terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Seus direitos terminam onde começam os meus.


Seus direitos terminam onde começam os meus.

                 Conceituados homens públicos ou não comentam assim o Direito Constitucional: - Direitos e deveres. – Direito é o poder de praticar ou deixar de praticar algum ato. Os direitos e deveres decorrem das leis, usos e costumes. São fundamentais para regulamentação da vida em sociedade. Assim se criou a frase: O direito termina onde começa o do outro. Isto serve para garantir a todos a convivência harmônica.

                Estamos vivendo no Escotismo uma metamorfose (mudança completa de forma, natureza ou estrutura, transformação, transmutação) que ainda nos deixa em dúvida qual o melhor caminho seguir. Se por um lado alguns pensadores, estudiosos ou mesmo pedagogos tem estudado dentro da pedagogia moderna o escotismo, por outro lado tem aqueles que não abdicam do que fizeram e do que acreditam. É um tema deveras interessante que deveria ser motivo de estudos aprofundados em todas as camadas do Escotismo e não só por poucos privilegiados. São mudanças de comportamento, de programas e até mesmo se discute o método deixado por Baden-Powell.

                As redes sociais de uns anos para cá se tornaram um manancial de ideias e práticas escoteiras que muitos aceitam outros tantos não. É um direito cada um manifestar seu modo de pensar, mas lembremos de que também é um direito de cada um não aceitar. Temas até então considerados “Tabus” são para alguns hoje normais. Não preciso descrever todos eles porque já são do conhecimento de boa parte da Liderança Escoteira. Exemplos de outros países são colocados frequentemente. Sinceramente não sei se eles nos servem de exemplo. Vai chegar a hora das mudanças. Se elas serão boas ou não só tempo poderá dizer.

                 Fico deveras pensativo quando vejo discordâncias nem sempre elegantes e educadas de alguns poucos chefes ou debatedores por não concordar com tal publicação. Ninguém gosta de ser contrariado, principalmente se atacado nos princípios que acredita. Convenhamos, entretanto que elevar o tom da discussão ofendendo o adversário não irá produzir nada concreto. O atingido ou revida ou prefere se retirar e deixar que os outros continuem a sua explanação que ele não concordou. Muitos leitores não vêem com bons olhos esta discussão que poderia trazer dividendos se feita em um órgão Escoteiro com mediação isenta. Não falo por todos, não tenho procuração para tal. Falo por mim.

                 Fui criado em família cristã, me deram muita liberdade nos meus tempos de jovem, principalmente nas andanças Escoteiras. Nosso lema familiar era parecido com o um por todos, todos por um dos Mosqueteiros. Descobri que a metodologia criada por Baden-Powell era importante demais na minha formação moral. Os tempos foram passando e me casei, tivemos eu e Célia quatros filhos e hoje aumentados com oito netos. Nestes últimos prevejo uma mudança sintomática de personalidade de pai e filho. É normal. Os meios de comunicação despejam toda a gama de modernidade retirada por palavras de pedagogos que se transformam em articulistas e donos da verdade.

                 Até hoje fiquei o pé no método Badeniano e nas crendices da minha formação intelectual. As mudanças que estão chegando vou olhando com um pé atrás. Considero-me uma versão antiquada de antigo Escoteiro que acreditou que Baden-Powell criou algum imutável. 76 anos de idade, 69 de escotismo, 51 anos de casado e ainda sou um homem feliz. Eduquei meus filhos conforme acreditava e eles pelo que saiba ainda ensinam seus filhos como eu ensinei. Errado ou não é preciso ver se os frutos aconteceram. Chamo isto de resultados. Muitos com as tais metodologias modernas insistem que temos que mudar. Porque não fazer uma experiência com poucos de cinco dez ou mais anos e ver se este é o caminho correto? Pensem que como eu milhares de pais podem não aceitar também esta nova concepção do novo escotismo que alguns insistem em aplicar.

                 Eles entregam seus filhos aos chefes pensando que vão se divertir aprender a fazer fazendo, se virar para o dia de amanhã e receber uma educação escoteira conforme foi descrita no ato da inscrição. Dizer para eles que somos modernos, que iremos fazer tais e tais mudanças com seu filho e sua filha será motivo para desconfiança e muitos deles irão retirar seus filhos. Discutir que eles estão errados? Afinal cada um tem sua maneira de pensar. Nós não temos o direito ou a razão de dizer que estas mudanças devem acontecer. Sinceramente? Não deixaria meu filho participar em uma Alcatéia ou Tropa que não estivesse com minhas raízes em que cresci e acreditei.

                 Evito por demais polemizar. Tento sim contemporizar, mas o que vejo por aqui nas páginas e grupos do Facebook não coadunam com minha maneira de ser. Se acharem que estas mudanças são válidas, vão em frente. Não fiquem como orientadores como se tivessem a experiência e os resultados concretos do que estão pensando e dizendo. Assumam toda a grita que fizeram antes quando liderarem uma sessão escoteira. Mas olhem com calma cada passada se os resultados acontecem. E quais são os resultados? Homens e mulheres cientes da sua ética, da sua honra, do seu caráter e do respeito humano e fraterno com todos os que estão a sua volta. A liberdade de um é a fronteira do outro!

Sempre Alerta!