domingo, 10 de abril de 2016

Aprender a fazer fazendo.


Conversa ao pé do fogo.
Aprender a fazer fazendo.

Uma vez Escoteiro sempre Escoteiro.

…Sempre Escoteiro! Esta frase é bem conhecida, especialmente dos “antigos” escoteiros. Foi proferida, pela primeira vez, em 1911, num encontro de escoteiros em Leicester, Inglaterra. O autor foi Lord Kitchener (1850-1916), Marechal de Campo britânico, diplomata, homem de estado e grande admirador do Escotismo. Os primeiros grupos de “antigos escoteiros” começaram a usar esta famosa frase como lema, logo no ano seguinte. Assim que iniciou a 1ª Guerra Mundial, Lord Kitchener foi nomeado Secretário de Guerra, cabendo-lhe a tarefa de recrutar um grande exército para combater a Alemanha. Baden-Powell ofereceu-se de imediato, apesar de já estar na reserva. Lord Kitchener respondeu-lhe que tinha ao seu dispor vários generais competentes, mas não encontrava nenhum outro que pudesse continuar o trabalho inestimável dos Escoteiros.

Técnicas de marchas.
Para a marcha, o ideal é ter boas botas de couro, bem à tua medida, com um ou dois pares de meias. Se tiveres botas novas deves usá-las alguns dias antes da marcha para amaciar o couro. Após o uso deves ter o cuidado de secá-las metendo papel de jornal no interior, depois encera-as e enseba-as, tomando particular atenção à aplicação do sebo com uma cabeça do fósforo ou outro utensílio, em todas as costuras. Exceto nas regiões pantanosas, regiões muito húmidas, ou quando de importantes quedas da neve, as botas são desaconselháveis. As sandálias arejam agradavelmente o pé, mas não são aconselháveis, sobretudo em marchas longas com declives.

Calcula-se geralmente que se podem fazer cinco quilómetros, numa hora, com uma dose diária de 15 a 25 km para os menores de 14 anos, e de 25 a 35 km para os mais velhos, apesar dum treino sério e progressivo possa permitir fazer mais. Seria pena sacrificar a marcha - mesmo sendo um desporto como qualquer outro - a descoberta duma paisagem (cascatas. miradouros. lugares pitorescos, clareiras, regatos), a observação dos animais e da flora, o encontro com as pessoas. Para andar bem, veste roupas que não sejam muito apertadas. Na maior parte do tempo, terás uma mochila. Vê se está bem arrumada no interior e bem ajustada às costas, tendo uma armadura conveniente. Se as pernas se tornam pesadas, podes usar o saco e sentares-te no chão durante alguns minutos com as pernas pousadas e esticadas sobre o saco. Se tens calor, não te precipites sobre a primeira bebida fria que encontres. Bebe fresco, mas aos poucos. O HIKE é uma marcha de endurance; não se trata de acelerar, sobretudo nos declives. Quanto mais regular for à marcha, mais quilómetros poderás fazer. Levanta os pés o menos possível e respira regularmente! Em vez de fazer grandes refeições, multiplica as pequenas refeições.

Para empreender uma caminhada, o mais importante é determinar o tipo de terreno que se vai atravessar a duração do percurso e a forma de o realizar (se é por etapas ou tudo de uma só vez). Deve ter-se em conta a previsão meteorológica, bem como a estação do ano, fatores esses que vão determinar o tipo de roupa a utilizar. O cansaço e o esgotamento da caminhada depende fundamentalmente do ritmo que se leve, devendo ser constante e ritmado. Para adoptar o ritmo mais adequado e determinar os quilómetros a percorrer, deve ter-se em consideração a experiência, a constituição física e a idade de todos os participantes.

O peso da mochila que se transporta deve ser o mais reduzido possível. A utilização de um plano ou mapa da zona é aconselhável para localizar zonas de acampamento, fontes, caminhos, refúgios, etc. As paragens não devem exceder os 5 a 10 minutos para que os músculos não arrefeçam e não fiquem rígidos; contudo devem efetuar-se a intervalos regulares; em descansos grandes, como por exemplo, às horas de refeição (sobretudo em dias muito quentes) é aconselhável parar em lugares com sombra. Recomendamos vestir uma peça de roupa se estiver com frio, sendo conveniente não tirar a mochila, pois o suor nas costas vai arrefecer o corpo.

Evitar esforços desnecessários e atividades que o esgotem rapidamente (caminhar muito depressa, saltar arbustos, falar e cantar durante a viagem, etc.). O calçado não se deve desapertar nem mudar até que termine a caminhada. Circular em fila e pelo lado esquerdo do caminho para ver melhor os carros que vêm de frente. Comer muito dificulta o recomeço da caminhada. A utilização de uma vara é útil quando se cruzam rios, já que permite comprovar a estabilidade das pedras e em montanha, ajudando também a limpar o caminho que tenha muita vegetação.

Competir e divertir.
O Inverno está aí; e tu tremes friorentamente ao pé do fogo. Aqui está uma atividade reconfortante! Objetivo da competição: ligar os diferentes pontos dum percurso em qualquer terreno. Podes adotar três estilos de percursos:
1. Corrida de "endurance" em que se procura "fazer um tempo"
2. Rally em que se respeita no máximo os detalhes fixados.
3. Rally turístico com provas em cada etapa.
Para cumprires o percurso deves:
1) correr
2) orientar-te: saber para onde vais.
1) Correr = Cross
Distância de 1500 a 3000 metros, conforme o fim desejado. Terreno acidentado e variado onde não possas nunca ver a meta. Podes correr em equipa ou solitário. Deves, evidentemente, adaptar o teu itinerário à idade e condições físicas dos elementos.
2) Saber aonde ir = Orientação
Dirige-te ao mapa, à bússola, à memória, seguindo uma direção indicada.
Os postos de controle devem ser visíveis: um circulo de cartão branco no tronco duma árvore, por exemplo. Deves prever um modo de testar a passagem dos concorrentes: o transporte dum testemunho, controlador, questionário a preencher, fichas a assinar... A tua imaginação encontrará ainda outras. Se não deste na partida um mapa do percurso, deves também prever (rigorosamente protegida) a indicação do posto seguinte.

Algumas precauções: aquece bem antes de correr e não arrefeças depois do esforço físico (camisola de reserva): reconhecimento prévio do terreno; arames farpados? Carreiros? Sobretudo se for durante a noite; pinheiros novos, plantações, etc.
A chave do sucesso: treino progressivo.
Terreno variado cheio de emboscadas e surpresas.