quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Crônicas de um Velho Escoteiro. O caminho para o Sucesso!


Crônicas de um Velho Escoteiro.
O caminho para o Sucesso!

           Hoje não vou escrever sobre o Jamboree. Um mineiro amigo meu está lá e tem comentado comigo o andar da carruagem. Diz ele que existem muitos senões, mas os acertos são maiores. Comenta que a moçada Escoteira está gostando. Muitas amizades sendo feitas, muitas diversões nos jogos realizados. Termina dizendo que a estrutura é esforçada, mas ainda existem falhas. E termina: - E quem não as tem? Se os jovens estão sorrido temos que sorrir também. Assim vou dar uma guinada de noventa graus. Cento e oitenta graus é demais. Meu tema hoje é o Caminho para o Sucesso. O sucesso Escoteiro. Esqueçamos por alguns instantes o escotismo de outrora. Ele já é passado, agora estamos no presente e precisamos fazer um escotismo de qualidade o que nem sempre aconteceu. Fico feliz em ver que ainda tem Grupos Escoteiros que são modelos na formação dos jovens dentro do método Escoteiro. Eles sabem como fazer, pois a experiência de anos foi saudável na criação de uma boa estrutura.

            Quem não se sente feliz em uma família Escoteira onde tudo caminha para o sucesso? Bons chefes, bons diretores, pais conscientes de suas responsabilidades, reuniões perfeitas entre eles, um entrosamento fantástico como se fosse uma grande família. Ali tem amigos, elogios, sorrisos e fraternidade. Os chefes estão alegres, pois a procura de jovens é enorme. Tem alcateias completas, chefes de lobos sorridentes e amigos. E as tropas? Quem não gostaria de ser Chefe onde as patrulhas estivessem completas, onde não houvesse deserção, onde os monitores são verdadeiros amigos dos jovens de sua patrulha, e estão aprendendo dentro do prisma da lei e promessa que a formação para eles no futuro será compensadora. Eles sabem que ali o Sistema de Patrulhas é perfeito, não o Sistema de outrora, mas o sistema moderno que a vida hoje nos faz viver. Estes grupos estão realmente no caminho para o sucesso. Aprender a fazer fazendo, deixar o jovem andar com suas próprias pernas deve ser o lema geral do Grupo. Se não for assim me desculpem, mas não é o escotismo na sua verdadeira raiz. Não confundam com os tradicionalistas, aqueles que só ficam a lembrar do passado esquecendo que o hoje é o presente.

              Quantos grupos deste naipe têm em todo território Nacional? Os relatórios da UEB dizem que temos mais ou menos 1.200 grupos atuantes no Brasil. Quantos são aqueles grupos que fazem bom escotismo e tem uma estrutura perfeita? Não sei o número, mas devem ser muitos pelo que ando lendo. Sei que dentro de suas comunidades a participação é perfeita da sociedade. Os pais são atuantes, a diretoria dá condições a todos para atuarem nas técnicas Escoteiras em suas sessões. Os chefes destes grupos tem toda uma infra-estrutura para darem a eles condições de atuar com os jovens. Cursos, material, apoio e formação moral com bons exemplos dos diretores e Diretor Técnico. Este sim é um grupo que eu se lá estivesse me orgulharia. Ver os antigos participando, dando apoio, vendo o sorriso da escoteirada na bandeira, muitos chegando a Lis de Ouro e Escoteiro da Pátria. Sem contar os bons acampamentos, as boas atividades aventureiras e ali sim teremos jovens bem formados para o futuro, e retribuindo de força expressiva tudo aquilo que receberam.

               Dizem que estes grupos tem bom retorno. Não encontram muita dificuldade para ter uma estrutura perfeita. Eles esqueceram a estrutura de outrora (saudades), pois sabem que ela não volta mais. Outro dia um me disse que vivíamos escondidos, presos nos pátios da sede, sem participação efetiva da comunidade e de grandes atividades nacionais. Quem sabe é verdade? Não posso defender o passado, pois não me enquadro nestas palavras. Ainda lembro e repito o que já disse aqui: - Chegamos à patrulha a um arraial, quem sabe duzentas trezentas almas, longe da civilização, paramos, uma roda de meninos e adultos se fez. Um gritou: - São Escoteiros do Brasil! Risos. Que orgulho eim? E falar no marketing presente? Não, não vou voltar ao meu artigo anterior onde fui claro nas minhas convicções. Mas eram bons tempos que não voltam mais.

                Não vamos repicar o já esclarecido. Isto não interessa mais, interessa sim que hoje os jovens são outros. Tem de receber o escotismo diferente do passado. Para isto bons grupos, ótimas estruturas funcionais, chefes capazes e bem formados, uma comunidade participativa e atuante. Pais perfeitos. Quem não gostaria de participar de um Grupo Escoteiro assim? Mas sabemos que a realidade é outra. A maioria dos grupos não tem esta estrutura. Tem chefes que nem sabem o que é isto. Culpa deles? Dizem que sim. Deveriam estar lendo aprendendo, fazendo cursos, quem sabe estagiando com os melhores para fazer o mesmo e se orgulhar do escotismo que fazem. Orgulhar? Meu Deus! Pode ser um grupo merreca, uma tropinha de nada e maltrapilhos, mas eu os conheço bem eu sou um deles sei que tem enorme orgulho pelo que fazem. Uma Chefe de um estado longínquo me disse que o grupo se reúne em um gramado perto da escola, não tem sede, o material que é quase nada fica distribuído nas residências dos chefes.  

               Tenho tanta coisa para dizer, tanta coisa para viver e preciso aprender como fazer para que grupos como o da Chefe Escoteira se transforme em uma potencia estrutural. Mesmo com meus 74 anos, 66 de escotismo ainda tenho muito que aprender. Ainda bem que estes grupos de elite, cuja estrutura é perfeita, onde anualmente saem jovens adultos bem formados e levando consigo perfeitos adultos integrado a comunidade estão a revolucionar o movimento Escoteiro. De sua seara sairão os futuros dirigentes nacionais. Afinal eles estão proximo do poder. Sabem como funciona, sabem como agir, sabem o que é bom para o Zé das Quantas e a Maria Cobra D’água. Eles sim vão revolucionar o movimento. Vão mudar o hoje pelo amanhã. E quando ficarem velhos como eu, irão sorrir e dizer: Deu certo. Agora é aprimorar e viver a realidade do presente. Ninguém pode contradizer que estamos vivendo  um novo presente, uma nova era. A era do Escotismo Moderno.


                      Eu peço minhas humildes desculpas pelo meu passado. O que achava que era belo, a luta pela vida, o aprender a fazer fazendo, viver em patrulha com amigos que permaneciam por anos e anos, o direito de decidir, a vontade de aprender, a fabulosa vontade de descobrir novos rumos, as grandes atividades aventureiras ficaram no tempo. Precisamos entender esta enorme juventude que vive agora um presente auspicioso. E assim vamos facilmente conseguir facilidades para eles. E lutando por elas para que todos os 1.200 grupos no Brasil possam ter o mesmo. Só tenho medo de aparecer um dia um radical que irá dizer: Desapareçam! Se não querem ser como nós, que fiquem no limbo e sumam na fumaça da modernidade!