Crônicas de
um Velho Escoteiro.
Bandeira do
meu Brasil!
Bandeira
minha, de encantos mil, imagem linda do meu Brasil!
Quando te
vejo bandeira amada, graciosamente assim hasteada,
E minha boca
ainda infantil, fala bem alto, viva o Brasil!
Tudo no escotismo é maravilhoso.
Os acampamentos, a marcha de estrada, a fogueira crepitando, o nascer e o por
do sol. Mas para mim o cerimonial de bandeira marca. Ali é onde o valente
Escoteiro treme. Não é um tremor de medo e sim de orgulho. Convidado ele olha
para o monitor, o Chefe e parte como se fosse fazer um ato que ficará gravado
em sua história escoteira, onde irá contar para seus pais, seus amigos o dia
que foi privilegiado e escolhido para hastear ou arriar a Bandeira do Brasil. É
um cerimonial realizado em todos os Grupos Escoteiros do mundo. No inicio e no fim das atividades Escoteiras
lá está ela lembrando que nossa pátria é nossa morada. Eu não sei mais de
quantas cerimônias eu participei. Para mim e meus irmãos Escoteiros é um
orgulho e uma honra estar ali, honra múltipla ser escolhido entre muitos para o
líder do cerimonial. Seja em um hasteamento ou arreamento. Não importa onde
seja, na sede ou no campo, no mastro ou arvorada sempre é um espetáculo que
ninguém esquece.
Cada país, cada grupo costuma
ter seu cerimonial próprio, mas inigualável. Ali em ferradura, em círculo, com
a saudação Escoteira o objetivo é sempre o mesmo, elevar aos céus nosso amor à
pátria. Não importa se ela sobe ou desce por um só Escoteiro ou lobo, por dois
e já vi até três com sua bandeira no cerimonial. Já vi um Grupo Escoteiro que
ela sobre enrolada e ao meio mastro ele se abre como se o vento a tocasse para
ela mostrar todo o seu brilho. Tem aqueles que sobem ou descem devagar, tem
outros que ela sobe ou desce por parte do cabo. Uma vez vi um cerimonial de
Escoteiros do mar. Foi lindo, Enquanto ela subia um silvo de um apito de
marinheiro se fazia ouvir. Quando jovem ainda existia na prova de Segunda
Classe saber desenhar, conhecer sua
história e quem foi seu idealizador. Saber o que representa as cores é fácil. Difícil
é desenhar.
Todos brasileiros sabem que o
verde simboliza a pujança das matas brasileiras, o amarelo as riquezas minerais
do solo, o azul o céu e o branco a paz. As estrelas os estados brasileiros,
dizem que a frase “Ordem e Progresso” teve a influência de Augusto Comte,
filósofo francês. Mas desenhar a bandeira me tirou o sono por muitas noites. É
fácil? Tente e depois me diga. Você sabia que para calcular a bandeira toma-se
por base a largura desejada? Esta é dividida em quatorze módulos iguais. O comprimento será de vinte módulos, a
distante dos vértices do losango amarelo ao quadro externo será de sete
décimos. O círculo azul no meio do losango terá um raio de três módulos e meio.
O centro dos arcos da faixa brancas estará dois módulo a esquerda do ponto de
encontro do prolongamento do diâmetro vertical, do círculo com a base do quadro
externo. O Raio do arco inferior da faixa branca será de oito módulos e meio. A
largura da faixa branca será de meio módulo. Chega, estou tremendo, já fiz mas
hoje? Ainda falta os módulos da largura da faixa branca, da posição das
estrelas. Um estresse grande para quem não é bom matemático.
A bandeira tem normas, horas
de hastear e arriar, A lei número 5.700 de primeiro de Setembro de 1971 define
tudo sobre ela. As normas protocolares dos diversos órgãos governamentais e das
Forças Armadas, embora divirjam nos detalhes concordam na maioria dos
procedimentos. Mas não vou muito longe. O que sei é que todos nós Escoteiros
temos um grande amor pela bandeira. Nosso respeito, nosso amor não tem como
explicar. Dobrar, guardar ou preparar para as solenidades nos faz sempre ter um
carinho enorme, ter noção da sua importância e quando somos os escolhidos
muitas vezes temos medo de errar. Já vi chefes tremerem, já vi chefes
assustados com a bandeira virada, já vi chefes correndo para corrigir seus
Escoteiros e lobinhos, mas eu nunca fiz isto. Sou daqueles que só se aprende a
fazer fazendo. Quem não erra nesta vida? Tão fácil dizer – Firme! E consertar?
Deixai os jovens na bandeira a sorrir, a ver ali seu orgulho de ser brasileiro!
Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.