quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Associações Escoteiras no Brasil.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Associações Escoteiras no Brasil.

                  Andei me perguntando: - Porque a UEB ou EB não dá o primeiro passo para formar ou então manter um bom relacionamento com todas as Associações Escoteiras existente no Brasil? Porque essa birra, essa pirraça, processando tentando subjugar a quem quer ter liberdade de ser escoteiro onde quiser? Porque essa obstinação em querer que elas passem a ser suas afiliadas, com os mesmos deveres, com registros e aceitar a liderança dela? Afinal, elas tem ou não tem direitos de ser como são? Se escolheram este caminho porque não dar as mãos como irmãos?

                 Que tipo de Associação é a UEB que se acha onipotente, autônoma, soberana e autosufiente por não estender as mãos como deveria agir se ela tem uma lei e um artigo que diz que o escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros? Este artigo para ela é enfeite? Os outros não são escoteiros? Só servem para os escoteiros Uebeanos? As outras associações tem que subjugar submeter-se ou vergar para ela? Ora bolas, as explicações até hoje não me satisfazem. E uma burrice sem tamanho não tê-las como amigas e irmãs. Se a EB gosta tanto de faturar ter elas ao seu lado seria um “boom” para a cantina nacional.

                 Todos sabem da história ou parte dela o porquê elas as Associações escoteiras foram fundadas. Cada uma tem um líder que não teve liberdade de pensamento na UEB. Os lideres atuais da UEB se acham os melhores, os donos, os proprietários e não abrem mão. Quando alguém discorda e vai para onde é bem recebido a EB da seus pinotes. Agarra-se nas exigências da WOSM (World Organisation of the Scout Movement), como se ela também fosse a única a autorizar o escotismo no mundo. Esquecem-se da WFIS (World Federation of Independent Scouts Federação Mundial o Escotismo Independente) que dá suporte a todos que querem ser escoteiros.

                  Muitos outros países as associações escoteiras existentes vivem harmonicamente, fraternalmente se respeitando sem impor suas diretrizes aos demais. Afinal é um direito de escolha. Quero ser escoteiro, fiz minha promessa como escoteiro, não concordo com as diretrizes da minha associação, não tenho direito de me associar a outra? Ora bolas, afinal existe ou não no Brasil o direito a associação e escolha? Então a UEB é a proprietária do nome Escotismo e de outras denominações escoteiras? Porque os Juízes que julgaram os processos que a UEB processou outras associações não aceitaram suas ponderações?

                 Que exemplo seria ela a UEB convidando as demais congêneres a participar de suas atividades, e as outras fazendo o mesmo e respeitando sua individualidade? Já pensou todos participando com o mesmo pensamento de Baden-Powell se respeitando sem ouvir admoestações ou exigências incabíveis? Quantos casos aconteceram da intransigência da UEB. Até mesmo lobinhos de uma alcateia foram mandados de volta em uma atividade distrital porque seu grupo não efetuou o registro na UEB. Que exemplo eim? Poderia citar outros tantos, mas é melhor não fomentar animosidades por quem preferiu deixar a associação.

                 Não sou um emérito conhecedor das outras associações escoteiras no Brasil. Infelizmente elas pecam pela transparência (como a UEB) para se inteirar de suas atividades, seus efetivos, seus programas e seus balancetes. Se tiver eu desconheço e peço desculpas. Uma vez pedi a elas o efetivo para um artigo que estava escrevendo. Não recebi resposta. A maioria delas ainda tem seu líder fundador e ele é imutável na liderança que permanece por anos e anos. Pelo menos tem algum de especial, pois ainda fazem um escotismo à moda antiga que muitos chamam de escotismo tradicional tão combatido pelos próceres pedagogos da UEB como se só a modernidade cabe à formação escoteira nos dias de hoje.

                 Em muito dos meus artigos escrevo que BP não deu procuração a ninguém para falar em seu nome. Até mesmo foi enfático quando disse: - Não gosto de dar ordens: não é esse o nosso estilo, nos Escoteiros. É o sentido do dever vindo de dentro de nós que nos guia, e não deve ser imposto do exterior. Que se dane o Regulamento! “Chamem-lhe uma experiência”! e porque não lembrar de sua frase preferida? -“Primeiro tive uma ideia. Depois vi um ideal. Agora temos um Movimento, e se alguns de vós não tiverdes cuidado acabaremos por ser uma simples organização”.

                 Quando aprendermos a sermos irmãos não importa a associação e acreditarmos que com a fé e o amor poderemos fazer um belo escotismo, podemos rezar juntos, acampar juntos, lutar juntos, defender a liberdade juntos, sabendo que um dia haveremos de ser Escoteiros irmãos então esse será o dia quando todos os filhos de Deus irão gritar Aleluia, e darão um abraço escoteiro que irá durar para sempre. Neste dia iremos aprender a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, e seremos irmãos de sangue para sempre... Tu e eu! (baseado nas frases de Martin Luther King).


Nota - O nosso objetivo é descentralizar a administração tanto quanto possível, a fim de evitar a burocracia e atribuir o máximo de autonomia democrática às autoridades locais. Somos mais uma Fraternidade do que uma organização, fraternidade mais movida pelo espírito e por uma lei não escrita do que por normas e regulamentos impressos. BP. Meus amigos, não tenho registro na UEB e em nenhuma outra associação. Minha luta é pelo amor, pela paz, pela fraternidade. Sou um escoteiro de Baden-Powell e não me encanto com outras palavras que não a de fraternidade.