Curiosidade
Escoteira.
Vejo um
artigo do Chefe Fabio Neiva onde ele faz um comentário sobre o brim caqui. Pesquisa
bem feita as origens do seu artigo foram fieis ao brim. Parabenizo ao Chefe
pela postagem e que isto não sirva de minha parte para comparações entre o
caqui (uniforme) e a vestimenta. Como todos sabem sou adepto do caqui curto e
se ainda faço comentários da vestimenta é mais sobre seu preço, a quantidade de
peças a escolher, sua maneira de vestir, hoje na minha simples opinião sem garbo
e apresentação. Sei que a maioria são adeptos da maneira de vestir da vestimenta,
usando a modernidade como justificativa. Não quero mais polemizar sobre o tema
e meu intuito aqui é comentar sobre o caqui no passado e no presente sem
desmerecer o excelente artigo do Chefe Fabio Neiva.
Ouve uma
época, época que alguns poucos chefes de hoje distorcem ou mesmo não gostam de
quem viveu no seu passado ou falem dele, que os uniformes, distintivos,
adereços e apetrechos escoteiros eram vendidos em lojas bem conhecidas na
comunidade local e isto foi sem sombra de duvida um enorme marketing para os
escoteiros, sem considerar a enorme facilidade para aquisição. Hoje a dúvida da
EB em acreditar que outras associações Escoteiras não pertencentes a ela possam
usufruir de tais benefícios a levou ser a única em decidir quem vende quem pode
comprar e o que pode vender. Considerando a facilidade da compra do tecido
caqui seja no passado ou no presente se tornava mais fácil à tia, a mamãe ou a
vizinha confeccionar os uniformes. Isto facilitava muito os mais humildes na
uniformização. Afinal o preço de um artigo pode ser visto com um maior número
de jovens com seus uniformes.
Queira
ou não, no passado se via com mais facilidade jovens escoteiros uniformizados
indo para suas reuniões ou atividades extra sede. Até mesmo os lobos de Seeonee
com seu brim azul podiam usufruir dele com preços módicos. Eu mesmo fiz questão
de aos dez anos trabalhar para comprar um tecido caqui que minha tia confeccionou.
Hoje a EB (Escoteiros do Brasil) se transformou em um truste. (Truste é uma
empresa ou várias que detêm parte de um mercado, se ajustam ou se fundem para
assegurar o controle, estabelecendo preços que quer cobrar muitas vezes visando
maior margem de lucro). Sei que muitos irão discordar, mas os preços dos distintivos,
uniformes e adereços da EB estão muito aquém das possibilidades de muitos
jovens que querem fazer escotismo no Brasil. Afinal a EB com todo direito que
possui, dita as regras, e mesmo sem consultas, pesquisas ou mesmo transparência
nos seus atos, define os preços, nem sempre levando em consideração as
condições financeiras de seus associados e seus fornecedores. Como só existe um
representante comercial, quem sabe a negociação deixa a desejar o valor real do
objeto. Afinal os associados não tem mais onde comprar e são obrigados a
comprar da EB para poder usufruir de tudo aquilo que ela produz e faz.
Enquanto
nos dias de hoje ainda é possivel fazer um uniforme de cor caqui por menos de
120 reais, a vestimenta não sai por menos de 300 reais. Sem considerar a má qualidade
da confecção e do tecido que rasga facilmente e desbota com facilidade. Baden-Powell
quando pensou na criação do escotismo, pensou mais na juventude humilde inglesa
que não podiam ter as mesmas regalias dos mais bem postos financeiramente. Aqui
no Brasil acontece o mesmo e é comum termos jovens sem condições financeiras
lutando com dificuldades para participar ativamente do escotismo. Muitos pensam
que os órgãos dirigentes deveriam ter como programa facilitar a participação dos
seus associados, o que nem sempre acontece. Qualquer um sabe que as
dificuldades na maioria dos Grupos Escoteiros no Brasil são enormes. Seja na
uniformização, no material necessário para as práticas Escoteiras ou mesmo até em
algumas cidades mais distantes comprar e receber pelos meios eletrônicos de
hoje que a UEB tem e usa frequentemente. Reclamações de troca ou peças erradas
são comuns.
Sabemos
que boa parte dos associados da EB que querem praticar o escotismo, sofrem para
pagar a taxa anual para ser um membro efetivo. Ao Chefe Fabio Neiva meus parabéns
pelo artigo sobre o tecido caqui. Abri um leque em seu artigo quem sabe dando
nova interpretação no brim que sempre me vem à lembrança. Peço desculpas por
ter usado seu artigo alterando a maneira de pensar sobre a vestimenta que
repito: - Preços melhores, apresentação melhor levaria ao meu entendimento uma
melhor postura e apoio de uma sociedade ou comunidade brasileira acostumada a
ver em seus representantes militares, empresariais, entidades sociais ou
religiosas ou mesmo escolares, postura garbosa no uso de seus uniformes. E o
preço? O preço Ó!
Sempre
Alerta!