"O Livro da Selva", de Rudyard
Kipling.
- Nota: A partir de amanhã dia 26 de julho, darei
início a publicação de uma das principais aventuras de Mowgly do Livro da
Selva. – “A Embriaguez da Primavera”. Sei que todos aqueles amantes de Kipling
e atuantes ou não de Alcateias de Lobos já conhecem de cor e salteado, mas tem
muitos que ainda não. Serão três publicações uma em cada dia. No final os
interessados poderão pedir em PDF à publicação que colocarei com satisfação no
Imbox de cada um. Enquanto isto um preâmbulo do livro da selva:
- O livro
de Rudyard Kipling é composto por sete contos diferentes, todos eles tendo
animais como protagonistas. Concentremo-nos, porém, nas três primeiras
narrativas que têm como principal figura o pequeno Mowgly, uma criança humana.
É neste conjunto de contos que Kipling melhor explora a principal temática do
livro: o código de conduta dos animais, pois também eles se organizam e têm
valores morais e regras de coexistência.
- O primeiro conto, "Os
Irmãos de Mogli", começa com a surpreendente chegada de um bebé humano a
uma toca de lobos. Corajoso e expedito, o pequeno ser consegue calmamente
escapar das garras do tigre coxo, o fanfarrão Chery Kaan, e do mesquinho chacal
Tabaqui. O Pai e a Mãe lobos, habitantes da toca, têm crias recém-nascidas e
sensibilizam-se com a audácia e vitalidade do pequeno "cachorro de
homem". Protegem-no de Chery Kaan e insistem em mantê-lo na alcateia Seeonee.
- Mas para tal é necessário que o
conselho dê consentimento, o que acaba por acontecer graças às intervenções de Balu,
o urso pardo, e de Bagheera, a pantera negra, que intercedem a favor do pequeno
Mowgly. Ao longo do conto, Mowgly vai aprender as regras da Selva, segundo os
ensinamentos rigorosos de Balu - que admira a inteligência e a perspicácia do
seu pupilo, mas que é rígido na maneira de ensinar -, e enfrentar um dia-a-dia
de felicidade, mas também de perigo. Para tal, a presença de Bagheera como sua protetora
incansável vem a revelar-se fundamental.
- Chery Kaan não desiste de
tentar capturar Mowgly e a alcateia deixa de ver com bons olhos a presença de
um ser humano entre os animais selvagens. No final, quando Akela, o chefe da
alcateia, começa a ser contestado por ser um líder enfraquecido - e por Chery
Kaan fomentar a sua contestação... - Mowgly vê-se obrigado a abandonar a sua
família adotiva e a regressar ao meio dos homens. Porém, não o faz sem que
antes exija o respeito dos que tentaram traí-lo, sem que registre a lealdade
dos que nunca o abandonaram e, acima de tudo, sem que garanta a segurança do
velho Akelá.
- Má experiência entre os humanos
O segundo conto relata um episódio em que Mowgly é raptado pelos loucos macacos
da tribo Bândarlogue, coisa que acontece ainda algum tempo antes de o pequeno
humano abandonar a alcateia. Os Bândarlogue são os únicos animais da selva que
não merecem o respeito, nem tão pouco a atenção, de todos os outros animais.
São disparatados, vaidosos, não têm líder nem leis, julgam-se superiores e não
respeitam as regras dos outros. Balu proíbe Mowgly de ter contato com esta
tribo. Mas, quando o faz, já é demasiado tarde, pois Mowgly já terá sido
assediado pelos macacos, que acabam por raptá-lo e levá-lo para as Moradas
Frias, uma aldeia abandonada já fora da selva.
- Balu, Bagheera e Kaa, uma piton
que é o único animal que os Bândarlogue temem, veem-se obrigados a lutar pela
vida de Mowgly e pelas suas próprias vidas. Mas a batalha termina com uma farta
recompensa para Kaa. No terceiro conto sobre a vida de Mowgly, o pequeno homem
já é um habitante da aldeia. Contudo, Mowgly não se sente confortável entre os
homens, pois foi criado entre animais, os quais têm regras diferentes. Além
disso, os homens nem sempre respeitam os animais como deveriam. Durante a
estadia na aldeia, Mowgly toma conta de gado, aprendendo a conduzir manadas.
- A dada altura, o lobo Irmão
Cinzento encontra-se com Mowgly para alertá-lo sobre as intenções de Chery Kaan,
que planeia capturá-lo, agora entre os Chery Kaan. É então que Mowgly cumpre
uma promessa antiga: ele próprio acaba por capturar o tigre, contando com a
ajuda da manada, de Akelá e do Irmão Cinzento. Mas, por causa da forma como Mowgly
controla os animais e comunica com eles, a aldeia acusa-o de bruxaria e o
expulsa. O pequeno regressa à selva onde constitui uma "tribo" própria,
juntamente com aqueles que sempre lhe foram leal.
- “O Livro da Selva" foi
escrito por Rudyard Kipling em 1894. Anos mais tarde, em 1907, o mesmo Kipling
tornava-se no primeiro escritor inglês a receber o Nobel da Literatura. A
habilidade com que o livro é escrito, a inteligência das histórias e um
profundo conhecimento do mundo animal - ao qual não será alheio o facto de
Kipling ter nascido em Bombaim, na Índia, e ter vivido durante muito tempo em
território indiano - oferecem uma deliciosa leitura sobre o reino dos bichos,
que também sabem comportar-se e organizar-se, fazendo uso de regras e de
códigos de conduta. Haverá até situações e personagens em tudo semelhantes às
que existem fora da selva, no mundo dos homens...
Boa Caçada e Melhor Possível!
Nota: - Se você ainda não leu ou não está
lembrando do que Kipling escreveu no seu livro da Selva sobre a “A embriaguez
da primavera” – A partir de amanhã irei publicar em três capítulos um
condensado que tenho certeza vai lhe dar maior conhecimento na sua lide
Escoteira voltada para os lobinhos. Melhor Possível.