segunda-feira, 13 de maio de 2019

Conversa ao pé do fogo. “Castas” – existem no escotismo?




Conversa ao pé do fogo.
“Castas” – existem no escotismo?

Prólogo: - Não seja arrogante , seja uma pessoa humilde, lembre-se aqui na terra ninguém e melhor que ninguém todos temos qualidades e defeitos, jamais seremos perfeito. Respeite o seu semelhante para que você seja respeitado. Olha já pensou que iremos embora daqui, estamos aqui apenas de passagem. A única coisa que você pode levar junto contigo que é melhor do que os outros e o caixão de primeira categoria no resto tudo é igual. Pense bem antes de ofender alguém.

                      No ideal de Baden-Powell castas não existem. Mas em alguns países dentre eles o Brasil existem sim. “Na sociedade liberal, vivemos em uma cultura onde muitos acreditam que qualquer um pode ascender em termos sociais e econômicos por meio de riquezas acumuladas”. Na Índia, trabalho e riqueza são parâmetros insuficientes para que possamos compreender a ordenação que configura a posição ocupada por cada indivíduo. Nesse país, o chamado regime de castas se utiliza de critérios da natureza religiosa e hereditária para formar seus grupos sociais.

                   - Entende-se em sociologia, que castos são sistemas tradicionais, hereditários ou sociais de estratificação, ao abrigo da lei ou da prática comum, com base em classificações tais como a raça, a cultura, a ocupação profissional, etc. Sei que muitos ficam em dúvida nesta minha preposição. Mas amigo se voce olhar bem ao seu redor no Movimento Escoteiro vais ver um numero razoável que se acham previlegiados. Eles pensam que pertencem a “Casta do Grande Irmão de Gilwell, do Chefão do dirigente ou até mesmo do Professor que chamam Formadores”.  Pelo cargo, pelo seu tempo de movimento ou mesmo pelo seu gráu de conhecimento escoteiro ele se julga importante e tem o previlegio de pertencer a uma “casta” que poucos conseguem. Ele se sente realizado. Só no escotismo onde tudo é de graça ainda existem tais tipos que não demonstram ter espírito escoteiro.

                       Quanto mais títulos e condecorações melhor. Os novos ficam admirados, outros ficam desejando ser igual e outros nauseados com tamanha idiotice. Sabemos que nem todos são assim. Seus ideais são os de ajudar uma juventude que busca no escotismo uma forma de colaborar com a juventude. Ver alguns com esse sonho é patético para não dizer dramático assistir a esse espetaculo de ver alguns voluntários que se acham acima da fraternidade que tão bem nos caracteriza. Qualquer um que labuta há mais de seis meses no escotismo sabe que existem. Às vezes tem figuras tão bizarras que dá vontade de rir. Outro dia comentei com alguns amigos que se continuar assim, teremos em breve alguns deles dizendo: - “Sabem com quem está falando”? Rs... Sob o ponto de vista linguistico é uma frase feita. Talvez o agravante do singnificado encontra-se justamente nas circunstancias em que ela é proferida. O tom de voz, o status de querer ser. Não duvidem. Temos sim no Escotismo brasileiro e em muitos países, chefes que se julgam o melhor.

                       Há um sonho abstrato de uns poucos (que incomodam) em participar ou ser desta casta que acreditam ser importante. – Sonham em ser Insígnia de Madeira esqueçendo seu próposito para que foi criada, Dirigentes Nacionais Regionais ou Distritais, Comissários, Formadores e por fim ser quando “crescer” um Velho Lobo. Dá tristeza ver a subserviencia de alguns chefes tentando conseguir o seu “taquinho”. Conheci um que fez tudo para conquistar um deles. Quando recebeu ficou doente por cinco meses. Maldição? Risos. Pode ser. Não quero generalisar. Quem sabe eu sou um deles? Não vivo aqui dizendo isso e aquilo como se Baden-Powell tivesse me escolhido para ser seu representante? Pode até ser, mas detesto superioridade. Detesto o maioral que não se coloca em seu lugar. Abdiquei-me de penduricalhos e hoje me conformo em usar minhas poucas condecorações como recordação do passado.
 
                        Fernando Pessoa, um célebre poeta escreveu: – “Precisar dominar os outros é precisar dos outros”. Será que o chefe é dependente deste estado de coisas? Podem me dizer que isto deve existir para que nossa disciplina seja conseguida, afinal somos um movimento educacional sem o caráter de obrigação profissional. Mas vale a pena então ter esta sêde de poder surda e absurda praticada em diversos orgãos escoteiros? Zé das Quantas humilde chefe Escoteiro de Brejo Seco acredita que não.

                      Pense bem, um movimento como o nosso, sem salário, desgastante onde muitos pagam para ajudar a juventude e aparecem esses “bibelôs” se achando superiores. O pior é seu risinho, seus passinhos, sua pose de grande chefe. E se tivessemos salário para essa cambanda? Seria o caos. Ainda bem que são em número irrisorio. Mas como irritam. Se um dia duvidar meu amigo, vá a um encontro nacional, olhe com olhos de lince da simplicidade e vais ver que não estou mentindo. Sem desmerecer os que foram outorgados com as grandes condecorações por merecimento, principalmente o Tapir de Prata, tem outros cujo sonho é chegar lá. Ser agraciado em uma grande atividade nacional. Quem sabe no seu ego pensam: - Agora posso morrer em paz!  Grita o Zé das Quantas: - Tapir neles!