domingo, 8 de março de 2015

Temos transparência no escotismo?


Crônicas de um Velho Escoteiro.
Temos transparência no escotismo?

                Alguns dizem que sim outros que não. Pensando bem acho que não temos. Porque digo isto? Vi um artigo na Internet que dizia: A transparência é a virtude que impede à ocultação de alguma vantagem pessoal, a ocultação de alguma fraqueza pessoal, a ocultação de alguma miséria pessoal. A transparência revela tanto o que a pessoa ou a organização é com o que ela tem e atua. A verdadeira transparência não exagera, não inventa vantagens e nem desvantagens. É um dos mais válidos recursos de prevenção contra o pecado. Sabe por quê? Porque a transparência obriga a pessoa ou a organização a se conhecer e tomar os devidos cuidados. Pode-se afirmar que pela transparência a pessoa ou organização nunca tem duas caras. E o que isto tem a ver com a União dos Escoteiros do Brasil? Muito. Ela não abre o jogo com seus associados. Ela muitas vezes exige e finge dar em troca sempre a troco de vantagens financeiras ou pessoais.

                  Vejam os acontecimentos da nova vestimenta Escoteira. Nunca ela foi transparente. Ficou um jogo de adivinhar o que seria como seria e quais os resultados que se esperavam. Como se ela a UEB fosse uma grande organização de marketing ela transformou a apresentação de um uniforme que resolveu chamar de vestimenta numa reedição da SPFM – São Paulo Fashion Week, como se nós membros da Associação fossemos meros clientes e não participantes, ou melhor, associados ativos do Movimento Escoteiro Nacional. Foi um espetáculo de fazer inveja. Claro houve aplausos e até hoje ela tenta explicar que existiu consultas, existiu transparência, existiu pedidos de sugestões. No entanto com exceção da capital de São Paulo, onde míseros vinte ou quarenta associados mais bem aquinhoados com o poder tomaram conhecimento, não se soube de nenhum outro estado que foi consultado ou mesmo informado como seria a nova vestimenta Escoteira.

                       Este uniforme ou como queiram chamá-lo de vestimenta já é fato consumado. Perda de tempo continuar neste tema. Mas pensem com carinho em tudo que acontece na liderança da UEB. Os programas, as normas, as alterações de distintivos ou criação nunca passa pelo crivo dos associados e olhem eles são os mais interessados. Nota-se que teremos este ano uma possibilidade de discutir, sugerir e até mesmo alterar os Estatutos da União dos Escoteiros do Brasil. Mas sinceramente, você acredita nisto? Se aqueles que estão no poder, não querem perder de forma alguma seu cargo e sempre de uma maneira ou de outra lá estão, irão mudar a essência dos estatutos? Além do mais porque este tema tão importante não foi levado há tempos às unidades locais, pois são elas as mais interessadas? Vejam bem uns dizem que é melhor não politizar chefes e eles devem se preocupar só com os jovens. Outros dizem que é impossível conhecer as ideias de todos, e que levaria anos para se chegar a um consenso. Mas então, e daí? Que leve o tempo que for necessário, mas todos devem ter o direito de sugerir, discutir opinar e votar!

                       Porque existe uma preocupação da UEB em conseguir tantos meios financeiros e para isto ela maneja com maestria tudo que lhe cai em mãos? Veja a vestimenta. Até hoje só uma empresa é detentora dos direitos de confecção. Dizem e não afirmo que existe um alto membro da associação envolvido nesta empresa. Agora eu pergunto: - Quem não gostaria de ter mais de 85.000 clientes cativos? Quantas empresas não dariam tudo para participar e com isto tornar mais acessível para aquele que vai comprar? Eu pergunto ainda, porque fizeram mais de 16 tipos a escolher? Será que não pensaram na confusão, desordem ou barafunda que iria ser feito por cada membro da associação? Quem sabe isto foi premeditado para aqueles que podem comprar mais de um tipo? O que se vê, no entanto é o deslumbramento dos associados, alguns mudando por imposição do seu líder no Grupo Escoteiro. Existem outros fazendo um marketing direto usando a vestimenta que ainda nem foi votada nas suas reuniões, e a pobreza em dizer que o direito da escolha são de todos, me faz lembrar-se da velha dita de um humorista: - Me engana que eu gosto!

                      Poderia entrar nos altos preços de cada peça, ou então naqueles cobrados em todas as atividades programadas pela UEB. Os Jamborees estão sendo realizados para ricos. Já disse e repito pobres no escotismo estão fadados a desaparecer (se já não desapareceram). As taxas são altíssimas, isto sem contar outros gastos como transporte e alimentação de ida e volta. Dá-me pena aqueles que me dizem que cada Chefe pode e deve trabalhar para levar seus Escoteiros. Sempre defendendo os poderosos.  E a UEB o que fez para tornar mais factível a participação da maioria que queria ir e não foi?  Até hoje não sei onde e como foi publicado o balancete do Jamboree no Rio de Janeiro. Tantas empresas envolvidas que penso ter dado um enorme superávit. Mas quem tomou conhecimento? Vamos aguardar informações do último realizado no Rio Grande do Norte. Quando a UEB e as Regiões irão reconhecer que elas existem para ajudar no crescimento e na formação dos seus associados? Quantas até hoje estão lutando para conseguir meios financeiros para baratear os cursos, os encontros regionais, a venda dos distintivos e uniformes nas cantinas? Tudo que se faz hoje é taxa daqui, taxa dali, e vem aquele a me dizer com a cara que Deus lhe deu que não “existe almoço grátis”.

                         Pode até ser que não, mas quem deveria pagar este almoço deveria ser os bons programas de arrecadação financeiras, com bons profissionais Escoteiros atuando juntos a empresários, governos e até mesmo os políticos que só servem para dizer que os temos, mas quem acredita? Não me venham dizer que somos apolíticos, as ultimas eleições demonstraram o contrário. Uma ONG consegue tudo e o escotismo não consegue nada? Alias consegue sim à custa dos seus associados. Antes de terminar eu soube por fonte fidedigna que a Região de São Paulo conseguiu ótimos patrocínios para a Assembleia Nacional a se realizar em São Bernardo do campo. Pensando em ter um grande número de associados presentes, iria cobrar uma taxa irrisória. E daí? Bem a fonte me disse que a UEB achou que não deviam. Eles precisavam ter suas despesas de viagens, hotéis entre outros pagos pela região e a não ser que ela arcasse com a despesa que cobrasse o valor devido. Pois é, ainda pergunto, tem transparência?