Crônicas
de um Velho Chefe Escoteiro Gagá.
Procura-se
um Presidente.
Era para ser outro artigo: - Procura-se
um Presidente para o Brasil. Presidente? Não serve o da União dos escoteiros do
Brasil? – Não. Não serve. Ele foi escolhido por uma comissão de poucos e não
eleito por muitos. Basta os Presidentes interinos, substitutos ou sob a tutela
de militares. Pensei em Joaquim Barbosa aquele ministro que mandou para a
prisão uma cambada que se achava protegida por um manto da impunidade. Mas ele
não ia servir. Não era da boquinha, dos conchavos com deputados e senadores,
não era de dar colher de chá a empreiteiros e enganadores. Ele nunca seria
Presidente. Quem então? Difícil dizer e escolher. Se procurarmos na tal União
Parlamentar Escoteira iremos tomar um susto. Quantos lá estão sendo processados
na Lava Jato? Não sei e nem quero saber. Lá não tem ninguém que preste e se tem
ele já devia ter tomado seu rumo para ser Chefe Escoteiro em uma tribo indígena
no Xingu. Pensei em sugerir uma Grande Assembleia Nacional dos Escoteiros onde
todos poderiam participar, com voz voto eleger e ser eleito. E você Escoteiro,
acredita nisto?
Será que nossos irmãos
escoteiros iriam “topar”! – Não sei. A turma de chefes mais esperançosa e
benemérita sempre iria nos lembrar do velho “mantra” – Precisamos trabalhar com
os meninos, dar a eles um pouco de alegria e paz no coração. É lindo isto, mas
só isto basta? Não adianta insistir nesta tecla. Os novos que chegam estão
aprendendo a filosofar, a obedecer sem discutir, a ter um tutor ou assessor e a
lavagem cerebral é perfeita. Pensei em fazer um curso de Assessor. Seria para
mim o máximo. Já pensou? Voltando ao chefe que um dia chega à conclusão que nem
tudo está certo e que algo precisa mudar. Aí ele olha para o Brasil. Afinal ele
é um trabalhador, um homem honesto e mesmo não tendo sido Escoteiro aprendeu
com seus pais o que é honra caráter e palavra. Nas suas andanças vê as enormes
discrepâncias entre grupos e chefes que praticam a ideologia de B-P. Sente na
pele que o escotismo para todos tão apregoado não é. Preocupa-se em ver que um
movimento tão nobre e idealista, cheio de fraternidade está se tornando
elitista, onde poucos decidem os destinos da Associação.
Ele então olha em volta. Olha
a politica do estado brasileiro. Olha quantos políticos maus caráter temos nos
postos chaves da nação. Sente-se humilhado por ver patrícios usando de prerrogativas
para enriquecerem e permanecerem eternamente no poder. Isto assusta. Ele se
pergunta: - Onde vamos arrumar um Presidente que dê jeito em nosso pais? Ele é
um homem ou uma mulher inteligente. Lê jornais, ouve comentários na TV,
conversa com seus amigos no seu trabalho. Não acredita mais em santinhos, em
promessas e se pergunta: - Afinal porque um Politico se interessa em indicar ou
até brigar para colocar um protegido seu em alguma benesse governamental? É seu
papel? Ele foi eleito para isto? Sua mente corre velozmente e volta ao
escotismo. E nós? Onde vamos chegar? Como só 0,5% do nosso efetivo tem direito
a escolher nossos dirigentes? Porque não todos? Mas ele sabe que é uma voz
sozinha na escuridão. Os conhecedores, políticos escoteiros tem a resposta na
ponta da língua. Afinal porque isto? Para meia dúzia usufruir do poder?
Ele é novato, não tem ainda
a experiência mateira e nem lhe contaram tudo das tradições que são deslocadas
ou alteradas em nome de uma nova concepção escoteira. Lê um artigo Escoteiro em
uma rede social onde o autor dizia que uma Chefe Escoteira quase foi a única a decidir
o novo uniforme a quem chamaram de vestimenta. Tinha tudo à mão. Ideias,
sugestões, o dom da palavra e melhor ainda trabalhava em uma organização que
podia lhe dar uma mão. E que mão. Como não tinha experiência com antigos
escoteiros e estes todos sabem que não tem direito a opinar convenceu a alguns
poucos a mudar. Nem pensou em tradição. Mudou e pronto. – Foi bom para você a
mudança? Só faltou o cigarrinho que hoje está afastado das hostes Escoteiras.
Um truste foi formado. Só um tinha direito em confeccionar e vender. Mais de
80.000 clientes cativos. Mas e dai Chefe? Ele perguntou. E o Presidente?
Ninguem respondeu.
Presidente de que, do Brasil ou da UEB? Quem? Quem? Quem poderia mudar a estrutura,
dar liberdade, dar direitos e dizer que a democracia é assim, o que é meu é
seu. Meus direitos são os seus direitos. A duvida dele é a minha. Quanto tempo
ele ainda vai ficar no escotismo eu não sei. Nas minhas andanças em trilhas
diminutas da minha vida escoteira vi muitos abandonando a estrada do escotismo.
Milhares? Quem sabe sim. Por quê? Não me pergunte. Pergunte a UEB, ou melhor,
EB. Mas e finalmente precisamos ou não de um Presidente? – De que? Do Brasil ou
da UEB? Da UEB é perda de tempo. São três em uma comissão que não foram eleitos
e pouco mandam. Foram escolhidos por outra comissão eleita por 0,5% do nosso
efetivo nacional. O que se passa no reino de Abrantes nem eu sei. A historia
conta que um General encontrou seu país sem governo, Um Principe regente que
fugiu para o Brasil (logo o Brasil?) Ele assumiu o poder rindo. Quem lhe
perguntasse como iam as coisas, a resposta na ponta da língua: - Está tudo como
dantes no quartel d’Abrantes!
Mas e então Chefe, onde
vamos achar um presidente? Do Brasil ou da UEB? O primeiro vai ser difícil o
segundo meu amigo depende de você!