terça-feira, 15 de maio de 2012

Reminiscências de uma "Chefe" Escoteira.



Reminiscências de uma "Chefe" Escoteira.

Uma tarde gostosa de sol, conversava despreocupadamente com uma Escotista de tropa em um parque da cidade e ela me dizia. "Chefe" fiz um ano no Grupo Escoteiro. Ele cresceu. Cresceu tanto que ouve necessidade de dividir as tropas. Mas sabe, estou vendo que falta muito para atingirmos o ideal. Faltam boas atividades e outras que envolvam as técnicas escoteiras. Estamos muito ligados só em atividades específicas de afetividade, atividade social etc.
Para lhe ser sincero, eu recebi certa critica de uma mãe, que o filho estava lendo o livro escoteiro e parou. Disse-me que não adiantava nada ler o livro porque eles (nós) não faziam aquilo que estava escrito! (tudo bem que ele e novo no grupo). Mas veja é um tema válido, e eu me senti mal com isto.
Não sabia o que dizer a ela. Uma amiga que sempre me procurou nas horas difíceis. Ela continuou - Eu sei que estamos tendo muitas atividades fora da sede, mas não acho isso totalmente ruim. Claro, ainda não meditei bem sobre isto. Acho ruim quando eles não participam, eu me baseio de certo modo na minha própria evolução dentro do grupo, pois entrei sem saber nada de nada, não fui escoteira e nem sou mãe pra saber como lidar com uma "criança", percebo que sempre aprendo mais nos acampamentos dos que nas atividades em sede.
Ela chegou ao ponto ideal. Não precisava dizer muito. Mas deixemo-la continuar – Em um grande jogo que realizamos, eu vi que ainda existe algumas dificuldades, como por exemplo; Fazer nós, atividades que usam o raciocínio lógico... Nem todos sabem usar a bússola, é eles ainda estão despreparados porque não sabem o que levar na mochila para um pernoite. Acredito "Chefe" que não estamos trabalhando bem os monitores. Olhe quando fomos para um acampamento, muitos nem sabiam o que levar. Veja um canivete, uma bússola, um cabo Escoteiro enfim nada sabem. Mas quem deve ensinar a eles? Claro, sei que já me disse e aprendi em cursos que isto é feito pelos monitores e nós somos os responsáveis pelo adestramento dos monitores.
 "Chefe" vou lhe falar sinceramente. Com a divisão de tropas alguns deles já me procuraram pedindo para ir para a nova. Não sei, mas acho que o "Chefe" Escoteiro que está lá é mais simpático e eles esperam mais dele. E isto me deixa chateada, pois ficamos um ano juntos e não somos os preferidos. Ainda bem que temos muitos na tropa que se destacam.  Se não fosse isto não sei não. Não sei quanto tempo ainda vamos conseguir fazer com que os escoteiros da tropa se evoluam, pois estão reclamando muito. Os monitores tem falando sempre que existe uma grande desmotivação. Ainda não os vi (os monitores) em Corte de Honra comentarem assim abertamente. Não sei por quê.
 Lembro bem de algumas atividades que fizemos no passado. Foram muito divertidas e variadas. Desde que entrei já vi muitos escoteiros saindo do grupo porque na mente deles, ele encontraram coisas melhores pra fazer com seus amigos fora do escotismo, aula de música, cursinhos etc... E ainda ouço alguns falando que irão mudar de grupo. Estamos falhando muito no Sistema de Patrulhas. Se não tomarmos providencias logo vamos perder muitos no decorrer deste ano. Eu tenho feito de tudo para acertar, mas no início era meia inexperiente, não sabia me expressar tecnicamente com eles o senhor sabe esta coisa de ser "Chefe" não é fácil.
Precisamos mudar, e já. Se não nossa tropa vai ser totalmente reduzida claro, mesmo com a entrada de novos o que não significa nada. Pensei em fazermos uma Indaba, só nos chefes das tropas, abrindo é claro a vinda de outros membros adultos do grupo. Mas não uma Indaba por fazer e sim com fins específicos. Quem sabe levar literatura própria, discuti-las, trocar ideias, falar sobre jogos, sobre adestramento de monitores, sobre reuniões de patrulhas, sobre Corte de Honra. Temos muitos temas interessantes para discutir.
Olhe "Chefe" eu tenho muitas ideias. Quanto entrei aqui era uma Pata Tenra, mas estou amadurecendo. Estou mesmo pensando em fazer um acampamento só com monitores e subs monitores. Um acampamento onde vou ensinar e aprender. Dar a eles liberdade de construírem um campo de Patrulha, uma mesa, um fogão suspenso, ver o cozinheiro agir, fazer um almoço sem sal, arroz queimado não importa. Aprender a fazer fazendo.
Não quero desistir e tenho por princípio motivar os chefes novos. Afinal um ano é muito não acha?
Dizer o que? Ela está no caminho certo. Ainda dá tempo. Consertar o errado faz parte da nossa vida Escoteira. Se perdermos alguns devemos lutar para não continuar perdendo outros. Ela finalizou dizendo – Sei que posso fazer a diferença, ajudar, aprender e lutar contra minhas limitações. Afinal foram um ano no grupo. Eu "Chefe" não vou desistir. Continuo e continuarem a acreditar no poder do escotismo.
Bravôô! "Chefe" Escoteira. Se todos os chefes tomassem esta atitude o escotismo seria outro. Mas não falei para ela. Só desejei sorte e que ela consiga vencer esta fase, pois a derrota não faz parte do nosso vocabulário Escoteiro.
E disse a ela no final. Caso queira minha amiga, um plano ou programa para uma Indaba de chefes fale comigo. Estou pronto a lhe dar quantas ideias quiser.
Em frente, vá, veja, pense, discuta e vença! Afinal você não é Escoteira?

“Qualquer semelhança com a vida real, é mera coincidência!”