quinta-feira, 10 de maio de 2018

Desta vez não deixei de barato. Foi prá valer!



Desta vez não deixei de barato. Foi prá valer!

Célia me aconselhou a deixar prá lá. Era meu anjo da guarda, mas desta vez não iria deixar de barato. Deixei quando aquele Escoteiro Chefe me esnobou quando disse que meus escritos não coadunam com o escotismo dele. – Mas qual escotismo era o dele? Deixei de barato quanto à japonesada quatro tacos nem me deu confiança quando ofereci meus préstimos. E um deles que foi em curso pioneiro o primeiro no Brasil que fui convidado a dirigir e ele foi lá para saber se eu entendia do riscado?

- Hora bolas, pelas barbas de Maomé que não iria deixar passar de barato. Não ia mesmo. Deixei quando aquele cara chefão das mumunhas da região trouxe mais de trinta em um ônibus para votar na sua chapa regional e a nossa perdeu por seis votos! Putz grila! Se peguei pelo colarinho aquele Chefe na cidade de Minas Gerais que dizia ser o Juiz de Direito, tinha escoteiras e escoteiros cujo Grupo com mais de 1.200 participantes fazia tudo errado? Mostrei a ele quantos paus se faz uma canoa... (até hoje não sei, você sabe?). Kkkkkk.

- Desta vez não... E não... E não! - Iria de uniforme, caqui curto e chapelão “fais favô!”.  Duro como sempre eu pedi emprestado aos filhos à passagem ida e volta a Curitiba. Isto mesmo. Iria a Assembleia Nacional. Ia botar prá quebrar ou eles iriam me quebrar... Não sei. Meu filho me levou a Cumbica. O povo admirado. Ainda existem? Perguntaram. Não ia dizer que aquele bando de Curitiba, aqueles magotes estavam levando o escotismo prú “beleleu”. Nem cafezinho tomei. Dois federais me pediram pra acompanhá-los.

- Seria o meu bastão com ponteira de aço e o totem da Patrulha Lobo? Não era. Um que disse ser o Delegado responsável me mostrou um e-mail do Gilmar Mendes. – “Não deixe pegar avião. Pode querer fugir. Recolham o passaporte. Avisarei pessoalmente ao Temer que ele está aí”. – Olhei prú delegado. Moço já foi escoteiro? Ele sorriu. Eu? Sim, mas não com a camisa fora da calça. Isto nem morto! – Sorri, era dos meus. Estava em casa. Ele baixinho no meu ouvido. – Tem alguém para levar você a Viracopos em Campinas? Lá libero sua viagem com o avião da federal!

- Nem deu tempo para responder. A turma de puxa saco da Região uns quinze me cercaram. (A puxassacaiada estava armada de bastão e Fuzil automático). Todos com a tal vestimenta com a camisa fora da calça e meinha de todas as cores. Tinha barbudo, barrigudo e até lindas Chefes, mas com aquela vestimenta desbotada não tavam com nada. – Seu delegado! Falei. E agora? Ele fez um muxoxo. Não posso fazer nada querido chefe. Ordens do Dias Toffoli, do Ricardo Lewandowski e do Marco Aurélio. Vão levar você para Curitiba sim, mas não para a Assembleia e sim para a sede da policia Federal. Vão trocar você pelo Lula! Puta Merda! Tô fudido e mal pago! Kkkkkk. (detesto palavrão, desculpe).

- Queria gritar Xazan, chamar o Homem de Ferro para me emprestar a sua armadura. Queria virar qualquer um dos super fantásticos... E nada. Continuei o Velho Escoteiro, desdentado, capengando com sua bengala que nada tinha de magica. Um deles, aquele que gosta de ameaçar e dizer que vai demitir, comissão de ética e o escambal levantou o bastão para mim! Foi demais, peguei o meu encostado na parede. Notei o delegado escondido me mostrando seu revolver semi-automático fazendo sinais para eu usar!

- Ora bolas, pelas barbas do profeta! Eu queria ir à Assembleia Nacional, botar aquilo a nu! Ops, não era botar todo mundo nu, mas até que precisavam. Melhor que essa camisa manjada fora da calça. Iria pedir a palavra por bem ou por mal. Iria dizer tudo que pensava deles. Da sede do poder, da falta de transparência, do deboche que aquilo não era democrático, da avareza em juntar dinheiro, do alto preço da vestimenta, dos dezenove tipos, da falta de honestidade fazendo e escondendo a verdade... Tinha mesmo muita coisa para falar. Não deu. A briga na sala do Aeroporto de Viracopos começou. Um contra todos!

Gritava, batia, levava no lombo, uma baderna infernal. Aviões dançavam no ar. A turma do Tráfego Aéreo veio correndo ver e nem se preocupou no que ia acontecer. Um grande círculo se  formou:  Eu na minha pose de Briga de Galo, passada 2, asa 4 virada seis estava preparado. Pot, pat, put! O pau comeu. Bati levei mas sou o tal, não chorei. Quando ia me transformar em Hulk, aquele verdinho da TV alguém me chamava:

Osvaldo! Meu marido! Acorda! Esses seus pesadelos só assustam! Você não ganha uma, só leva no lombo! – Eita mulher maravilha. Se estivesse lá à história teria sido outra. Levantei, fui para minha varanda. O tempo esfriou. Melhor entrar e escrever... Era uma vez... Um chefete do interior das Minas Gerais que o destino o condenou a ser escoteiro... A não ganhar uma! Mas ensinou também que a batalha não é uma só. Até mais meus amigos, outra das minhas sátiras, mas a EB... Eita! Enquanto ela não mudar vai ser difícil voltar a escoteirar!

Nota – Mais uma das minhas sátiras, dos meus pendores, não dos meus amores, pois esse é um só. Minha Célia a quem amo demais. Mas gosto de escotismo. Fiz dele meu cataclismo na cidade que não fui. Tenham um ótimo dia, muita alegria, cante com prazer uma canção e não se esqueçam da oração... Abraços fraternos!