Crônicas de um
Velho Escoteiro.
Quem somos? Escoteiros?
É mesmo?
Ops! Desculpem, não tirei a semana somente
para comentar criticar nossos dirigentes sem dar nada em troca. Como dizem
vários politicamente corretos Escoteiros temos que cerrar fileira para vencer a
batalha. Mas afinal eu ainda pergunto como se eu fosse à sociedade brasileira –
Quem são Vocês? O que fazem? De onde vieram e para onde vão? Para que serve o
escotismo? Escotismo é o que? – Difícil responder? Eu sei que sempre tem
aqueles que sempre tem a resposta na ponta da língua – Escotismo é uma
sociedade secreta, que se esconde uma vez por semana em pátios, igrejas, templos,
e tem alguns que na calada da madrugada escondidos em ônibus ou automóveis vão
para o campo brincar na natureza! – É mentira “Terta”? Mentira uns quiabos que
são! É verdade pura. Ninguém nos conhece. “Ninguém” entre aspas. Pergunte lá no
Ministério da Educação. O novo ministro quem sabe já teve o privilegio de ter
um lenço Escoteiro no pescoço colocado por alguém que o amava. Isto é comum
algum Chefe se sentindo prestigiado e sem perguntar tasca um lenço no pescoço
do politico. Ele dá risadas. Veja o Lula há tempos atrás. Já vi dezenas de
fotos assim. Fora isto ele não entende bulhufas de escotismo. Mais além?
Pergunte aos Pedagogos, filósofos, pensadores, professores catedráticos,
membros do clero, das igrejas pentecostais, pastores altos dirigentes
empresariais e etc. no Brasil o que é e o que fazem os Escoteiros. Pago para
ver uma boa resposta.
Dizem alguns entendidos que
a falta de marketing é nossa, do famigerado Chefe Escoteiro. Adoro estes caras,
sempre colocam a culpa no Chefe. O coitado se mata para ir aos sábados nas reuniões,
deixam os familiares por longos fins de semana e embrenham em matas e bosques
sem medo de mosquitos carnívoros. Você meu amigo ou minha amiga é a única culpada!
Esqueça os dirigentes regionais e nacionais. Eles se esfalfam para conduzir
burocraticamente o escotismo, dando duro fazendo normas, exigências, dizendo a você
que sua foto é deles e se não quiser assinar não será registrado. Exigindo isto
e aquilo para seu registro. Mas não é este o caminho desta minha crônica. Estou
cansando de mostrar as mazelas do escotismo no Brasil. Não temos marketing, não
temos alguém que entende disto nas lideranças regionais e nacionais, somos uns
eternos desconhecidos nem mesmo temos alguém preparado ou um profissional para
dar palestras, correr redações de jornais, rádios e TVs. Um Zé das Quantas faz
uma escolinha de futebol para jovens carentes e é noticia. Nós? Só somos
noticia quando alguém morre, um some no mato, rouba e aí sim dizem em letras
garrafais – Era Escoteiro!
Nos últimos tempos tivemos
uma jovem atriz que se declarou Escoteira. Foi um estouro na imprensa. Ela querendo
ajudar levou a equipe de um jornal ao seu grupo. Lá viu meninos e meninas dando
um grito de patrulha, fazendo nós e cantando a árvore da montanha. A emissora é
claro colocou no ar. O Jô, um cara batuta para avacalhar tudo convidou a moça
para uma entrevista em seu programa. A mocinha atriz lá foi. Ele sempre
querendo colocar ela em situação vexatória. Na sua inocência comentou sobre um
Curso de Sobrevivência na Selva que fez. Quando disse que matou uma galinha,
depenou e assou foi um Deus nos acuda! A sociedade dos animais fez um escarcéu.
Chefes mandaram e-mails por todo Brasil revoltados. Eu me senti culpado, pois
na minha infância Escoteira, duro, sem dinheiro ia acampar usando as
facilidades da natureza. Quantas rolinhas matei e comi? Quantos tatus? Até uma
a cascavel comemos e a Deus agradecemos. Assassino me disseram. Enchi a barriga
e na patrulha ninguém reclamou. Ela simplória preferiu não falar mais nada. Os “home”
da UEB com a faca e o queijo na mão nem deram bola para ela. Aproveitaram para
aparecer no Jô e prefiro nem comentar. Estavam completamente deslocados. Belo
Marketing.
Mas voltemos ao tema deste
artigo. Ninguém conhece para que serve e qual a utilidade do movimento Escoteiro.
Uns gatos pingados sim, mas a sociedade brasileira como um todo nem sabe que
existimos mais. De vez em quando um ou outro faz uma reportagem e me sinto
envergonhado com o que vejo. Chefes fazendo das tripas o coração para tentar
explicar e repórter querendo declarações bombásticas. Onde vamos parar? Na
última vez em um Programa da Globo que dele quero distancia um tal de Bial
ironizou o escotismo do começo ao fim. A escoteirada se revoltou a Globo
recebeu uns petelecos de Escoteiros e o Bial com os dedos cruzados pediu
desculpas. E assim vamos indo, Entra ano passa ano e nada. Sempre os chefes os
culpados por não termos marketing. Vocês pagam tudo o que fazem taxas anuais,
taxas de acampamentos nacionais e regionais, taxas de cursos, taxas de
acampamentos e os dirigentes? Fazem o que? Dão-lhes apoio com um registro e
segurança com um seguro? Meus amigos isto não vai nos levar nunca a lugar
nenhum. Nem me venham dizer que devemos buscar nossos direitos nas assembleias.
Papo furado. Lá nem somos notados.
Domingo eis que me deparo com
um artigo do Carlos Heitor Cony. Para quem não o conhece é um jornalista e escritor
brasileiro. É editorialista da Folha de São Paulo e membro da Academia
Brasileira de Letras. Portanto uma sumidade na escrita brasileira. Ele fala
sobre Escoteiros, não mete o “pau” como muitos, mas se diverte ao falar de Escoteiros,
nos velhos chavões de quem desconhece nosso movimento, dá risadas ao contar a história
já antiga do escoteirinho na sua boa ação que queria fazer a velhinha atravessar
a rua de todo jeito. Não é um artigo dos piores, mas não ajuda em nada na nossa
transparência para o publico. Continuamos uns eternos desconhecidos. A UEB até
hoje se esqueceu de que não temos marketing nenhum. Parece que contratou um
profissional do ramo, não tenho certeza, enquanto isto alardeiam aos quatro
ventos que você meu caro Chefe e minha cara Chefe são os culpados por tudo de
ruim que acontece conosco. Seus meninos não foram no Jamboree? Você é o
culpado. Sua tropa definha e não existe procura? Você é o culpado. Tudo a culpa
é sua. Os valentes dirigentes nacionais sorriem para as estrelas.
Chega por hoje. Ainda fico a
lembrar do passado. Éramos batutas com nossos caquis a voar por toda cidade estupendamente
bem uniformizados. Lembro quando a Federação Sul Americana fez um bonito marketing
escoteiro na CNN em espanhol, empresas falando de escotismo em seus produtos.
Mas agora tudo é moderno. Não é mais assim. Já está ficando enfadonho ficar
aqui tentando mostrar aos nossos chefes do Brasil que precisamos de uma guinada
de 180º. Difícil isto acontecer. Somos uns eternos sonhadores, uns eternos
amantes da disciplina, viramos o rosto para os erros, para os desmandos, para a
falta de transparência e democracia e sempre temos uma explicação que dizemos sorrindo
– Chefe temos que preocupar com os jovens – eles precisam de nós. E durma-se
com um barulho desses.