domingo, 20 de agosto de 2017

Kim - de Rudyard Kipling


Conversa ao pé do fogo.
Kim
Por Rudyard Kipling

                       Kim, ou, para lhe darmos o nome completo, Kimball O’Hara, era filho de um sargento de um regimento irlandês da Índia. O pai e a mãe morreram quando era criança e ele ficou entregue aos cuidados de uma tia. Por companheiros tinha só rapazes indígenas e pôde, assim, aprender a falar a língua deles e a conhecer todos os seus costumes. Ele e um velho sacerdote ambulante tornaram-se grandes amigos e juntos percorreram todo o norte da Índia. Um dia, Kim encontrou por acaso o antigo regimento do pai, em marcha, e quando fazia uma visita ao acampamento foi preso por suspeita de furto. Encontraram-lhe a certidão de nascimento e outros documentos e o pessoal do regimento, vendo que ele lhe pertencia, tomou conta dele e mandou-o educar. Mas, todas as vezes que conseguia ir passar férias fora, Kim vestia-se à moda indiana e andava entre os indígenas como se fosse um deles.

Aqui um pequeno trecho do seu mais famoso livro onde Kim é um pitoresco espião. Escrito por Sir Rudyard Kipling e publicado em 1901. A historia é baseada no conflito político na Ásia Central entre o Império Russo e o Império Britânico, chamado The Great Game. Notável para o retrato detalhado do povo indiano.

Resumo da historia:
Kimball O’Hara, chamado Kim, é um órfão, filho de um soldado inglês e uma mãe branca pobre. Ele sobreviveu implorando e fazendo recados nas ruas de Lahore durante o período da Índia colonial. Ele está tão imerso na cultura local, que poucos percebem que ele é branco. Ele ocasionalmente trabalha para Mahbub Ali, um comerciante de cavalos e também um agente do Serviço Secreto Britânico, a quem Kim mais tarde entra.

Kim faz amizade com um antigo lama tibetano que está em busca do lendário Arrow River, através do Samsara. O menino se torna seu discípulo ou chela, e eles se deixam juntos em uma viagem atravessando uma antiga estrada chamada Great Trunk. No caminho, aprende-se sobre o Grande Jogo, um conflito político entre o Império Russo e o Império Britânico. Ele é fortuitamente comissionado pelos britânicos para levar uma mensagem ao comandante britânico em Ambala.

O capelão do regimento do pai de Kim descobre que o último pertence à Maçonaria, observando que ele carrega o símbolo do Mason que envolve seu pescoço e o obriga a se separar da lama. Kim opõe-se à separação, mas o lama o convence de que é melhor para ele e, finalmente, Kim é enviada para estudar a cidade de Lucknow, uma prestigiada escola britânica, financiada pela lama.

O tempo passa e Kim mantém a comunicação com o lama, para quem o menino continua a ter carinho. Kim também esteve em contato com o serviço secreto britânico, e durante um feriado de Kim, é recrutado e treinado como espião, pelo saur Lurgan, um joalheiro, que também é agente britânico na cidade de Simla. Parte da educação inclui um exercício de memória visual chamado The Game of Jewels. Depois de três anos de treinamento, Kim recebe um trabalho do governo, de onde ele começará a operar no The Great Game, mas antes de ser concedido um merecido descanso. Kim retorna para encontrar o lama e, por ordens de seu superior, babuíno Harry Chunder Mookherjee, faça uma viagem ao Himalaia.

Neste ponto, o mundo da espionagem e os fios espirituais da história colidem, quando o lama inconscientemente entra em conflito com agentes de inteligência russos. Kim, por sua parte, consegue obter dos mapas russos, documentos e outros detalhes importantes, que mostram o trabalho do Império Russo nas áreas sob controle britânico. Mookherjee se aproxima secretamente dos russos sob o pretexto de ser um guia, e assim garante que os elementos obtidos por Kim não voltem às mãos dos russos.

Com a ajuda de porteiros e aldeões, Kim consegue resgatar o lama. O lama percebe que ele se desviou ao descobrir que sua busca pelo rio Arrow deveria ser feita nas planícies, não nas montanhas, e ordena aos porteiros que retornem o caminho. Já de volta, Kim e o lama descansam e recuperam sua saúde após a difícil viagem.

Kim entrega os documentos russos aos seus superiores e é visitado por Mahbub Ali, que está interessado nele. O lama finalmente encontra o Rio Seta e consegue a iluminação espiritual. Kim está na encruzilhada entre o restante de uma peça no Grande Jogo, seguindo o caminho espiritual do budismo tibetano, ou seguindo uma combinação de ambos.

A moral dessa história, caro leitor, é que hoje em dia precisamos ficar atentos a todas as conquistas humanistas, as quais permitem que a educação seja inclusiva, ecumênica, antirracista ou etnocêntrica, e instauradora da noção de que não há povos ou culturas superiores ou inferiores; mas, ao mesmo tempo, nunca devemos deixar que se perdesse o crescimento da imaginação e da sensibilidade que o desejo pela aventura carrega consigo. Os Grandes Jogos mudam, mas os pequenos Kims, cada um na sua medida, sempre estarão aí para o que der e vier.

Kim é não apenas um dos livros mais importantes de Rudyard Kipling o Criador do Livro da Jângal, mas ocupa também posição de destaque na literatura de língua inglesa. Foi lançado em 1901, quando a Índia, onde se passa o romance, era ainda uma possessão britânica e doze anos após Kipling, tendo nascido na Índia, haver migrado para a Inglaterra. Kim se insere numa segunda etapa dessa literatura, na qual predominava um ponto de vista predominantemente britânico e que buscava afirmar a legitimidade do império. 

Nota de Rodapé: - Baden-Powell comentou em suas memorias: - “Um bom exemplo daquilo que um Escoteiro pode fazer encontra-se na história do Kim, da autoria de Rudyard Kipling”. vejam algumas de suas frases mais conhecidas: - Tenho seis servos que me ensinaram tudo o que sei: O quê? Por quê? Quando? Como? Onde? E Quem? - Não há prazer comparável ao de encontrar um velho amigo, a não ser o de fazer um novo. Nenhum homem tem o dever de ser rico ou grande ou sábio: mas todos têm o dever de serem honrados. Divirtam-se com Kimball O´Hara mais conhecido com Kim uma das personagens mais famosas de Rudyard Kipling.