quarta-feira, 15 de junho de 2016

O Primeiro Grupo de Gilwell.


Conversa ao pé do fogo.
O Primeiro Grupo de Gilwell.

“John Thurman Chefe de campo de Gilwell Park”. 1943/1969.
“Talvez pareça um contratempo dizer que o espírito de um homem permaneça depois que ele tenha desaparecido”. Porem no caso de B-P e a forma que ele influiu em Gilwell, constituem-se em uma grande verdade. É o espírito da tolerância, da alegria e camaradagem, de reflexão de preparação e generosidade, que se esboçou em seu livro Escotismo para Rapazes e que através dos anos tem se espalhado de Gilwell para o mundo... Portanto o lugar trata de manter vivo o espírito do melhor ensinamento de B-P. que se manterá vivo não por sentimentalismo, mas sim porque uma mensagem eterna, e todo mundo atual precisa da medicina que ele nos forneceu de forma tão generosa. –

     Todos os escotistas que conquistaram a Insígnia da Madeira (IM), em quaisquer pais reconhecidos pela Organização Mundial Escoteira (WOSM), passam a ser membros do 1º Grupo de Gilwell, do qual B-P é reconhecido como Chefe de Grupo Perpétuo. É um grupo único, bastante original, que rompe todas as regras e normas do mundo, não possuindo Assembleias, Diretoria, Conselheiros e Programa. Reúne-se  uma vez ao ano em Gilwell no primeiro ou segundo fim de semana de setembro. Muito de seus membros nunca participaram ou visitaram e talvez nunca o façam, porém se sentem orgulhosos em integrar este grupo.  Não são seres superiores e nem devem se sentir como tais, mas sim por terem despendidos esforços significativos na participação de um esquema de capacitação e experimentando uma forma impar de vida no campo. (É comum quando em alguma atividade se reúnem vários chefes portadores da IM realizarem um encontro do Primeiro Grupo de Gilwell).

     A Insígnia da madeira, em si, não tem nenhum valor, são duas contas de madeira, pendentes em um cordão, porem, para todos que a conquistaram, é um sinal de orgulho, pois representa a universalidade de Gilwell e de seu treinamento, que embora tenha sofrido atualizações ao longo dos anos e adaptações à realidade de cada pais, se mantém impregnado pelo espírito de fraternidade e eficiência como idealizou   B-P.

               Em 1919, durante o 1º curso de chefes no Parque de Gilwell, Inglaterra, curso este, chamado de Curso Oficial de Treinamento de Escoteiros, surgiu uma questão importante nos pensamentos de Baden-Powell. Qual seria o distintivo especial que deveria ser fornecido aos escotistas que fossem aprovados neste curso. Baden-Powell disse: “—Não permitiremos dar a eles então, qualquer distintivo normal, daremos justamente um pedaço de madeira com uma correia de couro que chamaremos de “woodbadge” – Insígnia da Madeira.” Para os adultos no Movimento Escoteiro, Gilwell é sinônimo de formação e conhecimento. Escotistas em mais de 120 países trabalham para alcançar sua Insígnia da Madeira nos Cursos de Gilwell, de acordo com a tradição iniciada por Baden-Powell em 1919. Ao receber sua IM, os Chefes Escoteiros passam a pertencer ao 1° Grupo de Gilwell, o maior Grupo Escoteiro do mundo, do qual B-P é o Chefe Perpétuo.

O Colar de contas.
                Então Baden-Powell elaborou com uma tira de couro que lhe foi dada por um amigo africano e, uma das contas do colar original do Rei Dinizulú. Um símbolo de conclusão desse curso, que durou, do dia 08 de setembro de 1919, uma segunda-feira até 19 de setembro do mesmo ano, sexta-feira, e determinou aos alunos que confeccionassem a sua segunda conta, ficando convencionado que seria chamada de “Insígnia da Madeira” lembrando o material da qual era feita. Sendo utilizada, conjuntamente, com um lenço e um anel de lenço constituído de um nó chamado de cabeça de turco, criados por Baden-Powell e Francis “Skipper” Gidney, o primeiro Chefe de Campo do Parque Gilwell, visto que, não era costume usar lenço escoteiro e anel de lenço, e sim, gravatas. Os primeiros colares foram utilizados sob o chapéu escoteiro, hábito logo substituído para utilizá-lo em volta do pescoço.

Significado e valores associados.
A partir do significado simbólico que lhe é atribuída, é possível anunciar um conjunto de valores associados à Insígnia que devem estar sempre presente ao Escotista, seu portador. Um primeiro grupo de valores é a da idoneidade: seu portador deve ser um Escotista formado e qualificado para exercer a missão de educador, com uma competência reconhecida através da pratica de um escotismo de alta qualidade. Um segundo grupo de valores tem a ver com a idoneidade moral: sendo o Escotismo um método de educação baseados na pratica de princípios morais expressos na Lei e na Promessa Escoteira, o educador que é chamado a aplicar tal método não pode, ele mesmo, deixar de ser um exemplo de vivencia desses princípios essa é, por conseguinte, uma condição a exigir aos portadores da Insígnia da Madeira.

Um terceiro grupo, decorrente do anterior, tem a ver com a firmeza do compromisso assumido, como segue uma responsabilidade de aplicação das suas competências ao serviço dos jovens. Uma responsabilidade de auto avaliação continua e permanente, no sentido desenvolver cada vez mais aquelas competências e de dar cada vez mais testemunho daqueles valores; uma responsabilidade de disponibilidade pessoal e de abertura, sem a qual os anteriores não são possíveis. A IM não é um salvo conduto para quem deseja ser um líder de uma região ou da nacional para exercer cargos eletivos ou não. Isto deve ser pela competência ou conhecimentos de sua área de atuação. Por tudo isto, finalmente, a Insígnia da Madeira deve ser vista como um desafio e nunca como uma distinção ou  premio.

O uso como peça do traje ou uniforme Escoteiro.
 O uso do colar e do arganel são apropriados em todas as circunstancias em que seu portador se apresente em traje e/ou uniforme regulamentar. Em atividades dirigidas, primeiramente, aos jovens, sugere-se que os portadores da IM NÃO DEVEM USAR O LENÇO DE GILWELL, devendo limitar-se a usar o colar e o arganel com o lenço regulamentar do órgão (grupo, distrito, região e/ou nacional) que representa em reuniões, atividades ou eventos em vez do Lenço de Gilwell. O uso do lenço de Gilwell é exclusivamente em atividades de formação no sentido amplo, isto é, nas ações para formação propriamente ditas e ainda nas reuniões, cursos e atividades que de alguma forma tenha ligação com a formação de Escotistas, restrito ou não a portadores da IM.

Da IM, que compreende as terceiras e quartas contas, permanecem  de propriedade da Associação Nacional, a quem seu portador deve devolver quando solicitado por quem o nomeou.