sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Eles estão saindo do escotismo... Por quê?


Conversa ao pé do fogo.
Eles estão saindo do escotismo... Por quê?
(caso tenha interesse de conhecer todos os artigos na Fanpage Só Histórias e Contos do Chefe Osvaldo tem as quatro primeiras publicadas sobre o tema).

Considerações finais.
                     Quatro artigos publicados na Fanpage só histórias e contos do Chefe Osvaldo. Quatro temas tentando analisar o porquê eles estão saindo do escotismo. Milhares leram ou tomaram conhecimento. Este último resolvi publicar em todos meus grupos e páginas. Em 2014 perdemos em um só ano mais de 5.720 associados. Comparativamente tivemos anos com melhores números. Dizem que em 2015 voltamos ao patamar de 2013. Não sei. Um sobe e desce que não se explica. Pode ser que alguns dos que saíram ainda estejam fazendo escotismo. Desistiram do registro ou desistiram da UEB? Claro que ela não reconhece sua culpa. Sabe que muitos perceberam este êxodo, mas não dá o braço a torcer. Para ela tudo continua um mar de rosas. Ela é Incapaz de vir a público para reconhecer que suas mudanças não deram resultados. Sabíamos da evasão a tempos, um entra outro sai. Agora a debandada foi demais (2014). Ela foi prepotente em colocar no seu relatório que estão crescendo. Falta-lhe humildade para reconhecer seus erros? Sei que teremos sempre os defensores a explicarem os motivos. A CULPA SÃO DOS CHEFES! NÃO ESTÁ SATISFEITO? VÃO RECLAMAR NA ASSEMBLÉIA. SE ACHAREM QUE PODEM MUDAR CANDIDATEM-SE E ALTERE O QUE PRECISA SER ALTERADO! Como diz um comediante: È bonito isto? Ou melhor... Faça-me de bobo que eu gosto!

                   Eu acredito que muitas das causas não foram só dela. Ainda temos uma plêiade de chefes que não se preocupam. Deixam acontecer sem tomar nenhuma atitude. São culpados? B-P recordava que devemos ver além da ponta do nosso nariz. Se ouve falta de bons cursos, transparência, pesquisas, consultas as bases isto foi resultado da politica da UEB. Muitos jovens deixam o escotismo porque os chefes não estavam preparados para aplicar um programa que motivador. Esqueceram-se das atividades ao ar livre, dos acampamentos, das atividades aventureiras e até mesmo o Lobismo deixou de lado a mística tão criativamente criada por Rudyar Kliping. Colocaram em suas mentes que o mundo mudou que o jovem é outro. Só esqueceram-se de consulta-lo se era isto mesmo que ele queria. Tudo hoje se tornou didático diferente do espírito aventureiro que o escotismo sempre ofereceu. O sistema de patrulhas foi esquecido. Tudo que antes valia pela motivação foi cancelado. As provas viraram um amontoado de coisas sem finalidade. Aprender fazendo é coisa de quatro mãos. Repito todos falam pelo jovem só ele mesmo não fala por si. Apareceram chefes com ideias fantásticas. Sempre com as soluções que aplicadas dão em nada. Alardeiam o novo programa, refazem, usam de palavras enviesadas para dizer que agora sim o escotismo será outro. Mudaram normas, mudaram nossas velhas tradições, distintivos foram jogados no baú das antiguidades. Os uniformes foram refeitos e chamados pomposamente de Vestimenta. Tudo isto sem perguntar, sem pesquisar. Simplesmente disseram: - Agora é assim!

                   Vemos uma parafernália do marketing da UEB em suas ações. Marketing inacessível para muitos mortais cuja luta pela vida é desigual. Os cursos, as atividades regionais e nacionais e até internacionais não alcançam o Escoteiro mais humilde. Tudo agora tem a preocupação de fazer um caixa forte sem retorno ao que esperamos do nosso crescimento e credibilidade junto à sociedade brasileira. Não tenho dados concretos, mas penso que o jovem cansou e nem tem mais a motivação de continuar. O jovem não é tolo. Ele e ela sabem perfeitamente se ali é seu lugar. Existem grupos e grupos, uns mais outros menos. Mas a grande maioria que a UEB usufruiu dos números anuais para alardear o crescimento veio destes mais pobres. Aqueles que lutam por um lugar ao sol. Para eles não interessa se serão Grupo Padrão Ouro, ou Prata, ou Bronze. Querem sim fazer escotismo, mas não sabem como fazer. Enquanto no sudeste e no sul se esbanja Grupos Escoteiros bem formados cheios de pompa o mesmo não acontece em estados longínquos. 

                     A gama enorme de novos chefes voluntários fez deles (nem todos) muitos sonhadores em fazer o escotismo que não tiveram a oportunidade de fazer na infância. Esqueceram que eles são espectadores e seus jovens e que precisam do escotismo. Eles ainda não sabem que o jovem tem de andar com suas próprias pernas e que fazer fazendo até aprender o certo faz parte do caminho para o sucesso. Quantos já leram os livros bases do fundador? O Escotismo para Rapazes, O Caminho para o Sucesso e o Guia do Chefe Escoteiro? Estas literaturas estão aí para dar um caminho, diferente daquele que a UEB acredita. Já me disseram que o Para ser Escoteiro do Floriano de Paula hoje é procurado por muitos chefes. Poderia acrescentar o Guia do Escoteiro do Velho Lobo, O Almirante Benjamim Sodré. Estão ultrapassados? Quem sabe uma boa adaptação do passado com o presente seria a melhor solução?  Simplesmente alardear que o jovem de hoje quer outro tipo de atividade, que a parafernália eletrônica mudou muito sua maneira de pensar é querer enganar a grande evasão que acontece. O jovem ainda tem o sonho aventureiro. Esqueceram-se de perguntar a ele se a vida aventureira ainda tem seu valor na sua motivação.

                    Precisamos de uma dose de humildade e isto não faz mal a ninguém. Reconhecer os erros sempre foram fatos históricos de grandes homens da humanidade. Que eles procurem falar melhor para a aldeia escoteira e não para os pedagogos e psicólogos que sem ter vivência acham que tem a solução nas mãos. Os defensores não procuram saber se existem resultados. Saem sim que eles não existem. A população brasileira está esquecendo-se do escotismo. Na imprensa só o mal e nem mesmo a velhinha recebendo ajuda do Escoteiro foi esquecida. Não temos homens e mulheres formados na educação escoteira para dizer e confirmar que somos uma organização que pode ajudar e muito na formação de jovens. Chega desta suntuosidade, de taxas absurdas, do marketing visando arrecadação financeira. Se o passado passou então que tenhamos um presente visando nosso crescimento de maneira sadia, dentro dos princípios Badenianos que sempre tivemos sucesso.

                     Estou cansado de ouvir que não existem almoços grátis. Claro que não, mas já vi homens escoteiros inteligentes tendo a colaboração de terceiros para ajudar na formação de chefes e participação dos jovens nos eventos nacionais. Eu vi isto no passado que condenam. Não havia sede luxuosas, soberba em cobranças para custear os poderosos. Utopia? Doce utopia. Diferente do passado temos uma realidade escoteira hipócrita onde só os ricos e poderosos tem condições de participar da maiorias das atividades Escoteiras nacionais e internacionais. Já disse e repito não temos profissionais preparados para alavancar dentro da sociedade brasileira o valor do escotismo. Carecemos de bons conferencistas, oradores debatedores, não temos abertura na imprensa falada escrita e televisada. Onde estão nossos valores escoteiros na sociedade, nos meios empresariais, até mesmo politico do qual hoje ficamos sim preocupados se algum diz ter sido Escoteiro e investigado por falcatruas?


                         Precisamos deixar de lado esta mania de grandeza. Quem sabe aparece um Mahatma Gandhi ou um Martin Luther King Jr, que pela paz, pelo amor ao próximo conseguem mudar as ideologias do Grande Irmão e vencerem sem usar a força. Fico por aqui. Sempre digo que palavras são palavras e elas se perdem no tempo e na história.  É hora de mudar de rumo e voltar a minha velha seara de contador de histórias como sou conhecido. Histórias da carochinha, histórias de Sherazade, histórias épicas, histórias de Escoteiros e Lendas que ainda encantam a juventude Escoteira no Brasil. É hora de entreter a escoteirada. Eu gosto deles e de vê-los com seus olhinhos a olhar o contador de história nas luzes vermelhas da fogueira em uma floresta qualquer. Eles olhando incrédulos querendo ser uma das personagens que aparecem nas histórias. Entretanto ainda acredito. Mesmo sabendo que é um sonho porque não sonhar?