segunda-feira, 1 de abril de 2019

Conversa ao pé do fogo. Os castores estão a chegar?




Conversa ao pé do fogo.
Os castores estão a chegar?

Nota - Castores é um nome para programas associados ao Escotismo para crianças pequenas, geralmente com idade entre 4 e 6 anos e meio. Um participante do programa é chamado de castor. Um grupo de castores é frequentemente chamado de "colônia". O programa é baseado em cooperação e compartilhamento. Algumas organizações de Escotismo têm programas para idades semelhantes, mas usam nomes diferentes, como Keas ou Joeys.

                          Não existe nada nesse mundo que nos faz emocionar mais que uma criança. Não importa qual criança seja. Podem ser as que nasceram em berço de ouro e as que nasceram nas palafitas e favelas. Se olharmos para uma criança doente, ou portadoras de necessidades especiais, seja ela física e/ou mental nosso coração bate forte. Todas as crianças são lindas e se vermos a falta de um sorriso procuramos de pronto tentar fazê-las sorrirem. Rosana Pinheiro disse que nas mãos das crianças o mundo vira um conto de fadas, porque na inocência do sorriso infantil, tudo é possível, menos maldade.

                          Dizem que crianças são anjos, são pedaços de Deus que caíram do céu para nos trazer a luz vida que há de fazer ressuscitar a verdade que vive escondida em cada um. A criança não cultiva inimigos, muitas vezes sua tristeza é momentânea. Ela não enxerga o feio, o diferente e o bonito. Não liga para a cor e nem sabe diferenciar a raça dos que estão ao seu lado.  

                      Mandela na sua sabedoria disse que ainda há gente que não sabe quando se levanta de onde virá à próxima refeição e neste caso existem crianças que com fome choram. As crianças são quase sempre felizes, porque não pensam na felicidade. Os velhos são muitas vezes infelizes, porque pensam demasiadamente nela.

                     O escotismo é um manancial de belos sorrisos. Ver um lobinho sorrir é uma paga que poucos têm. Quando o acantonamento é um evento esperado o lobinho sonha. Passa dias só pensando nele. Gritar com uma criança, chamar duramente sua atenção pode ter efeito boomerang. O que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade. Precisamos entender que a criança é a consagração da vida.

                      A uma parcela dos associados que pensam mais nos pequeninos. Querem eles também nos Grupos Escoteiros. Alguns os chamam de castores outros de Pré-cubs idade inferior aos dos lobinhos. Tem outros nomes que os definem também como pata tenras iniciantes. Fico pensando quando eles estarão em ação. Falta muito, mas já pensou você olhar para aqueles pequeninos e vê-los sorrir? Jogar, cantar cair, levantar e ser feliz?

                     Sei que infelizmente por falta de condições financeiras seria difícil pensar hoje nos mais humildes junto a nós. E aqueles de necessidades especiais? Mas acredito que seus sorrisos irão pagar a todos que um dia resolveram se jogar de corpo e alma nas atividades desses pequeninos que ainda não são reconhecidos pela nossa autoridade escoteira. Pergunto-me por que.

                    Hoje assistindo um programa vi nele crianças que partem nosso coração e queremos de qualquer maneira ajudar. A saúde em um adulto machuca, mas em uma criança dói fundo. E bom saber que somos milhares a lutar pelas crianças. Ainda bem que o sol e a chuva ou até outros empecilhos que aparecem em nosso caminho não nos deixa desistir. Quem sabe é pelo sorriso. Pela felicidade deles que continuamos firmes em nosso ideal de educador.

                   A União dos Escoteiros do Brasil (UEB) já tem uma posição oficial sobre o tema, ou seja, não há qualquer previsão de outro Ramo além dos quatro já definidos – Ramos Lobinho, Escoteiro, Sênior e Pioneiro, tal como estabelecido na Regra 013 do POR. A UEB, em seu Projeto Educativo, considera as características gerais do desenvolvimento evolutivo da criança e do jovem e ratifica a divisão das faixas etárias nos Ramos Lobinho, Escoteiro, Sênior e Pioneiro.

                   Estas características são baseadas nas orientações do próprio fundador, Baden-Powell, que inicialmente ocupou-se em oferecer um método de educação especialmente concebido para atender as características de jovens entre 11 e 17 anos. Posteriormente, como forma de “preparação para vida escoteira”, Baden-Powell criou o Ramo Lobinho, que oferece as características do Método Escoteiro numa menor intensidade. No caso do “Castorismo”, a aplicação do Método Escoteiro, conforme concebido pelo próprio fundador, fica seriamente comprometida.

                   Para crianças com menos de 6,5 anos de idade pode-se oferecer muitas atividades com intenção educativa, mas não há como aplicar o Método Escoteiro. Nessa etapa de desenvolvimento ainda não existe a percepção da norma e prevalece uma posição egocêntrica, sendo impraticável propor a adesão a um código de valores, conforme previsto no primeiro ponto do Método Escoteiro.

                   Também existem limitações no processo de socialização, impossibilitando o trabalho em equipe. O programa de atividade, expressão mais visível e atraente do Método Escoteiro, também fica comprometido, já que este não se integra harmonicamente a todos os seus outros componentes, não havendo progressividade. Esses pontos são essenciais para caracterização e aplicação do Método Escoteiro.