Crônicas de
um Velho Escoteiro.
O caminho
para o Sucesso!
Hoje não vou escrever sobre o
Jamboree. Um mineiro amigo meu está lá e tem comentado comigo o andar da
carruagem. Diz ele que existem muitos senões, mas os acertos são maiores.
Comenta que a moçada Escoteira está gostando. Muitas amizades sendo feitas,
muitas diversões nos jogos realizados. Termina dizendo que a estrutura é
esforçada, mas ainda existem falhas. E termina: - E quem não as tem? Se os
jovens estão sorrido temos que sorrir também. Assim vou dar uma guinada de
noventa graus. Cento e oitenta graus é demais. Meu tema hoje é o Caminho para o
Sucesso. O sucesso Escoteiro. Esqueçamos por alguns instantes o escotismo de
outrora. Ele já é passado, agora estamos no presente e precisamos fazer um
escotismo de qualidade o que nem sempre aconteceu. Fico feliz em ver que ainda
tem Grupos Escoteiros que são modelos na formação dos jovens dentro do método Escoteiro.
Eles sabem como fazer, pois a experiência de anos foi saudável na criação de
uma boa estrutura.
Quem não se sente feliz em uma família
Escoteira onde tudo caminha para o sucesso? Bons chefes, bons diretores, pais
conscientes de suas responsabilidades, reuniões perfeitas entre eles, um
entrosamento fantástico como se fosse uma grande família. Ali tem amigos,
elogios, sorrisos e fraternidade. Os chefes estão alegres, pois a procura de
jovens é enorme. Tem alcateias completas, chefes de lobos sorridentes e amigos.
E as tropas? Quem não gostaria de ser Chefe onde as patrulhas estivessem
completas, onde não houvesse deserção, onde os monitores são verdadeiros amigos
dos jovens de sua patrulha, e estão aprendendo dentro do prisma da lei e
promessa que a formação para eles no futuro será compensadora. Eles sabem que
ali o Sistema de Patrulhas é perfeito, não o Sistema de outrora, mas o sistema moderno
que a vida hoje nos faz viver. Estes grupos estão realmente no caminho para o
sucesso. Aprender a fazer fazendo, deixar o jovem andar com suas próprias pernas
deve ser o lema geral do Grupo. Se não for assim me desculpem, mas não é o
escotismo na sua verdadeira raiz. Não confundam com os tradicionalistas,
aqueles que só ficam a lembrar do passado esquecendo que o hoje é o presente.
Quantos grupos deste naipe têm em
todo território Nacional? Os relatórios da UEB dizem que temos mais ou menos
1.200 grupos atuantes no Brasil. Quantos são aqueles grupos que fazem bom
escotismo e tem uma estrutura perfeita? Não sei o número, mas devem ser muitos
pelo que ando lendo. Sei que dentro de suas comunidades a participação é
perfeita da sociedade. Os pais são atuantes, a diretoria dá condições a todos
para atuarem nas técnicas Escoteiras em suas sessões. Os chefes destes grupos
tem toda uma infra-estrutura para darem a eles condições de atuar com os
jovens. Cursos, material, apoio e formação moral com bons exemplos dos diretores
e Diretor Técnico. Este sim é um grupo que eu se lá estivesse me orgulharia.
Ver os antigos participando, dando apoio, vendo o sorriso da escoteirada na
bandeira, muitos chegando a Lis de Ouro e Escoteiro da Pátria. Sem contar os
bons acampamentos, as boas atividades aventureiras e ali sim teremos jovens bem
formados para o futuro, e retribuindo de força expressiva tudo aquilo que
receberam.
Dizem que estes grupos tem bom
retorno. Não encontram muita dificuldade para ter uma estrutura perfeita. Eles
esqueceram a estrutura de outrora (saudades), pois sabem que ela não volta
mais. Outro dia um me disse que vivíamos escondidos, presos nos pátios da sede,
sem participação efetiva da comunidade e de grandes atividades nacionais. Quem
sabe é verdade? Não posso defender o passado, pois não me enquadro nestas
palavras. Ainda lembro e repito o que já disse aqui: - Chegamos à patrulha a um
arraial, quem sabe duzentas trezentas almas, longe da civilização, paramos, uma
roda de meninos e adultos se fez. Um gritou: - São Escoteiros do Brasil! Risos.
Que orgulho eim? E falar no marketing presente? Não, não vou voltar ao meu
artigo anterior onde fui claro nas minhas convicções. Mas eram bons tempos que
não voltam mais.
Não vamos repicar o já
esclarecido. Isto não interessa mais, interessa sim que hoje os jovens são
outros. Tem de receber o escotismo diferente do passado. Para isto bons grupos,
ótimas estruturas funcionais, chefes capazes e bem formados, uma comunidade
participativa e atuante. Pais perfeitos. Quem não gostaria de participar de um Grupo
Escoteiro assim? Mas sabemos que a realidade é outra. A maioria dos grupos não
tem esta estrutura. Tem chefes que nem sabem o que é isto. Culpa deles? Dizem
que sim. Deveriam estar lendo aprendendo, fazendo cursos, quem sabe estagiando
com os melhores para fazer o mesmo e se orgulhar do escotismo que fazem.
Orgulhar? Meu Deus! Pode ser um grupo merreca, uma tropinha de nada e
maltrapilhos, mas eu os conheço bem eu sou um deles sei que tem enorme orgulho
pelo que fazem. Uma Chefe de um estado longínquo me disse que o grupo se reúne em
um gramado perto da escola, não tem sede, o material que é quase nada fica distribuído
nas residências dos chefes.
Tenho tanta coisa para dizer,
tanta coisa para viver e preciso aprender como fazer para que grupos como o da Chefe
Escoteira se transforme em uma potencia estrutural. Mesmo com meus 74 anos, 66
de escotismo ainda tenho muito que aprender. Ainda bem que estes grupos de elite,
cuja estrutura é perfeita, onde anualmente saem jovens adultos bem formados e
levando consigo perfeitos adultos integrado a comunidade estão a revolucionar o
movimento Escoteiro. De sua seara sairão os futuros dirigentes nacionais.
Afinal eles estão proximo do poder. Sabem como funciona, sabem como agir, sabem
o que é bom para o Zé das Quantas e a Maria Cobra D’água. Eles sim vão revolucionar
o movimento. Vão mudar o hoje pelo amanhã. E quando ficarem velhos como eu,
irão sorrir e dizer: Deu certo. Agora é aprimorar e viver a realidade do
presente. Ninguém pode contradizer que estamos vivendo um novo presente, uma nova era. A era do
Escotismo Moderno.
Eu peço minhas humildes
desculpas pelo meu passado. O que achava que era belo, a luta pela vida, o
aprender a fazer fazendo, viver em patrulha com amigos que permaneciam por anos
e anos, o direito de decidir, a vontade de aprender, a fabulosa vontade de descobrir
novos rumos, as grandes atividades aventureiras ficaram no tempo. Precisamos entender
esta enorme juventude que vive agora um presente auspicioso. E assim vamos
facilmente conseguir facilidades para eles. E lutando por elas para que todos
os 1.200 grupos no Brasil possam ter o mesmo. Só tenho medo de aparecer um dia
um radical que irá dizer: Desapareçam! Se não querem ser como nós, que fiquem
no limbo e sumam na fumaça da modernidade!