domingo, 17 de fevereiro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. As férias Escoteiras estão terminando.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
As férias Escoteiras estão terminando.

                Porque não dizer férias merecidas. Afinal um ano se foi e sabemos que mesmo não ficando só por conta dele estamos cansados. As atividades profissionais e outras sociais sem contar as espirituais também fizeram parte da vida de cada um. As férias nos Grupos Escoteiros hoje em dia são comuns. Muitos param durante o mês de julho, janeiro e alguns fevereiro também. Lembro-me quando fui Diretor Técnico de um grupo na capital que na volta das férias sempre me preocupava. Muitos não apareciam. Quem sabe as reuniões, os acampamentos excursões e tantas outras atividades Escoteiras eram uma motivação para não perder nenhuma reunião. Nestes casos era hora de colocar em prática o plano “B”. Risos, uma maneira de dizer. Todos ligando para os jovens e pais dizendo que o grupo já tinha voltado à ativa. Uma época que nem todos tinham telefone então uma cartinha e ou uma visita para que as patrulhas e matilhas continuassem completas. Uma luta para evitar a evasão.

                  Entretanto conheci outros Grupos Escoteiros que quase não paravam para as férias. Eram épocas dos grandes acampamentos. Grandes acantonamentos. Lembro que fiz um em um grupo quando era Chefe de quinze dias. Ufa! Cansou demais e como cansou. Desisti e passei a fazer somente de dez dias. Nas capitais e nas maiores cidades muitos jovens correm para os acampamento de férias realizados por empresas especializadas. Pelo que sei com altíssimas taxas e as reservas devem ser feitas antecipadamente.

                 Sei de jovens não escoteiros que adoram os acampamentos de férias e voltam todos os anos. Porque não fazer o mesmo nas tropas e alcateias para se tornar uma tradição? Ninguém vai ficar em férias mais de um mês, portanto é perfeitamente viável. Quando jovem era diferente. Não éramos tanto dependentes dos chefes. Bastava programar e seguir o Velho plano de ação: - O quê – Por que – Quem – Quando – Como – Quanto (R$) e onde. Fácil, - Chefe: - Vamos para o Rio do Peixe – no sábado que vem – Vamos treinar semáforas e aprender um pouco de primeiros socorros, iremos fazer uma ponte para os residentes; – Taxa não haverá usaremos o sistema de ração. E assim o programa estava feito. Hoje, no entanto isto não é tão fácil nas grandes cidades.

                   Sei que os Grupos Escoteiros têm seu esquema para as férias. Alguns mantêm reuniões permanentes aos sábados sob a liderança dos monitores, outros um assistente está presente. Formam um grupo de amigos, pois se sabe que muitos escoteiros estarão viajando e as patrulhas incompletas. Os lobos salvo algumas exceções ficam fora o mesmo período de seus chefes. Afinal os pequerruchos ainda não estão preparados para andar com as próprias pernas. Os lideres do grupo salvo um ou outro também não estão presentes. Tem outros que aproveitam as férias e colocam mãos a obra na reforma ou na pintura da sede. Não sei se é uma boa ideia. Sempre fui a favor que o Grupo Escoteiro é de todos e não de um só. Se vão trabalhar nele que todos estejam presentes inclusive os lobos. (carregando um tijolo, uma telha ou o que for).

                  Uma vez analisei quanto tempo temos “escoteiramos” por ano. Até criei a palavra “Escoteirar”. Afinal a maneira de dizer que vou “pros escoteiros” não dá. Melhor dizer vou “escoteirar”. Claro que não é um verbo e nem adverbio. Os professores de Português poderão explicar melhor. Se alguém me pergunta respondo: - Não posso estou escoteirando. Quem sabe outro dia, pois neste estarei a escoteirar com os escoteiros.  Lembro-me dos meus ofícios escoteiros que escrevia em baixo: - Escoteiramente Sempre Alerta para Servir. Nada de SAPS. Mas hoje tudo é mais moderno.

                 Mas vejamos o tempo que ficamos “escoteirando” no escotismo. – Quatro reuniões por sábado. De doze a quatorze horas por mês. Excursões acampamentos, atividades aventureiras no mês. Quem sabe a Tropa perfeita gasta 60 horas. Mas nem todas têm.  Vamos levar em consideração as reuniões que somos obrigados a comparecer. Chefia do Grupo (Conselho de Chefes) Chefia Distrital sem contar às assembleias que são uma vez ao ano. Podemos dizer que tiramos mais ou menos seis horas para isto. Somando tudo e claro pensando que é um Grupo Escoteiro com objetivos propostos, chegamos a setenta horas se muito. Ou seja, os mais dedicados fazem escotismo pelo menos três dias por mês. Em dez meses são trinta dias. Verdade?

                  Pensando bem se minha matemática foi perfeita (o que não acredito) é um tempo mínimo para dar formar na metodologia Badeniana os jovens escoteiros e lobos. Se observarmos bem a nova sistemática de programas feito pela UEB ou EB não tem como atingir a todos instintivamente. Somente os mais afoitos e mais esforçados poderão conseguir seus objetivos. Enfim precisamos de umas férias. Mesmo com o tempo exíguo que damos aos escoteiros nossas obrigações familiar e profissional nos dizem que o corpo precisa de um descanso. Assim sendo eu parabenizo a todos e meu fraterno abraço neste retorno. Chega de mar azul ou verde, chega de praia chega de sol. Agora é mãos a obra. Tem excursões, tem bivaques, tem acantonamentos e acampamentos, tem atividades aventureiras e reuniões de sede.  

                    Pensando bem quando dezembro chegar ao final de 2019, vamos de novo descansar. Pé no avião ou no carro e lá vão todos escoteirar com a família por aí. Pensar no menino Jesus, em sua manjedoura ou no papai Noel um simples coadjuvante. Por enquanto pé na estrada, pois a lobada a escoteirada e os seniores estão aí esperando o programa do ano. Escotismo é assim, um sorriso nos lábios, um aperto de mão uma saudação à bandeira e aventuras no coração.

A todos bom retorno. Melhor Possível – Sempre Alerta – Servir!