Conversa ao pé do fogo.
Eles estão saindo do escotismo... Por
quê?
(caso tenha interesse de conhecer
todos os artigos na Fanpage Só Histórias e Contos do Chefe Osvaldo tem as
quatro primeiras publicadas sobre o tema).
Considerações finais.
Quatro artigos publicados na Fanpage só histórias e contos do Chefe Osvaldo.
Quatro temas tentando analisar o porquê eles estão saindo do escotismo. Milhares
leram ou tomaram conhecimento. Este último resolvi publicar em todos meus
grupos e páginas. Em 2014 perdemos em um só ano mais de 5.720 associados.
Comparativamente tivemos anos com melhores números. Dizem que em 2015 voltamos
ao patamar de 2013. Não sei. Um sobe e desce que não se explica. Pode ser que
alguns dos que saíram ainda estejam fazendo escotismo. Desistiram do registro
ou desistiram da UEB? Claro que ela não reconhece sua culpa. Sabe que muitos
perceberam este êxodo, mas não dá o braço a torcer. Para ela tudo continua um
mar de rosas. Ela é Incapaz de vir a público para reconhecer que suas mudanças
não deram resultados. Sabíamos da evasão a tempos, um entra outro sai. Agora a
debandada foi demais (2014). Ela foi prepotente em colocar no seu relatório que
estão crescendo. Falta-lhe humildade para reconhecer seus erros? Sei que teremos
sempre os defensores a explicarem os motivos. A CULPA SÃO DOS CHEFES! NÃO ESTÁ
SATISFEITO? VÃO RECLAMAR NA ASSEMBLÉIA. SE ACHAREM QUE PODEM MUDAR
CANDIDATEM-SE E ALTERE O QUE PRECISA SER ALTERADO! Como diz um comediante: È
bonito isto? Ou melhor... Faça-me de bobo que eu gosto!
Eu acredito que muitas das causas não foram só dela. Ainda temos uma plêiade
de chefes que não se preocupam. Deixam acontecer sem tomar nenhuma atitude. São
culpados? B-P recordava que devemos ver além da ponta do nosso nariz. Se ouve falta
de bons cursos, transparência, pesquisas, consultas as bases isto foi resultado
da politica da UEB. Muitos jovens deixam o escotismo porque os chefes não estavam
preparados para aplicar um programa que motivador. Esqueceram-se das atividades
ao ar livre, dos acampamentos, das atividades aventureiras e até mesmo o Lobismo
deixou de lado a mística tão criativamente criada por Rudyar Kliping. Colocaram
em suas mentes que o mundo mudou que o jovem é outro. Só esqueceram-se de consulta-lo
se era isto mesmo que ele queria. Tudo hoje se tornou didático diferente do
espírito aventureiro que o escotismo sempre ofereceu. O sistema de patrulhas
foi esquecido. Tudo que antes valia pela motivação foi cancelado. As provas
viraram um amontoado de coisas sem finalidade. Aprender fazendo é coisa de
quatro mãos. Repito todos falam pelo jovem só ele mesmo não fala por si. Apareceram
chefes com ideias fantásticas. Sempre com as soluções que aplicadas dão em
nada. Alardeiam o novo programa, refazem, usam de palavras enviesadas para
dizer que agora sim o escotismo será outro. Mudaram normas, mudaram nossas
velhas tradições, distintivos foram jogados no baú das antiguidades. Os
uniformes foram refeitos e chamados pomposamente de Vestimenta. Tudo isto sem
perguntar, sem pesquisar. Simplesmente disseram: - Agora é assim!
Vemos uma parafernália do marketing da UEB em suas ações. Marketing
inacessível para muitos mortais cuja luta pela vida é desigual. Os cursos, as
atividades regionais e nacionais e até internacionais não alcançam o Escoteiro
mais humilde. Tudo agora tem a preocupação de fazer um caixa forte sem retorno
ao que esperamos do nosso crescimento e credibilidade junto à sociedade
brasileira. Não tenho dados concretos, mas penso que o jovem cansou e nem tem
mais a motivação de continuar. O jovem não é tolo. Ele e ela sabem
perfeitamente se ali é seu lugar. Existem grupos e grupos, uns mais outros
menos. Mas a grande maioria que a UEB usufruiu dos números anuais para alardear
o crescimento veio destes mais pobres. Aqueles que lutam por um lugar ao sol.
Para eles não interessa se serão Grupo Padrão Ouro, ou Prata, ou Bronze. Querem
sim fazer escotismo, mas não sabem como fazer. Enquanto no sudeste e no sul se
esbanja Grupos Escoteiros bem formados cheios de pompa o mesmo não acontece em
estados longínquos.
A gama enorme de novos chefes voluntários fez deles (nem todos) muitos
sonhadores em fazer o escotismo que não tiveram a oportunidade de fazer na
infância. Esqueceram que eles são espectadores e seus jovens e que precisam do
escotismo. Eles ainda não sabem que o jovem tem de andar com suas próprias
pernas e que fazer fazendo até aprender o certo faz parte do caminho para o
sucesso. Quantos já leram os livros bases do fundador? O Escotismo para
Rapazes, O Caminho para o Sucesso e o Guia do Chefe Escoteiro? Estas
literaturas estão aí para dar um caminho, diferente daquele que a UEB acredita.
Já me disseram que o Para ser Escoteiro do Floriano de Paula hoje é procurado
por muitos chefes. Poderia acrescentar o Guia do Escoteiro do Velho Lobo, O
Almirante Benjamim Sodré. Estão ultrapassados? Quem sabe uma boa adaptação do
passado com o presente seria a melhor solução?
Simplesmente alardear que o jovem de hoje quer outro tipo de atividade,
que a parafernália eletrônica mudou muito sua maneira de pensar é querer
enganar a grande evasão que acontece. O jovem ainda tem o sonho aventureiro.
Esqueceram-se de perguntar a ele se a vida aventureira ainda tem seu valor na
sua motivação.
Precisamos de uma dose de
humildade e isto não faz mal a ninguém. Reconhecer os erros sempre foram fatos
históricos de grandes homens da humanidade. Que eles procurem falar melhor para
a aldeia escoteira e não para os pedagogos e psicólogos que sem ter vivência
acham que tem a solução nas mãos. Os defensores não procuram saber se existem
resultados. Saem sim que eles não existem. A população brasileira está esquecendo-se
do escotismo. Na imprensa só o mal e nem mesmo a velhinha recebendo ajuda do Escoteiro
foi esquecida. Não temos homens e mulheres formados na educação escoteira para
dizer e confirmar que somos uma organização que pode ajudar e muito na formação
de jovens. Chega desta suntuosidade, de taxas absurdas, do marketing visando arrecadação
financeira. Se o passado passou então que tenhamos um presente visando nosso
crescimento de maneira sadia, dentro dos princípios Badenianos que sempre
tivemos sucesso.
Estou cansado de ouvir que não existem almoços grátis. Claro que não,
mas já vi homens escoteiros inteligentes tendo a colaboração de terceiros para
ajudar na formação de chefes e participação dos jovens nos eventos nacionais. Eu
vi isto no passado que condenam. Não havia sede luxuosas, soberba em cobranças
para custear os poderosos. Utopia? Doce utopia. Diferente do passado temos uma
realidade escoteira hipócrita onde só os ricos e poderosos tem condições de
participar da maiorias das atividades Escoteiras nacionais e internacionais. Já
disse e repito não temos profissionais preparados para alavancar dentro da
sociedade brasileira o valor do escotismo. Carecemos de bons conferencistas, oradores
debatedores, não temos abertura na imprensa falada escrita e televisada. Onde
estão nossos valores escoteiros na sociedade, nos meios empresariais, até mesmo
politico do qual hoje ficamos sim preocupados se algum diz ter sido Escoteiro e
investigado por falcatruas?
Precisamos deixar de
lado esta mania de grandeza. Quem sabe aparece um Mahatma Gandhi ou um Martin
Luther King Jr, que pela paz, pelo amor ao próximo conseguem mudar as
ideologias do Grande Irmão e vencerem sem usar a força. Fico por aqui. Sempre
digo que palavras são palavras e elas se perdem no tempo e na história. É hora de mudar de rumo e voltar a minha velha
seara de contador de histórias como sou conhecido. Histórias da carochinha,
histórias de Sherazade, histórias épicas, histórias de Escoteiros e Lendas que ainda
encantam a juventude Escoteira no Brasil. É hora de entreter a escoteirada. Eu
gosto deles e de vê-los com seus olhinhos a olhar o contador de história nas
luzes vermelhas da fogueira em uma floresta qualquer. Eles olhando incrédulos
querendo ser uma das personagens que aparecem nas histórias. Entretanto ainda
acredito. Mesmo sabendo que é um sonho porque não sonhar?