segunda-feira, 22 de maio de 2017

“Castas” – existem mesmo no escotismo?


Conversa ao pé do fogo.
“Castas” – existem mesmo no escotismo?

                      “Na sociedade liberal, vivemos em uma cultura onde muitos acreditam que qualquer um pode ascender em termos sociais e econômicos por meio de riquezas acumuladas. Contudo na Índia, trabalho e riqueza são parâmetros insuficientes para que possamos compreender a ordenação que configura a posição ocupada por cada indivíduo. Nesse país, o chamado regime de castas se utiliza de critérios da natureza religiosa e hereditária para formar seus grupos sociais.” Entende-se em sociologia, que castos são sistemas tradicionais, hereditários ou sociais de estratificação, ao abrigo da lei ou da prática comum, com base em classificações tais como a raça, a cultura, a ocupação profissional, etc.

                        Sei que muitos não estão entendo onde quero chegar, mas preste atenção e vais ver que no escotismo tem um bom número de chefes que se acham previlegiados. Sem perceber ele já pertencem a “Casta Escoteira” ou assim pensam. Pode ser pelo cargo, pelo seu tempo de movimento ou mesmo pelo seu gráu de conhecimento escoteiro. Para eles isto é o inicio de ter o previlegio de pertencerem a uma “casta” importante. São os famosos “chefões”, “grandes chefes”, “Velhos Lobos”, “Formador” “Presidente” e muitos outros títulos que existem por aí. Os novos ficam admirados, desejando ser igual e lutam por isso. (nem todos você, por exemplo, sei que não) Outros não ligam e acham isso patético não dando a menor atenção a estes que se acha acima da fraternidade que tão bem nos caracteriza.

                        Voce não acredita? Ou voce é humilde o bastante para não ver ou é inteligente o bastante para deixar passar ao largo e não rir. Outro dia comentei com alguns amigos que se continuar assim, teremos um deles dizendo para a plebe escoteira: – “Sabem com quem está falando”? Risos. Bem, sob o ponto de vista linguistico é uma frase feita. Talvez o agravante do singnificado encontra-se justamente nas circunstancias em que ela é proferida. O tom de voz, o status de querer ser. Não riam, por favor. Acreditem que ainda existe em nosso movimento os que se julgam muito acima dos mais novos ou daqueles que nunca reclamam.

                      Muitos acreditam que existem a casta de chefes IM, de dirigentes, a casta dos Comissários, de Diretores e para completar a casta da equipe dos formadores. Esta é incrivel. Tem sim muita importancia na formação dos novos e até dos antigos na lide escoteira. Mas dá tristesa ver a subserviencia de alguns chefes tentando conseguir o seu “taquinho”. Conheci um que fez tudo para conquistar um deles. Quando recebeu ficou doente por cinco meses. Maldição? Risos. Pode ser. Desculpe, sem generalizar. São poucos e eles ainda não se tocaram que o escotismo é uma grande fraternidade e que a amizade tem mais valor que a superioridade. Fiquem tranquilos. Eles são menos de 0,5% do nosso efetivo adulto. Portanto uma insignificância. Mas como são chatos!
  
                        Veja bem o que comentou Fernando Pessoa, um célebre poeta – “Precisar dominar os outros é precisar dos outros”. Será que o chefe é dependente deste estado de coisas? Podem me dizer que isto deve existir para que nossa disciplina seja conseguida, afinal somos um movimento educacional sem o caráter de obrigação profissional. Mas vale a pena então ter esta sêde de poder surda e absurda praticada em diversos orgãos escoteiros? Zé das Quantas o chefe do Grupo lá em Brejo Seco acredita que não.

                  Fico pensando se não existisse esta casta. Até mesmo comento comigo mesmo que seria uma luta ingloria se ouvesse salários ou ganhos financeiros no escotismo. Se sem salário a sede do poder é grande e com o salário? Fico até feliz em saber que eles são em número irrisorio. Mas como irritam. Não se tocam. Andam dando pulinhos, olham para você como voce fosse um “coitado”. Se por acaso encontram outro acima dele, correm para bajular. Risos. Não estão acreditando? Tentem participar onde a “casta” se reune. Todos sabem onde.

                      Pois é. A casta existe. Pelo menos para mim. Eu vivi tudo isso no passado e vejo até hoje no presente. Interessante é que os da casta pouco se manifestam. Falam pouco. Ar professoral. Maneiras de superioridade. Acreditam que agora estão na Corte dos nobres, lá eles podem tudo. Mas até lá a bajulação continua. Todos sabem que ali a subserviência é o caminho para mais um taco. Mas não são só quatro? Meu amigo, os que tem o quarto taco tem o caminho para receber o Tapir. Não sabe o que é? Medalha meu irmão escoteiro. A mais alta condecoração no Brasil.

                     Eu peço a Deus por eles. Acredito que isso é antigo. Quem sabe BP conheceu alguns antes de fazer sua viagem. Quando no passado estive em vários seminários nacionais e sul americanos e até em um jamboree, fiquei boquiaberto. A casta fazia parte de muitos paises. Não era só aqui não. E o pior que vi alguns jovens também! Em um Jamboree cheguei a ver e tive que conter o riso. Um escoteiro americano com uma turba atrás querendo trocar distintivos e ele não dando à mínima se posando de superior. E os adultos chefes? Minha nossa! Tinha cada um que precisava fazer o sinal da cruz e passar de lado. Graças a Deus que tinham milhares que eram de uma humildade enorme. Por eles valeu a pena as centenas de dólares que gastei. 

                    Mas chega por hoje. Um dia tenho certeza todos irão se abraçar e dizer: - Meu amigo, a empatia é muito útil para nos escoteiros. Não seria bom se voce fosse leal, cortês, amigo e humilde? Não seria bom se falasse bom dia, e dizer eu gosto de você? Não iria demonstrar que és educado e tem respeito pelos demais? O fato por você saber mais, ter um lenço mais bonito não significa que não possa ser cordial e ajudar de maneira gentil aos seus irmãos escoteiros. Mas faça isso de uma maneira simples para que todos possam ver em voce um exemplo bom a ser seguido.

E abaixo a “casta” escoteira. Risos e risos.


Uma chefe me escreveu dizendo que foi exonerada em Seu Grupo Escoteiro. Não sei as razões de ambos os lados. Manuseando meus artigos encontrei o da Casta dos escoteiros. Não é muito lido, e quando publico muitos torcem o nariz. Vivi demais escoteirando para saber que existem tais tipos do nariz empinado que se acham os melhores e menosprezam a blebe que luta para também alcançar seu lugar ao sol.