Uma crônica
sem segundas intenções.
Atualmente sigo diversos
escotistas em suas posições no Escotismo, sua validade, seus métodos, e principalmente
sobre os novos tempos. Falam sobre Homofobia, direitos humanos e tantos outros que
fico com receio de dar meu “pitaco“ e não ser entendido. Não sou como aqueles Macacos
Sábios, aqueles que ilustram a porta do Estábulo Sagrado de um templo do século
XVII no Santuário Toshoqu no Japão. Dizem que suas origens são baseadas em um
proverbio japonês. O primeiro Mizaru o que cobre os olhos, o segundo Kakazaru o
que tapa os ouvidos e Iwazaru o que tapa a boca dizem que poderia ser traduzido
como não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal.
Eu sou um velho ultrapassado. De
origens simples, sem ter nenhum pedágio em universidades e nem mesmo tenho o
dom de definir estas novas ideias que estão dando um novo ar aos jovens nos
dias atuais. Li em Veja que há uma guerra de algumas cidades onde os vereadores
decidiram que as escolas não podem ensinar sobre homossexualidade. Sempre
acreditei que os pais é que são os responsáveis mas não discuto a posição deles
e dos que são contra tais atitudes. Eu sou um Chefe ultrapassado. No tempo é
claro. Aprendi que a educação informal ou não é competência da Escola mas
outras são dos pais. Eles sim é que devem opinar se a matéria é própria para a educação
dos seus filhos.
O escotismo está vivendo uma
nova era. Os novos querem ter a liberdade de discutir e mostrar que na formação
escoteira muitos dos dogmas proibidos no passado devem ser revistos e até mesmo
alguns defendem que a orientação do Chefe é primordial para isto. Na mesma Veja
desta semana há um artigo sobre o sistema educacional onde um articulista
defende ideias do passado na formação do jovem. Ele claro comenta as ideias de
um pedagogo que discorre com sobriedade sobre o ensino de hoje. Li e gostei.
Afinal eles copiaram o método escoteiro principalmente de dar ao jovem um
aprendizado mais aberto, mais simples, com jogos, com aprender fazendo, com
liberdade de discutir entre eles sob a supervisão de adultos temas
interessantes que hoje são proibidos.
Alguns amigos que respeito são
contra meus arroubos do passado. Não gostam quando não só eu e também outros antigos
comentam que o tempo deles é o melhor. Eu não vou a tanto. Meu tempo foi “supimpa”
mas o tempo de um jovem de hoje que ama o escotismo também o será. Sinceramente
se eu tivesse a vivacidade e a elasticidade de um jovem Chefe, eu gostaria de
chefiar uma tropa na metodologia Badeniana. Aquela onde a aventura, a liberdade
de ser um herói, de atividades aventureiras tudo feito entre eles com a minha
supervisão sem ser o dono da verdade e atuando mais como um irmão mais velho.
Sem complicar é claro. Iria com eles vivenciar um escotismo campeiro, deixar
que errem mas sempre mostrando como melhorar.
Se um Chefe leva seus
jovens a uma passeata LGBT e se isto foi discutido e autorizado pelos pais não
sou contra. Eu nunca faria isto. Minha visão é outra e mesmo sendo arcaica
seria a do meu aprendizado e vivencia escoteira. Ainda sou daqueles que certas
discussões e aprendizado pertencem aos pais. Me seguro até hoje que a formação
escoteira existe para auxiliar, repito “auxiliar” os pais, a escola e a
religião. Sei que esta ultima já vem
sendo discutida em sua validade, mas pelo que vejo são poucos que agora entram
nesta seara. Se entretanto os pais concordam porque eu não deva concordar?
Se eu fosse um jovem Chefe, meu
escotismo seria o mais arcaico possível. No bom sentido é claro. Esta nova
metodologia que estão a dar aos chefes
nos cursos de formação tem sua validade mas a maior é a liberdade de agir,
adestrar, vivenciar e ouvir e acompanhar o crescimento do jovem sem estar sempre
mostrando o caminho que ele deve seguir.
Se alguns querem ter a liberdade de promessar sem serem obrigados a dizerem o
obvio tenho lá minhas dúvidas. Seria correto que se alguns querem e outros não
querem haver uma separação? Onde está o direito de um e o do outro? Danado de
tema difícil de resolver.
Mas não se preocupe os novos
lideres modernos que me leem. Sei que o mundo está mudando e temos que mudar
com ele. Quem sabe sem desmerecer os velhos tempos que teve muita coisa boa.
Quando Chefe tive a honra de ter em minha tropa o menor número de evasão. As
patrulhas mantinham sua técnica e vivência por muitos anos. Sei que o importante
são os resultados. Que eu saiba dos que foram meus escoteiros não tive políticos
famosos, grandes empresários e outros em diversas posições na sociedade
brasileira. Pelo menos até hoje ainda não soube de nenhum remanescente do
escotismo que colaborei. Mas sei que tem muitos que ainda levam a sério o
caráter, a honra à ética ou como se diz os antigos: - Briosos Brasileiros
exemplo para a nação.
Respeito o novo programa de
jovens, respeito à nova maneira de se apresentar. Se amo meu caqui curto e meu
chapelão, não posso desmerecer a quem gosta de se vestir dentro da modernidade
que acredita. Se o publico irá compreender e aplaudir quem sou eu para
desmerecer. Se os currículos dos cursos de hoje são os ideais para dar ao Chefe
condições de liderar e se os resultados existem, não há o que discutir. Só não
sou aquele que bate palmas sem ver se acetamos. Que os adeptos de novas
tecnologias, novas formas de crescimento, novas formas educacionais e ou mesmo
a aceitação de temas que muitos não gostam possam defender suas posições sem
ferir direitos de ambos os lados.
Eu sou um Velho Escoteiro. Meu
tempo já passou. Fico calado quando a interpretação de certos temas de outros
irmãos escoteiros. Não se discute aquilo que está dando resultado. Precisamos
ver se o objetivo vai ser alcançado. Eu ainda continuo no método de B.P. aceitando
sim algumas poucas mudanças na maneira de formar. Assim como os novos tem seus
direitos eu também tenho os meus. Afinal não sou tão importante assim para que desmereçam
meus sonhos, minha vida escoteira, minhas saudades dos velhos tempos. Fico com
B.P ao dizer que se os novos resultados vão fazer a todos felizes, eu também tenho
que ficar feliz.
Chefe Osvaldo
nota: - Como sempre aqui estou eu escrevendo
sobre a modernidade do escotismo. Queira ou não isto é uma realidade. Como não
estou ombreando na lide de uma sessão escoteira não posso dar “pitacos” sem
saber se os resultados são alcançados. A validade só é completa se o escotismo
mostrar que o ponto certo da formação do jovem foi alcançado. Já é hora de se
mostrar onde eles (os resultados) estão.