Conversa ao pé do fogo.
O Primeiro Grupo de Gilwell.
“John
Thurman Chefe de campo de Gilwell Park”. 1943/1969.
“Talvez
pareça um contratempo dizer que o espírito de um homem permaneça depois que ele
tenha desaparecido”. Porem no caso de B-P e a forma que ele influiu em Gilwell,
constituem-se em uma grande verdade. É o espírito da tolerância, da alegria e
camaradagem, de reflexão de preparação e generosidade, que se esboçou em seu
livro Escotismo para Rapazes e que através dos anos tem se espalhado de Gilwell
para o mundo... Portanto o lugar trata de manter vivo o espírito do melhor
ensinamento de B-P. que se manterá vivo não por sentimentalismo, mas sim porque
uma mensagem eterna, e todo mundo atual precisa da medicina que ele nos
forneceu de forma tão generosa. –
Todos os escotistas que conquistaram a Insígnia da
Madeira (IM), em quaisquer pais reconhecidos pela Organização Mundial Escoteira
(WOSM), passam a ser membros do 1º Grupo de Gilwell, do qual B-P é reconhecido
como Chefe de Grupo Perpétuo. É um grupo único, bastante original, que rompe
todas as regras e normas do mundo, não possuindo Assembleias, Diretoria,
Conselheiros e Programa. Reúne-se uma vez ao ano em Gilwell no
primeiro ou segundo fim de semana de setembro. Muito de seus membros nunca participaram
ou visitaram e talvez nunca o façam, porém se sentem orgulhosos em integrar
este grupo. Não são seres superiores e nem devem se sentir como tais, mas
sim por terem despendidos esforços significativos na participação de um esquema
de capacitação e experimentando uma forma impar de vida no campo. (É comum
quando em alguma atividade se reúnem vários chefes portadores da IM realizarem
um encontro do Primeiro Grupo de Gilwell).
A Insígnia da madeira, em si, não tem
nenhum valor, são duas contas de madeira, pendentes em um cordão, porem, para
todos que a conquistaram, é um sinal de orgulho, pois representa a
universalidade de Gilwell e de seu treinamento, que embora tenha sofrido
atualizações ao longo dos anos e adaptações à realidade de cada pais, se mantém
impregnado pelo espírito de fraternidade e eficiência como
idealizou B-P.
Em 1919, durante o 1º curso de
chefes no Parque de Gilwell, Inglaterra, curso este, chamado de Curso Oficial
de Treinamento de Escoteiros, surgiu uma questão importante nos pensamentos de
Baden-Powell. Qual seria o distintivo especial que deveria ser fornecido aos
escotistas que fossem aprovados neste curso. Baden-Powell disse: “—Não
permitiremos dar a eles então, qualquer distintivo normal, daremos justamente
um pedaço de madeira com uma correia de couro que chamaremos de “woodbadge” –
Insígnia da Madeira.” Para os adultos no Movimento Escoteiro, Gilwell é
sinônimo de formação e conhecimento. Escotistas em mais de 120 países trabalham
para alcançar sua Insígnia da Madeira nos Cursos de Gilwell, de acordo com a
tradição iniciada por Baden-Powell em 1919. Ao receber sua IM, os Chefes
Escoteiros passam a pertencer ao 1° Grupo de Gilwell, o maior Grupo Escoteiro
do mundo, do qual B-P é o Chefe Perpétuo.
O Colar de contas.
Então Baden-Powell elaborou com
uma tira de couro que lhe foi dada por um amigo africano e, uma das contas do
colar original do Rei Dinizulú. Um símbolo de conclusão desse curso, que durou,
do dia 08 de setembro de 1919, uma segunda-feira até 19 de setembro do mesmo
ano, sexta-feira, e determinou aos alunos que confeccionassem a sua segunda
conta, ficando convencionado que seria chamada de “Insígnia da Madeira”
lembrando o material da qual era feita. Sendo utilizada, conjuntamente, com um
lenço e um anel de lenço constituído de um nó chamado de cabeça de turco,
criados por Baden-Powell e Francis “Skipper” Gidney, o primeiro Chefe de Campo
do Parque Gilwell, visto que, não era costume usar lenço escoteiro e anel de
lenço, e sim, gravatas. Os primeiros colares foram utilizados sob o chapéu
escoteiro, hábito logo substituído para utilizá-lo em volta do pescoço.
Significado
e valores associados.
A
partir do significado simbólico que lhe é atribuída, é possível anunciar um
conjunto de valores associados à Insígnia que devem estar sempre presente ao
Escotista, seu portador. Um primeiro grupo de valores é a da idoneidade: seu
portador deve ser um Escotista formado e qualificado para exercer a missão de
educador, com uma competência reconhecida através da pratica de um escotismo de
alta qualidade. Um segundo grupo de valores tem a ver com a idoneidade moral:
sendo o Escotismo um método de educação baseados na pratica de princípios
morais expressos na Lei e na Promessa Escoteira, o educador que é chamado a
aplicar tal método não pode, ele mesmo, deixar de ser um exemplo de vivencia
desses princípios essa é, por conseguinte, uma condição a exigir aos portadores
da Insígnia da Madeira.
Um
terceiro grupo, decorrente do anterior, tem a ver com a firmeza do compromisso
assumido, como segue uma responsabilidade de aplicação das suas competências ao
serviço dos jovens. Uma responsabilidade de auto avaliação continua e
permanente, no sentido desenvolver cada vez mais aquelas competências e de dar
cada vez mais testemunho daqueles valores; uma responsabilidade de
disponibilidade pessoal e de abertura, sem a qual os anteriores não são
possíveis. A IM não é um salvo conduto para quem deseja ser um líder de uma
região ou da nacional para exercer cargos eletivos ou não. Isto deve ser pela
competência ou conhecimentos de sua área de atuação. Por tudo isto, finalmente,
a Insígnia da Madeira deve ser vista como um desafio e nunca como uma distinção
ou premio.
O
uso como peça do traje ou uniforme Escoteiro.
O
uso do colar e do arganel são apropriados em todas as circunstancias em que seu
portador se apresente em traje e/ou uniforme regulamentar. Em atividades
dirigidas, primeiramente, aos jovens, sugere-se que os portadores da IM NÃO
DEVEM USAR O LENÇO DE GILWELL, devendo limitar-se a usar o colar e o arganel
com o lenço regulamentar do órgão (grupo, distrito, região e/ou nacional) que
representa em reuniões, atividades ou eventos em vez do Lenço de Gilwell. O uso
do lenço de Gilwell é exclusivamente em atividades de formação no sentido
amplo, isto é, nas ações para formação propriamente ditas e ainda nas reuniões,
cursos e atividades que de alguma forma tenha ligação com a formação de
Escotistas, restrito ou não a portadores da IM.
Da IM, que compreende as terceiras e quartas
contas, permanecem de propriedade da Associação Nacional, a quem seu
portador deve devolver quando solicitado por quem o nomeou.