segunda-feira, 27 de julho de 2015

Bandeira do meu Brasil!


Crônicas de um Velho Escoteiro.
Bandeira do meu Brasil!

Bandeira minha, de encantos mil, imagem linda do meu Brasil!
Quando te vejo bandeira amada, graciosamente assim hasteada,
E minha boca ainda infantil, fala bem alto, viva o Brasil!

                Tudo no escotismo é maravilhoso. Os acampamentos, a marcha de estrada, a fogueira crepitando, o nascer e o por do sol. Mas para mim o cerimonial de bandeira marca. Ali é onde o valente Escoteiro treme. Não é um tremor de medo e sim de orgulho. Convidado ele olha para o monitor, o Chefe e parte como se fosse fazer um ato que ficará gravado em sua história escoteira, onde irá contar para seus pais, seus amigos o dia que foi privilegiado e escolhido para hastear ou arriar a Bandeira do Brasil. É um cerimonial realizado em todos os Grupos Escoteiros do mundo.  No inicio e no fim das atividades Escoteiras lá está ela lembrando que nossa pátria é nossa morada. Eu não sei mais de quantas cerimônias eu participei. Para mim e meus irmãos Escoteiros é um orgulho e uma honra estar ali, honra múltipla ser escolhido entre muitos para o líder do cerimonial. Seja em um hasteamento ou arreamento. Não importa onde seja, na sede ou no campo, no mastro ou arvorada sempre é um espetáculo que ninguém esquece.

                 Cada país, cada grupo costuma ter seu cerimonial próprio, mas inigualável. Ali em ferradura, em círculo, com a saudação Escoteira o objetivo é sempre o mesmo, elevar aos céus nosso amor à pátria. Não importa se ela sobe ou desce por um só Escoteiro ou lobo, por dois e já vi até três com sua bandeira no cerimonial. Já vi um Grupo Escoteiro que ela sobre enrolada e ao meio mastro ele se abre como se o vento a tocasse para ela mostrar todo o seu brilho. Tem aqueles que sobem ou descem devagar, tem outros que ela sobe ou desce por parte do cabo. Uma vez vi um cerimonial de Escoteiros do mar. Foi lindo, Enquanto ela subia um silvo de um apito de marinheiro se fazia ouvir. Quando jovem ainda existia na prova de Segunda Classe saber  desenhar, conhecer sua história e quem foi seu idealizador. Saber o que representa as cores é fácil. Difícil é desenhar.

                  Todos brasileiros sabem que o verde simboliza a pujança das matas brasileiras, o amarelo as riquezas minerais do solo, o azul o céu e o branco a paz. As estrelas os estados brasileiros, dizem que a frase “Ordem e Progresso” teve a influência de Augusto Comte, filósofo francês. Mas desenhar a bandeira me tirou o sono por muitas noites. É fácil? Tente e depois me diga. Você sabia que para calcular a bandeira toma-se por base a largura desejada? Esta é dividida em quatorze módulos  iguais. O comprimento será de vinte módulos, a distante dos vértices do losango amarelo ao quadro externo será de sete décimos. O círculo azul no meio do losango terá um raio de três módulos e meio. O centro dos arcos da faixa brancas estará dois módulo a esquerda do ponto de encontro do prolongamento do diâmetro vertical, do círculo com a base do quadro externo. O Raio do arco inferior da faixa branca será de oito módulos e meio. A largura da faixa branca será de meio módulo. Chega, estou tremendo, já fiz mas hoje? Ainda falta os módulos da largura da faixa branca, da posição das estrelas. Um estresse grande para quem não é bom matemático.

                   A bandeira tem normas, horas de hastear e arriar, A lei número 5.700 de primeiro de Setembro de 1971 define tudo sobre ela. As normas protocolares dos diversos órgãos governamentais e das Forças Armadas, embora divirjam nos detalhes concordam na maioria dos procedimentos. Mas não vou muito longe. O que sei é que todos nós Escoteiros temos um grande amor pela bandeira. Nosso respeito, nosso amor não tem como explicar. Dobrar, guardar ou preparar para as solenidades nos faz sempre ter um carinho enorme, ter noção da sua importância e quando somos os escolhidos muitas vezes temos medo de errar. Já vi chefes tremerem, já vi chefes assustados com a bandeira virada, já vi chefes correndo para corrigir seus Escoteiros e lobinhos, mas eu nunca fiz isto. Sou daqueles que só se aprende a fazer fazendo. Quem não erra nesta vida? Tão fácil dizer – Firme! E consertar? Deixai os jovens na bandeira a sorrir, a ver ali seu orgulho de ser brasileiro!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!


Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha 
Brasil, talvez.