Conversa ao
pé do fogo.
Miscelânea e
Salsada. Um pouco de cada um numa gostosa conversa ao pé do fogo.
Jamboree
- O acampamento em
silêncio. As patrulhas já se recolheram. Brilham estrelas no céu. Chefes estão
ali em volta do fogo. Um bate papo gostoso. Todos calados, o fogo crepita.
Fagulhas sobem aos céus. Um Chefe comenta: - E muitos partindo para o Jamboree.
Só fiquei triste porque o escoteirinho de Brejo Seco não foi. – Porque não foi?
Pergunta outro Chefe. - Ir como? Mora em um barraco, sua mãe é faxineira e seu
pai se mandou. Ela custou para fazer seu uniforme (traje) e recebeu um recado
do grupo que agora teria outro. Uma tal de vestimenta. Mas como ela podia
comprar? E o que ela vai fazer com o que ele tem? Dizem que o prazo está
vencendo para a troca. – chefes começam a discutir. Um distrital diz que seu
grupo vai em peso. Cada um sugerindo como baratear tudo para muitos poderem
participar. Ideias mil. Um Chefe mais idoso não fala nada. Ele queria dizer que
disseram a ele que isto poderia ser feito. No jamboree do Rio muitas empresas fizeram
parcerias e doações. O Velho queria dizer que um dia pediu para ver o balanço e
nunca lhe mostraram. Outro Chefe sorri. Nossa região via participar com uma
enorme delegação. Parece que vai ser bom. Bom para quem pode pagar quem não
pode esqueça disse um Chefe que se mantinha calado.
Vestimenta.
Conversam daqui, conversam
dali e o tema vai e volta. Dizem alguns que ela foi feita para uniformizar. Estávamos
com mil tipos e isto não era bom, disse o Formador que estava presente. Outros
gritaram no circulo do fogo que muitos jovens achavam feio o uniforme atual e
com a vestimenta eles iriam participar. – Pois é completou o Chefe, a vestimenta
vai atrair muitos nas fileiras Escoteiras. Esperando para ver disse um Chefe e
riu. Um magrinho, mas muito sabido comentou o truste da UEB. Dona exclusiva da
marca não deixa ninguém confeccionar. Só ela através dos escolhidos. – Porque não
deixar os estados também responsáveis? Não seria uma maneira de compartilhar os
lucros? Quem sabe alguma empresa pode fabricar mais barato? – Um silêncio mortal.
Mudaram de assunto. O Chefe do norte disse que existe liberdade de escolha no Grupo Escoteiro. Outro
disse que não. Alega que antes da votação muitos chefes já se apresentavam com
a vestimenta. Afinal dizem eles, a votação para chefes não vale? E aquele que
disse que agora vale votar? E antes não valeu? O que gostei mesmo em volta do
fogo foi um Chefe dar uma talagada no café do fogo e queimar a boca. Kkkkk. Mas
ele logo disse que a vestimenta estava virando uma “bagunça”. Cada um usa como
quer e compra o que quer. Afinal são 18 tipos disse. E aquele na ponta da tora
que dizia que o caqui vai acabar? Gerou uma bela discussão. Acaba ou não tem
muitos já muitos correndo para a vestimenta. E o Velho Escoteiro? Ele riu e
disse: - Nem morto, nem morto! Risos.
Estrelas de metal.
- Um Chefe comentou sobre elas. Eram
lindas, ver alguém com uma brilhando e com a flanela referente ao ramo atrás
dava um destaque especial. Amarela para os lobos, verde para os Escoteiros, marrom
para os seniores, vermelho para os pioneiros e azuis para os chefes. Porque
acabaram com as estrelas de metal? Perguntou um Chefe. Alguém prontamente respondeu:
- Era perigoso. Podia acontecer acidentes. Todos riram. Um disse que tinha mais
de sessenta anos de escotismo e nunca viu isto. Completou dizendo que ia a
todos os lugares com ela e nunca viu sequer um acidente. Outro disse que tirar a magia de abrir o olho
do lobo foi cruel. Magia? O que é isto? Perguntou um novato. – Antigamente o
lobo quando nascia não enxergava, ao fazer a promessa já podia andar e para
começar a ver tinha de abrir um olho. Como? Insistiu o Chefe: - Simples, ele
fazia algumas provas e recebia a estrela de metal no boné de lobo. E para ver
melhor só com as duas estrelas ao lado do distinto de lobo no boné. – Era assim
mesmo? Muito bonito disse a Akelá. Porque acabaram com esta magia? Aquele Chefe
mais galhofo riu e disse: Todos querem ter um pouco de Baden-Powell, não sendo tem
de inventar. Será que não estão vendo tantos lá na UEB inventando?
E assim os chefes ficaram horas
conversando, contando histórias, discutindo, cantando até que a madrugada
surgiu e resolveram cochilar um pouco até o toque da alvorada!