Ah! Dormir, sonhar, lembrar e não esquecer jamais...
Tempo “bão” tempos que não voltam mais.
Ouve um
tempo que foi há tanto tempo que nem sei se esse tempo ainda pode de novo
voltar... Nem que seja em saudades, em pensamentos, em vontades daquela que faz
a gente sonhar, tremer, tempo que a gente lembra e vive a se orgulhar. Tempo
“bão” de bastão a caminhar, bandeirolas soltas no ar. Chapelão do sol do quente
do poente de tudo que ele guardava na chuva, na caminhada, patrulha danada que
saia por aí a acampar. Tempo de ver tanta gente, olhando a gente sorridente, a
dizer baixinho com orgulho a que ao seu lado estava: - São escoteiros, valente
caminheiros que vão mudar a nação. Trazem no peito o orgulho de um brasileiro
sonhador, que acredita no futuro um futuro promissor. Tempo, por favor, traga
de novo ao vivo o tempo que eu vivo a sonhar...
Patrulha
sedenta por descobrir, uma trilha verde jeitosa, de encontrar uma árvore
frondosa e sem discutir ou falar, todos iam se sentar! Respirar a natureza em
toda sua realeza olhar ao redor e pensar: - Terra bonita, terra do boi valente,
da onça que aparece de repente, do Pica Pau espantado, olhando por todo lado, a
patrulha que parou, parou na sombra da árvore, naquela tão bela tarde um
suspiro para voltar a caminhar. Quem já viu uma patrulha, andando pela colina,
correndo pelas campinas, nas costas mochilas encantadas e tudo ali eram
levadas, para uma refeição, um bom café matreiro, coisa de bom Escoteiro? Tempo
da descoberta, do rio para pular, da jangada tão perfeita que nas águas tão
travessas era um vai e vem para atravessar.
Tempo
do feijão na brasa, da carne no carretel, do sal do sarapatel, do olhar do
cozinheiro, ao lado os escoteiros, esperando a boia terminar. Sons gostosos de
quem ouviu o bater nos pratos como a dizer; - Turma amiga da onça é hora de
encher a pança. É e cantar que hoje a boia é boa, tem arroz queimado, o feijão
está bichado e a carne estragada. Sorrisos em profusão, mas tudo sendo
consumido, na panela o arroz cozido, fazia sorrir valentões. E a noite
escurecendo, o tempo que foi passando, hora dos ventos noturnos, hora de limpar
o coturno, hora de um belo jantar. Jantar feito na moita, bebendo uma bela sopa
de tomate, ou de abacate você já viu? “Bão” demais meu amigo. Coisa de bons
mateiros, bons valentes escoteiros na clareira da floresta, pois esta noite
terá festa.
Apenas uma patrulha? Pode ser uma duas ou três não importa. O Chefe
confiava, na turma acreditava que tudo ia nos conformes, nada daria errado.
Monitor um companheiro, um bom líder Escoteiro, a contar causos sem fim. Sempre
tinha o gaiteiro, nas estradas nos atoleiros ele tocava: - £ “Em uma montanha
bem perto do céu, existe uma lagoa azul”. E a gente acompanhava todo mundo só
cantava lembrando a família que muito longe ficou. Mamãe papai cofiava. Sabia
que só valentes escoteiros de repente iria um dia ser homem honrado, com todo
mundo apalavrado, orgulho de uma era, que nunca mais irá voltar. Hã chapéu que
representava, por onde a gente passava, ali estão os escoteiros do Brasil.
Será que ainda verei
mochileiros escoteiros, correndo por aí nas montanhas, acampando em vales
enormes, dormindo sob o céu estrelado fazendo um escotismo gostoso, onde o
Chefe confia e deixa acontecer? Será que verei no horizonte, bandeiras do
Brasil tremulando, nas mãos de um Escoteiro de hoje, altaneiro viageiro, mostrando
a sua raça, deixando a vida sem graça do moderno que nada tem? Ainda fico
pensando onde anda os patrulheiros, que dão a vida pela patrulha, que seguram o
seu bastão como se fosse sua alma seu coração? Quem sabe eles trarão as
respostas, quando os chefes acreditarem que o escotismo deles e de mais
ninguém. Quem sabe seguirão o líder, que um dia disse na Jângal: “Quem ao crepúsculo já sentiu o cheiro da fumaça de
lenha, quem já ouviu o crepitar do lenho ardendo, quem é rápido em entender os
ruídos da noite;... deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se
volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido...”.
Se isto
acontecer irei para a terra dos meus ancestrais sorrindo, já pensei em deixar
de sonhar, mas isto não pode acontecer. Quero ainda ver os novos remanescentes,
fazendo nem que seja de improviso, aquele belo escotismo, que um dia irão
orgulhar. Sei que o chapéu é ultrapassado, que mesmo não sendo amado pode
trazer o calor, de sentar em volta do fogo, uma chaleira fumacenta, um café
brasileiro esquenta um papo aqui outro ali, menino vai ser bom demais. Sei que
é difícil de ver, afinal sou Velho ultrapassado o meu escotismo sonhado já
deixou de existir. Mas me provem que um dia de vestimenta e tudo, partirão
sorrindo nas trilhas, sem ter a sua chefia para tudo atrapalhar. Mostrem que não
há tempo, seja em qualquer momento existem bons escoteiros, com seu monitor
gritante avante, patrulhas! Sigam-me, pois agora é nossa hora, partiremos sem
demora ao nosso acampamento anual.
Boa noite meus amigos e amigas, durmam com Deus e
não esqueçam, façam como B-P: Arregace as mangas e tome iniciativa, olhe longe
e depois olhe ainda mais longe... Bons caminhos escoteiros, valentes e bons
brasileiros!