Os tempos são
outros.
Escrevo de manhã, de tarde, de noite e
algumas vezes de madrugada. Tem dias que minha vista embaça. Afinal um dos
olhos a catarata não me deixa enxergar como queria. Vez ou outra leio comentários
de amigos tentando interpretar meus escritos. Sinceramente? Nunca pensei nisto.
Lembro que ouve uma vez que um me disse que o que escrevi não era escoteiro e
nem servia como exemplo. Outro comentou que eu não devia escrever “aquilo”.
Aquilo? Pensei em fazer uma censura em minha mente para não decepcionar ninguém.
Correto? Censurar-me? Não tenho meus direitos em escrever o que gosto e penso?
Mas afinal não devo uma satisfação aos meus amigos escoteiros?
Sinceramente não posso fazer isto.
Escrevo escotismo, escrevo amor, escrevo amizade e alegria, mas a vida não é só
isto. Não é porque somos escoteiros que somos diferentes. Somos humanos e nossa
vida não é pautada na lição do bem querer. Tentamos sim, esforçamos, mas como
disse Jesus, aquele que cumpre a Lei Escoteira sem errar que atire a primeira
pedra. Irei sim me divertir com os politicamente corretos, que acham que o
escotismo é conforme eles pensam. Irei me divertir junto a amigos que irão
sorrir comigo quando escrever um “escambal” escoteiro. Irei sempre dizer o que
penso da nossa liderança escoteira. Irei chorar quando meu conto for triste,
irei me deleitar quando escrever sobre as lindas frases escoteiras de
Baden-Powell.
Peço desculpas se não agrado ou agradei
a todos com meus escritos. Fico triste quando alguém diz que não vai mais ler.
Mas não posso mudar minha maneira de pensar e escrever. Colocar no papel o que
todos gostam seria tolher meu pensamento do mundo. Seria como perder uma parte
do meu corpo. Sei que vez ou outra entro na seara de criticar nossos lideres,
nossos formadores escoteiros. Não tenho este direito? Afinal meu maior
marketing é dizer que o escotismo é lindo, tem uma filosofia impossível de ser
copiada, tem tudo para dar aos jovens o que esperamos nos homens e mulheres na
direção do nosso país. Se por um lado faço críticas por outro lado falo do bem,
do amor, da paz, da nossa Lei Escoteira.
Olhe, eu sou assim. Não sabe a
felicidade que tenho em saber que é um dos meus leitores. Não sabe a alegria
quando vejo um comentário seu. Agora já no fim da vida foi que senti realmente
o valor de mostrar aos amigos escoteiros que temos um caminho a seguir e se bem
realizado teremos o sucesso merecido. Sou um Badeniano, sou um caqueano, sou
daqueles tradicionais que nunca deixaram de lado a Calça Curta. Se sou ultrapassado
no tempo não sei. Se sou puro de coração continuo dizendo que não sei. Me
esforço para dar exemplo, mas desculpe, continuarei a escrever o que sempre
gostei de escrever.
Meu fraterno abraço do amigo,
Chefe Osvaldo.