domingo, 31 de julho de 2016

Curiosidade Escoteira. O brim caqui.


Curiosidade Escoteira.

Vejo um artigo do Chefe Fabio Neiva onde ele faz um comentário sobre o brim caqui. Pesquisa bem feita as origens do seu artigo foram fieis ao brim. Parabenizo ao Chefe pela postagem e que isto não sirva de minha parte para comparações entre o caqui (uniforme) e a vestimenta. Como todos sabem sou adepto do caqui curto e se ainda faço comentários da vestimenta é mais sobre seu preço, a quantidade de peças a escolher, sua maneira de vestir, hoje na minha simples opinião sem garbo e apresentação. Sei que a maioria são adeptos da maneira de vestir da vestimenta, usando a modernidade como justificativa. Não quero mais polemizar sobre o tema e meu intuito aqui é comentar sobre o caqui no passado e no presente sem desmerecer o excelente artigo do Chefe Fabio Neiva.

Ouve uma época, época que alguns poucos chefes de hoje distorcem ou mesmo não gostam de quem viveu no seu passado ou falem dele, que os uniformes, distintivos, adereços e apetrechos escoteiros eram vendidos em lojas bem conhecidas na comunidade local e isto foi sem sombra de duvida um enorme marketing para os escoteiros, sem considerar a enorme facilidade para aquisição. Hoje a dúvida da EB em acreditar que outras associações Escoteiras não pertencentes a ela possam usufruir de tais benefícios a levou ser a única em decidir quem vende quem pode comprar e o que pode vender. Considerando a facilidade da compra do tecido caqui seja no passado ou no presente se tornava mais fácil à tia, a mamãe ou a vizinha confeccionar os uniformes. Isto facilitava muito os mais humildes na uniformização. Afinal o preço de um artigo pode ser visto com um maior número de jovens com seus uniformes.

Queira ou não, no passado se via com mais facilidade jovens escoteiros uniformizados indo para suas reuniões ou atividades extra sede. Até mesmo os lobos de Seeonee com seu brim azul podiam usufruir dele com preços módicos. Eu mesmo fiz questão de aos dez anos trabalhar para comprar um tecido caqui que minha tia confeccionou. Hoje a EB (Escoteiros do Brasil) se transformou em um truste. (Truste é uma empresa ou várias que detêm parte de um mercado, se ajustam ou se fundem para assegurar o controle, estabelecendo preços que quer cobrar muitas vezes visando maior margem de lucro). Sei que muitos irão discordar, mas os preços dos distintivos, uniformes e adereços da EB estão muito aquém das possibilidades de muitos jovens que querem fazer escotismo no Brasil. Afinal a EB com todo direito que possui, dita as regras, e mesmo sem consultas, pesquisas ou mesmo transparência nos seus atos, define os preços, nem sempre levando em consideração as condições financeiras de seus associados e seus fornecedores. Como só existe um representante comercial, quem sabe a negociação deixa a desejar o valor real do objeto. Afinal os associados não tem mais onde comprar e são obrigados a comprar da EB para poder usufruir de tudo aquilo que ela produz e faz.

Enquanto nos dias de hoje ainda é possivel fazer um uniforme de cor caqui por menos de 120 reais, a vestimenta não sai por menos de 300 reais. Sem considerar a má qualidade da confecção e do tecido que rasga facilmente e desbota com facilidade. Baden-Powell quando pensou na criação do escotismo, pensou mais na juventude humilde inglesa que não podiam ter as mesmas regalias dos mais bem postos financeiramente. Aqui no Brasil acontece o mesmo e é comum termos jovens sem condições financeiras lutando com dificuldades para participar ativamente do escotismo. Muitos pensam que os órgãos dirigentes deveriam ter como programa facilitar a participação dos seus associados, o que nem sempre acontece. Qualquer um sabe que as dificuldades na maioria dos Grupos Escoteiros no Brasil são enormes. Seja na uniformização, no material necessário para as práticas Escoteiras ou mesmo até em algumas cidades mais distantes comprar e receber pelos meios eletrônicos de hoje que a UEB tem e usa frequentemente. Reclamações de troca ou peças erradas são comuns.

Sabemos que boa parte dos associados da EB que querem praticar o escotismo, sofrem para pagar a taxa anual para ser um membro efetivo. Ao Chefe Fabio Neiva meus parabéns pelo artigo sobre o tecido caqui. Abri um leque em seu artigo quem sabe dando nova interpretação no brim que sempre me vem à lembrança. Peço desculpas por ter usado seu artigo alterando a maneira de pensar sobre a vestimenta que repito: - Preços melhores, apresentação melhor levaria ao meu entendimento uma melhor postura e apoio de uma sociedade ou comunidade brasileira acostumada a ver em seus representantes militares, empresariais, entidades sociais ou religiosas ou mesmo escolares, postura garbosa no uso de seus uniformes. E o preço? O preço Ó!
Sempre Alerta!