Baden-Powell - Fundador do
Escotismo. Cidadão do mundo.
“Tentem
deixar este mundo um pouco melhor do que o encontraram.” (Baden-Powell).
Robert Stephenson Smyth Baden-Powell (conhecido
também apenas como Baden-Powell
ou B-P) é considerado uma referencia de alguém que se importa com o próximo e
com o mundo, sendo que até hoje muitas pessoas, dentro e fora do movimento
escoteiro, seguem seus ideais. Nascido em Londres, no dia 22 de fevereiro de
1857, B-P foi um tenente-general do Exército Britânico e também o fundador do
Escotismo.
Seu
pai era o reverendo Baden Powell, professor catedrático em Oxford, e morreu
quando Robert tinha aproximadamente três anos. Sua mãe, filha do almirante
inglês W. T. Smyth teve de criar sozinha B-P e mais sete filhos. Robert e seus
irmãos cresceram ao ar livre, recorrentemente excursionavam e acampavam em
diversas localidades da Inglaterra.
Em
1870, Baden-Powell conseguiu uma bolsa de estudos e ingressou na Escola
Charterhouse em Londres. Não era um estudante que se destacasse, mas era um dos
mais ativos. Estava sempre metido em tudo que acontecia no pátio do colégio, e
cedo se tornou popular pela sua perícia como goleiro da equipe de futebol de Charterhouse.
Dentre
seus mais diversos talentos, muitos também apreciavam suas habilidades como
ator. Mas B-P tinha também vocação para a música, e seu dom para o desenho
permitiu-lhe mais tarde ilustrar todas as suas obras.
Além
de ter uma exemplar carreira no serviço militar, chegando a capitão aos 26
anos, B-P ganhou o troféu desportivo mais desejado de toda a Índia, o troféu de
“Sangrar o Porco” (caça ao javali selvagem, a cavalo, tendo como única arma uma
lança curta). Aparentemente não parece algo difícil, mas este desporto é muito
perigoso, basta saber que na Índia o javali selvagem tem sua ferocidade
comparada com a de um tigre.
Baden-Powell e sua Esposa Olave Baden-Powell.
Em
1887, B-P participou da campanha contra os Zulus na África. Logo após foi
promovido a Major em 1889, e em Abril de 1896 dirigiu uma expedição contra os
Matabele em Rodésia. Esta era uma época formativa para B-P, pois muitas das idéias fundamentais do escotismo
têm sua origem aqui. Nesta guerra B-P iniciou uma amizade com o
escoteiro americano Frederick
Russell Burnham, que mostrou a ele a maneira do Oeste americana do woodcraft (escotismo),
e foi aqui que ele usou seu chapéu Stetson (chapéu comumente usado pro B-P)
pela primeira vez.
Com
suas habilidades e promoções no Exército, BP tornou-se famoso rapidamente. Os
nativos da tribo dos Ashantis temiam-no tanto a perícia de Baden Powell como
explorador, sua coragem e sua impressionante habilidade em seguir pistas, que
lhe batizaram “Impisa” (“lobo-que-nunca-dorme“),
mais tarde essas qualidades de B-P foram transmitidas ao Movimento Escoteiro.
Durante
o ano de 1899, Baden-Powell tinha sido promovido a Coronel. Na África do Sul,
as relações entre a Inglaterra e o governo da República de Transvaal tinham
chegado ao ponto do rompimento. B-P recebeu ordens de organizar dois batalhões
de carabineiros montados e marchar para Mafeking, uma cidade no coração da
África do Sul.
B-P
defendeu Mafeking durante 217 dias (a partir de 13 de outubro de 1899) na
Guerra dos Bôeres. Mafeking estava cercada por forças esmagadoramente
superiores do inimigo, até que tropas de socorro conseguiram finalmente abrir
caminho lutando para auxiliá-lo, no dia 18 de maio de 1900.
Promovido
agora ao posto de major-general, Baden Powell tornou-se um herói em seu país
para adultos e crianças. Então em 1901 voltou para a Inglaterra e descobriu que
a sua popularidade pessoal dera também muita popularidade ao livro que
escrevera para militares: Aids to
Scouting.
No ano
do 1920, B-P recebeu do rei Jorge V a honra de ser elevado a barão, sob o nome
de Lord Baden-Powell of Gilwell.
Quando
suas forças afinal começaram a declinar, depois de completar 80 anos de idade,
Baden Powell regressou à sua amada África com a sua esposa, Lady Olave
Baden-Powell (falecida em 1976). B-P faleceu em oito de Janeiro de 1941,
na Quênia, faltando um pouco mais de um mês para completar 84 anos de idade.
- Após
o falecimento de Robert Baden-Powell (1857-1941) carinhosamente chamado de B-P,
foi encontrado entre suas coisas uma carta de despedida. Dizia o seguinte:
“Escoteiros”:
Se vocês tiverem visto a peça "Peter Pan", deverão estar lembrados de
que o chefe-pirata estava sempre fazendo o seu "discurso de
moribundo", porque receava que, possivelmente, quando chegasse a hora de
ele morrer, não tivesse mais tempo para dizer tais coisas.
Acontece
quase a mesma coisa comigo e, assim, e embora neste momento eu não esteja
morrendo - qualquer dia destes eu morrerei -, quero enviar a vocês uma palavra
de despedida. Lembrem-se de que será a última vez que vocês ouvirão minhas
palavras. Portanto, pensem bem nelas. Eu tenho tido uma vida muito feliz e
quero que cada um de vocês também tenha uma vida feliz. Acredito que Deus nos
colocou neste mundo alegre para que sejamos felizes e para aproveitarmos a
vida. A felicidade não provém do fato de ser rico, nem meramente de ter sido
bem sucedido na carreira; e, tampouco, de sermos indulgentes para com nós
mesmos. Um passo na direção da felicidade é o de tornar-se saudável e forte
enquanto se ainda é jovem, de sorte que possa vir a ser útil e aproveitar a
vida quando for homem.
O
estudo da natureza mostrará a vocês quão repleto de coisas belas e maravilhosas
Deus fez o mundo para vocês aproveitarem. Alegrem-se com o que receberam e
façam bom proveito disso. Olhem para o lado bom das coisas, ao invés do lado
ruim delas. Contudo, a melhor maneira de obter felicidade é proporcionar
felicidade a outras pessoas. Tentem deixar este mundo um pouco melhor do que o
encontraram e, quando chegar à vez de morrerem, possam morrer felizes com o
sentimento de que, pelo menos, não desperdiçaram o tempo, mas fizeram o melhor
que puderam. Estejam preparados, desta maneira, para viverem e morrerem
felizes, sempre fiéis à Promessa Escotista, até mesmo depois que deixarem de
ser jovens - e que Deus os ajude a cumpri-la. “Vosso amigo, Baden-Powell.”