Seus direitos
terminam onde começam os meus.
Conceituados homens públicos ou não comentam
assim o Direito Constitucional: - Direitos e deveres. – Direito é o poder de praticar
ou deixar de praticar algum ato. Os direitos e deveres decorrem das leis, usos
e costumes. São fundamentais para regulamentação da vida em sociedade. Assim se
criou a frase: O direito termina onde começa o do outro. Isto serve para
garantir a todos a convivência harmônica.
Estamos vivendo no Escotismo uma metamorfose
(mudança completa de forma, natureza ou estrutura, transformação, transmutação)
que ainda nos deixa em dúvida qual o melhor caminho seguir. Se por um lado
alguns pensadores, estudiosos ou mesmo pedagogos tem estudado dentro da pedagogia
moderna o escotismo, por outro lado tem aqueles que não abdicam do que fizeram
e do que acreditam. É um tema deveras interessante que deveria ser motivo de
estudos aprofundados em todas as camadas do Escotismo e não só por poucos
privilegiados. São mudanças de comportamento, de programas e até mesmo se
discute o método deixado por Baden-Powell.
As redes sociais de uns anos
para cá se tornaram um manancial de ideias e práticas escoteiras que muitos
aceitam outros tantos não. É um direito cada um manifestar seu modo de pensar,
mas lembremos de que também é um direito de cada um não aceitar. Temas até
então considerados “Tabus” são para alguns hoje normais. Não preciso descrever
todos eles porque já são do conhecimento de boa parte da Liderança Escoteira.
Exemplos de outros países são colocados frequentemente. Sinceramente não sei se
eles nos servem de exemplo. Vai chegar a hora das mudanças. Se elas serão boas
ou não só tempo poderá dizer.
Fico deveras pensativo quando
vejo discordâncias nem sempre elegantes e educadas de alguns poucos chefes ou
debatedores por não concordar com tal publicação. Ninguém gosta de ser
contrariado, principalmente se atacado nos princípios que acredita. Convenhamos,
entretanto que elevar o tom da discussão ofendendo o adversário não irá
produzir nada concreto. O atingido ou revida ou prefere se retirar e deixar que
os outros continuem a sua explanação que ele não concordou. Muitos leitores não
vêem com bons olhos esta discussão que poderia trazer dividendos se feita em um
órgão Escoteiro com mediação isenta. Não falo por todos, não tenho procuração
para tal. Falo por mim.
Fui criado em família cristã, me deram muita
liberdade nos meus tempos de jovem, principalmente nas andanças Escoteiras.
Nosso lema familiar era parecido com o um por todos, todos por um dos
Mosqueteiros. Descobri que a metodologia criada por Baden-Powell era importante
demais na minha formação moral. Os tempos foram passando e me casei, tivemos eu
e Célia quatros filhos e hoje aumentados com oito netos. Nestes últimos prevejo
uma mudança sintomática de personalidade de pai e filho. É normal. Os meios de
comunicação despejam toda a gama de modernidade retirada por palavras de
pedagogos que se transformam em articulistas e donos da verdade.
Até hoje fiquei o pé no método
Badeniano e nas crendices da minha formação intelectual. As mudanças que estão chegando
vou olhando com um pé atrás. Considero-me uma versão antiquada de antigo Escoteiro
que acreditou que Baden-Powell criou algum imutável. 76 anos de idade, 69 de
escotismo, 51 anos de casado e ainda sou um homem feliz. Eduquei meus filhos
conforme acreditava e eles pelo que saiba ainda ensinam seus filhos como eu
ensinei. Errado ou não é preciso ver se os frutos aconteceram. Chamo isto de
resultados. Muitos com as tais metodologias modernas insistem que temos que
mudar. Porque não fazer uma experiência com poucos de cinco dez ou mais anos e
ver se este é o caminho correto? Pensem que como eu milhares de pais podem não
aceitar também esta nova concepção do novo escotismo que alguns insistem em
aplicar.
Eles entregam seus filhos aos
chefes pensando que vão se divertir aprender a fazer fazendo, se virar para o
dia de amanhã e receber uma educação escoteira conforme foi descrita no ato da
inscrição. Dizer para eles que somos modernos, que iremos fazer tais e tais
mudanças com seu filho e sua filha será motivo para desconfiança e muitos deles
irão retirar seus filhos. Discutir que eles estão errados? Afinal cada um tem sua
maneira de pensar. Nós não temos o direito ou a razão de dizer que estas mudanças
devem acontecer. Sinceramente? Não deixaria meu filho participar em uma Alcatéia
ou Tropa que não estivesse com minhas raízes em que cresci e acreditei.
Evito por demais polemizar.
Tento sim contemporizar, mas o que vejo por aqui nas páginas e grupos do
Facebook não coadunam com minha maneira de ser. Se acharem que estas mudanças
são válidas, vão em frente. Não fiquem como orientadores como se tivessem a experiência
e os resultados concretos do que estão pensando e dizendo. Assumam toda a grita
que fizeram antes quando liderarem uma sessão escoteira. Mas olhem com calma
cada passada se os resultados acontecem. E quais são os resultados? Homens e
mulheres cientes da sua ética, da sua honra, do seu caráter e do respeito humano
e fraterno com todos os que estão a sua volta. A liberdade de um é a fronteira
do outro!
Sempre Alerta!