domingo, 26 de agosto de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Miscelânea de um domingo sem sol.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Miscelânea de um domingo sem sol.

Nota – Apenas uma crônica de domingo. Sem eira nem beira, guardada levemente na algibeira. O frio, o céu pedrento que diz chuva ou vento, os políticos brasileiros sempre os mesmos, a liderança escoteira aprendendo com eles o que de pior tem naqueles que não querem deixar o poder.

Domingo friento, sem vento, gelando os ossos carcomidos dos Velhos Chefes Escoteiros. Enche-se de roupa quase não se anda os braços presos por diversas blusas de frio. Saudade do frio dos acampamentos bastava um Fogo Espelho e pronto, a gente podia contar causos a vontade na barraca. Com esse frio não dá para minha jornada diária. Sempre caminho pela manhã uns oitocentos metros. Treinamento para a São Silvestre onde pretendo ficar entre os primeiros colocados. Vou acabar com a hegemonia dos Etíopes que sempre estão em primeiro lugar.

Dou-me ao luxo de dormir até as sete. Sempre levanto as seis, mas debaixo dos dois cobertores e a manta escoteira que não abro mão tava quentinho demais. Como sempre vou até a varanda saudar o dia frio e agradecer a Deus por ter me dado até este dia a vida e dizer a ele que na próxima morada que me leve para um planeta de clima nem quente e nem frio. Será que existe? Olho para o chão da varanda e vejo dezenas de santinhos. Quantas "porcagens" desses políticos.

Imagino que um pais que entrou no atoleiro politico como o nosso dificilmente vai sair. Os políticos sempre os mesmos escolhidos por eles mesmos com nosso rico dinheirinho para gastar com santinhos propagandas e afins. Os partidos escolhem. E nós vamos escolher a quem? Até pensei que tudo poderia mudar. Mudar? Agora não acredito mais. Veja os candidatos a presidente. Velhos politiqueiros prometendo as mesmas promessas do passado. Alguns valentes dizendo eu prendo e arrebento, um faz tudo, um líder que nem sabe ser líder e assim vai. Escolher a quem?

Hoje também acontece a reunião do CAN em Curitiba. Depois da mesma politicada feita na politica nacional, vão eleger novos dirigentes da DEN. Eleger? Uma briga de foice nunca vista em uma liderança escoteira. Chapa tal e chapa tal. Qual chapa? Farinha do mesmo saco. Aonde chegamos? Nunca em minha vida vi tal barafunda. - BP, por favor, me traga de novo ao vivo algum que você me fez acreditar. Uma padiola cheia de doentes loucos se dizendo escoteiros. O pior que assim como a politicagem dos partidos políticos, fizeram na nossa liderança normas que nos prendem aos mesmos sintomas sem poder tomar nenhum remédio para sarar.  

Como dizem alguns mais entendidos, os “tempos são novos” Chefe Vado. Precisamos mudar. Não está tudo mudando? Onde? Como? Qual mudança à vista? Lembro-me de muitos chefes Pata-Tenras saindo dos cursos: - Chefão! Vou mudar tudo na minha tropa, agora o senhor vai ver a metodologia sistemática do delatório clavicórdio auricomado em ação. Saudades do Chiquinho que sempre chegava correndo na oficina de meu pai dizendo: - Vado hoje tem reunião de Patrulha, vamos votar e escolher o novo intendente. Coisa de louco meu. Voto no Rael!


Olho melhor o céu da minha varanda. Cheio de nuvens, algumas escuras outras claras, significa que o frio está indo embora. Frio... Sempre ele para amedrontar os velhos escoteiros. Quantas saudades dos meus sete anos, dos meus onze anos, dos meus dezesseis anos. Lobinho, escoteiro e sênior. Frio? Sai desta meu! Uma mochila um Vulcabrás e um rataplã na mente não tem frio que me segurava. Ah! Tempos bons, tempos que não voltam mais. Que agora os novos escoteiros acompanhadas das guapas escoteiras aproveitem para quando chegarem na minha idade lembrar dos velhos e saborosos bons tempos.

E lá em Curitiba? 2018 vão ficar na história. Ano que a politica enfronhou no escotismo como uma chaga para ser esquecida.