Conversa
ao pé do fogo.
Assim
escreveu Baden-Powell.
O Chefe Escoteiro.
A idéia do Escotismo quando
surgiu parecia caminhar bem. Sabia-se que o menino estava preocupado, mas
ansioso por fazer tudo àquilo que acreditava. Embora ele tivesse uma ideia de
como realizá-lo, havia a pergunta mais importante da necessidade de obter a
liderança adulta para organizar a sua administração na prática. De uma forma
muito considerável essa questão foi resolvida pelos próprios meninos. Eles
tiveram o bom senso de reconhecer que os oficiais crescidos eram necessários, e
procuraram os seus lideres em seus respectivos bairros até que encontrassem
aqueles dispostos a se tornar seus chefes.
Pessoalmente, eu tinha visto um
trabalho dedicado e esplêndido dos voluntários e dos funcionários da Boys
'Brigade, e então eu percebi que havia em nossa população um número
considerável de homens patriotas que estariam dispostos a fazer o sacrifício de
tempo para ajudar. Mas eu nunca previ a
resposta surpreendente que foi dado por tais homens à chamada do Movimento
Escoteiro.
Para eles, é devido o crescimento
notável e os resultados alcançados até o momento. Eu tinha estipulado que a
posição dos Chefes Escoteiros não seria nem a de um professor, nem de um
oficial comandante, mas sim a de um irmão mais velho entre os seus meninos. O
importante era juntar as suas atividades e compartilhar seu entusiasmo, e,
assim, estar na posição de conhecê-los individualmente, capaz de inspirar os
seus esforços e para sugerir novas diversões quando seu dedo sobre o pulso lhe
disse que a atração de qualquer mania atual fosse se desatualizando.
O termo Chefe Escoteiro não era
novo. Era um título antigo Inglês usado por Cromwell, que tinha
"Chefes Escoteiros" em seu exército, e seu ramo de Inteligência
estava sob a direção de um "Chefe Escoteiro-Geral”.
Baden-Powell
– Cidadão do mundo.
O segredo de meu sucesso na vida
sempre foi à influência de minha mãe. A maneira pela qual aquela extraordinária
mulher conseguiu educar-nos, sem que nenhum de nós tenha sido um fracasso; e a
maneira pela qual não sucumbiu à ansiedade e às tensões de toda ordem escapa a
minha compreensão.
Não
somente, apesar de ser viúva e pobre, conseguiu alimentar-nos, vestir-nos e
educar-nos, Foi sua influência que me guiou pela vida afora muito mais do que
quaisquer preceitos ou qualquer disciplina aprendida na escola. B.P
Apesar de não ter tido a
orientação de um pai, sendo o sétimo filho homem, gozava de bom treino durante
as férias, em companhia de meus irmãos mais velhos. Todos eles tinham bem
desenvolvido o instinto esportivo e eram bons camaradas entre si, nadadores de
primeira classe, jogadores de futebol, remadores, etc. Todos sabiam imaginar e
executar o que fosse preciso para substituir o que não podiam comprar, chegando
mesmo a construir um barco. Fazíamos nossas próprias cabanas, nossas redes de
pesca ou de caça de lebres e pássaros, e assim pegávamos e assávamos nossa
comida para satisfação nossa em geral e de nossos estômagos em particular. Tudo
isso era mito bom para mim. Foram um aprendizado de valor inesgotável pela minha
vida afora, aprimorando a formação de nosso caráter.
E ainda: No meu tempo de menino,
em Charterhouse, logo fora dos muros, havia o “Bosque”, longo terreno
arborizado, no flanco de uma colina, estendendo-se por mais de uma milha ao
redor dos campos de recreio. Era aí que costumava passar longas horas
imaginando ser caçador e escoteiro. Arrastava-me cuidadosamente pelo chão,
procurando rastros e tentando me aproximar de esquilos, coelhos, ratos e
passarinhos, a fim de observá-los. Fazia armadilhas e quando conseguia pegar um
coelho o uma lebre (o que não se dava frequentemente), aprendia penosamente,
por experiência própria, a tirar-lhe a pele, limpá-lo e assá-lo. Assim, sem o
saber, fui adquirindo um tipo de educação que mais tarde seria de grande valor
para mim.
Esses conhecimentos iniciaram em
mim o hábito de reparar em pequenos detalhes ou “sinais” e de tirar conclusões,
em outras palavras o hábito inestimável da Observação e da Dedução. B.P.
Indiscutivelmente, Baden-Powell desempenhou um papel singular, não
apenas como Fundador do Movimento, mas também como seu líder e inspirador. A
isto pode-se acrescentar o seu profundo entendimento dos problemas,
necessidades, e aspirações do jovem e de sua capacidade para tornar os sonhos
em realidade. A promessa e a lei escoteira, conforme o
texto original de B.P, escrito em 1907-1908, no livro Escotismo para Rapazes,
representa todo um corpo de valores morais, éticos e nacionais, que eram
esperados de um cidadão participativo e útil a sua sociedade, na época em que
foram escritos tais princípios.