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Conversa ao pé do fogo.
Eles estão saindo do escotismo... Por quê?
Considerações finais.
Quatro artigos, quatro temas tentando analisar o porquê eles estão
saindo do escotismo. Foram quase 6.000 em um ano. Alguns dizem 5.720 e outros 5.000.
Não importa é um número expressivo. Comparativamente tivemos anos com melhores
números de associados. Alguns quase suplantaram o ano de 2014. Pode ser que
alguns dos que saíram ainda estejam fazendo escotismo. Desistiram do registro
ou desistiram da UEB? Claro que ela não reconhece sua culpa. Sabe que muitos perceberam
este êxodo, mas não dá o braço a torcer. Para ela tudo continua um mar de
rosas. Ela é Incapaz de vir a público
para reconhecer que suas mudanças não deram resultados. Sabíamos da evasão a
tempos, um entra outro sai. Agora no entando a debandada foi demais. Ela foi
prepotente em colocar no seu relatório que estão crescendo. Francamente eu não
entendi o porquê. Falta-lhe humildade para reconhecer seus erros? Melhor deixar
para os politicamente corretos explicarem o inexplicável? A CULPA SÃO DOS
CHEFES! NÃO ESTÁ SATISFEITO? VÃO RECLAMAR NA ASSEMBLÉIA. SE ACHAM QUE PODEM
MUDAR CANDIDATEM-SE E ALTERE O QUE PRECISA SER ALTERADO! Como diz um
comediante: È bonito isto! Ou melhor... Faça-me de bobo que eu gosto!
Eu
acredito que muitas das causas não foram só dela. Talvez pela falta de apoio,
pela falta de bons cursos, pela falta de transparência a UEB deveria assumir
suas culpa. Muitos jovens deixam o escotismo porque os chefes não estão
preparados para aplicar um programa que os agradem. Até acredito que os cursos
de hoje deixam muito a desejar. Aplicam um didatismo que não condiz com o
sentido da aventura, do sistema de patrulhas, da descoberta do fazer fazendo.
Eu ainda insisto que sem ouvir o jovem esta debandada irá continuar. São poucos
os que fazem isto. Em nome dos jovens eles tem a solução na mão. Alguns dizem
que tem um programa espetacular, mas eu pergunto, os jovens foram consultados?
Eles colaboraram na confecção deste programa? Cada um deve se lembrar de quando
da primeira mudança do programa de jovens que a UEB fez. Em pouco tempo teve de
mudar. Em ambos os casos não houve experiências nas tropas para verificar se o
programa era bom ou se deviam mudar. Simplesmente disseram: - Agora é este.
Vemos uma parafernália do marketing da UEB em suas ações. Marketing
inacessível para muitos mortais cuja luta pela vida é desigual. Os cursos, as
atividades regionais e nacionais e até internacionais não alcançam o Escoteiro
mais humilde. Porque continuar em uma associação que os programas que ele
gostaria de participar não pode? O jovem não é tolo. Ele e ela sabem
perfeitamente se ali é seu lugar. Existem grupos e grupos, uns mais outros
menos. Mas a grande maioria que a UEB usufruiu dos números anuais para alardear
o crescimento veio destes mais pobres. Aqueles que lutam por um lugar ao sol.
Para eles não interessa se serão Grupo Padrão Ouro, ou Prata, ou Bronze. Querem
sim fazer escotismo, mas não sabem como fazer. Enquanto no sudeste e no sul se
esbanja Grupos Escoteiros bem formados cheios de pompa o mesmo não acontece em
estados longínquos.
A gama enorme de novos chefes voluntários fez deles (nem todos) muitos
sonhadores em fazer o escotismo que não tiveram a oportunidade de fazer na
infância. Esqueceram que eles são espectadores e seus jovens e que precisam do
escotismo. Eles ainda não sabem que o jovem tem de andar com suas próprias
pernas e que fazer fazendo até aprender o certo faz parte do caminho para o
sucesso. Quantos já leram os livros bases do fundador: O Escotismo para
Rapazes, O Caminho para o Sucesso e o Guia do Chefe Escoteiro? Estas
literaturas estão aí para dar um caminho, diferente daquele que a UEB acredita.
Já me disseram que o Para ser Escoteiro do Floriano hoje é procurado por muitos
chefes. Poderia acrescentar o Guia do Escoteiro do Velho Lobo, O Almirante
Benjamim Sodré. Não digo que tudo deve ser alterado. Uma adaptação do passado
com o presente seria a melhor solução. Simplesmente dizer que hoje o jovem quer
outro tipo de atividade, que a parafernália eletrônica mudou muito sua maneira
de pensar é querer enganar a sí próprio. O jovem ainda tem o sonho aventureiro.
Esqueceram-se de dar a ele e muitos nem sabem que isto existe.
Por
favor, não culpem os chefes. Eles até podem ter sua parcela de culpa, mas a
responsabilidade é única e exclusiva dos dirigentes. Foram eles que produziram
os belos programas que não deram certo. Foram eles que fizeram do Chefe
Voluntário um homem servil, subserviente, sem poderes para decidir os rumos a
tomar. Em tempo algum se preocuparam em ter profissionais mesmo que em número
reduzido, para viajar pelo seu estado ou pelo Brasil para ajudar a quem
precisa. Ainda persiste o sonho de ser
alguém de ser um líder dirigente e formador. Cada estado tem os seus e outros
na fila de espera. As fotos deles viajam pelas redes sociais. Esperava-se que a direção seria um órgão diretivo
para colaborar e participar de todas as formas necessárias e não se fechar em
uma redoma de vidro se preocupando em ter as finanças em dia. Seria bom uma
virada de mesa e ter mais um pouco de uma dose de boa vontade com os mais
humildes que tanto precisam. Vamos distribuir sim as responsabilidades, mas as
maiores são exclusivas da UEB.
Uma dose de humildade não faz mal a ninguém. Reconhecer os erros sempre
foram fatos históricos de grandes homens. Que eles procurem falar melhor para o
povo Escoteiro e não para os pedagogos e psicólogos que tem na mão a salvação
do escotismo e não enxergam que nada está dando certo. Que eles procurem encher
seus bornais com as burras de dinheiro de suas suntuosas atividades nacionais e
regionais, mas que este seja dirigido para os que precisam, para que os cursos
sejam gratuitos. Que muitos possam receber um telegrama como eu recebi em 1963:
Informamos que separamos uma verba para que seu grupo envie até dois chefes
para um CAB (Curso de Adestramento Básico) na Capital do Estado. Serão cinco
dias e todas as despesas pagas, inclusive transporte ida e volta. A Região de
Minas Gerais agradece a participação de todos. Utopia? Precisamos ser realista.
Não temos respaldo, não temos um programa que motive os jovens. Não temos apoio
dos educadores nacionais e nem com as autoridades constituídas. Esta Frente
Parlamentar poderia ser um caminho, mas ela precisa andar e provar que tem
validade. (nem sei se nela tem alguém incriminado na Lava Jato) A UEB precisa
fazer o necessário para um Marketing bem feito em todo o pais do que é e a
validade do escotismo na formação de jovens. Aí sim, poderíamos precisar da
colaboração de boas Agencias de Publicidade assessoradas por escotistas
conhecedores do assunto.
Precisamos mostrar que não somos vendedores de biscoitos ou aqueles que
ficam no poste esperando a velhinha atravessar a rua. Quem dera se tivéssemos
influentes conferencistas, palestristas para propagandear o escotismo nas
escolas, empresas e em toda a sociedade brasileira. Este sim deveria ser o
programa para o futuro e não aqueles que nunca irão atingir a meta que
esperamos para o escotismo nacional. Precisamos
deixar de lado esta mania de grandeza, os sabe tudo da vida deveriam se
espelhar em Mahatma Gandhi ou um Martin Luther King Jr, que pela paz, pelo amor
ao próximo conseguiram mudar as ideologias do Grande Irmão e venceram sem usar
a força. Fico por aqui. É hora de mudar de rumo e voltar a minha velha seara de
contador de histórias. Histórias da carochinha, histórias de Sherazade,
histórias épicas, histórias de Escoteiros e as mais Lindas Lendas que encantam
a juventude Escoteira no Brasil. É hora de entreter a escoteirada. Eu gosto
deles e de vê-los com seus olhinhos a olhar o contador de história como se
fosse uma das personagens que ali aparecem. Entretanto ainda acredito. Mesmo
sabendo que é um sonho porque não sonhar?
Obrigado a todos vocês que me deram a honra de curtir, de comentar, de
compartilhar, de alertar aos amigos dos temas que eu escrevi. Honrado em saber
que tenho tantos amigos e amigas.
Lembrando o saudoso Dr. Spock, VIDA LONGA E PROSPERA A
TODOS VOCÊS!