quarta-feira, 11 de março de 2020

Eles estão saindo do escotismo... Por quê?




Eles estão saindo do escotismo... Por quê?

... - Há tempos apesar da negativa da Escoteiros do Brasil é fato que a Evasão no Escotismo se tornou uma epidemia sem controle. Basta visitar algumas sessões escoteiras pelo país para ver o quanto temos de lobinhos e escoteiros em suas sessões isto sem contar os seniores e pioneiros. Os jovens estão praticando o escotismo desmotivados. Muitos desconhecem o programa anterior e aceitaram sem discutir o novo programa a Escoteiros do Brasil. Quando instituído ninguém foi consultado, mas a maioria aceitou sem discutir e até hoje não viram se os resultados foram os esperados. Em 2017 6.000 associados em um só ano deixaram o escotismo. A maioria dentro do novo projeto do Escotismo nas escolas. Se hoje temos uma menor taxa de evasão não sei. Estes artigos sei que não serão levados a sério. Não tenho a pretensão de dizer que fiz minha parte. Sei perfeitamente que tudo vai continuar com “dantes no quartel de Abrantes”. O escotismo na opinião dos novos filósofos e pedagogos escoteiros deve acompanhar o novo modernismo da sociedade. O que BP pensava ficou na lembrança de poucos que ainda leem sobre ele. Uma pena, para mim estes novos Dirigentes Modernos deveriam aproveitar e dar um novo nome ao Escotismo de BP. Qual Seria? Fica a dúvida no ar!

Eles estão saindo do escotismo... Por quê? – Parte IV.
O adeus sem volta dos chefes e diretores voluntários do escotismo.

- Uma vez escrevi um artigo cujo título foi “A Legião dos Esquecidos”. Comentava da saída de voluntários do movimento Escoteiro que nunca mais foram procurados pelos nossos dirigentes. O que fizeram ou os sacrifícios que muitas vezes lutaram para preservar o bom nome do escotismo e ao mesmo tempo sua luta para a formação da juventude, não passava de obrigação. Foram esquecidos. Nem uma carta, um e-mail nada que pudessem saber que alguém se lembrou deles. Nossos dirigentes não se importam com quem foi embora. Fico na dúvida se importam com quem está na linha de frente. Perguntaram por que saíram? Porque deixaram o escotismo? Se eles um dia adotaram o escotismo como filosofia de vida e seu amor ao escotismo hoje nem lembrados são. A participação do adulto no movimento Escoteiro não é fácil. O sacrifício e enorme. Luta-se pela sobrevivência, luta-se para ser reconhecido e se não fosse o sorriso da criança nada mais teria valor. Muitos ainda insistem, mas a falta de apoio não só dos órgãos Escoteiros como da comunidade é fato comum. Os grupos bem estruturados não se ressentem disto, os pais são trabalhados para participar e sabem de suas responsabilidades. Eles dão sustento à continuidade em todas as áreas do Grupo Escoteiro. Ainda bem que tem chefes bem formados na escola Escoteira. Assim fica mais fácil. Mas não se iludam. Nem todos são assim.

Existe uma gama de chefes que mesmo continuando na ativa se ressentem do tratamento recebido pelas autoridades Escoteiras, e até mesmo de membros do próprio grupo. Nem sempre recebem sorrisos e elogios. Se não fizerem um pedido dentro da norma exigida pela direção para um diploma de mérito ou uma condecoração, ou outra forma de agradecimento eles nunca serão lembrados. O papel em primeiro lugar. Um telefone? Um e-mail? – Olá Chefe, obrigado por estar conosco. Isto não existe. Os que estão chegando ainda estão com aquela motivação própria de quem descobriu uma nova filosofia de vida. A partir do momento que aprendem como funciona a engrenagem da associação, começa a vontade de por o boné e sair por ai cantando a canção da despedida. Eles aprenderam que a Lei e a Promessa diz muito, mas poucos da liderança a cumprem. Sabiam que não estavam atrás de medalhas, de elogios, mas o tratamento sempre deixa a desejar. Outros acreditam que a disciplina é esta e não questionam. Alguns se escondem nos seus puros pensamentos que ajudar a juventude vale qualquer esforço e acreditam mesmo que fatos no dia a dia de sua jornada Escoteira demonstrem o contrário.

Faltam-me dados completos para afirmar os motivos que levaram chefes voluntários a abandonar o Movimento Escoteiro. O que escrevo muitas vezes me foi passado por chefes que me escreveram ou mesmo quando posto um artigo e lá esta entre comentários os ressentimentos. Estão errados? Os mais comedidos ou os mais esclarecidos sempre defendem o indefensável. Eles ainda acreditam que precisamos andar com nossas próprias pernas e vencer as adversidade. Concordo em parte. Mas para que temos uma liderança? Para que eles estão lá e foram eleitos e agora fazem o escotismo sem ao menos consultar as mudanças com seus eleitores? Valorizam somente os voluntários que dizem “Sim Senhor”? Aqueles que não concordam qual o tratamento que recebem? O voluntário é cobrado de varias formas, inventam normas, fazem dele um mortal sem palavra, pois tudo que ele precisa para ser elogiado parte dele mesmo ou da sua direção como se tudo fosse um Cartório Escoteiro onde provar a verdade está em primeiro lugar. E a Primeira Lei do Escoteiro? Não tem valor? O papel com firma reconhecida prova tudo da sua lealdade ao escotismo?

Não falo dos grupos bem estruturados. Eles tiveram a sorte de ter lideres bem formados, conhecedores, com um passado Escoteiro e sabem como agir. Mas eles são poucos, e muitas vezes fechados dentro de sí mesmo. Seus exemplos não são fáceis de seguir. Os grupos menores ou os menos estruturados vão tentando sobreviver e seus chefes lutam com tremenda dificuldade. Não é fácil começar um Grupo Escoteiro. A sede própria é um sonho para poucos. Um cantinho hoje pode ser o despejo de amanhã. Como o movimento peca por não ter credibilidade e ao mesmo tempo por falta de apoio, a exigência para desocupar a Sede Escoteira pode acontecer a qualquer momento. Nem o papel assinado pelo anterior tem valor. Vereadores não dão apoio e os Prefeitos não ligam. O escotismo não é reconhecido pelas autoridades. O Chefe se vê perdido. Busca uma ajuda que não tem. E ele então pergunta: - Onde estão nossos dirigentes ou benfeitores?

Sabemos que O escotismo não tem o apoio das autoridades politicas, empresariais e educacionais. Como a nossa estrutura não é pequena, manter tudo isto custa dinheiro, tempo e isto poucos Grupos Escoteiros conseguem. Na maioria nem mesmo o apoio dos pais eles têm. Dizem que temos como norma sermos apolíticos. Isto é bom. Mas ao mesmo tempo não temos o apoio que precisaríamos para dar aos chefes voluntários condições de conduzir um Grupo Escoteiro como ele deve ser. Em alguns casos não temos representatividade no seio da comunidade. Muitos dos nossos chefes voluntários pagam para colaborar com os jovens da comunidade. Taxas de cursos nem todos podem pagar. Pais, Mães que se aventuraram na senda Escoteira sabem que em primeiro lugar vem sua família e depois o escotismo. Mas a verdade mesmo é que a maioria paga do próprio bolso sua manutenção isto quando não ajuda financeiramente o próprio jovem.

Muitos reclamam por falta de apoio dos distritos, regiões ou mesmo pela direção nacional. A estrutura Escoteira está alicerçada em cima de um Estatuto, cuja democracia é completamente esquecida. “Lembro-me de uma parábola de Cristo onde ele dizia que muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos”. O poder está em mãos de poucos.  Conhecemos alguns lideres pela prepotência, pela maneira de agir e tratar o seu semelhante. Muitos que não tiveram o sonho de liderança encontram no escotismo um lugar ideal para conduzir seus sonhos. Nossa disciplina é de fazer inveja. Chega quase à submissão. A mística produziu seres importantes e os mais novos os olham com respeito e humildade. Criou-se super chefes, e muitos esqueceram que somos um movimento de amadores e querem de um dia para noite nos transformemos em profissionais. Que disciplina é esta que não dá a todos a oportunidade de discordar, de sugerir e votar?

Se esta for uma razão da evasão de muitos chefes e diretores voluntários eu não sei. Não podemos ter uma direção que não pensa em ajudar e colaborar com seus voluntários. Se decretos e normas resolvessem o Brasil seria um paraíso. Que procurem de uma maneira valorizar o trabalho dos chefes em seus Grupos Escoteiros. Se não existem profissionais pagos para tentar resolver os problemas que surgem, que pelo menos escrevam, sugiram, mas lembrando sempre que cada caso é um caso e o Acre é diferente do Rio Grande do Sul. Os cursos devem ser melhor analisados. Tudo bem que hoje não somos como ontem, mas manter um pouco da metodologia Bipidiana é um dever. Repito, se no passado tudo era mais fácil, hoje me parece que precisamos de uma nova gleba de voluntários para aplicar tudo que a Escoteiros do Brasil pretende. O quase fracasso do Escotismo nas Escolas foi um exemplo que muitos já sabiam que ia acontecer. Esta frente Parlamentar até hoje foi um blefe. Precisamos mostrar nosso reconhecimento ao novato voluntário e claro o antigo também. Assim como é necessário ouvir o ponto de vista do rapaz, o mesmo acontece com os chefes.

Um Chefe meu amigo e que está no Grande Acampamento escoteiro no céu, dizia: Chefe Osvaldo é o escotismo quem precisa de você e não o contrário. Mas e então? Porque tantos lutam por uma causa tão valida, e nunca são reconhecidos por parte de nossas autoridades Escoteiras? Para tudo é preciso ser subserviente, implorar e aceitar sem poder pelo menos dizem não? Sei que poucos irão levar a sério o que aqui escrevi. Sei que poucos irão mudar ou então discordar apresentando seu modo de agir e pensar. Continuo fazendo meu dever de casa. Se outros não dão valor, paciência. Sei que cedo ou tarde ainda teremos muitos indo pertencer a Legião dos Esquecidos. A evasão é uma realidade, explicar o inexplicável não trará o retorno dos que se foram.

Agradeço a todos que de uma forma ou de outra se manifestaram com suas observações mesmo que contrárias ao que escrevi. Desejo a todos que estão na luta pelo jovem sucesso. Abraços fraternos e Sempre Alerta!
Chefe Osvaldo