas a promessa às palavras tão belas que ela tem e não
mudam a dezenas de anos não tem mais nenhum significado para eles. Pena eu
sinto deles. Vejo muitos por aí. Diversos amigos contam-me histórias deles. O
que eles fazem em seus grupos, nos distritos, nas regiões e na própria nacional.
Ela agora acreditam ser um ser supremo, cheio de vontades, junto a outros “chefes”
que falam por nós, que nunca nos consultaram e que sabem arrotar com perfeição
que temos nosso direito. Vá a Assembleia é o charme hoje no dizer deles. Mas
eles estão se desentendendo. Se irmãos se Caim se desentendeu com Abel era
notório que isto visse a acontecer. Agora tentam esconder as turras que estão
vivendo. Não falam com os simples mortais escoteiros. Mas acreditem eles sabem
sorrir, fingir que são irmãos.
Não é o escotismo que acreditei. Pelo
menos nossos abraços e nossos apertos de mão não eram falsos. Nunca foram.
Nunca dissemos SAPs, nunca dissemos Servir a União dos Escoteiros do Brasil. Só
dissemos servir a Deus e a nossa Pátria. Agora mudaram não é mais União, é Escoteiros
do Brasil. E viva tudo que eles fizeram mesmo se desentendendo, mesmo aqueles
que dentro dos órgãos que fazem escotismo acreditam ser superiores, que querem
e acham que só o que eles dizem é fato, então nada há mais a dizer, mas só lembro
a todos eles que: - Será que aquela promessa não teve valor? Será que aquela
promessa já não existem mais em seu pensamento e em seu coração? Quão belo é
dizer que somos todos irmãos. Quão belo é dizer que nosso movimento é uma
grande fraternidade e que isto é nosso alicerce para dizer aos quatros ventos:
-
“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é
porque saiba o que ela é. Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama
nunca sabe o que ama Nem por que ama, nem o que é amar”...