Crônicas de
um Velho Escoteiro.
Arriba a
bandeira do Jamboree, pois o mastro vai cair!
Jamboree! Ah jamboree! Repetitivo os
comentários. Uns aplaudem, dizem que os nossos lideres estão tirando lindas
fotinhas para aparecerem no site da UEB. Gritaram do norte: - Somos seis mil!
Gritaram do Oeste: - Somos cinco mil! E o sul e sudeste ficaram em quatro mil e
trezentos. Muitos? Para alguns deve ser. No próprio estado que está sediando o
Jamboree comentam que tem cento e poucos presentes. Mas eles não tinham cem
Grupos Escoteiros? Risos e aplausos aos estados mais ricos. Delegações de cair
o queixo. Soube de avião fretado. Agora os pobretões amargaram quatro dias de
estrada em um ônibus de carreira. E o Zé das Quantas que foi de bicicleta? Você
fica embasbacado! – Bandeiras ao vento para o acampamento de todo Brasil!
Espera-se ver crianças, jovens, mas não. Os adultos fazem a festa. Estão lá na
praia, bebendo água de coco e andando para cima e para baixo dando SAPS, e
sorrindo abraçados as meninas que colocaram um lenço no pescoço. Você não os vê
abraçados com meninos. Putz! Dá cocegas! Mas tem aqueles que pagaram uma taxa
menor e são Staff. Trabalham sorrindo. Querem ver a meninada sorrindo. E os
marmanjos que não fazem nada? Minha nossa! Não sirvo para Staff! Deus me livre!
Jamboree! Ah jamboree! – Chefe em
vez de ficar metendo o pau porque não foi lá ajudar? Um me disse. Sorri
baixinho. Quem me dera. Se pudesse se a saúde deixasse teria que levar meu
bastão de ponteira de aço. Pesado, de peroba. Precisaria dele para dar umas
pauladas nestes metidos a besta que se acham os tais. Você soube de uma
delegação que se preparou por meses, confeccionou vestimentas próprias,
sonharam em apresentar a todos sua apoteose na abertura e um Banana de um adulto
que se diz o dono da bola não deixou? – Estamos atrasados gritou! – Ficaram ali
atrasados esperando a “otoridade” do estado. Afinal ele podia atrasar e a
apresentação dos meninos que fosse para as cucuias. Mas caramba! Não é um
Jamboree para jovens Escoteiros? Que o governador esperasse.
Não estou lá. Não posso criticar.
Só posso escrever o que me contam. De um Chefe que viu sua “otoridade” ameaçada
e deu uma esparrela na tropa. Gritou como um bom sargento com sua tropa.
Valente o moço. Mas não me disseram que estamos ali para fazer os meninos
sorrirem? Deve ter mais. Afinal dizem que já temos verdadeiros profissionais em
montagem de grandes atividades Escoteiras. Pena que eles não entendem bulhufas
do sistema de patrulhas. Arrê! Seu moço! Aqui isto não existe, aqui é sistema
de batalhão. E vamos em frente que atrás vem gente! Não fiquei sabendo dos
jogos, das competições e claro ainda vai ter o Fogo de Conselho. Será que a
primeira dama vai estar presente? Vai chegar na hora ou todos terão de esperar?
Ainda bem que temos grandes chefes para dizer que a culpa é dos chefinhos. Eles
é que fazem toda a “caca” de ruim que acontece conosco. Os grandões não. Eles
estão lá. Despesas pagas. Será que ficam em barracas ou em hotéis cinco
estrelas? Não sei. Tomara que seja nas barracas e Meu Deus, por favor, que caia
uma tempestade só nas barracas deles e deixe as da meninada em paz.
Jamboree! Há Jamboree! E
dezenas dizendo que gostariam de ter ido. Chefe fiz tudo, mas não deu. Ainda sonho
em participar dizem muitos. Quase dois mil chefes estão lá. Um me disse que
seria um por quatro meninos. Alguma coisa está errada nesta matemática. Só
espero que eles se animem e quando voltarem dêem belas reuniões em suas tropas.
Bem chega por hoje. O Jamboree não é mais noticia. Deixa as águas de janeiro
rolarem. Dou risadas quando me lembro de quem inventou a frase: Enquanto houver
cavalo, São Jorge não anda a pé. E viva
os dirigentes Nacionais. (e por que não também os regionais?). E será que desta
vez vamos ver o balancete? Putz! Vou soltar foguetes!